XLII - Apenas um Adeus.
Amélia Morey // narrando
waterfall
Estávamos todos sentados comendo e conversando, eu comentava sobre fatos aleatórios com Claris e de vez em quando podia ver Lina e Heitor rindo de algo.
Todos apesar de tudo estavam bem.
Olhei para Richard para comentar sobre a carta de Emily que recebi, mas ao vê-lo soube que tinha algo errado. Ele estava suando e seu rosto vermelho parecia que poderia explodir a qualquer momento.
Claris ao perceber meu olhar de preocupação direcionou seu olhar para Richard e tossiu o que fez todos olharem para ele.
— Richard, está tudo bem? — questionei.
Ele não conseguia falar.
Eu estava começando a ficar nervosa.
— Richard, não me torture desse jeito! O que está acontecendo? — me levantei e corri até ele, todos pareciam tão calmos, mas eu estava preocupada.
Ele puxou o ar com toda a força de seus pulmões e acho que ele conseguiu respirar.
— Acho melhor eu me retirar. — afirmou com receio e saiu.
Claris parecia preocupada mas não se levantou, eu poderia me sentar e continuar mas não consegui.
Corri atrás de Richard que estava no jardim.
Olhei para seu rosto preocupado que acabava me deixando mais nervosa.
Claris, Lina e Heitor vieram também, porém Richard mentiu dizendo que já estava bem mas felizmente não fui só eu que percebi.
— Richard... — coloquei minha mão na sua e pude perceber que estava quente o suficiente para queimar qualquer um que ousasse toca-lo. — Por Deus! Está ardendo em febre!
O acompanhei até seus aposentos com Claris, Lina e Heitor atrás de mim.
Emily em breve chegaria e eu estava preocupada que ela se desesperasse.
Mesmo Richard afirmando que estava bem eu podia ver que não estava, ele já estava alucinando e com muita febre.
— Tragam panos molhados! — Lina gritou para alguém que passava e não demorou muito para seu pedido ser cumprido.
Me afastei para que as criadas pudessem fazer seus trabalhos e Heitor me puxou quando Claris e Lina estavam distraídas.
— Acha que isto é uma coincidência? — indagou com seriedade.
— O que?
— Claris ter matado cem rebeldes, ir para casterly e vir para cá e logo após Richard ser envenenado.
Qualquer um que estivesse vendo aquela situação de fora poderia afirmar que Claris realmente estava envolvida mas eu sabia que era impossível.
— Como sabe que ele foi envenenado? — indaguei de volta.
— Como pode ser tão ingênua?! Ele estava muito bem mais cedo e ao tomar do vinho ficou assim. — era verdade, fazia sentido.
Envenenado? Quem poderia envenenar Richard? Todos os amavam, até Claris se preocupava com ele....
— Está acusando Claris? — questionei com raiva, ele não podia a acusar sem provas de que ela poderia mesmo ter feito isso.
— Não, mas comece a olhar de fora e então perceberá o que ela está fazendo.
Heitor entrou nos aposentos e me deixou ali parada pensando em suas teorias.
Pensar em Claris envenenado Richard era loucura, assim como eu pensava sobre Lina, e ela acabou por me trair.
Claris não tinha motivos para mata-lo, nunca teve. Eu vou questionar mas sei que ela não o matou, Heitor estava errado e eu tinha certeza disto.
Queria que a vinda de Emily pudesse ser adiada para que ela não visse o irmão, ao pensar nisso já era tarde demais pois sua carruagem estava se aproximando com o grande selo de casterly.
Corri para o salão principal para recebê-la e não demorou muito para sua entrada, ela estava perfeita em seu vestido verde grama e sua coroa sob a cabeça.
Emily era uma rainha mesmo antes de por uma coroa, mas devia admitir que ela ficava melhor com ela. Ela correu para me abraçar e logo atrás Henrique com Stephan no colo, era tão bom vê-los como uma família, quase não reconheci Henrique sem o sarcasmo.
— Amélia! Como senti sua falta... — Emily estava tão alegre que me doía ter que falar de Richard.
— Eu também! — desviei meu olhar para Henrique. — Majestade.
— Percebo o sarcasmo em você, doce criatura. — e aí estava o sorriso irônico.
— Amélia! Richard não consegue respirar outra vez! — Lina gritou e eu corri de volta para os aposentos.
Ele estava ofegante, Emily entrou correndo para vê-lo sem entender o que havia acontecido, não me dei o trabalho de explicar porque queria ajuda-lo da melhor maneira possível.
Ela estava desesperada como achei que ficaria, não sabia em que momento aconteceu mas ele começou a tossir sangue, era horrível.
Eu sabia que o que iria acontecer, procurei por Claris e a encontrei ao lado de Gideão e mamãe calmamente como se nada estivesse acontecendo.
Lina, Emily e Heitor estavam preocupados com o que veriam.
— Por favor... — Richard iria falar mas tossiu e o pano que antes era branco já estava vermelho. — Deixem-me a sós com Amélia.
Eu recusei rapidamente com a cabeça porque eu sabia o que estava prestes à acontecer e eu não estava preparada, todos saíram rapidamente mas eu ainda podia ver as pessoas saindo lentamente.
O último a sair foi Heitor que me lançou um olhar reconfortante, ele sabia. Richard... Ele estava......... Ele estava morrendo.
Como um rei após batalhas, fome e pestes havia se tornado com homem simples à minha frente? Ele parecia com meu pai em seus últimos momentos, a diferença era que ainda era Richard.
Eu sei como devia ser para Emily, eu senti a dor de perder alguém importante mais de uma vez.
Me aproximei mesmo relutante, ele ainda estava vivo. Mas não tinha mais jeito de fazer algo.
— Não pode me deixar, não pode deixar Emily. — sussurei quando me ajoelhei ao seu lado.
— Eu sinto muito... Amélia, eu sei que....
— Deixe suas últimas palavras para sua irmã, seria muito egoísta de minha parte se eu o deixasse falar. — interrompi.
— Amélia, eu não vou viver por muito tempo. Mas desejo que seu reinado seja longo. Tive a doce oportunidade de ser seu amigo, aliado e conselheiro e ouso dizer que a conheço muito bem... Uma amiga incrível, uma ótima irmã e uma monarca esperada. — eu já estava chorando antes de ele começar a falar. Queria ouvir mais mas não podia, Ele precisava falar com Emily..
— Quem poderia o envenenar?
Ele mal conseguia dizer algo, não sei qual foi o tipo de veneno mas com toda certeza foi para mata-lo rapidamente e faze-lo sofrer como uma infeliz alergia.
— Eu não sei, mas suspeito de Henrique. — sussurou tentando sorrir mas foi impedido pela tosse.
— Quem foi a primeira pessoa que viu quando entrou na sala do banquete?
Ele pensou e tossiu, ele estava piorando a cada tosse.
— Sua irmã, Clarissa Morey. — Parecia impossível antes desconfiar dela, mas eu estava começando a acreditar em Heitor.
Não conseguia mais olhar para ele queimando em febre e tossindo daquele jeito quase sem ar.
Saí de seus aposentos e abracei automaticamente Heitor que foi a primeira pessoa que vi, Emily entrou e eu continuei a chorar.
Ela não demorou muito e quando saiu eu soube por seu olhar que ele havia morrido.
Richard estava morto.
ALGUNS DIAS DEPOIS
" Heitor me deu a ideia de escrever para você mesmo sabendo que está morto. É horrível pensar que não está aqui, os dias tem sido difíceis sem você. Emily mal come e só fala o necessário, ela está como eu quando pensei que Claris estava morta mas acho que ela ainda consegue estar melhor.
Eu não sei quem poderia tentar te matar, ainda não confrontei Claris porque me assusta pensar que ela poderia ter feito isso.
Você estava aqui numa hora, e outra, não estava mais.
Como poderei superar isso?
Alguns dias atrás eu não consegui dizer mas você, Richard snow, foi um aliado e amigo incrível e um monarca maravilhoso também.
Obrigada por estar ao meu lado em todos os momentos.
De sua querida Amélia.
Apenas um Adeus "
Assim que escrevi amassei e rasguei porque eu não conseguiria ler aquilo outra vez. Eu não podia mais perder ninguém, eu estava destruída e o pior era pensar que Claris podia ter feito isto e eu sabia que era verdade. No final, Henrique tinha ganhado sem nem mesmo jogar.
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