Capítulo 63
''Desde cedo, eu percebi que via o mundo de um jeito diferente de todos os outros. Isso não agradou algumas pessoas. Mas a ideia não era agradar a todos.''
— Cruella (filme)
Em uma cidade perto da reserva...
Após o casamento de Kelly e Kyle, Celina ao lado da filha Megan, estavam morando numa cidade após a reserva.
Megan estava se adaptando muito bem à nova vida, no colégio se tornou a garota mais popular em poucos dias.
Celina desfrutava da boa vida, gastando tudo sem ao menos se preocupar com os gastos.
Celina estava dando ordens a sua empregada, para que limpasse a casa novamente, não conseguia conter a sua risada maléfica.
Sua empregada era de idade avançada já, ao ouvir o barulho da campainha, a senhora correu para atender a porta.
Enquanto uma manicure estava pintando de preto as unhas do pé de Celina, que ainda usava o seu babydoll de seda vermelho.
Ao abrir a porta, ela deu se cara com três policiais alto e forte, respectivamente era um negro, loiro e o outro japonês.
Eles nem falaram nada, adentraram até a sala, assustando a manicure que acabou derramando o vidro de esmalte em cima dos pés de Celina.
— Sua incompetente, não viu o que fez? — Celina falou num tom alto irritada, já estava vermelha de raiva.
— Devia falar melhor com as suas empregadas — moreno falou meio irritado.
Celina ao ver estar na presença de belos policiais, mudou de humor, dando um sorriso encantador.
— O que trazem vocês aqui? — perguntou, ajeitando o seu pijama e os cabelos com as pontas dos dedos.
— Estamos procurando Celina Pérez — o loiro respondeu.
— Está falando com ela mesmo — respondeu mordendo os lábios.
— Temos um mandado pra prenderem a senhora — japonês falou — A senhora está presa por maltrato infantis e assassinato — explicou.
— Está havendo um engano policial, eu não fiz nada — Celina falou nervosa.
— Deve permanecer calada e a senhora tem direito a um advogado — Moreno falou.
Celina começou a chorar desesperadamente.
Megan havia esquecido seu uniforme de líder de torcida, então voltou para casa sem o seu motorista particular, já que o colégio era perto da sua casa.
Ao chegar na porta de casa se deparou com uma viatura policial parada na porta.
Ela entrou rapidamente e viu sua mãe sendo algemada ainda usando o seu babydoll.
— O que está acontecendo aqui mãe? — Megan perguntou confusa.
— Não se preocupe filha, tenho certeza que foi um mal-entendido — Celina falou ao ser levada pelos policiais — Vá pra casa da sua irmã Kelly por favor — pediu.
Megan apenas concordou, os empregados olhavam ela com uma expressão estranha.
Ela dispensou elas e foi para o seu quarto arrumar uma pequena mala, por ainda ser menor de idade não podia ficar sozinha.
Celina olhava pela janela do carro da viatura, analisando os seus crimes.
Engraçado que após anos foi descoberto, para levarem ela significava terem provas.
Eles lhe entregaram um uniforme laranja, ela vestiu sem ao menos retrucar, precisava parecer o mais calma possível.
Não importava a situação que ela estava, sabia que assim que ligasse ao Aro Volturi, tudo se resolveria.
Celina teria apenas direto para ligar ao advogado, mas apenas após duas horas, já que o delegado não estava na cidade.
Melanie Black
Precisava ser forte, enquanto não falasse com o Kyle, não iria se sentir em paz.
Ela tem de mostrar que acordou e está disposta a lutar pelo amor da sua vida, mesmo ele estando casado com outra.
Tudo tinha uma explicação e ela descobrirá.
— Tem mais algo que eu deva saber? — perguntei, tentando me recuperar da recente notícia.
— Eu e a Katharine terminamos — Nathan contou.
— O quê? — perguntei surpresa.
— Percebi que o que tínhamos não era forte o bastante, aquela garota que me encantou meses atrás não existe mais há muito tempo — respondeu.
— Foi amigável o término de vocês? — perguntei curiosa.
— Foi sim, ela voltou pra Nova Iorque, finalmente consegui entrar pra faculdade dos seus sonhos — respondi.
— Aproveitando que estamos falando desse assunto — Jess falou chamando a nossa atenção — Você realmente teve um imprinting pela Katharine? — perguntou.
Percebi que o Nathan falava dela já reconfortado com a situação, porque ambos conversaram.
— Conversei com o papai sobre a sensação, não foi a mesma que eu senti, foi apenas atração humana — respondeu.
Vejo o meu pai entrando no quarto, já que a porta estava aberta. Nas suas mãos tinha uma bandeja com um pratinho cheio de biscoitos e três canecas de chocolate quente.
— Sabia que vocês estavam aqui, senti de longe o cheiro de vocês, deviam ter entrado pela porta, como pessoas comuns — Meu pai falou chamando a atenção deles.
— Me desculpe pai, a ideia foi toda minha, queria fazer uma surpresa pra Mel — Jess falou tocando no meu ombro.
— Como sabiam que a Melanie acordara? — Meu pai perguntou curioso.
— Ela me chamou com a força do seu pensamento — Jess respondeu.
— Como assim? — Meu pai perguntou confuso.
— Sabe que temos uma ligação especial devido à nossa tatuagem — Nathan o lembrou.
— Deixarei vocês sozinho, qualquer coisa estamos na cozinha — avisou.
— Tá bom — ambos concordamos.
Olhei se a internet estava funcionando na televisão, por sorte já voltei, entrei na Netflix e pesquisei pelo filme do "Homem Aranha" na versão clássica.
Não queria conversar mais por enquanto, Jess estava sentada na minha cama e o Juan se sentou ao lado dela, deitei a cabeça no colo da perna dela e os pés na perna dele.
Alguns minutos depois...
Já estava na metade do filme, ouço batidas na porta do meu quarto, mesmo estando aberta, meu bisavô estava na porta usando sua camiseta social azul-claro, calças moletom preta, botas marrons de inverno e seu jaleco branco.
— Me desculpe por incomodar vocês — Meu bisavô pediu timidamente, colocando as duas mãos no bolso.
— O senhor não incomoda não, estávamos vendo um filme repetido para matar o tempo — falei.
— Vamos indo — Nathan falou se levantando ao lado da Jess.
— Não precisa, pode ficar — pedi.
— Meu gêmeo tem razão, estaremos na sala lhe esperando na sala — Jess falou puxando seu gêmeo para a sala.
— O que aconteceu para o senhor vir até aqui? — perguntei.
Ele puxou a cadeira da mesinha do computador e se sentou de frente pra mim.
Eu estava sentada no pé da minha cama.
Ele me olhava meio apreensivo, parecia tentar me analisar de alguma maneira.
— Poderia tentar correr rápido? — pediu.
— Tá bom — concordei.
Me levantei da cama, tentando correr rápido pelo o meu quarto, mas não consegui, corri normalmente, igual antigamente.
Agora era real, não tinha mais poderes.
— Não sinto os meus poderes, desde da hora que acordei, o engraçado que consegui me comunicar telepaticamente com a minha irmã - expliquei, tentando conter as minhas lágrimas.
Parece que esse dia está indo tornando-se pior, estou chegando ao meu limite.
— Isso pode ser temporário ou talvez não — falou friamente.
— Ainda fala assim numa calma — falei incrédula — Eu não posso voltar a ser aquela garotinha fraca — falei magoada.
— Ficar nervosa não adianta Mel — falou — Sempre terá nós pra te proteger, não é tão ruim ser uma humana — falou com tranquilidade.
— Não adianta falar nessa tranquilidade, afinal o senhor é um vampiro poderoso — falei irritada — Eu amava ter os meus poderes, principalmente eu tinha o melhor dos dois mundo, aquilo me fazia única — desabafei.
Resolvi sair do meu quarto, precisava respirar um pouco, pela cara dos meus pais e dos gêmeos ouviram a conversa.
Passei direto, comecei a caminhar pela floresta congelada, olho pra trás vendo que ninguém estava me seguindo.
Pelo menos me deixaram um pouco sozinha, não sei nem quanto tempo andei, quando me dei conta estava na cidade, mas especificamente na porta da mansão do Kyle.
A mansão estava como me lembrava, o diferencial é que tinha alguns seguranças na porta.
Quando ia me aproximar pra falar com um dos seguranças, vejo um carro prata parado no portão, um dos seguranças veio ao encontro.
Ao abrir vejo que é o Kyle, ele estava usando um terno preto, óculos escuros, sobretudo preto, cachecol azul-escuro e botas pretas.
Ao me ver, ele me encarou surpreso, falou algo que não entendi ao segurança lhe entregando a chaves do carro.
Ele se aproximou de mim, me dando um forte abraço e um beijo na testa.
Percebi que ele estava chorando enquanto me abraçava e parecia que por um momento as coisas não haviam mudado.
Separamos do abraço. Ele segurou na minha mão, me guiando até os fundos do jardim, ambos estavam em total silêncio.
— Você está tão linda — falou acariciando a minha bochecha.
— Obrigada — agradeci — Você está lindo, apesar de ter mudado bastante — falei desviando o olhar para o chão.
— O que está fazendo aqui? — perguntou friamente, olhando em direção às árvores congeladas.
— Quero apenas uma explicação pelo que anda acontecendo — falei firme.
— Do que exatamente? — perguntou se fazendo de desentendido.
— Não se faça de desentendido, sabe bem do que estou falando, estávamos namorando sério e futuramente íamos nos casar e formar a nossa família — respondi, estava me segurando para não chorar — Queria entender o motivo de ter preferido se casar com a Kelly, enquanto eu estava em coma — o lembrei.
— Precisava honrar o meu compromisso, por isso aceitei me casar com ela, seria bom para unir as raças — explicou.
— E o nosso amor? — perguntei — Não valeu de nada pra você? — insisti.
— Eu nunca te amei de verdade, o que sentia por você era uma paixonite de criança — falou sem me olhar.
— Kyle você é um grande idiota, nem conseguiu olhar na minha cara pra me dizer essas coisas tão cruéis — falei chorando.
— Me perdoe por isso, mas acabou, deve aceitar isso — falou friamente.
Me aproximei dele lhe acertando um tapa forte na cara.
Ele apenas massageou o local com as pontas dos dedos, segurei na gola da sua camiseta, fazendo nossos olhares se cruzarem.
— Agora diga na minha cara que nunca me amou — mandei.
— Saia daqui se ainda há um pouco de dignidade em você — falou retirando as minhas mãos da sua camiseta.
— Sabia que ainda me amava — falei convencida.
— Conhece o caminho, apenas vá embora daqui e não volte mais — mandou — Não quero ter problemas com a minha esposa — instituiu.
Eu nada disse, apenas me virei de costas e respirei fundo.
— Adeus, Kyle — sussurrei.
Deixando as lágrimas rolarem no meu rosto. Pelo jeito nessa história a Cinderela perdeu e a vilã que venceu.
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