XII - dívidas com a coroa.
— Não iremos discutir sobre isso. — afirmei para Heitor quando ele questionou-me sobre a vinda de Arthur para waterfall novamente.
Minhas bochechas já estavam doloridas por ter de repetir a mesma coisa tanta vezes.
— Está me dizendo que a opinião do regente não lhe importa?
— Não foi isto que lhe disse! — exclamei — apenas não preciso dela agora.
— Então devo falar só quando pedir? — perguntou indo até a janela andando de forma desconfortável. — se não precisa de mim para reger, então talvez eu deva sair desta corte!
— Se sair de minha corte, saia de meu reino também!
Talvez eu tivesse sido um pouco precipitada, pois meu irmão sabia dos assuntos de meu pai melhor do que eu. Eu não fazia a mínima ideia do porquê meu pai nunca convidou ninguém de vermênia para waterfall, mesmo sendo aliados de nosso reino, meu pai preferiu evitar a todo momento.
A coroação de Arthur se aproximava assim como a minha, quando lhe enviei um convite para vir tinha certeza que ele pensou que eu estava lhe convidando para minha coroação, mas na verdade precisava do exército dele, cada reino tinha o que outro uma hora precisaria e naquele momento eu só pensei naquilo.
Waterfall tinha cavalos, crest tinha ouro, casterly tinha plantações, overland tinha comerciantes, vermênia tinha mais exércitos que precisava. Já os reinos do sul eu não conhecia muito bem, já ouvi histórias de que tinha magia ou algo do tipo, mas meu pai nunca deixava eu e Clarissa viajarmos para tão longe de casa.
O principal motivo de eu chamar Arthur para waterfall era para ele me vender, pelo menos, cinquenta homens para meu novo exército contra os protestantes. Sabia que não iria ser fácil negociar com alguém de um reino tão distante e tão invejoso, mas não tinha escolha sobre isto.
— Majestade, o herdeiro de vermênia está aqui. — me avisou um guarda antes das trombetas tocarem avisando sua chegada.
A criada que estava ao meu lado apertou minhas bochechas doloridas, como sempre, antes de sair e eu sorri para ela tentando parecer calma mesmo que por dentro eu estivesse um caos e uma confusão, eu achava mesmo que reinar seria fácil?
Andei até a frente do castelo junto com Candace ao meu lado, pessoas corriam passando por nós ansiosos para saber quem era o membro real que acabara de chegar. Vi Lina atrás de mim junto com Henrique, estranhei vê-los juntos, pois não sabia que eram amigos, mas não disse nada apenas andei esperando por Heitor, porém o mesmo não estava lá.
Sorri para Emily que estava ao lado de seu irmão como todos os dias, procurei por seu filho Stephan, mas não o vi por lá desde do dia em que ela precisou voltar a Casterly.
Olhei para a carruagem muito bonita á minha frente e logo Arthur desceu junto de sua mãe, ela era muito bela com seus cabelos escuros como a noite assim como seus olhos, uma altura ótima para uma rainha, mesmo ela sendo filha de um comerciante em Overland.
— Vossa Graça! — Arthur veio até mim. — faz muito tempo....
Da última vez que vi Arthur eu era muito pequena para lembrar-me, mas ele estava de passagem com sua mãe, então meu pai permitiu que eles ficassem no castelo de waterfall, mas nós nunca nos aproximamos a ponto de sermos amigos.
— Arthur de vermênia, faz realmente muito tempo. Da última vez eu tinha uns cinco anos?! — perguntei, mesmo que eu lembrasse que tinha sete.
— Na verdade, você tinha sete luadas. — me surpreendi por ele se lembrar. — devo admitir que fiquei surpreso com seu convite.
Ele entrou atrás de mim para o castelo.
Concordei um pouco surpresa pelo príncipe fútil aceitar uma propriedade menor do que o próprio castelo.
Entramos e mostrei a Arthur e sua mãe onde seriam seus aposentos e dei para eles criadas para auxiliar com tudo o que precisavam.
— Esteja na reunião do conselho, por favor. — avisei antes de sair dos aposentos de Arthur, fui para a sacada e olhei para o céu tentando tirar o peso das minhas escolhas de minhas costas.
Fiquei ali recebendo um ar puro pensando se o que eu fiz com Heitor foi ou não uma decisão sábia, tudo me dizia que não, mas no fundo eu sabia que não havia escolha. Eu não tinha mais guardas direito, não daria nem para minha proteção pessoal, muito menos para a proteção de Richard, Candace, minha mãe e o fazedor de reis.
Me perguntava também se minha vida séria daquele jeito daqui para frente, aquele exemplo de pessoa que sempre dizia que não tinha escolha e usava a mesma desculpa para todas as decisões ruins tomada na vida?! Eu não queria ser aquele tipo de pessoa. Mas que escolha eu tinha?
— Parece que alguém não está muito bem...— escutei a voz de Henrique atrás de mim.
O olhei e ele pediu permissão para se aproximar, demorei um pouco, mas concedi e ele se aproximou e ficou ao meu lado olhando para o céu como eu. Eu não confiava nele e não lhe disse uma palavra, pois uma falha e ele iria correr como um cachorrinho para o trono de Claris.
— Está se perguntando se fez uma boa decisão chamando Arthur ou se fez uma má decisão mandando Heitor embora? — questionou exatamente o que eu me perguntava, ás vezes me perguntava se ele se ele lia mentes.
Não falei nada, apenas o olhei em silêncio dando espaços para meus pensamentos entrarem e saírem.
— Heitor voltará e caso não volte, você o chamará se for o certo. — comentou rapidamente. — Acredite, minha prima. Não é difícil. — ele riu.
— Acho que não... Isto não é para mim, eu nunca quis! Se Claris pudesse me ouvir. — falei rapidamente e em seguida balancei as mãos no ar expressando nervosismo. — Só quero que ela volte.
— Não sei se irá me ouvir, provavelmente alguém já lhe disse isto, mas você reinará muito bem. — ele colocou a mão sobre meu ombro como Candace fez quando chegou — Estou ciente de sua desconfiança em mim mas estarei ao seu lado, somos famílias, afinal.
Sorri para ele e continuamos a olhar para o reino de cima.
— Viu?! É bom olhar de cima as vezes. — Ele falou saindo e eu o segui, mas depois ele foi em direção a seus aposentos e eu fui para a sala do trono desfazer a péssima decisão que fiz.
— Mande os homens que temos atrás de Heitor, e peçam gentilmente que ele venha e se ele resistir digam que ele tem dívidas com a coroa. — ordenei assim que entrei na sala do trono.
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