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37 - Lamentos de uma cortesã

ALERTA DE GATILHO

TEMÁTICAS SENSÍVEIS - MATERNIDADE, PROSTITUIÇÃO E SUICÍDIO 


🌿🌿🌿

A expressão de Karin era de tristeza profunda. Sentada olhando para a janela com a criança em seu colo chorando sem parar. Os olhos da mulher pareciam que a vida havia os deixado a muito tempo. A ruiva era um pouco mais jovem que Yuki, mas sua aparência era bem mais velha. Pálida, abatida, com olheiras profundas, muito magra.

Yuki entrou devagar no quarto e era como se não tivesse mais ninguém ali. A criança em seu colo ainda chorava. A cacheada parou diante de Karin e era como se ela nem estivesse ali.

— Karin? — Ela chamou a mulher outra vez. O olhar sem vida se virou para Yuki e o castanho avermelhado parecia um poço sem fundo. — O bebê... está chorando...

Ela virou o olhar para o pequeno ainda sem muita expressão e disse com a voz rouca. — É a cara dele. Do pai dela. Eu estou esperando ele me buscar. Quando ele vir que tenho uma filha dele, ele deve me perdoar.

— Ele quem, Karin?

— Príncipe Sasuke. Olha para ela, é igualzinha a ele.

Yuki notou mesmo a semelhança. Tinha os mesmos traços, o mesmo cabelo, até os olhos eram iguais. E considerando que Karin era concubina de Sasuke, ela era mesmo filha dele.

— Lembra de mim, Karin?

— A favorita do Imperador? Pensei que estivesse morta. Vai ver está mesmo e eu tô vendo coisas. Ou todas estamos mortas na verdade.

Era notório que a sanidade mental da cortesã não estava das melhores. Dizendo frases aleatórias, cantarolando músicas e olhando para a janela sem parar. — A menina, não está com fome? Está chorando. Ou com a fralda suja?

— Não sei não...

— Eu posso... ajudar você? Eu tenho que limpar o seu quarto mesmo. Talvez eu possa te ajudar.

— Me... ajudar?

— Sim. — Yuki se aproximou e ergueu os braços para pegar a bebê. A mulher meio receosa entregou a menina. — Qual o nome dela?

— Sarada.

— Nome bonito. Eu acho. — Yuki notou a criança magra, suja e parecia mesmo com fome. Ela levou a criança, deu um banho nela, procurou roupas no meio da enorme bagunça de Karin que ainda mantinha-se no mesmo lugar. Encontrou a mamadeira, foi até a cozinha e preparou algo para a criança.

Yuki deu a mamadeira para a menina e sentiu uma emoção tomar conta de seu corpo. Era assim a sensação de ser mãe? Ela depois balançou a criança deitada em seu ombro cantarolando música que sua mãe cantava para ela.

— Está segurando ela errado. — A voz de Mei fez Yuki soltar um suspiro cansado.

— Não tem nada melhor para fazer não? — Yuki perguntou sem olhar para a cortesã.

— A casa só abre mais tarde.

— Como você veio parar aqui? — Yuki perguntou encarando a ruiva.

— Você ainda tem a coragem de perguntar? — Mei disse cruzando os braços e franzindo a sobrancelha.

— O quê? Sou obrigada a saber por acaso?

— Sua cínica. Vai dizer que ninguém te contou? Aliás eu podia jurar que você estava morta. Não. Eu desejei isso.

— Ah, que gentil da sua parte.

— Aliás, se você soubesse a felicidade que eu estou de ver você aqui junto comigo. O Imperador chutou você como me chutou?

— Você provavelmente fez alguma coisa. Santa que você não é. E não, eu não fui chutada. Estou aqui por opção.

A gargalhada que Mei deu foi tão alta que até a criança no colo de Yuki assustou. — Faça-me o favor! Por opção? Quem vem para um puteiro por opção? E a julgar pela sua aparência, as coisas para você não estão nada fáceis.

— Mei, você deve ter mais o que fazer, não?

— Sua consciência não dói? Quando você dorme à noite?

— Tem que ser mais específica.

— Sonsa.

— Mas que coisa! Fala logo! Eu não sei do que está falando!

— Eu fui expulsa por causa! Porque eu contei onde você e as outras duas estavam escondidas!

— Claro que tinha que ser você, né? Você sempre me odiou!

— Odiei e odeio! Mas eu vi a Kurenai e a Yugao morrerem bem na minha frente para poupar a sua vida porque era mais preciosa que a de todas nós!

— A Kurenai e a Yugao? — Yuki perguntou em estado de choque com o que ouviu.

— Além de uma outra concubina do Príncipe Sasuke, que eu não me lembro o nome.

— Mas por que? Como assim?

— Você não sabia? Vocês eram mais valiosas porque carregavam os herdeiros. O resto de nós não valia nada!

Yuki levou Sarada para o quarto de Karin que ainda estava do mesmo jeito olhando para a janela e colocou a menina no berço. Mei a aguardava do lado de fora com os braços cruzados. A guerrilheira seguiu para fora do anexo e acenou para que Mei a seguisse. Quando chegaram do lado de fora, no pátio onde Yuki lavava as roupas, ela se virou para Mei e a encarou.

— Mentirosa. Não acredito numa só palavra que você diz! Yugao e Kurenai mortas? Tá dizendo isso só porque você foi expulsa!

— Esteve lá recentemente?

Yuki parou para se lembrar dos Pavilhões abandonados. Não havia mais ninguém ali e a única que mencionaram era Konan. — Sim...

— Você viu alguma delas lá?

— Não.

— A única que deu sorte foi a sorrateira da Konan que agora tem gêmeos do Imperador. E onde está seu filho? Era para estar lá no topo! Era uma das favoritas! Pessoas morreram por você!

Yuki sentiu as pernas bambearem e sentou-se na escada olhando para o chão tentando buscar sentido naquilo tudo. Pessoas morreram por ela. Porque era a favorita. Quando a vida dos outros valeram menos que a dela? Ela levou as mãos à cabeça.

— Tá ouvindo sua ridícula? — Mei perguntou com deboche — Cadê seu filho?

— Você perguntou se minha consciência doía. Agora dói. E pelo visto eu paguei um preço altíssimo. As três que morreram por mim... eu paguei por tudo acredite. — Yuki disse secando as lágrimas com a manga do quimono. — Eu perdi meu filho e além de tudo não posso mais gerar mais nenhum! Pode rir o quanto quiser! Eu não me importo! Eu mereci!

Mei descruzou os braços e seu semblante de raiva deu lugar a de pesar. Ela se aproximou de Yuki e sentou-se ao lado dela e soltou um suspiro pesado.

— Não tem graça nenhuma rir de uma mãe que perde um filho.

— Por que está sendo gentil agora?

— Não estou sendo gentil. É um fato. Não há dor maior do que se perder um filho.

— Você...?

— Se eu tenho filhos? Não. Se tivesse provavelmente estaria no luxo cercada de servas. Eu tive 5 gestações, 4 abortos espontâneos e na ultima meu filho nasceu. Lindo. Tinha os olhos verdes e as mãozinhas delicadas, nasceu de 8 meses. Morreu 72 horas depois. Perdi o útero nesse dia. Depois de tantas tentativas. O meu marido me mandou embora, que eu não servia para mais nada. Mas o Imperador Itachi ainda teve dó de mim. Ele sempre soube das minhas condições. Tive esperança que algum ele me amasse. Um homem nobre que aceitou uma mulher madura que não podia gerar filhos. Mas no fim ele se decepcionou comigo.

— A história que ouvi foi outra.

— Itachi sempre fez questão de manter isso em segredo.

— Sinto muito por isso. Sempre pensei que você tinha tudo.

— E terminei como cortesã. No fim das contas a coisa que eu mais queria eu não tive. Isso é o que dói mais.

— No fim, nossa rivalidade não deu em nada. — Yuki disse cabisbaixa.

— Eu ainda não gosto de você. — Mei disse se levantando. — Ainda vou achar graça por estarmos no mesmo lugar.

— Você gosta dessa vida?

— Tá falando de ser comida por velhos e bêbados? Sabe quanto custa uma noite comigo?

— Não faço ideia.

— O que você ganharia em um ano meu bem.

— E os velhos?

— Ser comida por um velho que te paga por dia e um que te banca tem diferença? Somos como pássaros engaiolados, vigiadas vinte e quatro horas por dia, esperando o dia que nosso amo e senhor fará o favor de nos visitar. Ele se satisfaz em o que? Dez minutos? E você ainda tem que sorrir, ser gentil com esposa que te olha com desprezo, além das outras concubinas que te olham como rivais. Aqui pelo menos, eu tenho a chance de ficar com um homem jovem de vez em quando, de ser a preferida uma vez na vida. Dentro das possibilidades que tinha para mim foi a melhor coisa que poderia me acontecer. E você? O que tem para você?

— Eu fui sequestrada, perdi o filho, fiquei deprimida, descobri que minha família foi morta, tentei suicídio, treinei bastante, virei guerrilheira, conheci um cara, me envolvi com ele, fui para o campo de batalha, ele morreu, fui vingar minha família, voltei para casa, fui atrás dos títulos da minha família, descobri que preciso de um marido e que o Imperador tem gêmeos. E por fim parei aqui, e a dona ainda disse que não sirvo para ser cortesã.

— Não sei se rio ou se choro dessa sua vida de merda.

— E a Karin?

— Chegou aqui um pouco depois de mim. Foi entregue aqui pelo próprio príncipe que pagou muito dinheiro a dona. Algum tempo depois ela descobriu que estava grávida. Cortesãs grávidas não tem valor. Ficou aqui as custas de migalhas da dona até a criança nascer. Daí ela trabalha de vez em quando. Mas acho que a mente dela já tinha sido danificada. A gente cuida da criança quando dá.

— O príncipe não se importou com a criança?

— Que é filha dele é óbvio, mas Karin já estava aqui, já tinha sido tocada por outros. Acha mesmo que alguém iria acreditar que ela tem a filha do príncipe?

— Coitada.

— Ser mulher é uma merda. Eu vou indo, preciso descansar para mais tarde. E não tô afim de ficar perdendo meu tempo com você.

— Já vai tarde.

Yuki balançou a cabeça negativamente sentindo o peso da culpa pela perda de Yugao e Kurenai. Ela em seguida seguiu até onde ela dormia. Um pequeno quarto de chão batido perto da cozinha com uma cama pequena, e uma cadeira. Ela acendeu um incenso e orou pelas falecidas. O sentimento de culpa a consumia, sentia por todas elas. Era como se independente do problema, no fim a dor das mulheres tornava-se uma só.

(...)

Depois daquele dia, Yuki passou a cuidar de Sarada frequentemente. A menina antes magra e pálida começou a ganhar peso e ficar corada. Como Karin não ligava para a menina ela fazia todas as tarefas da casa com ela num cesto ou às vezes com ela no braço. A menina começou a dar os primeiros passos e até falar mais palavras.

Às vezes Yuki levava a menina para o quarto de Karin na esperança de que ela olhasse para ela. Mas com Yuki cuidando da menina ela passou a trabalhar mais e era como se Sarada nem existisse. Ela bebia, jogava, fumava, dançava e sorria alto. Até mesmo as companheiras estranharam o comportamento de Karin.

Mesmo assim seu olhar dizia outra coisa. A vida ainda não brilhava em seus olhos. No fim do dia, Yuki ainda ouvia o choro da cortesã e seu desespero. Balbuciando coisas durante a noite toda.

Ele vem me buscar.

Ele ainda vem buscar.

Meu príncipe.

Ele vai vir. Ele me ama. Eu sou a favorita.

Yuki começou a perceber que a mente de Karin havia mesmo adoecido. E talvez não voltaria a ser o que era antes. Com isso ela levou a menina para dormir no quarto dela.

— Vai acabar virando sua. — Mei disse enquanto observava Yuki alimentar Sarada.

— O que quer que eu faça? A mãe dela nem olha para ela. Não posso deixar ela desse jeito.

— Precisa descansar, está exausta! Leva essa menina para todo canto!

— Eu não posso.

— Me dê ela aqui! Vai ao menos tomar um banho e descansar um pouco! Eu só vou ter cliente mais tarde.

— Obrigada.

— Não faço por você!

Por mais rabugenta que Mei fosse, acabou ajudando Yuki a cuidar de Sarada enquanto Karin definhava cada vez mais.

Porém como um sussurro sutil Yuki acordou naquela noite fria num salto. Sarada estava em pé no berço olhando para a janela. Ela cobriu a menina com uma manta.

— Está com frio, Sarada?

— Mamãe?

— A mamãe está dormindo. Quer deitar aqui com a Tia Yuki?

— Mamãe. — Sarada apontou para a janela. Yuki olhou para ver o que a menina via aquela hora da madrugada. Karin estava na janela vestida com uma túnica branca, os longos cabelos vermelhos brilhando sobre a luz da lua. A mulher abriu os braços e com um sorriso mórbido, ela se jogou.

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