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6 | cartas ao vento

Como sabem, os mortos não têm medo de muita coisa. Na verdade, acredito que a única coisa que assusta os mortos seja a ideia de deixar de existir para sempre. Ah, sim, mesmo que não existam no Mundo dos Vivos, os mortos podem desaparecer por completo. O quê? Não sabia disso? Para desaparecer por completo, precisam ter seus ossos queimados. E então, eles se tornam poeira.

Agora, voltando a Emily e Jack, dois aventureiros cheios de curiosidade, é certo dizer que eles não sentiram medo. Como eu disse, os mortos não sentem medo do que era suposto assustar um vivo. Os mortos tem medo dos vivos. Vamos analisar a casa agora.

A porta de entrada era enorme, pesada e rangia, assim como o chão, que era feito de madeira. As janelas com vidros quebrados dava a impressão de que a casa já fora atacada algumas vezes há muito tempo. Poeira era vista flutuando por todo lado e naquele momento, o silêncio era sua única companhia. Com vontade de explorar um pouco mais da casa, Jack e Emily caminharam até uma escada que ficava no fundo da sala. A cada passo, um novo barulho, até chegarem finalmente ao final dela.

Em frente, havia um corredor extenso e escuro, com várias portas, uma na frente da outra. Certamente, aquela casa foi o lar de uma grande família.

— Acha que alguém mora aqui? – perguntou Emily, enquanto analisava as paredes cheias de poeira.

— Os vivos não gostam de lugares que dão medo. – respondeu Jack — Os Vivos têm medo de muita coisa.

Jack escolheu uma porta para abrir de forma aleatória. Não foi preciso força para abri-la – ela não estava trancada, muito menos emperrada. Devagar, Jack a empurrou, até que fosse possível revelar o cômodo por completo. Não havia muita coisa dentro do quarto, nem do quarto que Emily analisou, logo ao lado. Apenas alguns móveis antigos, teias de aranha e destroços da própria casa que se desprenderam das paredes com o tempo.

— Céus! Vejam como essas teias estão velhas! – exclamou a Viúva Negra, incrédula — Me sinto até envergonhada pelas minhas companheiras. Onde está o capricho?

— Essas teias estão aqui há muito anos, suas companheiras podem ter se tornado um monte de minúsculos ossos – falou Jack, zombando da Viúva — Está tudo tão bagunçado. O que aconteceu aqui? – prestando atenção ali em frente, Jack notou uma escrivaninha que, em cima dela, continha um quadro coberto por teias — Ora, ora…

No quadro, a imagem de uma menina era vista. Pele pálida como a de um morto, olhos grandes cheios de medo. Usava roupas pretas repletas de tristeza e seu cabelo escuro cobria a maior parte de seu rosto.

— Talvez ela tenha vivido aqui. – Emily comentou, analisando o quadro — Veja a expressão dela... Parece que ela viu alguma coisa na direção em que estava olhando. Por quê? O que a deixou com esses olhos?

— Será que ainda mora aqui? – Jack se perguntou, tirando a foto da moldura e olhando atrás em seguida — Ano de 1.?98. Eu não sei em que ano estamos... Este número está manchado.

— Sei que faz muito tempo desde 1.800.

— 1.901. Estamos em 1.901.

A voz falha vinda de trás dos dois os assustou. No entanto, ao olharem para trás, não havia nada que pudesse ser visto, exceto a porta aberta e os cantos escuros do quarto.

— Quem está aí? – perguntou Jack.

— Deve ser algum daqueles meninos. — disse a Larva, olhando em volta atentamente — Ou estamos ouvindo coisas. Acho que estamos sim...

Jack vasculhou o quarto, procurando por algo que não soube dizer exatamente o que era. Talvez uma pista, um sinal. Alguma informação que deixasse um pouco mais explícito sobre quem viveu naquele lugar, e porquê aparentemente os Vivos tinham medo de simplesmente chegar perto da mansão. Para Jack, pareceu uma casa comum. Estava apenas destruída por dentro e completamente abandonada, mas ainda sim, uma casa comum. Não encontrou nada que pudesse dar motivo para alguém sentir medo.

Ele procurou por mais quadros, mais imagens, qualquer papel. Foi nesse momento em que Jack viu um baú no chão, no canto de uma das paredes. Infelizmente estava trancado, mas nada que alguns golpes em sua fechadura não pudessem resolver. E lá estava: dezenas de papéis e flores murchas, que foram aprisionadas dentro do baú há muito tempo.

— Veja, Jack! São cartas, bilhetes... Pedidos de socorro. – Emily o chamou, parecendo ter ficado chocada com a descoberta — “O dia hoje amanheceu, assim como meu coração. Sinto que estou desaparecendo. Tenho vontade de fugir”.

— Por que iria querer fugir? – Jack se perguntou.

— Não achou mais nada?

— “Hoje me fizeram chorar de novo. Sinto-me morta por dentro, como se meu coração estivesse se partindo”. – Jack leu o papel que segurava — Uma casa cheia de dor... Sinto que posso até mesmo escutar as vozes sussurrando sobre o quanto elas estão tristes.

— O sol está nascendo no horizonte, por trás das montanhas. Rápido, precisamos ir ou ficaremos para trás. – Emily apressou-se em ir até a porta.

— Não vou sem essas coisas. Depressa, pegue a fronha daquela almofada e eu pego essa. Vamos colocar os papéis dentro delas e vamos correr para a floresta.

E assim, depois de pegar os papéis, foram para a floresta o mais rápido possível e por sorte, puderam encontrar os outros monstros se preparando para partir.

Devo dizer que, para eles, foi estranho que Emily estivesse lá. Ah, não, ela não se importou em retornar a Cidade do Halloween sem sua fantasia. Tranquilamente, parou ao lado de Jack, esperando que a neblina da floresta os tirassem de lá. Ainda sim, Emily soube que poderia ter problemas por ter deixado o Mundo dos Mortos e simplesmente ter ido para o Mundo dos Vivos.

Mais uma vez, suas cabeças estavam girando. A propósito, desta vez Jack até mesmo segurou sua própria cabeça para que ela não saísse do lugar. E assim, não demorou muito para que caíssem na Cidade do Halloween, onde puderam sentir o chão abaixo de seus pés.

— Jack, quem é essa? – perguntou um dos vampiros — Será que ainda tem sangue?

— Estou morta há anos, não vai encontrar nada aqui. – Emily respondeu, deixando o vampiro decepcionado.

Jack se aproximou.

— Emily, te levarei para a Terra dos Mortos, está bem?

— É melhor que eu vá sozinha. Cuide do que pegamos, fiquei curiosa sobre aqueles papéis. Voltarei esta noite quando todos estiverem dormindo, ouvi dizer que as pessoas dessa cidade dormem cedo. – e então, após entregar a fronha para Jack, Emily deu as costas e assim, foi embora.

— Jack! Jack! 

Quando ouviu a voz do prefeito chamando por seu nome, Jack foi depressa para sua casa porque não queria ter que responder perguntas e muito menos queria alguém o perturbando. E logo, subiu as escadas com suas pernas cumpridas, chegando finalmente ao seu quarto. Ao entrar, trancou a porta, colocando até mesmo sua cômoda encostada nela. Como se estivesse se livrando de uma bomba, Jack jogou sua chave em sua cama.

E então, Jack deixou que seu corpo escorregasse, até que pudesse se sentar no chão. Ele suspirou. Esta expressão pode soar estranha já que Jack não possui pulmões. Seu cansaço se foi no momento em que ele colocou os olhos na fronha jogada na sua frente. Com os joelhos no chão, engatinhou até ela, a abrindo. Ao tirar os papéis de dentro dela, analisou um a um, com atenção.

“Algo aconteceu hoje. Enquanto estava no jardim, vi uma borboleta amarela. Devo confessar que fiquei muito feliz, porque há muito tempo não via uma. Minha mãe diz que elas trazem doenças e que podem te deixar cego. Não entendo como uma coisa tão pequena poderia fazer tão mal a alguém”.

E então leu outra:

“...e ela sabia que eu queria brincar com as minhas bonecas, mas disse que já estava grande demais para esse tipo de coisa”.

E outra:

“...ficar na casa sozinha o dia inteiro é tão tedioso... Queria ter pelo menos um amigo com quem pudesse brincar. Ela diz que a Madame Bourbon, minha professora, é o suficiente”.

E por fim:

“Sinto que algo de ruim vai acontecer. Eles não param de gritar. Estou escutando coisas batendo em minha parede, estou sozinha sem saber o que fazer.”

— Céus! – Jack se viu chocado — Quem escreveu tudo isso parecia ser apenas uma criança com medo. O que aconteceu depois? – perguntou-se, revirando os papéis — Não encontro nada! Preciso voltar àquela casa, mas vou poder  ir apenas no próximo ano. Tem que haver um jeito de ir antes disso!

A noite chegou, trazendo com ela o silêncio. Consegue acreditar que ventava na Cidade do Halloween? Se quisessem, e fizessem com atenção, seus habitantes poderiam jurar poder sentir uma brisa gelada. Ah sim, alguns deles ainda podiam sentir.

Emily caminhava pelo cemitério da Terra dos Mortos, contando quantas vidas foram perdidas esses anos todos. Às vezes, uma atrás da outra. A boa notícia era que a morte não era tratada como algo triste na Terra dos Mortos e sim, como algo alegre porque estando ali, não sentiriam mais a dor de estarem vivos.

— Fiquei curiosa sobre as cartas que encontraram naquela casa. – comentou a Viúva Negra — Pena que não trouxe nenhuma com você.

— Na verdade – Emily tirou algo de dentro de suas costelas — Eu consegui ficar com algumas.

— Roubou as cartas daquele esqueleto? – exclamou a Larva.

— Eu não roubei, apenas fiquei curiosa.

— Acha que aconteceu alguma coisa na casa? – a aranha perguntou.

— Talvez. – Emily respondeu — Talvez algo terrível tenha acontecido lá há muito tempo. Infelizmente não posso ir até o Mundo dos Vivos assim, simplesmente, sabem que não é permitido. 

— Por que não fala com ele? – sugeriu a Larva.

— Ele quem?

— Com o Velho Gutknecht.

— Acha que ele ajudaria Jack e a mim?

— Ele te ajudou uma vez. – lembrou-se a Viúva Negra.

Olhando para os papéis em suas mãos, Emily ficou curiosa sobre o que eles escondiam. E em um deles, com a tinta já borrada, estava escrito o que Emily poderia concluir ser um pedido de socorro.

— “Me encontre”.

Aquelas duas palavras mexeram tanto com a cabeça de Emily que ela pensou que fosse sair do lugar. Talvez aquilo tivesse um significado no final das contas. Seria talvez um tipo de esconde-esconde? É claro que Emily foi até a Cidade do Halloween conversar com Jack sobre isso. Não poderia ser algo do acaso, não é?

A Larva e a Viúva Negra tentaram impedir Emily de deixar a Cidade dos Mortos, obviamente, mas nada a impediria de desvendar aquele mistério. Ao chegar a janela do Esqueleto, Emily jogou uma pequena pedra para dentro de seu quarto, e assim, ela pôde subir com a ajuda de uma corda. Oh, não, ela não poderia entrar pela porta da frente, os vampiros estavam dormindo logo ali em frente.

— Jack, estou dizendo, temos que voltar àquela casa! – andando de um lado para o outro, Emily contava a Jack sobre o que tinha encontrado. 

— De fato, precisamos, mas não podemos. Não sei se é possível ir até o Mundo dos Vivos em um dia comum...

— Sei de alguém que pode ajudar sobre isso. Mas teremos que ir até a Terra dos Mortos.

— E quem pode ajudar? – Jack perguntou.

— O velho Velho Gutknecht.

Ora, ora, o que temos aqui? Um capítulo cheio de mistério, eu diria. 🎃

Gente, deixa pelo menos uma estrelinha, isso impulsiona o livro no app e me ajuda mttt, tô tão feliz escrevendo ele!! ❤ Obrigada!

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