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ℭ𝔞𝔭𝔦𝔱𝔲𝔩𝔬 3

𝐷𝑖𝑎 6 𝑑𝑒 𝑀𝑎𝑟𝑐̧𝑜 𝑑𝑜 𝑐𝑎𝑙𝑒𝑛𝑑𝑎́𝑟𝑖𝑜 𝑔𝑟𝑒𝑔𝑜𝑟𝑖𝑎𝑛𝑜.
𝑁𝑜 𝑝𝑙𝑎𝑛𝑜 𝑞𝑢𝑒 𝑠𝑒 𝑐𝑜𝑛ℎ𝑒𝑐𝑒 𝑐𝑜𝑚𝑜 𝑡𝑒𝑟𝑟𝑎 𝐷𝑜𝑡ℎ𝑎𝑚𝑜𝑛.

O céu laranja da tarde quente, onde o sol brilhava com todo seu esplendor aquecia as vidraças de iluminuras das janelas de vidro colorido do orfanato, a energia luminosa, logo se convertia em energia térmica quando o assunto era as paredes de pedra e cimento do orfanato Luiz Breno.
A doutora Lena, médica neurologista,contratada em especial para cuidar do caso da única garota com epilepsia registrado no orfanato Luiz Breno, lia sentada na mesa do escritório improvisado no meio do quarto de documentos,os prognósticos e os resultados dos exames solicitados a quase um mês.

Ela comparava os resultados de antigos exames e novos. Desde os dez anos a tendência das convlusões e desmaios da menina tendiam a crescer, confirmou nos papéis em mãos, um palpite que já vinha rondando a cabeça.
Deixou os resultados na mesa tomando em mãos a foto do cérebro dela; o cérebro estava normal,sem sinal de lesões cerebrais, tumores ou infecções. O histórico médico da garota é quase inexistente, não apresentava muitas informações relevantes,a mãe da menina era sem dúvida, negligente ao estado de saúde da filha, oque não ajudava em nada sua vida. Já que teria que fazer ela mesma a prescrição de medicamentos e Lena temia fazer uma escolha errada. Claro que consultou alguns amigos farmacêuticos, para não errar de cara. Porém... havia algo errado no córtex cerebral que causava aquelas crises que chegaram ao ponto de todos os sentidos serem desligados deixanda-a no estado vegetativo.

Sentia isso.

E não era somente uma suposição.

Lena suspirou o ar mofado e poeirento, largando os papéis na mesa bagunçada deitando a cabeça nos braços situados em cima dos vários tipos de papéis, desde exames até a fotos feitas por ressonância magnética situados na mesa. precisava de uma pausa de cinco minutos e voltaria ao rubro, pois queria muito desvendar aquela menina sempre silenciosa e sozinha.

Escondeu os olhos por de trás das pálpebras delineadas com perfeição acolhendo o sono breve do cochilo, esperando despertar minutos antes de seu expediente terminar. Acordou uma hora depois com o celular vibrando,confusa ainda tomada pelo sono segurou o aparelho e atendeu a chamada, ouvindo primeiro o barulho de carros buzinando e músicas incompreensíveis endireitou se na cadeia para escutar a voz chateada do namorado do outro lado da linha. Lena percebeu de que havia esquecido totalmente do encontro que combinou com ele e pegou no sono no trabalho, desculpu-se avisando o motivo, ele ria entender,e pôs se em andamento pegando na bolsa saindo as pressas.

Alcançou a porta, tentando abri-la entretanto estava trancada.

— a senhorita não pode se fazer à rua a noite. – a voz do guarda alto e gordo fez eco na sala e em sua mente. Estranhando a atitude Lena recuou um passo para trás, virando-se encarando o guarda de olhos castanhos escuros quase pretos. — é perigoso andar por essa floresta anoite e sozinha, também o ônibus passou faz tempo. A senhorita pode se acomodar aqui no orfanato.

— mas eu consigo chegar sozinha,sei me cuidar e não há nada na floresta! isso é só um parque natural esquecido. – confrontou,com seus argumentos apontando a tranquilidade que a reserva natural sempre apresentou, agora com mais certeza de que não pretendia ficar naquele lugar durante a noite.

— Reserva. – corrigiu o guarda escondendo as mãos atrás das costas – Me desculpe,mas essa regra se aplica a todos aqui orfanato. Inclusive a senhorita, mandarei preparar um quarto para si.

O guarda sorriu dando as costas a ela, rumando sorridente para os fundos do orfanato saindo pela porta de trás, que sempre andava trancada e as chaves ficavam com ele e a diretora Elva.

— A senhora não vai conseguir sair sozinha, melhor não ficar aí,está frio. – duas meninas de em  média dez anos falaram em uníssono olhando para a cara amedrontada da médica.

— a diretoria e as enfermeiras já partiram?

— sim.

— que droga! – expressou sua consternação com um contido xingamento passado a pensar nas histórias que ouvia desde criança sobre aquele orfanato. 𝑁𝑎̃𝑜 𝑠𝑒𝑟𝑎́ 𝑝𝑜𝑠𝑠𝑖𝔦𝑣𝑒𝑙,𝑞𝑢𝑒 𝑠𝑒𝑗𝑎𝑚 𝑟𝑒𝑎𝑖𝑠,𝑛𝑎̃𝑜 𝑒́?

Deixou a bolsa num dos sofás digitando o número do namorado, pediria a ele que a viesse buscar, ele tinha carro. O número chamou e ele atendeu esperando ouvir oque ela tinha a dizer-lhe mas quando ela abriu a boca o celular desligou-se por falta de bateria,como se o destino quisesse prendê-la ali. Desabou no sofá aborrecida nenhum dos órfãos ali possuía um celular e os únicos cinco computadores antigos de mesa ficavam a sete chaves trancados numa das salas ao lado da sala da diretora no segundo andar.

Seus pensamentos eram muitos e enchiam a mente, aquele orfanato, era estranho e mal falado na cidadezinha a poucos quilómetros da floresta. Quando recebeu a carta de que necessitavam de uma médica neurologista,celebrou por pensar ser obra do destino que estava sorrindo para ela e não ouviu os apelos da família e do namorado para negar aquela proposta. Mas agora estava começando a arrepender se das escolhas, tudo naquele lugar parecia tenebroso. O prédio,os funcionários e principalmente a diretora. Que na sua humildade opinião assemelhava-se a uma bruxa,a mulher até tinha uma verruga enorme no lado esquerdo do nariz.

Fixou os olhos nos quadros das paredes. Quadro decorativo que em verdade,pareciam desenhos abismais e representações demoníacas que obras de arte. Todo o corpo da médica tremeu, sentindo os arrepios de frio, não levava agasalhos para o trabalho e dificilmente sentia frio. Mas hoje... naquele orfanato, poderia afirmar que alguns casacos viriam a calhar.

Lena prestava atenção nas paredes com aquele maldito e sem graça verde que agora parecia a representação do gelo vivo.  Moveu a perna para junto do corpo depois de alguma coisa muito fria roçar sua panturrilha. Não era nada, só a barra do seu vestido... Tentou em vão se convencer disso ,mas tão repentinamente e diante dos seus olhos vira uma sombra surgir na parede acima e lareira.

                       

Chloé olhava as letras do livro de química de maneira corrida não se dando o mínimo trabalho de ler oque as linhas tinham a ensinar. A mente vagueava distraída e preocupada nas ideias do que se fazer, porque sentia as convulsões chegando. Elas sempre davam um aviso de que viriam e sempre,do seu jeito,tentava estar pronta, mesmo sabendo que de nada servia a preparação. Embora soubesse que nada podia conter ela estaria preparada para tal e nunca avisava ninguém,sofria em silêncio absoluto.

Ontem após o jantar teve tonturas e desmaiou,hoje pela manhã acordou com a cabeça pulsando como se o coração estivesse na caixa craniana e não na torácica. O esforço utilizado para não demostrar na face toda pressão que sentia na cabeça, estavam consumindo muito das suas forças e estava bravamente suportando a dor mantendo os olhos abertos. Não queria deixar novamente as cuidadoras e as demais crianças com medo,ela percebia que todos olhavam-na de modo penoso e com compaixão. Sem dúvida eles imaginavam que ela iria numa das suas convulsões ou no estado inerte  falecer subitamente ou até mesmo que estava com os dias contados. Não que não era verdade. Todos um dia morrerão, não haveria sentindo na vida se não morreremos, não é mesmo? Essa que é a grande piada.

Pensou que manter a mente distraída faria esquecer a dor e até mesmo,por sorte, fazê-la desaparecer,com a força do pensamento positivo. Se achava tola por pensar daquele jeito!
De nada adiantava,se nem mesmo a ciência não possuía uma cura ou um método de prever as crises epilépticas, não seria a fé e o pensamento positivo que fariam um ato miraculoso daquele tamanho. Repreendeu se por ser dura de mais consigo mesma, ninguém tinha culpa por algum motivo ser condenada com aquela doença,fechou os olhos apertando com força ouvindo um zumbido agudo e atordoante por toda sua cabeça.

— minha mãe dizia que um chá e sorrisos curam tudo.

Sorriu seca suspirando fundo,queria um tempo só antes de se tornar o centro das atenções do orfanato inteiro,mas aquele garoto não dava tréguas, não sossegava e não conseguia manter distância de sua pessoa. Gostava imenso de ser franca com todos, e mesmo que por ocasionais vezes, fosse dura em suas palavras e contasse meias verdades, detestava que ignorassem suas palavras e era exatamente oque Alex estava fazendo.

Olhou-o numa serenidade mesclando seu descontentamento e um pequeno sorriso como agradecimento pelo chá.
Notou que os cabelos castanhos escuros dele estavam molhados e seu rosto parecia cansado, mesmo curiosa não inquiriu do porquê daquele cansaço no começo da noite.

— Obrigada, estava precisando muito. – bebericando do chá de ervas adocicadas colhidas na horta do orfanato sentia o peso dos seus ombros se esvaindo aos poucos. Chá mágico esse.
Sorriu satisfeita movendo seus olhos ao rosto muito branco do garoto sorridente revelando com o sorriso os caninos pontilhados e salientes, verdadeiramente deixavam-no ainda mais bonito do que já era. E Chloé gostou de vê-los de novo, brancos, pontiagudo, salientes e brilhantes.

𝐶𝑜𝑚𝑜 𝑠𝑒𝑟𝑖𝑎 𝑚𝑜𝑟𝑑𝑒𝑟 𝑐𝑎𝑟𝑛𝑒 𝑞𝑢𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑐𝑜𝑚 𝑒𝑙𝑒𝑠?
A voz surgiu em sua mente,a fazendo desejar querer morder em carne crua, experimentar o sangue banhando sua língua com o sabor quente... Chloé teve um arrepio e se questionou que desejos eram aqueles.

— De nada flor — falou Alex espremindo os olhos espiando o livro repousando aos  pés cruzados dela. Torceu o nariz,fórmulas e símbolos químicos estavam dispostos nas linhas do livro, Chloé em seu ver, era única, algo em si dizia,porque não se é comum um adolescente gostar imenso de ciência como ela gostava. Apreciava a quietude e silêncio dela, ela podia não notar mas enrugava a testa sempre que, na sua presunção,sentia dor.  Ela aguentava tudo em silêncio e sozinha sem nunca contar com alguém para apoiar e conforta-la. Não sabia ou tinha medo de compartilhar os sentimentos que lhe afligem nublado seu ser e fazendo-a temer confiar. E ele a queria conhecer.

E conhecê-la seria um mistério até ele conquistar a confiança dela.

— Não me chame com esse apelido idiota! Meu nome é Chloé Calocagatia Ramiro Handos,dispenso apelidos carinhosos e pseudônimos chulos.

Citou orgulhosa de carregar o nome e sobrenome da mulher mais valente que pode conhecer e ter o prazer de chamar de 𝑚𝑎̃𝑒. Falou com toda sinceridade e uma certa hostilidade na voz ao terminar de falar.
Olhou para Alex, querendo saber se ele havia ficado ofendido,mas não,no rosto pálido dele havia um sorriso zombeteiro e uma expressão descrente e entediada.

— que nome esquisito e feio. – murmurou mesmo sabendo que a distância que estava ela podia e bem ter escutado seu comentário,e mesmo assim não se importou em fazê-lo.
Ele olhou o rosto oval da garota, agora de sombrancelhas erguidas num desafio não verbalizado. Alex apanhou sua chávena de chá esquecida bebendo o chá frio evitando confirmar o desafio com seu olhar citador.

Chloé levantou-se  segurando o livro na mão esquerda e a chávena na direita, olhando de forma superior o garoto sentado.

— falaremos outro dia Alexandre Jaspers.

— deveria ficar preocupado por você saber meu romântico nome sem nunca ter me perguntado?

Questionou apreciando a forma como os cabelos negros dela se moviam conforme o corpo se movimenta,e os olhos castanhos escuros estarem fixos somente em si.

— talvez.

A resposta vaga fê-lo mover o lábio superior para cima, num sorriso maroto e malicioso. A menina já se afastava caminhando bem disposta agora. O  olhar cheio de fascínio fitaram as chamas dançantes da lareira e seus olhos âmbar claros tomando a coloração vermelha sangue quase se igualando com a cor quente e destrutiva do fogo.

Não esperava a hora de agir.

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