13 - Farfalhar
Enquanto uns se maldiziam da sorte pela vida que levavam, outros se deleitavam com tudo que havia de melhor. Yuki conheceu o amor nos braços do príncipe Itachi e desfrutou com ele todos os momentos em que estiveram juntos.
O príncipe passava todas as noites com ela, às vezes conversando, jogando Go, ou fazendo amor em cada canto daquela casa. E inocente como Yuki sempre fora, ela entregou tudo que tinha a ele sem ressalvas. Não importava o que acontecesse lá fora, ela seria a esposa dele. Não. Ela já era dele. Sua mulher, sua amante e sua companheira. Yuki se esqueceu de tudo de ruim que viveu até ali e sentiu que estava em um lar novamente.
Yuki contou ao príncipe que tinha medo do escuro quando era criança e ele lhe contou que gostava de colecionar pedras. Ela lhe disse que sua comida favorita era tempurá e ele disse que amava dango e bolinhos de arroz. Os dois foram se conhecendo entre uma conversa e outra e fazendo planos para o futuro.
A primavera começou a dar indícios que surgiria, mas o amor entre os dois havia florescido no inverno. Os longos cabelos de Yuki estavam soltos sobre a cama de lençois brancos. O rosto branco da jovem estava num tom de rosa que lhe coloria as bochechas. De olhos fechados ofegando intensamente enquanto o príncipe permanecia entre suas pernas numa paixão avassaladora dentro da mulher que amava. Yuki estava com as unhas cravadas em suas costas enquanto ele sugava um dos seus seios, alternando também mordendo seu pescoço. Itachi a virou de costas e continuou a penetrando com paixão, soltando um gemido incontrolável de Yuki. A sensação da semente quente dentro dela a deixou num êxtase absoluto. Ela amava Itachi. Amava absolutamente, intensamente e incondicionalmente.
Delicadamente ele foi deixando o corpo dela ainda respirando de forma ofegante e depois deitou-se lado dela a puxando para cima de si. Gostava do toque da pele dela, do cheiro dela. Do quanto suas mãos eram pequenas e seus dedinhos delicados. Yuki aos olhos dele era perfeita.
— Itachi...
— Hum?
— O que você viu em mim? Que te fez se interessar? — Yuki perguntou apoiando o queixo sobre o peito de Itachi.
— Gostei da forma que me olhou. Seus olhos ao mesmo tempo que tinha medo, também tinha inocência, doçura. E gostei do fato de não estar enfeitada como um pavão.
— Mas, foi porque você não veio nos primeiros dias, aí desisti.
— Eu nem ia vir. Mas, minha mãe praticamente me obrigou. Ela disse que ia mandar executar você e sua família, de acordo com as ordens do Imperador. Eu... não podia permitir isso.
Yuki se emocionou com a fala do amado e o abraçou fortemente. Ele havia salvado sua vida. Poderia simplesmente ter mantido sua opinião, mas ele resolveu ir até lá.
— É cedo demais para dizer que amo você, Itachi?
— Se for cedo, é cedo para nós dois.
Ela observava cada detalhe do rosto dele. Os olhos escuros avermelhados, sempre sério, mas que quando estava com ela esboçava um sorriso doce, os cabelos longos pretos. Yuki jamais imaginou que amaria alguém daquela maneira.
— Eles me aceitarão? Como a Imperatriz?
— Você será a melhor Imperatriz que essa Nação já teve. — Itachi toca a barriga da mulher e olha docemente para ela — Me dará filhos lindos e seremos uma família.
Itachi amava mesmo Yuki. Amava de todo o coração. Não queria mais nenhuma mulher a não ser ela. O toque de sua pele macia, seus olhos castanhos, os lábios delicados e que lembravam um coração, os seios redondos e rosados como pêssegos. E mais do que a aparência dela, ele amava como ela era inteligente, simpática, gentil, engraçada e sorridente. Ele amava Yuki e amaria por toda vida, não importa o preço que tivesse que pagar.
(...)
Quando a primavera chegou, ele anunciou a todos a sua decisão. O Imperador, por razões óbvias, foi contra o casamento. Ele andava de um lado para o outro furioso gesticulando para o filho que permanecia sentado olhando fixamente para a frente enquanto o pai dava seu ataque de fúria.
— Deve estar maluco se achar que deixarei uma concubina ser a minha nora! Ainda mais vindo daquela família desrespeitosa e falida. EU DEVIA MANDAR MATAR TODOS ELES!
— E causar um problema desnecessário? Eu não me importo com nada disso. Quero que ela seja minha esposa. Ela Será a mãe dos meus filhos.
— Isso sim, mas não precisa fazer dela sua esposa.
— Se não for a Yuki não quero mais ninguém.
— Não! Eu não aceito e você não vai me desafiar! — Madara deu um murro na mesa que fez os papeis saltarem.
— Então, abdico de tudo e Sasuke se torna seu sucessor.
— Faria tal coisa por uma concubina?
— O senhor também tem sua favorita, Yuki é a minha, mas não abrirei mão dela por nada. Ela será minha esposa, vocês querendo ou não.
Madara sentou-se diante da sua mesa ainda furioso e encarou o filho que apenas desviou o olhar.
— Vai esperar até o fim da primavera... e se algum dia ver que ela não serve para você como esposa eu mesmo a tomarei como minha concubina.
Itachi olhou para o pai segurando a raiva ao ouvir a frase, mas se controlou. Afinal, ele ainda era o Imperador. Em seguida ele se levantou e saiu da sala de seu pai.
(...)
O tempo passou devagar assim como a neve que desapareceu. Yuki estava ainda mais bonita do que já era. Com o acesso livre ela pode caminhar pelos pavilhões, mas as demais concubinas ainda a evitavam. Era normal, afinal ela era a favorita do Príncipe Itachi.
Ela passeava pelos jardins, observava as flores, visita Lady Hinata que a cada visita parecia ainda mais pálida e abatida. Mas, ela não perguntou nada. Apenas respeitava o momento da Lady.
Naquela manhã ensolarada, Yuki se levantou meio enjoada, algo comum nos últimos dias. Ela achava ser só um cansaço. Anko a preparou para o café da manhã, quando ouviu os portões do Pavilhão se abrirem e ser pega de supresa pela presença ilustre da Imperatriz.
Yuki franziu a testa, era a primeira vez que ela a visitava desde o primeiro dia que chegou ali. Tsunade parou diante da concubina e a analisou dos pés à cabeça que referenciava a Imperatriz.
— A que devo a honra de sua visita minha Imperatriz?
— Eu confesso que o último lugar que gostaria de estar era aqui. Meu filho se deslumbrou por você de tal forma que parece não raciocinar direito. Agora quer fazer de você uma esposa.
— Me sinto honrada.
— Eu sei. Mas, o que quero hoje é outra coisa. Mandarei um médico vir te examinar, mandarei mais servas ao seu dispor, e um cozinheiro para lhe preparar refeições balanceadas. Está proibida de fazer esforço e de passar qualquer coisa que a irrite. Limitaremos também as visitas.
— Minha Imperatriz... não entendo porquê de tanta consideração. Não mereço.
— E não merece mesmo. Mas está carregando em seu ventre algo mais valioso que sua própria vida. — As palavras de Tsunade deixaram Yuki em estado de choque. — Vai dizer que não sabia? Não pede seus lenços há uns dois meses e soube que passa mal todos os dias. E nem preciso ver debaixo desse quimono a largura de seus quadris. Por alguma razão, as mulheres grávidas parecem mais bonitas.
—- Eu... grávida? — Yuki ainda não acreditava naquilo tudo. Ela levou as mãos à barriga e sentiu a emoção tomar conta dela. O sorriso brotou em seu rosto e lágrimas de felicidade escorreram.
— Mandarei o médico confirmar. Mas para mim não há dúvidas.
Quando Tsunade deixou o Pavilhão Yuki sentou-se na cadeira onde iria fazer o seu desjejum e ficou um tempo alisando a barriga emocionada.
— Será que minha mãe ficará sabendo? Meu pai... que eles serão avós?
— Provavelmente não, minha senhora.
— Um filho Anko. Estou carregando um filho do meu amor. Isso não é maravilhoso?
— Foi abençoada senhora! Quando é regado com amor o fruto vinga.
(...)
Itachi soube da notícia pela mãe, mas pediu que ninguém mais soubesse. O sigilo deveria ser mantido pela segurança de Yuki e da criança. Mas ao chegar no Pavilhão Peônia naquela noite o príncipe se derreteu ao ver a alegria da mulher.
— Eu disse a você que queria filhos com você...
— Estou muito feliz... será menino? Ou menina? E que nome daremos?
Itachi pegou a amada no colo e a colocou sobre a cama e a envolveu em um abraço por trás alisando a barriga dela.
— Não importa. Desde que ele venha com esses olhos lindos que você tem. — Itachi beijou o alto da cabeça dela.
Yuki deu um sorriso doce e dormiu abraçada de conchinha com o homem que futuramente iria chamar de marido.
(...)
Longe dali Sakura olhava o sangue sobre o lençol branco de sua cama. Era o sinal de que naquele mês ela não seria agraciada com a gravidez. Ela sentia o vazio tomar conta de seu interior. Por mais um mês ela teria que deitar naquela cama e deixar que o marido a possuísse com a má vontade de sempre. Ele mal olharia em seus olhos e sequer lhe daria um beijo ou acariciar seus cabelos.
Ela levantou-se da cama e pediu à serva que cuidasse dos lençois e solicitou os lenços para o seu ciclo. Ela olhou da janela as primeiras flores surgirem na cerejeira diante de seus aposentos e sentiu a tristeza tomar conta dela. Por que ela queria um filho? Ela queria por ela? Para ser a favorita? Ou seria uma forma de preencher esse vazio que cada vez mais aumentava em seu peito?
Ela queria ao menos sentir alguma coisa enquanto o marido estava dentro dela. Ela não sentia nada. Nem mesmo nojo.
Quando ela se limpou e se arrumou, recusou o café da manhã e sentou-se na varanda observando a cerejeira, pegou uma agulha e continuou o bordado que fazia. Talvez o tempo passasse mais rápido. A serva se aproximou da Consorte e sussurrou em seu ouvido.
— Ainda é sigilo. Mas, parece que a concubina favorita do príncipe Herdeiro está grávida.
Sakura parou a agulha no ar e ficou em silêncio por um longo tempo. Depois disso continuou seu bordado e soltou um suspiro pesado.
— Pelo menos meu cunhado não tem uma esposa para ela esfregar na cara sua alegria.
— Logo será sua vez, minha senhora.
— Ele chega todas as vezes com o cheiro dela Impregnado em seu corpo. Um cheiro doce frutado e um cheiro leve de sândalo. Eles dormem juntos todas as noites!
— Mas a senhora ainda é a esposa!
— E de que vale isso?
Sakura entendia que era a esposa. O que ela não entendia era porque ela era tratada como uma concubina ao invés de uma esposa.
(...)
Hinata viu o príncipe sair de seus aposentos ela levantou rapidamente os cobertores e tateou pelo colchão e depois tocou em si mesma e notou as mãos ainda limpas.
— Não... — Ela levantou-se rapidamente e chamou sua serva — SUE!
Sue entrou correndo ao ouvir o grito de sua senhora e ao entrar notou a mulher no mais completo desespero. Hinata respirava com dificuldade, os olhos marejados de lágrimas, chorando de soluçar
— O que houve, minha senhora?
— Nada Sue! Já se passaram 3 meses e nada!
— Meu Deus... — Sue entendia o que aquilo significava, principalmente pelo desespero de Hinata.
— Você disse que o chá funcionava!
— E funciona! Ainda mais com a genética problemática deles.
— Não pode ser! Sue, peça os lenços como de costume. Isso deve ser um engano. Deve ser só minha cabeça.
— Minha senhora... — Sue sabia que não era isso. Os seios de sua senhora estavam maiores do que de costume, ela passou a manhã inteira do dia interior enjoada e vomitando ao beber o chá de laranja e mel. Não havia dúvidas, mesmo que a concubina se recusasse a aceitar.
— Não Sue! Isso não!
— Minha senhora... é melhor aceitar...
— Não!
— A senhora está grávida...
— Não! Não! Não!
— Por favor senhora...
— É dele! Ele está dentro de mim Sue! — Hinata apertava a barriga com raiva enquanto as lágrimas caía sem parar. Ela não podia aceitar. O homem que ela mais odiava havia deixado sua semente nela, gerando dentro de si. — Sue, deve ter algum chá para tirar né? Ainda dá tempo!
De repente o som de algo caindo no chão despertou a atenção das duas. Sue olhou para a sua senhora tensa.
— Alguém nos ouviu...
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