Capítulo Único - A chave do meu coração
Eai estrelas, como estão? Espero que bem!
Estou aqui para postar a Fanfic que fiz para o amigo oculto do FTU.
Quanto ao meu amigo oculto, o que eu posso dizer?
É uma mulher muito fofa, que ama Nalu do mesmo jeito que odeia o facto de ainda não estarem juntos, gosta de uma boa pegação (taradinha), e foi o meu alvo durante o Fictmas porque eu sou desse jeito, pego no pé para retribuir com amor logo depois. Descobriu quem é?
Não?
Huna-Chan, meu amor, fiz essa para você! 🥰
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Para o final de mais uma tarde, a guilda Fairy Tail estava silenciosa demais, não era habitual terminar o dia sem uma única briga, por mais simples que fosse, e embora fosse de seu apreço, Erza se levantou para saber o que passava pela cabeça dos magos mais problemáticos da guilda. Tinha acabado de saborear uma fatia de seu maravilhoso bolo de morangos que, por prevenção, levou para a mesa mais afastada possível de onde os outros estavam. E ao que parecia, tanto cuidado foi desnecessário.
— Está tudo bem, Lucy? — A Titania sentou-se na mesa ao lado da Maga Estelar que era a única que estranhamente não tentou interagir com ninguém o dia todo.
— Huhum... — Foi tudo o que recebeu como resposta.
— Tem certeza? Você não parece bem — insistiu, mas a loira se manteve triste. — Foi algo que aqueles idiotas fizeram? — questionou com cara de irritação, mentalmente ela se preparava para brigar com os companheiros.
— Não! — Lucy levantou preocupada com o rumo da conversa. — É que... — Ela olhou para o Dragon Slayer do fogo que encontrava-se sentado no balcão do bar com Happy saboreando um peixe ao seu lado. Coincidentemente, o mago também olhava para ela que constrangida, abaixou a cabeça. — Eu não estou muito bem, sabe — Levou a mão ao peito sem entender o que acontecia, seu coração batia tão estranhamente. — T-Talvez seja melhor eu ir para casa... — E sem pensar duas vezes, assim o fez, deixando uma Erza confusa para trás.
Lucy saiu correndo da guilda, e isso chamou a atenção de alguns dos integrantes.
Assim como Erza, Mirajane, Lisanna, Natsu e Gray também a seguiram com os olhos, mas ao contrário dos outros, a ruiva entendeu qual era o problema da amiga, ou melhor, quem era o problema. Inclusive, como não percebeu antes? Estava na cara, se Lucy estava sozinha no meio da guilda, o único culpado só poderia ser o Dragon Slayer do fogo.
— O que deu nela? — Gray questionou ao aproximar-se da Titania, ele também percebeu que as coisas não estavam certas com a amiga loira.
— Não sei ao certo — Cruzou os braços. — Mas vou descobrir. — Olhou para o Dragneel. Esse que por sua vez, mantinha os olhos na porta por onde a amiga saiu.
— Mas é claro — Gray cruzou os braços finalmente entendendo quem era o culpado. — Tinha que ser esse foguinho de merda! — provocou com a intenção de chamar a atenção dele.
Natsu levantou sem pensar duas vezes para bater de frente com o Fullbuster.
— O que você falou, seu pervertido desgraçado? — questionou ficando magicamente de frente a ele.
— Já chega! — De imediato, Erza pensou que os dois brigariam, por isso os derrubou, mas não era a real intenção deles, na verdade, fazia tempo que eles não brigavam como antes. — Natsu, vamos conversar! — Invocou uma de suas espadas fazendo os dois amigos que foram obrigados a sentar no chão, estremecerem.
— Espera, Erza! — Gray implorou pela vida do amigo.
— O que o Natsu fez dessa vez? —Happy se aproximou voando.
— Como assim o que eu fiz?! — reclamou. Quem estava dando uma de doida não era a Maga das Armaduras?
Erza aproximou sua lâmina do pescoço do Dragneel que por breves instantes temeu por sua vida. Será que a maga descobriu o que ele fez naquela semana?
— Erza, eu juro que o Natsu não teve nada haver com a invasão em Fairy Hills! — O Exceed azul tentou defender o amigo.
— O quê? Qual invasão? — No início da semana, a maga foi para uma missão com Wendy e Charles, hoje foi o dia de seu regresso, por isso não estava no momento em que "sem querer" o Dragneel invadiu o dormitório feminino.
— Nada, nada! — Os três negaram com a cabeça, afinal, Gray e Happy eram cúmplices da estupidez que o Dragneel cometeu, eles o ajudaram a entrar, então seriam igualmente mortos.
— Vamos deixar isso de lado por enquanto — Suspirou exausta, depois descobriria sobre a tal invasão. — O que você fez com a Lucy? — Natsu piscou algumas vezes para tentar entender. — Ela está triste e parece que a culpa é sua. — Guardou a espada.
Happy pousou no chão um pouco abatido, não que ele soubesse o real motivo da Heartfilia estar triste, mas sentiu-se culpado por não perceber que as coisas ainda estavam diferentes entre os amigos. Erza acabou de voltar de uma missão e percebeu na hora que as coisas mudaram, mas ele simplesmente ignorou tudo. Natsu abaixou a cabeça.
— Eu... não sei ao certo — Gray e Erza perceberam como ele estava triste. — Mas... Eu não a quero longe de mim... — Sua confissão pegou a Scarlet de surpresa, o que estava acontecendo entre aqueles dois?
***
Lucy estava no enorme banheiro que parecia ainda maior por estar sozinha, tinha convidado Juvia para tomar banho com ela após uma longa conversa, mas a maga afirmou estar com vergonha de mostrar o corpo para outra pessoa, o que era estranho se levasse em conta as vezes em que a azulada se exibiu para o Fullbuster.
Nos últimos dias, a loira sentia-se muito solitária, sua mente estava bagunçada, e sua situação não era das melhores, por mais que ela não quisesse e isso a fazia pensar no quanto gostava de seu apartamento.
— Natsu... — suspirou sentindo seu corpo aquecer, o que aquele homem tinha feito com ela para que cada parte de seu cérebro pensasse apenas nele e em suas atitudes recentes?
— Olha Charles, eu estava certa, é mesmo a Lucy-san! — Entrando no banheiro com a Exceed branca, Wendy surpreendeu-se com a presença da Maga Estelar, mesmo sentindo seu cheiro ou ouvindo seu murmúrio enquanto se aproximavam.
— Sim, por essa eu não esperava — Elas chegaram perto da enorme banheira. — O que faz aqui, Lucy? — questionou.
De imediato a loira não sabia como explicar, era engraçado como a vida sempre a colocava em situações improváveis, mas lá estava ela, no banheiro de Fairy Hills.
***
— Então a síndica te expulsou do apartamento? — perguntou pela terceira vez em choque. Lucy concordou com uma gota caindo em sua cabeça. Wendy parecia ainda mais incrédula do que ela quando conversou com a síndica, ou do que o Happy quando a viu lá em Fairy Hills. — Isso não é justo! — choramingou novamente, ela nem conseguia aproveitar o banho.
— Vai chorar até quando, Wendy? — Charles percebeu o quão cansativa a situação estava ficando.
Assim que chegaram da missão foram direto para o quarto da Dragon Slayer do ar para descansar, Erza ficou encarregue de cuidar do relatório, e desde o início a maga percebeu que o quarto que antes pertencia a Bisca estava ocupado, algo que não acontecia há anos. Mas ela não poderia imaginar que a nova companheira seria Lucy, principalmente porque a loira amava seu apartamento.
— Me desculpe! — A garota chorou abraçando firmemente a cintura nua da Maga Estelar.
— Está tudo bem Wendy, você não tem culpa de nada... — Tentou consolá-la, mesmo a síndica afirmando que Lucy sempre atrasava os pagamentos e isso somente acontecia porque seus amigos bagunçavam tudo durante as missões, contudo, ela não enxergava daquele jeito.
— M-Mas assim v-você e o Natsu-san não vão mais dormir juntos... — lamentou. Charles não sabia o que fazer com a inocência da amiga, mas percebeu a tristeza nos olhos da Heartfilia.
— S-Sa-be, Wendy... — Ela não sabia como explicar, mas sentia que a Marvel estava confundindo a relação que ela e Natsu tinham.
Assim como ela e o próprio Dragneel...
— Foi ele que invadiu Fairy Hills? — Charles lembrou que Laki as informou assim que elas chegaram.
Um homem teve a ousadia de invadir o dormitório feminino, infelizmente o meliante não foi apanhado e ninguém sabe quem era, mas não era preciso muito para saber quem cometeu tamanha estupidez. Na verdade, a Exceed somente precisou ligar os pontos.
— O quê? O Natsu-san nunca faria isso! — Convencida, a Dragon Slayer defendeu seu companheiro. — Eu sei que suas atitudes às vezes são um pouco questionáveis, mas ele não faria isso! — insistiu.
— Ai ai, Wendy, ele invadiu o apartamento da Lucy por anos! — Para ela era simples, se o Dragneel tinha o péssimo hábito de invadir o espaço pessoal da Heartfilia, o que custaria entrar no novo quarto dela após dois dias sem ela por perto?
— Er... — A loira não sabia como reagir aquela acusação, principalmente porque até aquelas duas faziam o mesmo.
— Não é invasão! — Inflou as bochechas tentando encontrar a palavra certa para o que todos eles faziam. — É... — A porta do banheiro foi aberta.
— Bem me pareceu que tinha alguém aqui — Kinana entrou de toalha. — Bem-vindas de volta, Wendy e Charles! — cumprimentou se juntando ao banho após abandonar sua toalha. — Vocês estavam brigando? — questionou preocupada.
— Não, Kinana-san. — A resposta deixou claro como a Dragon Slayer se sentia em relação à conversa anterior.
Felizmente a mulher entrou e quebrou o clima com sua gentileza. Mas isso não impedia Lucy de pensar em toda aquela estranha situação.
***
No dia seguinte, Natsu correu até a guilda na esperança de encontrar sua parceira de equipe.
Após uma conversa com a Maga das Armaduras e com o Mago do Gelo, ele chegou a conclusão que o problema da Heartfilia era o mesmo que o dele. Lucy também sentia sua falta, por isso estava toda estranha, e estranha como era, não conseguia dizer o que sentia. Talvez por estar com medo dele fazer alguma besteira como sempre, embora ele "nunca" fizesse tal coisa.
Mas se o problema era não passarem mais tempo juntos, então a solução era simples, eles só precisavam fazer uma missão juntos, e era isso que ele iria propor para ela na noite passada, mas Gray o impediu de ir porque ela agora estava em Fairy Hills. Claro que o Dragneel se lembrava daquele detalhe, por isso entraria escondido novamente apenas para convidá-la para uma missão. Obviamente, Happy e Gray o impediram mais uma vez. Se Erza o apanhasse por lá, ou pior, se a Titania descobrisse que ele invadiu a propriedade antes, apenas porque queria ver a Maga Estelar, eles teriam um grande problema. Pior que isso, eles seriam decapitados no mesmo segundo.
Felizmente ele pensou na missão após a Scarlet sair da guilda, então suas falcatruas não foram descobertas por enquanto.
Natsu poderia enviar o Exceed azul como mensageiro também, principalmente porque ele era tratado como um gato por lá, mas o Dragneel queria falar com sua parceira pessoalmente.
— O que foi, Natsu? — Há poucos metros de distância da guilda, o Dragon Slayer parou de correr, sua animação se esvaiu e ele parou até mesmo de andar.
— Não sinto o cheiro da Lucy por perto — contou para o amigo. — Mas está tudo bem — animou-se. — Isso nos dá tempo de procurar a missão perfeita! — O Exceed concordou igualmente animado.
— Aye! — Os dois correram novamente e entraram na guilda. Lá encontraram a missão perfeita, faltava apenas a parceira entrar por aquela porta.
Gray conversava com Juvia em um canto, a Maga da Água parecia preocupada com alguma coisa, por isso não se aproximaram deles.
Lily conversava animadamente com Lisanna, enquanto Gajeel e Levy estivessem em lua de mel, os irmãos Strauss ficariam com ele. Não que fosse necessário, o Exceed preto sabia muito bem cuidar de si, mas Elfman prometeu para o Redfox que cuidaria de seu parceiro Exceed, e uma promessa entre homens deveria ser cumprida, mesmo que no momento esse homem estivesse em um encontro.
Mirajane e Kinana cuidavam do bar, mas ninguém precisava ser atendido no momento. O restante da legião do trovão falou qualquer coisa sobre espiar a Evergreen, então neste momento não estavam cercando Laxus que apenas observava a guilda enquanto dividia uma cerveja com a Cana em uma das mesas. Gildarts, Max, Warren, Vijeeter, Droy e Jet estavam cada um em suas respectivas missões, Nab encarava o quadro de pedidos para escolher a missão perfeita e Mest conversava com o Mestre na parte de cima da guilda sobre uma missão impossível para certos magos, o que chamou a atenção do Dragneel, mas por enquanto, se preocuparia com a missão de reaproximação que faria com Lucy.
Por falar nela, Natsu sorriu de imediato ao sentir seu cheiro, ela vinha acompanhada de Wendy, Charles e Erza. Elas passaram pela porta da guilda conversando calmamente, parecia que Erza cumpriu sua promessa de fazer a loira sorrir um pouco.
Feliz com tudo o que aconteceria dali em diante, ele correu para falar com ela.
— Yo, Luce! — cumprimentou sem perceber o pequeno desconforto que ela escondia. — Peguei uma missão para nós os três, vamos conseguir trezentos mil Jewels se capturarmos um pequeno grupo de mercenários em Hargeon! — explicou mostrando o cartaz para ela.
— Hargeon... — indagou pensativa enquanto pegava o cartaz da missão, aquela cidade a lembrava de tudo o que viveram, desde o dia que se conheceram até ao dia em que o céu devolveu o Dragon Slayer do fogo para ela e para Happy.
— Vai ser legal passarmos um tempo juntos, não é? — Happy questionou.
— Sim! — Natsu concordou. — Estou empolgado! — A loira ainda encarava o cartaz. Por um lado a felicidade que os dois emanavam aquecia seu coração, mas por outro, ainda existia um pequeno desconforto.
— Sinto muito, mas eu não posso ir... — a resposta surpreendeu todos que ainda estavam com ela de pé na porta de entrada de guilda.
— T-Tudo bem... — falou desanimado. — Vamos comer alguma coisa? — animou-se novamente, mas a loira deixou claro que já estava satisfeita.
Natsu até tentou suborná-la com iogurte, uma vez que ela amava, mas Lucy não quis. Agora ela conversava com Erza, Lisanna e Panther Lily.
— Está tudo bem, Natsu? — Ao vê-lo cabisbaixo na bancada do bar, Mirajane se aproximou curiosa.
— Huhum... — murmurou sem se mexer.
— Tem certeza, você não me parece muito normal — insistiu. — E pensando bem, a Lucy também não está muito tagarela nos últimos dias — recordou. — Pergunto-me se ela sente falta da Levy ou se vocês os dois brigaram — Levou o indicador ao queixo e uma ideia surgiu em sua cabeça quando o viu reagir desconfortavelmente a segunda opção. — Será que tem haver com o que ela me contou ontem? — Natsu ergueu o corpo para falar com a Strauss.
— O que ela disse? — A pergunta saiu urgente. Se Mirajane sabia de algo sobre o estado da Heartfilia então ele precisava saber.
— Eu sabia — Um sorriso presunçoso formou-se nos lábios da maga. — Você está assim por causa dela! — acusou feliz, e assim o mago percebeu que ela estava apenas jogando com ele.
— Porquê que a Mira-san é tão malvada? — Voltou a estender-se na bancada.
— Ora ora — A mulher sorriu vitoriosa, em sua cabeça, todos os seus planos para juntar os amigos estavam dando certo. — Então você seguiu meus conselhos, Natsu? — O homem corou, tinha feito bem mais do que o sugerido, e pensando bem, talvez fosse por isso que a Lucy não falava mais com ele. — Entendi. — Sorriu, dessa vez bem mais radiante.
— Sério? Da última vez que você disse isso a Luce parou de se importar comigo... — contou.
Ele deveria saber que estava se iludindo, afinal, era Mirajane que o estava contando coisas nada haver sobre a Maga Estelar, e sem ofensas, mesmo ela e Erza sendo garotas, não conheciam a loira tão bem quanto ele, então deveria perceber que era outra coisa que se passava na cabeça da parceira, e não o que as duas contaram. O problema era que agora sua adorada parceira deveria estar muito irritada com tudo o que ele fez por culpa dos péssimos conselhos que recebeu de metade dos membros da guilda.
— Não diga bobagens, a Lucy sempre irá se importar com você, faz parte do amor que sentem um pelo outro! — Piscou um dos olhos totalmente sugestiva, isso apenas fazia o Dragneel querer fugir de lá. — Não acredita no que estou dizendo? — Ele negou com a cabeça, Lucy o estava dando motivos suficientes para ele não acreditar, e as estratégias de Mirajane e outros o estavam enlouquecendo, ao menos, ele acreditava nisso. — Cana, você pode me dar uma ajudinha? — chamou pela mulher que ainda bebia acompanhada do Dreya.
— Como assim "ajudinha"? — De imediato o Dragon Slayer do fogo soube que não vinha coisa boa por aí, principalmente porque a morena era outra má influência para seu relacionamento com a loira.
— Qual é o problema, Mira? — A Alberona sentou-se ao lado do companheiro com sua caneca de cerveja, felizmente, ainda era muito cedo para beber do barril, então ainda estava sóbria.
— Lê o futuro do Natsu com a Lucy! — pediu sem rodeios.
— Está bem. — concordou do mesmo jeito e terminando sua cerveja.
— Que ideia é essa?! — gritou incrédulo. — Não obrigado! — Levantou do bar pronto para sair de perto daquelas duas malucas, mas a albina segurou o seu braço.
— Calma, Natsu — Pelo sorriso no rosto dela, ele não tinha muitas opções a não ser ficar. — Ou está com medo de um futuro casamento? — Os dois receberam o olhar curioso de Cana.
De onde tiraram a palavra "casamento"? Ou por acaso se referiam a Levy e ao Gajeel?
Por falar neles, faltava pouco tempo para o fim da lua de mel e isso irritava Natsu, ele sentia ciúmes porque infelizmente, Gajeel jogou na sua cara que provaria uma lua feita de mel antes dele. Obviamente o Dragneel não sabia o que significava, por isso caiu na provocação.
— Não estou com medo! — As maçãs do rosto dele estavam tão vermelhas que as duas mulheres riram. — É s-sério!... Eu apenas não acredito que o meu destino vai ser revelado com essas bobagens... — desconversou.
— Escuta aqui seu idiota — Cana o segurou pelo cachecol. — Está insinuando que minhas cartas não vêm nada ou que minha magia é boba? — De um jeito ou de outro ele apanharia, então preferiu ficar quieto.
— Foi mal... — Ele realmente não estava com humor para brigar, embora talvez fosse a melhor forma de escapar no momento.
— Agora que já estamos entendidos, vamos brincar! — Mirajane insistiu na previsão que a Alberona faria e Natsu obviamente não teve outra opção além de aceitar.
***
— Ele o quê? — Gray questionou incrédulo com o que Juvia contava para ele, a cada fala da Maga da Água ele ficava mais e mais incrédulo com tamanha estupidez do amigo.
— Mais baixo, Gray-sama! — pediu. Mesmo com muita vergonha, Juvia jurou que contaria tudo o que descobriu para ele, desde que falassem baixo para Laxus, Wendy e principalmente Natsu não os ouvissem.
— Desculpe, Juvia — Ele olhou para a Lucy que estava na mesa ao lado, e depois olhou para o Natsu, que parecia brigar com a Cana. — Fala sério, como é que alguém pode ser tão amorosamente tapado? — suspirou.
— Amorosamente tapado, Gray-sama? — A Lockser riu da designação. — Está falando da Lucy ou do Natsu-san? — Rindo junto com ela, Gray a abraçou carinhosamente e a aproximou de seu peito. — Não era novidade para ninguém da Fairy Tail que os dois estavam finalmente namorando.
— Dos dois, mas pelo que você me contou hoje, estou começando a achar que a Lucy é bem pior que o Natsu quando se trata de relações românticas. — cogitou.
— Será mesmo? — Apesar de tudo o que descobriu na noite anterior, ela ainda acreditava no contrário. — Ao menos a Lucy tem medo de dar passos grandes demais.
Para ela, o facto da Heartfilia estar no meio de todo aquele dilema simbolizava o quanto ela tinha medo de estragar tudo e acabar ficando longe do Dragneel.
— Mas ao contrário da Lucy, o Natsu está deixando suas intenções bem claras, só ela que não está vendo — E isso também era verdade. — Tive uma ideia, vamos juntá-los? — perguntou animado e olhando diretamente nos olhos brilhantes de sua amada.
Juvia o encarou surpresa por alguns segundos, mas assim que dois corações se formaram, um em cada um de seus olhos, Gray soube que ela o ajudaria.
— Ah! Gray-sama quer brincar de cupido com a Juvia! — Sua expressão feliz o deixava igualmente feliz, estava na hora de começarem aquela missão de cupidos.
***
— Então, já estás pronta? — Erza questionou pela décima vez.
— A-Acho que si-im... — Lucy deu a resposta pela terceira vez. Ao menos já não era um "não".
— Vai-te a ele, Lucy! — Lisanna levou a boca mais um pouco das batatas fritas que ela e Lily comiam. Estava sendo divertido ver toda aquela movimentação, principalmente porque a loira não saía do lugar.
— Lucy-san — Wendy entrou correndo na guilda com Charles em seu encalço. — Aqui, eu encontrei! — Entregou um colar com um pequeno pingente em forma de trevo de quatro folhas na cor dourada.
— O que é isso? — Ela se esforçava para descobrir.
Após conversarem por alguns segundos sobre a falta de coragem que Lucy tinha para falar sobre o que realmente queria com o Dragneel, a Marvel saiu correndo alegando que tinha o objeto perfeito para ela.
— É um amuleto mágico que comprei quando fizemos uma missão em Bosco, de acordo com o vendedor, esse colar atrai boa sorte e enquanto estiver dourado realiza um milagre. — A pequena Dragon Slayer explicou sonhadora. Para ela, tudo daria certo desde que a amiga utilizasse aquele pequeno amuleto.
— Bom, eu nunca o vi funcionar, principalmente porque não combina com a Wendy, mas você está precisando de toda a sorte do mundo, então não custa tentar.
— Charles! — repreendeu a amiga. — Nós temos que atrair a sorte, não o contrário! — Uma pequena gota de descrença surgiu na cabeça da Exceed branca.
— Percebi, nesse caso, devemos atrair energias positivas, não é, Wendy? — Lily apoiou o ponto de vista da mais nova.
— Isso mesmo! — concordou.
— Isso é tão romântico, Wendy! — Lisanna indagou sonhadora. Estava torcendo para que seu casal favorito finalmente desse um Match, mesmo sendo divertido ver a amiga sem atitude por conta do Mago do Fogo que milagrosamente estava cheio de atitudes.
Honestamente, Wendy não sabia nada do que estava acontecendo entre os dois amigos, para ela, o Dragon Slayer do fogo e a Maga Estelar já eram um casal há muito tempo, mas saber que eram apenas coisas de sua imaginação a machucava imenso, principalmente porque os dois pareciam ser o casal ideal diante de todos.
Eles estavam sempre juntos, iam juntos até mesmo para as missões, se apoiavam o tempo todo, brigavam e se entendiam no momento seguinte, quando um estava com problemas o outro vinha correndo ajudar, se abraçavam, davam as mãos. Céus, eles dormiam na mesma cama de vez em quando, e Wendy poderia contar as vezes que viu o amigo se deleitando apenas com o cheiro da maga. Não sabia que tipo de excitação era aquela que Natsu sentia pela loira, mas sabia que ele a queria muito mais do que deixava transparecer, algumas vezes até mesmo o flagrou a admirando, Natsu olhava para Lucy como se estivesse vendo um anjo e mesmo sem entender, sabia que ele a desejava muito, em um nível único e especial.
Quantas vezes interrompeu um beijo entre eles? Embora Lucy afirmasse que não era nada daquilo que ela estava pensando, Natsu nunca negava, muito pelo contrário, ele parecia sério demais para um momento que foi mal interpretado. Além disso, se o Dragneel machucava quem tentasse flertar com a mulher que outrora chamava de melhor amiga, não era por ciúmes? Já agora, porque ele deixou de chamá-la daquele jeito? Para a pequena Dragon Slayer estava bem claro, seu companheiro amava a Heartfilia, mesmo que ela não correspondesse.
Felizmente, as coisas mudaram, e Lucy estava disposta a conversar com Natsu sobre o que seu coração sentia.
Wendy gostava de ouvir quando Natsu e Lucy estavam perto um do outro, se admirando e às vezes brincando um com o outro. Suas bochechas ganhavam uma nova coloração, seus corpos ficavam ora relaxados, ora tensos. Suas circulações sanguíneas aceleravam, e seus corações não ficavam para trás. Sinceramente, ela tinha certeza que Natsu, assim como os outros Dragon Slayers da guilda, percebia isso vindo deles. E sim, para a garota, aqueles dois eram a definição de puro e verdadeiro amor, mesmo sempre os encontrando em situações não tão puras.
***
— E então? — Mirajane estava curiosa para saber o que as cartas diziam pela sexta vez, mesmo a premonição não sendo para ela.
— Fica tranquila Mira — pediu virando mais uma carta para o Dragneel que se mantinha de cara trancada e de braços cruzados. — Aqui diz que terá uma missão.
— Uma missão? — Os outros dois pareciam um pouco menos curiosos que antes. Lucy já havia recusado a missão sugerida por ele mais cedo.
— Huhum. Uma missão e uma cidade número sete... — explicou, no entanto aquilo era confuso demais para Natsu.
Tudo o que ele realmente queria era saber se ele e Lucy ficariam juntos novamente. Embora a morena tenha afirmado que sim nas cinco premonições anteriores. O problema era que as cartas falavam de amor, e não de amizade, por isso ele se recusava a acreditar, Lucy não parecia ter algum sentimento romântico por ele, ao menos por enquanto.
— Ei, Natsu... — Os três viraram para encarar a Heartfilia. — Nós... sabe... nós podemos conversar? — Lucy levou a mão esquerda ao braço direito, e quando o olhar do Dragneel permaneceu sobre si, ela desviou seus olhos castanhos para o chão. Estava com medo de ser recusada por ele, especialmente porque não o encarava durante todo aquele tempo, porém, também estava cansada de torturá-lo com sua falta de coragem.
— Claro que podemos conversar, Lucy — Levantou feliz e ficou de frente a ela. Sentia que finalmente as coisas mudariam entre eles. — Aonde vamos? — Ele não queria que a amiga desistisse dele novamente, por isso entendia a decisão dela de estarem a sós, estava na hora de resolverem as coisas, sem interrupções ou intromissões.
— Porque não entram no depósito? — a albina sugeriu. — Lá ninguém vai incomodar vocês. — Sorriu como sempre, feliz com o avanço das coisas.
Natsu não sabia se era uma boa ideia conversar dentro da guilda, principalmente porque todos se intrometiam no que quer que os dois estavam passando, mas a parceira aceitou, então ele a seguiu. No entanto, estarem apenas os dois, sozinhos naquele espaço que parecia pequeno de tão cheio de bebidas e ingredientes que estava, era desconfortável, principalmente porque a loira não dizia nada.
— Luce — indagou sem jeito, já estavam lá há dois minutos sem falar nada. — Me perdoe por toda a bobagem que fiz... — Assim que ele recebeu o olhar triste, sentiu como se uma flecha acertasse seu coração. Estava fazendo algo errado? Porquê que a amiga estava triste? O que ele deveria dizer ou fazer?
Ajoelhar-se? Sim! Como ele se esqueceu de fazer aquilo em meio a um pedido tão importante? Ele precisava ir para a esquerda primeiro, assim teria mais espaço para...
— Não... — Cortou os pensamentos confusos que ele tinha com aquela simples palavra. — Sou eu que deve se desculpar, Natsu... — Os olhos dela encheram-se de lágrimas, e ele não entendia porquê, mas sentia dor por isso. — Eu deixei todos preocupados por culpa de todas as minhas ações idiotas... — Tocou no colar que Wendy a ofertou, afinal, isso era mais uma prova do quanto estava sendo boba e deixando todos infelizes. — S-Sa-be... eu não queria bater em você ou brigar contigo... — esclareceu. — Eu só... não s-sei o que estou sentindo... — seu rosto aquecia a cada palavra proferida, o que fazia as maçãs do rosto femenino ficarem vermelhas. — Q-Quando v-vo-cê i-inva-diu a Fairy Hills e-eu... — Ela falava cada vez mais baixo para a confusão do mago, claro que ele ainda ouvia tudo, era um Dragon Slayer no fim das contas, mas não entendia o porquê dela estar tão tímida ao ponto de falar tão baixo, justamente ela, a mulher mais barulhenta da Fairy Tail. — Eu estava pensando em você... — para a surpresa do mago ela não o repreendeu. — P-Por isso eu não controlei o m-meu corpo e pulei em você... eu sei que dei a entender o sentimento errado por isso você... por isso eu... Eu não... — Não era preciso muito, para ele estava bem claro o quão nervosa ela ficava a cada palavra, por isso a interrompeu com um abraço carinhoso. — Natsu... — Ela não esperava um abraço, mas deveria, afinal, ainda era o seu melhor amigo a apoiando.
As ações dela eram compatíveis com a primeira previsão da Alberona. Ele realmente não queria se deixar levar por mais nada nem ninguém, principalmente porque ouvir a opinião dos outros foi o que os levou até ao meio de toda aquela confusão, mas era como Cana leu para ele em suas cartas mágicas, Lucy julgava ser a culpada de tudo e isso não era verdade.
— Está tudo bem, Luce — Acalmou-a. — Eu também não estava entendendo nada até aquele momento — Ainda bem que ele não era o único desconsertado em toda a situação. Na verdade, parecia que a Maga Estelar estava com a cabeça bem mais caótica que ele, então a ajudaria com tudo aquilo, como sempre tem sido. — Mas eu te beijei porque senti que era o certo a se fazer — O coração da maga errou uma batida. Ela estava com medo de falar daquele momento, mas aparentemente para seu parceiro era o tema mais fácil do mundo. — E mesmo eu me arrependendo de tudo o que fiz durante esse tempo... — Lucy o abraçou mais forte. Ficou cozinhando sua cabeça todo aquele tempo para no fim ele revelar que estava arrependido? Foi boba demais por pensar que Natsu estava sentindo algo além do que ela sentia por ele. — Luce — Afastou-a devagar e segurou seus ombros com firmeza. — Olha para mim — pediu, e envergonhada, ela o encarou. — Eu não me arrependo de ter te beijado — a confissão fez os olhos castanhos se arregalarem. E isso fazia a loira lembrar de como tudo aconteceu.
"Dois dias após o casamento de Gajeel e Levy, Erza, Wendy e Charles foram para uma missão.
Lucy estava sentada no balcão do bar olhando para o amigo. Enquanto isso, Natsu parecia brigar com Gildarts que ria de sua cara, por isso ela não poderia evitar e sorriu por conta das expressões que o Mago do Fogo fazia. As bochechas coradas, os olhos em formato de V, típico de quando ficava irritado. Ele apontava para o ruivo como se o estivesse acusando de algo, o que fazia Gildarts rir mais ainda.
— Quer saber o que eles estão falando? — Cana a questionou.
— Na verdade não, eu apenas estou observando. — Esclareceu.
— Que pena — A Alberona bebia diretamente do barril, ou seja, nada surpreendente. — Eles estão falando do buquê que você apanhou. — Mesmo contra a vontade da loira ela falou.
— O quê?! — Seu grito saiu estridente. — Não... claro que não! — riu do que a morena contou.
— Hum... será? — Fez suspense desnecessário. Obviamente estava bêbada.
— É... acho melhor ir para casa. — avisou antes de levantar e sair.
Quando Levy atirou o buquê de flores no dia de seu casamento, todos os membros da Fairy Tail surpreenderam-se com a mulher que o apanhou. Vendo toda a aglomeração de mulheres solteiras, e até mesmo alguns homens, Lucy preferiu manter distância e sentou-se à mesa com seu melhor amigo que comia mais do que o costume, ela o apreciava com um sorriso meigo, Natsu realmente gostava de comida apimentada, no entanto quando menos esperou o objeto jogado pela noiva veio em sua direção e sem saber o que fazer ela o segurou para proteger a cara. Desde então, piadas sobre casamento e bobagens do tipo têm sido direcionadas a ela. E sinceramente, isso mexia muito com seus sentimentos.
Como se não bastasse, quando chegou a casa a síndica a expulsou. A renda estava em dia, mas as confusões que seus amigos causavam, as entradas e saídas pelas janelas e principalmente o confronto desnecessário que Natsu tinha com os inquilinos solteiros que elogiavam a loira eram o suficiente para a mulher que preferiu devolver o dinheiro e expulsá-la.
Perdida, e sem saber o que fazer, voltou para a guilda com o objetivo de afogar as mágoas, coincidentemente, Laki e Kinana saíam da guilda e cruzaram com ela que caiu de joelhos no chão totalmente derrotada. Elas ouviram o que a loira tinha a dizer, e sugeriram que fosse com elas para Fairy Hills.
Era a melhor ideia que ela não teve no momento, por isso aceitou sem pensar nos poréns. As duas ficaram tão animadas com a ideia de tê-la por lá que a ajudaram a levantar e a levaram de volta para o apartamento onde pegaram o máximo de coisas possíveis e levaram para o novo quarto da loira em Fairy Hills.
Lucy passou aquela noite, e o dia seguinte organizando suas coisas e acabou não indo para a guilda porque as outras garotas estavam ocupadas mostrando para ela tudo que dava para aproveitar em Fairy Hills, ou como elas batizaram: o paraíso das fadas mais belas do mundo.
Por outro lado, Natsu sentia-se um pouco perdido, não adiantava o que fazia ou o que dizia, seus amigos insistiam em perturbá-lo.
Pior que isso, eles usam Lucy como desculpa para o fazer, então ele não tinha defesas.
Até Gildarts o estava incomodando com aquelas besteiras, por essa razão não ficou na guilda o dia todo. E sem saber das novidades, invadiu o quarto da mais nova na intenção de se aconchegar na poltrona enquanto ela escrevia. Ele estava decidido a não incomodá-la por enquanto, ou fazê-lo para confirmar que seu interesse por ela não era com segundas intenções.
Até parecia errado pensar que ele tinha outras intenções além de estar sempre com ela, mas afinal, o que exatamente significava ter segundas intenções?
Habilmente ele pulou para alcançar a janela do apartamento dela e abrindo-a, entrou.
— Yo, Luce! — O quarto estava escuro, mais que isso, o cheiro dela diminui consideravelmente, mas ela não estava na guilda, e ele tinha plena certeza que a ouviu dizer que voltaria para casa.
Acendendo as lâmpadas do quarto ele percebeu as diferenças óbvias. Todos os mobiliários e decorações que ela comprou com o tempo haviam sumido. Não existia poltrona, não existia mesa de estudo nem lençois. Abriu a gaveta de roupas íntimas dela e não existia nada, nem uma calcinha sequer. Entrou na cozinha e não tinha nada na geladeira, entrou no banheiro com o mínimo de esperança de encontrá-la lá e ser atingido por um frasco de champô, mas ela não estava, nem sua escova ou seu secador, nem seu sabonete ou sua toalha. Entrou em pânico, precisava encontrá-la o mais rápido possível ou acordar daquele pesadelo.
Voltou para a guilda, e desesperado explicou tudo para o Gray que também não tinha uma resposta para dar a ele.
— Natsuuuuuuuuuu — Happy entrou chorando na guilda até alcançar o amigo. — É horrível, muito horrível! — Tentou explicar.
— O que aconteceu, Happy? — Natsu não sabia se o que o Exceed contaria era tão horrível assim, principalmente se comparado ao que ele estava vivendo, mas o ouviria.
— Aquela mulher gorda e feia expulsou a Luce de casa!!!
— O QUÊ?! — Tão desacreditado quanto o próprio Exceed azul, Natsu gritou, a informação tinha pegado de surpresa até mesmo o Fullbuster. — Mas ela está com a renda em dia! — lembrou.
— Sim, mas aquela bruxa não a quer mais lá! — Chorou ainda mais.
Tinha seguido Evergreen apenas para a perturbar porque Elfman a convidou para um encontro no fim de semana, mas cruzou com a loira justamente lá, e não gostou nem um pouco de saber daquilo.
— Eu vou conversar com a síndica!
— Não! — O Mago do Gelo o impediu, sabia que aquela conversa não poderia terminar bem.
— Então o que eu faço? — questionou com olhos tristes. Gray jurava que ele choraria, mas isso não aconteceu.
— Espera por ela, amanhã ela vem para a guilda. — Deu de ombros, não era o mais lógico?
E assim o homem dos cabelos róseos fez. Já estava tarde, então torceu para que no dia seguinte ela aparecesse na guilda, o que não aconteceu. Esperou no dia após aquele também, mas de igual modo, ela não foi para a guilda.
Quando perguntou para Kinana se tudo estava bem, a maga afirmou que a Heartfilia apenas estava aproveitando o prazer de viver em Fairy Hills.
Natsu até sentiu-se mal, saber que a amiga se divertia sem ele o deixava estranhamente desconfortável. Será que ela não sentia sua falta? Até mesmo quando ficou um ano longe da guilda a pessoa de quem mais sentiu falta foi ela, mas o contrário não acontecia?
Tais pensamentos o torturavam, e isso o machucava imenso.
Com pena de vê-lo naquele estado, Gray decidiu que o ajudaria, estava tarde, então nem mesmo Juvia o poderia auxiliar no momento, por isso sugeriu mandarem uma mensagem com Happy como intermediário.
Mas o Dragneel estava bravo. Ele queria vê-la naquele exato momento!
Estava disposto a invadir Fairy Hills para isso, e vendo que não conseguiriam impedi-lo, o ajudaram a entrar silenciosamente no espaço.
Happy descobriu qual era o quarto da loira quando a encontrou lá, por isso indicou qual era a janela que o amigo invadiria. Enquanto isso, o Fullbuster criou a distração perfeita. Fingindo que estava bêbado, ele se aproximava do recinto com a desculpa de que queria ver sua namorada, sendo que eles tinham se despedido duas horas antes.
Evergreen o impedia de pisar em solo sagrado afirmando que Juvia já estava dormindo, mas já que estava lá, porque não aproveitar para ver sua amada de pijama?
Ele somente precisava dar tempo para o amigo, então com toda a certeza, alguém acordaria Juvia por ele. Mais tarde pediria desculpas para ela com direito a flores, chocolates e um pouco de amassos, mas por hora, se fosse preciso, a acordaria do seu sonho de beleza.
Alheia a toda a peça, Lucy finalmente estava deitando na cama, suas amigas não tinham limites quando se animavam e ocuparam mais um dia seu.
Mais um dia de diversão com as garotas, mais um dia sem escrever, mais um dia sem ir para a guilda, mais um dia sem ver seus amigos da Fairy Tail...
Pois é, ela sentia falta deles.
— Natsu... — sussurrou exausta até ouvir movimentos perto da janela.
A mulher levantou e devagar foi até ao interruptor para acender a lâmpada na intenção de perceber o que acontecia, e ao virar-se seu coração errou uma batida.
— Yo, Luce! — cumprimentou. Ele estava bravo, mas ao ouvi-la suspirar seu nome enquanto subia, toda a raiva que sentia por ter sido abandonado se esvaiu. — Ai!...
— Natsu! — Ela pulou no colo dele de repente e isso o fez cair no chão, principalmente porque não esperava aquela reação. — Eu senti tanto sua falta... — Lucy o abraçava com tanta força, parecia que era vital para ela estar grudada a ele, e isso o encantou.
— Eu estou aqui ao seu lado, Luce... — Levantou o tronco com ela ainda em cima dele.
Ambos estavam sentados no chão, com seus corações batendo de forma diferente ao que era normal. Natsu se atreveu a cheirar o cabelo dela, estava há horas demais sem fazer aquilo. Sua mão direita acariciava os cabelos loiros, uma vez que sua mão esquerda os impedia de ficarem deitados no chão. Lucy se deixou levar pelo carinho e relaxou no peito dele, ela nem conseguia lembrar que estava em Fairy Hills ou que rapazes não poderiam entrar ali. Mas estava nos braços dele, então do que adiantaria pensar em tudo aquilo?
— Senti sua falta... — Admitiu e isso fez o mago se esquecer de tudo, até de onde estava.
Lucy levantou levemente para o encarar, os olhos castanhos brilhavam de alegria e seus rostos estavam bem próximos, até de mais, no entanto, eles não se importavam, naquele momento, só uma coisa importava. Estarem juntos. Nada mais.
Lembrando do que Mirajane o explicou antes, Natsu sentiu seu corpo agindo de forma estranha e seguindo seus instintos, moveu sua mão direita de forma a aproximar os lábios da amiga aos seus.
Apesar do susto inicial, Lucy se deixou levar. O toque foi sutil, mas era o suficiente para fazê-los sentir uma descarga elétrica completa. Seu corpo tremeu como nunca, decidiu então que deveria seguir seus instintos e a puxou para mais perto. Ele sentia que precisava beijá-la, e agora sentia que deveria tê-la beijado há muito tempo.
Suas bocas se chocavam desajeitadamente por inexperiência, ainda assim eles não conseguiam se separar.
Natsu empurrou seus corpos um pouco mais para frente, assim não precisava mais de apoiar-se com o braço esquerdo que agora procurava caminho para acariciar a cintura feminina por debaixo daquela camisa que Lucy usava como pijama, e quando conseguiu, sentiu uma nova necessidade, mais do que tocar em seus seios como ocasionalmente acontecia, ele queria tocá-la em mais algum lugar. Os lábios dela não eram suficientes. A boca dela era doce, o que o obrigava a sugá-la, mas também não era o suficiente.
Acariciar a cintura dela e subir até bem perto dos seios também parecia insuficiente até senti-la tremer pelo carinho que fez na barriga coberta com aquele tecido. Gildarts o irritou quando mencionou o interesse carnal que ele sentia pela loira, mas agora com aquela simples reação, ele percebeu que realmente queria bem mais dela, por isso com a mão direita soltou os fios loiros e investiu as carícias na cintura torneada.
Lucy sentiu um frio gostoso no estômago, infelizmente para o Dragneel, isso a trouxe de volta para a realidade e ela o empurrou.
— O que você está fazendo?! — seus olhos estavam arregalados, sua respiração descompassada e mais do que nunca, sentiu-se exposta a ele, mesmo estando de pijama.
— Eu... eu não sei...
Respondeu atordoado, não queria parar de tocá-la, não queria parar de beijá-la, não queria parar de senti-la, na verdade, queria continuar tudo o que fazia, e fazê-lo de outras formas. Entretanto, tal resposta lhe proporcionou um belo tapa na cara.
Atônito, o Dragon Slayer olhou para ela. Talvez ele merecesse aquilo mais do que nunca.
— S-Sai daqui! — ordenou confusa.
— Luce, eu não... — foi interrompido.
— SAI DAQUI! — E sem saber o que fazer, ele saiu.
Após isso foi detectado pela lacrima de proteção contra homens, e mesmo estando brava com ele, ela fez com que não o descobrissem."
— Muita gente tem me incomodado principalmente após você apanhar o buquê — Continuou. — E isso me deixou confuso — Para quem admitia o próprio caos, Natsu estava muito sorridente. — Mas quando segui os meus instintos e te beijei — Levou as mãos para as bochechas da Heartfilia. — Eu soube que gosto de você — Aproximou seu rosto do dela. — E gosto de você muito mais do que um amigo, Luce...
— Natsu... — Lucy sentia seu coração pular de um lado para o outro mesmo seu peito sendo tão pequeno para isso.
O homem dos cabelos róseos percebeu que nada nela estava normal, tinha certeza que ela não percebia o quanto seus olhos brilhavam por encará-lo, ou como seu sangue circulava rápido, como seu peito subia e descia, ou pior, como ela estava linda com o cabelo preso em dois coques, blusa regata acima do umbigo e um short que cobria apenas seu quadril. Talvez ele só percebeu por ser um Dragon Slayer, sim, seus instintos estavam aguçados por isso; ou como Gildarts disse, seus instintos estavam reagindo a paixão que ele sentia por ela. Lucy Heartfilia. Sua primeira paixão.
Natsu se aproximou ainda mais dela, seus rostos estavam bem perto um do outro. Provavelmente agir daquele jeito na primeira vez foi o que causou todo o drama inicial, e mesmo Lucy não se mexendo dessa vez, mesmo ela estando muito mais parecida com uma mulher apaixonada como descrito por Mirajane, ele tinha medo de afastá-la novamente, porém, dessa vez estavam na guilda, então dessa vez não a deixaria escapar. Não até a maga admitir que também estava gostando dele da mesma forma.
Admitia que a princípio não queria acreditar, no entanto, Lucy reagia exatamente como Cana leu em suas cartas, desde o momento em que pediu para conversarem a sós até aquele pequeno momento de tensão, então ela teria que estar apaixonada, não é mesmo?
Ele poderia beijá-la novamente, não é verdade?
Eles poderiam ficar juntos, como Elfman e Evergreen ou como Gray e Juvia, certo?
A previsão de um casamento estava correta, eles dois poderiam tornar-se uma família também? Já tinham Happy, mas poderiam ter um bebê-ovo também? Eles realmente poderiam casar como Gajeel e Levy tal como Macao insinuou?
Só havia um jeito de descobrir.
Seus lábios se tocaram ternamente, eles sentiram a mesma corrente eléctrica resultante do primeiro beijo percorrê-los, mas diferente da primeira vez, Natsu não teve tempo de a puxar para mais perto, ele nem mesmo teve tempo de sentir o gosto da boca da loira que o empurrou rapidamente.
— Oi Natsu, oi Lucy! — O Dragneel fuzilou Mest com os olhos. O moreno havia se teleportado para lá tão de repente que Natsu não entendia como Lucy percebeu antes. — O Mestre precisa falar com você sobre uma missão importante, Lucy. — Alheio a raiva do Dragon Slayer e a vergonha da Maga Estelar, Mest, que apenas se teleportou para perto da loira deu o recado.
— T-Tudo bem... — Ela foi até a porta da despensa, e ao abri-la viu Mirajane caindo com Cana, Kinana, Erza, Lisanna, Lily e Happy em cima dela, Laxus, Wendy, Charles, Gray e Juvia também estavam lá, a diferença era que eles não se aproximaram da porta para tentar ouvir, e sinceramente, Natsu preferia ser interrompido por um de seus amigos curiosos, do que ser interrompido por causa de uma missão.
***
— Ahhh! Não me sinto nada bem... — Natsu refilou.
O trem parou há cinco minutos da estação, então ele precisava se recuperar.
Felizmente, seus companheiros não eram tão maus ao ponto de esperarem o trem arrancar mais uma vez, por isso desceram e deixaram ele e Wendy respirarem enquanto Lucy lia aquele livro estranho.
— Francamente, até a Wendy já se recuperou. — Gray cruzou os braços vendo o amigo cair ainda "tonto" em cima da Heartfilia.
— Gray-san... — Por algum motivo, Wendy interpretou as palavras do moreno como uma crítica.
— Não seja duro com ele, Gray — Lucy pediu fechando o livro para acariciar os cabelos róseos do amigo enjoado. — Você sabe que ele não está bem. — Com o rosto escondido nas pernas da loira, Natsu sorriu sem ninguém perceber.
O casal estava sentado no chão, e Lucy não se importava de ter o homem de cabelos cor-de-rosa deitado em seu colo, então não havia problema. Obviamente o Dragneel estava apenas aproveitando o momento, mas o Fullbuster não sabia se era uma boa ideia pararem por um capricho do amigo.
— Conseguiu descobrir mais alguma coisa, Lucy? — Em resposta, Erza recebeu um aceno negativo.
— Tirando o que o Mestre nos contou e o que já contei para vocês antes, até agora o livro não diz nada de jeito... — suspirou lembrando das palavras do Mestre da guilda.
"— Lucy, temos uma missão direcionada a ti. — Makarov avisou.
— Do que se trata, Mestre? — A mulher perguntou preocupada, geralmente os clientes direcionavam as missões aos membros mais fortes da Fairy Tail, e ela jurava que não era o seu caso.
— A chave para o coração perdido. — Mest entregou o cartaz para ela.
— De acordo com o cliente, somente uma Maga Estelar habilidosa conseguirá cumprir essa missão — Erza leu o cartaz que agora estava nas mãos da amiga.
— Parece divertido! — Natsu afirmou.
— Não vejo nada de divertido nisso... — Gray discordou.
O cartaz possuía desenhos medonhos de caveiras e fantasmas, além de um título bem suspeito.
— O que foi, Lucy? — Happy se preocupou com a expressão no rosto da loira.
— Nada, eu apenas não entendi a necessidade de uma Maga Estelar para essa missão... — indagou.
— Nós também não sabemos porquê, mas a missão veio acompanhada desse livro — O Mestre mostrou para ela o livro de dezesseis centímetros de espessura que estava na mesa. — O cliente afirmou que aqui tem tudo que é preciso saber para completar a missão.
Natsu pegou no livro e o abriu.
— Não conheço essa língua. — Entregou o livro para a Heartfilia, com certeza ela teria mais chances de lê-lo.
— Hum... Eu consigo traduzi-lo — esfolhou o livro. — Mas... porquê eu? — Perguntou diretamente ao Mestre. — Mesmo que eu saiba traduzir esse livro, eu não sou a única, além disso, existem outros Magos Estelares experientes por aí... — Os outros olharam para ela preocupados. Geralmente ela ficaria muito mais confiante por ser a única capaz de fazer algo tão importante.
— Sim, mesmo após os acontecimentos com o relógio do infinito, ainda existem alguns Magos Estelares experientes — Concordou. — E alguns desses magos falharam nessa missão — A revelação fez todos ao redor se surpreenderem. — Você será a sexta maga a tentar, Lucy — A Heartfilia não sabia se deveria sentir-se sortuda ou azarada com aquela revelação. — Eu confio em você para honrar o nome da guilda cumprindo essa estranha e perigosa missão.
— Mestre... — Sua mente pensou nos prós e nos contras por alguns segundos. — Está bem, eu aceito a missão! — E pelo orgulho da Fairy Tail, ela aceitou.
— Fico feliz por ouvir isso — O Dreya indagou orgulhoso. — Mas uma coisa, pelo nível de dificuldade da missão, se você falhar ela será encaminhada para a Classe S, por isso estas autorizada a levar alguns magos contigo. — A loira pensou um pouco em quem levaria consigo.
— Parece-me um desafio interessante — A Titania tomou a iniciativa. — Como Maga Classe S, eu ofereço a minha ajuda, Lucy. — Propôs, e com um sorriso, a loira aceitou.
— Obrigada, Erza! — Segurou firmemente nas mãos da amiga antes de voltar a seriedade de antes. — Se a Levy estivesse aqui, ela poderia ajudar a decifrar o livro... — Olhou para a Dragon Slayer do ar. — Mas eu terei que fazer isso sozinha, e considerando que precisarei de usar a minha magia para cumprir a missão, o mais provável é acabar me ferindo ou ficando sem energia para isso, uma Encantadora seria muito útil, isso se quiseres ir connosco, Wendy. — A mais nova não pensou duas vezes na resposta.
— Claro que eu ajudo, Lucy-san! — falou meiga.
— Se a Wendy vai, eu também vou. — Charles avisou.
— Bem, acho que é uma missão perigosa demais para quatro madames, então eu vou também, isso se vocês quiserem. — Dando de ombros, o Fullbuster se voluntariou também.
— Se o Gray-sama vai a Juvia também vai! — Juvia se voluntariou também, proteger seu namorado era uma missão vital para ela.
— Claro que vai sua boba. Porque acha que eu disse 'quatro'? — questionou.
— Como sempre, não estão contando os Exceeds... — A Exceed branca reclamou.
— E eu não tenho direito de negar? — a pergunta retórica não foi feita com a intenção de negar a ajuda dos dois, principalmente porque a Heartfilia sabia que a força dos dois seria bem útil.
— Obviamente não! — Erza e Juvia a atacaram com cócegas ao ponto de fazê-la cair no chão. Lucy não conseguiu evitar e assim como os outros membros da guilda, ela riu.
— O que foi, Natsu? — O Exceed azul percebeu o afastamento do amigo. Natsu estava um pouco mais afastado do que antes, e se mantinha observando todos se divertindo.
— Nada, Happy... — mentiu.
— Estou ficando com pena dessas suas expressões — Cana ficou ao lado dos dois. Ele não se lembrava de vê-la pegar uma garrafa de vinho, mas lá estava ela, bebendo tranquilamente. — Não se esqueça que minhas cartas não erram — Ele tentou, mas não entendia o que ela queria dizer. — Tsc, e eu pensando que você tinha deixado de ser lerdo — Pegou no queixo dele e o obrigou a encarar a Heartfilia que levantou sacudindo o corpo. — Essa missão é a mesma que eu vi nas cartas — Revelou. — Não sei como, nem porquê, mas essa é a oportunidade para você finalmente roubar o coração da minha garota! — O Exceed azul riu.
— Sua garota? A Luce? — E não, Natsu não entendia a piada.
— Sim — Deu mais um gole na garrafa. — Quando ela entrou na guilda, era uma garota inocente, sem experiência em tudo, até no quesito batalhas, mas agora é uma maga preparada para enfrentar uma missão Classe S — Terminou de beber o líquido amargo da garrafa. — Além disso, se as cartas estiverem certas, em breve você será a razão para ela perder o que sobrou da inocência dela — Piscou para ele, mas ao contrário do Exceed que riu ainda mais alto, o Dragon Slayer não entendeu, o que fez a morena gargalhar. — Sério Natsu? — Encostou a boca na orelha dele para falar baixo. — Você já roubou o primeiro beijo dela, só falta roubar a virgindade dela também! — Natsu corou da cabeça aos pés. — E não se faça de sonso pois você recebeu conselhos do meu pai e eu sei muito bem disso. — Sim, até do Gildarts ele recebeu conselhos de como agir com a mulher que estava mexendo com seu coração, mas não era para ninguém mais saber que tipo de conversa os dois tiveram. Aquele velho idiota pagaria bem caro por contar todas aquelas besteiras para a Alberona. Já não bastava tê-lo traumatizado, também tinha que dar uma arma para a Cana o atacar.
— Terminei! — Lucy falou.
— E então? — Lisanna questionou.
— Aqui diz que Doryan é uma cidade que foi amaldiçoada.
—Amaldiçoada? — Wendy parecia surpresa.
Enquanto Erza foi atrás de suas malas para a viagem, Lucy pôs os óculos leitores do vento para entender o máximo possível de informações com uma primeira leitura.
— Nesse caso, eu vou também — Mest sugeriu. — Aprendi muita coisa quanto a magias e maldições, talvez meus conhecimentos sejam úteis.
— Sim, talvez — Tirou os óculos e sorriu gentilmente pela proposta. — Mas não é uma boa ideia levar tanta gente para uma única missão.
— Tanta gente, mas vocês são apenas seis — lembrou.
— Oito — retificou.
— Oito com quem? Ninguém mais se voluntariou. — Ao menos não lembrava.
— Claro que não. Julguei que estava óbvio que o Natsu e o Happy iriam comigo. — Mesmo falando baixo, suas palavras foram o suficiente para fazer o Dragon Slayer do fogo ouvir seu próprio coração se alterar.
Realmente Gildarts estava certo, ele precisava daquela mulher."
— O que deu em você, Natsu? — Gray questionou ao ver o amigo agindo de forma estranha.
— Nada! — respondeu adiantando os passos para ficar ao lado da parceira como sempre. — Luce, precisamos da Levy para o seu plano? — Seu ar inocente fez a loira suspeitar.
— Não exatamente, mas seria bom ter a opinião dela — explicou. — Porquê? — Natsu apontou para o outro lado da estação de trem.
— Porque eu sinto o cheiro dela e do Gajeel bem ali.
— O quê?! — Parando de andar, os oito olharam para onde o Dragneel apontava.
— Olha Charles, é o Gajeel-san e a Levy-san!
— Você sabe que eu não tenho uma visão Dragon Slayer, Wendy...
— Mas é a presença deles... Gajeel, Levy! — A ruiva fez sinal para eles.
Gajeel também percebeu a presença deles, mas quis fugir, assim terminaria sua lua de mel sem se estressar, mas o Salamandra tinha que estragar tudo.
***
— Então é aqui? — Happy perguntou.
— Não me parece um lugar muito habitado... — Gray observou.
A cidade parecia imensa, mas não possuía um único habitante.
— A Juvia acha que tem haver com a maldição. — Expôs.
— Sim, no livro dizia "outrora alegre, agora apagada", acredito que antes a cidade era movimentada, mas por conta da maldição tornou-se deserta. — Pensou no óbvio.
— O que foi, Natsu-san? — Wendy não entendia porquê que ele farejava, ou melhor, o que ele farejava.
— Sinto um cheiro estranho...
— Como assim um cheiro estranho? — Gray questionou.
— Não sei... parecem algas... Não! Parece sangue... Ou será que é sal... — Tentou entender o que era e recebeu olhares perdidos. — Já sei! São algas salgadas no sangue! — explicou.
— Tens certeza que já recuperaste do enjoo, Natsu? — Preocupado, o Exceed azul perguntou.
— Ou talvez ele tenha batido a cabeça? — Charles falou sem pensar.
— Não, eu tenho certeza que ele é viajado desde que nasceu. — O Devil Slayer concluiu.
— Não estou viajando! — rebateu, contudo, ninguém parecia disposto a acreditar no que ele dizia.
— Tudo bem, Natsu, tenta apenas reorganizar as ideias. — A Maga das Armaduras pediu, o que o deixou desconfortável, não tinha nada para reorganizar, era aquilo e ponto!
— Eu estou falando sério! — indagou bravo.
— Algas salgadas no sangue... — A Maga Estelar pensou por alguns segundos. — Já sei! — Pegou na lacrima de comunicação portátil e ligou para a "nova" senhora Redfox. — Levy, preciso que vás até a página onze e leias o parágrafo que fala sobre uma flor que chora rios vermelhos de cristais. — Pediu.
— Tudo bem, Lu-chan! — Com os óculos leitores do vento, Levy fez o que a amiga pediu, porém, nada fazia sentido. — E quando dei um passo, uma flor. Era horrível, mas era o que mais distinguia, uma flor que chorou rios vermelhos de cristais dolorosos. — leu pela terceira vez para que os amigos pudessem ajudar, mas nenhuma ideia vinha.
Quando se encontram na estação, Lucy explicou o que estavam fazendo lá para a amiga, coincidentemente, o trem que levava Gajeel e Levy de volta para casa foi obrigado a parar, então decidiram ficar em um hotel próximo até as coisas se resolverem. Mas ao saber o nível de importância da missão, a mulher que ostenta uma barriga de cinco meses de gravidez, quis ajudar. Contra a vontade de seu marido e de sua melhor amiga, ela não continuou com o grupo. Mas prometeu que ajudaria analisando o livro e dando opiniões através da lacrima de comunicação. Ao menos assim, Gajeel ficava muito mais tranquilo.
— Não consigo ligar os pontos... — A loira reclamou antes de olhar para o homem de cabelos cor-de-rosa que ainda estava de mal humor pela descrença dos amigos. — É isso! — Uma ideia veio a cabeça. — Natsu, consegues nos levar até a esse cheiro estranho? — Ele fez uma careta como se a resposta fosse óbvia. — Ótimo, então vamos! — Nenhum deles entendia o que estava acontecendo na cabeça da loira, mas todos seguiram o Dragon Slayer sem hesitar.
— Aqui! — Natsu parou em cima de uma pintura antiga de uma alga verde.
— Também sinto o cheiro estranho que o Natsu-san descreveu antes, mas...
— Tirando a pintura, não existe alga ou coisa do tipo. — A Titania agachou para tocar o desenho.
— Sete chaves, sete passagens, milhares de corações... — Lucy tentava encontrar uma solução. — Espera, Erza!
E antes que ela pudesse dizer alguma coisa, um feixe de luz os atingiu e encadeou.
— Você está bem, Luce? — Instintivamente o Dragneel pulou em cima dela para protegê-la.
— S-Sim... — Sem jeito ela olhou para o lado.
A mão direita dele impediu que ela batesse com a cabeça no chão, enquanto a mão esquerda protegia as costas dela. Tudo bem que o Dragon Slayer queria protegê-la, mas acabou colando seus corpos, e isso deixava a maga desconfortável.
Enquanto isso, Gray protegeu Juvia, Wendy, Charles e Happy com um escudo de gelo por pura precaução.
— Eu estou bem, obrigada por perguntar... — A ruiva falou um pouco enciumada, ninguém tentou protegê-la, mesmo que não fosse necessário.
— I-Isso é... — Juvia tentava entender.
— Uma fechadura! — Charles percebeu.
— Uma fechadura, será que eu... — Tentou levantar, mas Natsu ainda estava sobre ela. — Hum... Natsu...
— O quê? — Olhou para ela e percebeu que seus rostos estavam bem próximos. — D-Desculpa... — Soltou-a e saiu de cima dela, agora teria que tentar concentrar-se em outra coisa.
— Talvez se eu fizer isso... — Levantando e indo até a fechadura que se formou no meio da luz incandescente, a Heartfilia tocou com uma determinação estranha e seu corpo brilhou como se ela fosse uma luz pura.
— Lucy? — O Moreno ficou preocupado com o símbolo estranho que se formou assim que ela tocou, mas parecia que ela não o ouvia.
— Luce... AI!
— Happy! — O Exceed azul tentou tocá-la, mas em troca recebeu uma espécie de choque feito de água. — O que está!...
— Espera, Natsu-san! — Wendy o impossibilitou de fazer o que quer que fosse, para que a loira continuasse o que fazia.
— Uma Maga Estelar... — sussurrou um pouco fora de si, era como se respondesse a uma pergunta, na verdade, ela parecia um pouco hipnotizada, agora ela entendia o porquê de sua presença ser necessária. — Abre-te, portão para o Mar Canonizado, Heiliger! — Lucy proferiu. Uma nuvem enorme se formou no céu e então ela voltou ao normal. — Consegui! — A luz intensa transformou-se em uma espécie de corrente de água.
— Incrível... — Levy falou assim que a maga mostrou para ela o que fez.
— Sim, mas não está terminado — analisou. — Se o livro estiver certo, temos que encontrar uma flor que chorou rios vermelhos de cristais. — analisou.
— Nesse caso, vocês precisam entrar lá para encontrá-la. — deu de ombros, para ela estava bem claro como tudo deveria funcionar.
— É claro, a Lucy abriu a porta, agora podemos encontrar! — O Fullbuster percebeu o que a Redfox pensava.
— Certo — Natsu concordou animado. — Vamos lá, Happy!
— Aye!
— Esperem! — Antes de perceberem o que ela disse, os dois tentaram entrar e foram repelidos com aquele estranho choque.
— Mais que mer... — Natsu pegou na própria cabeça que agora parecia cheia de água.
— Vocês estão bem? — Lucy agachou para verificar se o Dragneel estava bem.
— Porquê que eu fui atacado da mesma forma duas vezes?... — O Exceed azul reclamou, mas Wendy já o ajudava com sua magia.
— É o que eu iria dizer — Levy não acreditava no nível de estupidez dos dois, não tinham lido o livro? — Na página 99 deixa bem claro que somente quem invocou e abriu o portão pode entrar. — explicou.
— Nesse caso, só a Lucy pode entrar? — Juvia estava preocupada com o rumo da conversa.
— Não necessariamente. Foi a Lucy que abriu a porta, mas quem a invocou foi a Erza. — Lembrou.
— Então eu e a Lucy podemos fazer isso? — Pôs a armadura Imperatriz dos Mares.
— É o que parece. — concordou.
— Então eu... — Natsu a impediu de levantar.
— Não sei se é uma boa ideia... — Seu olhar sério fazia a loira se preocupar.
— Natsu-san, nós precisamos que a Erza-san e a Lucy-san cumpram essa missão. — pediu calmamente para o convencer.
— Mas... — Ele olhou para a Heartfilia que continuava sem entender o porquê de não poder ir.
O problema era que somente o Dragneel sabia o motivo.
— Eu sei, Natsu-san, mas vai correr tudo bem. — Ele olhou para a garota, provavelmente ela também sabia, afinal, era uma Dragon Slayer e ouvia quase tudo o que acontecia na guilda.
— Tem cuidado, Luce. — Olhando bem nos olhos dela, ele pediu ainda preocupado antes de deixá-la ir.
— Eu vou sim — Um pouco abalada pelo olhar sério, a loira manteve a concentração. — Star Dress: Aquarius Form! — Transformou-se antes de encontrar lá com a Titania.
— Vamos, Lucy!
— Sim!
As duas magas começaram sua exploração marinha enquanto os outros as observavam. Natsu ainda estava sentado e de braços cruzados. Ninguém sabia, mas Cana o avisou sobre um enorme risco para a vida da loira durante a missão, então ele sabia que mesmo com a presença de Erza, Lucy poderia correr perigo e com aquela barreira estranha atrapalhando, ele ficava ainda mais preocupado.
Juvia desviou os olhos para o Dragneel e percebeu que ele não estava tão barulhento como nos outros dias, mas acreditava que era a hora certa para que seu amado Gray fizesse seu trabalho de cupido, por isso chamou a sua atenção e apontou para o outro.
— Certo! — entendeu sem precisar de muitos esforços e foi até ao amigo. — Está preocupado com a Lucy? — Tudo o que recebeu foi um simples murmúrio para confirmar. — Eu acho que você não deveria se preocupar tanto. — Sentou ao lado dele. — A Erza está com ela, além disso, olha bem para ela — Natsu focou na figura feminina que saltava agilmente pelas rochas que se formaram atrás da enorme parede de água. — Ela agora é forte e independente, não precisa da sua ajuda para continuar em frente — Isso já estava bem claro desde o dia em que a mulher passou a evitá-lo, Gray não precisava lembrá-lo disso. — No entanto, isso não é motivo suficiente para não a protegeres, afinal, você a ama mais que tudo, não é mesmo? — Natsu sorriu com seus próprios pensamentos, todos passaram por muitas coisas e todos cresceram e ficaram mais fortes.
Cada um estava realizando seu próprio sonho e construindo suas próprias famílias, Alzack e Bisca, Levy e Gajeel, Gray e Juvia, até mesmo Elfman estava avançando com a Evergreen, isso para não falar dos encontros secretos que Erza tinha com Jellal ou das chances que Happy tinha com Charles. Somente ele e Lucy não estavam avançando, e isso porque no passado ele não entendia que o amor que ele sente por sua parceira é muito maior e muito mais complexo do que ele poderia entender, agora o problema era a mulher que ele tanto desejava, Lucy parecia não entender como ela mesma o amava, e ninguém poderia dizer o contrário, principalmente porque ela reagia tal como ele quando estavam em um momento especial, íntimo e intenso como foi no dia do primeiro beijo deles, tudo bem que após isso ela parecia muito surtada. Mas ele a faria entender tal sentimento, mesmo sendo igualmente inexperiente.
— Sim... — Olhou para o amigo. — Eu vou proteger a mulher que amo! — Agora ele entendia como Gray se sentia quando afirmou que queria ser mais forte para poder proteger a mulher que amava, era estranhamente diferente de querer proteger um familiar ou um amigo, mas era importante demais. E mesmo a loira sendo tão forte, ele a protegeria acima de tudo. — Cadê as suas roupas? — questionou.
— Mas quando é que! — Admirou com a ausência das peças que cobriam seu corpo.
Wendy olhou para o lado e fechou os olhos, estava tão sonhadora com o discurso sobre amor e proteção que os dois faziam, que acabou não percebendo o que o Fullbuster vestia, ou melhor, o que ele não vestia...
Juvia o repreendeu, tinham combinado que mais ninguém o veria despido por aí e ele estava se esforçando para comprir a promessa, mas no fundo, ela sabia que era impossível para ele então apenas se divertia com as reações de seu amado.
Já Charles o acusava de ser um pervertido.
Repentinamente Natsu levantou assustado, seu olhar se direcionou a maga que agora segurava um objeto estranho, parecia uma alga vermelha-sangue.
— Cuidado, Lucy-san! — Wendy também sentiu o perigo.
O objeto que a loira segurou começou a brilhar antes de empurrá-la, o que a fez cair do topo da montanha.
— LUCE! — Natsu correu para impedir que ela caísse, mas a barreira o repeliu como na primeira vez. — ARGH!... — Ele levou a mão à cabeça.
— Natsu, você está bem? — Happy ficou preocupado.
Felizmente, apesar do susto inicial, Erza impediu a queda da amiga e agora as duas estavam prontas para encarar o que vinha.
— S-Sangue... — Sem tirar os olhos das amigas, a Dragon Slayer do ar assustou-se.
Da alga jorrava sangue, e o sangue manchou a água que antes surgiu. Agora, até as montanhas estavam cheias de sangue e tanto a Maga das Armaduras quanto a Maga Estelar, teriam que respirar no meio de todo aquele sangue.
— Merda! — Natsu levantou novamente para tentar entrar, e de novo foi repelido. — Argh!
— Não — Juvia prestou mais atenção em tudo aquilo. — Está vermelho, mas ainda é água... — informou.
— M-Mas... cheira a sangue... — E foi por isso que o Dragneel levantou novamente para atacar a barreira com seu Punho de Ferro do Rei Dragão de fogo. E novamente, foi repelido.
— Para, Natsu! — o moreno ordenou, mas ele não deu a mínima e foi contra a barreira outra vez. — Já chega! — Assim que ele foi ao chão, Gray o segurou pelo cachecol para que ele parasse com aquela besteira. — Você ainda não entendeu que não podemos fazer nada?! — gritou sobre o olhar atento dos outros. Enfurecido, o Dragon Slayer o empurrou ficando assim livre dele.
— Eu tenho que salvar a Lucy e a Erza! — afirmou.
— P-Por favor, se acalmem... — Juvia e Wendy estavam assustadas com o rumo da discussão entre os dois amigos.
— Olhem! — Charles pediu ao perceber que a Scarlet usava a Armadura Planadora com duas espadas e Lucy estava na Virgo Form.
As duas não podiam falar debaixo de toda aquela água, mas o olhar que trocaram dizia tudo. A Heartfilia começou a escavação de um grande buraco e a água começou a diminuir, mas a alga não parava de jorrar, então invocou Virgo, juntas elas conseguiram reduzir a água mais rápido do que a planta marinha poderia acrescentar.
Assim que teve a oportunidade, e ficou livre de uma boa camada de água, a Titania acelerou, e com suas duas lâminas esfatiou a alga chorosa.
Onde era o desenho de uma alga verde formou-se uma enorme montanha como cascatas e uma boa diversidade de fauna e flora marinha. Agora, Erza e Lucy estavam bem.
— Fechar o portão para a Proteção de Sangue, Heiliger! — E com essas palavras a barreira finalmente desapareceu.
— Luceeee! — Happy foi de encontro aos seios da loira. — Tive tanto medo... — Com um sorriso meigo, a maga o abraçou.
— Já passou, Happy! — Os outros também se aproximaram delas.
— Não me assustem assim! — Gray repreendeu as amigas.
— Eu fiquei com tanto medo... — a Dragon Slayer tentava não chorar.
— Juvia acha que vocês foram incríveis! — Abraçou as duas.
— As coisas se complicaram um pouco, mas graças a Lucy deu tudo certo! — Sem pensar duas vezes, a ruiva acariciou os cabelos da loira.
Poder-se-ia dizer que tudo estava bem, não estava?
— Luce... — Natsu chamou a atenção de todos sem querer.
— Eu sei — Happy saltou do colo da maga para dar espaço ao amigo que a abraçou com força. — Está tudo bem por agora, Natsu. — O Dragneel escondeu o rosto na curva do pescoço da mulher ainda atordoado.
Talvez todos os golpes que recebeu ao atacar a barreira fossem os culpados de seu estado, mas ao inspirar o ar que vinha mesclado com o doce e incomparável cheiro de sua amada, sentiu-se muito mais relaxado, e de igual modo, muito mais feliz. Parecia um pouco irreal passar por aquele tipo de situação em que ele teria que se concentrar em apenas observar sem puder ajudá-la enquanto todo o seu corpo se alertava do perigo que ela corria. Mas teria que acostumar-se com aquilo.
Um pouco mais calmo e com Lucy em seus braços, ele finalmente suspirou aliviado. Ficaria tudo bem, no entanto, ainda faltavam seis obstáculos, então a jornada ainda era longa.
***
Dois dias se passaram desde que entraram na cidade amaldiçoada, o grupo estava menor, e com mais problemas do que quando começaram.
Eram sete portões, cada um estava localizado em um ponto diferente da cidade de Doryan e todos estavam igualmente camuflados. Ainda assim, com a ajuda de Levy, Lucy decifrava os objetos e todos procuravam tocar no que invocaria as fechaduras.
Cada portão era um desafio diferente e o nível de dificuldade somente aumentava.
Wendy enfrentou sozinha o segundo desafio, ter a Dragon Force ajudou imenso na hora de destruir as lacrimas que ela tinha que explodir ao mesmo tempo e usando apenas sua própria energia mágica.
Gray enfrentou o terceiro, ele também estava sozinho nessa, felizmente para ele, enfrentar mortos-vivos era o mesmo que enfrentar demônios, então apesar de serem fortes, ele os nocauteou.
Mas conforme o nível de dificuldade aumentava, mais energia mágica era consumida do corpo da Heartfilia, e por mais que ela insistisse em continuar, Juvia, Gray e Happy a obrigaram a parar. E mesmo alegando que Wendy poderia fortalecê-la com seus encantamentos, Natsu a convenceu a parar quando fingiu que estava morrendo de sono e se jogou no chão sem ao menos montar a tenda.
Todos recuperaram do primeiro dia de aventura e Juvia encontrou o objeto que libertava o quarto portão, felizmente Lucy pode ajudá-la a enfrentar o desafio, e graças a capacidade da Maga da Água, quando as paredes da casa que guardava o objeto começaram a transformar-se com o objetivo de esmagá-las, Juvia transformou seu corpo inteiro em água e alcançou o mecanismo que parava aquele processo antes da Heartfilia ser esmagada na forma de gato graças ao poder de Gemini. Com um pouco mais de tempo, elas resolveram o quarto desafio, um desafio que a custou mais poder mágico do que os outros. E por azar, Juvia também encarou o quinto desafio, mas dessa vez teria que fazê-lo sozinha.
Por pouco ela não conseguiu e ao terminar perdeu misteriosamente a consciência. Eles foram obrigados a ir para o Hotel em que Gajeel e Levy estavam.
Agora, Wendy e Gray ficaram cuidando da Maga da Água. O Fullbuster fez questão de ficar ao lado de sua amada até que ela recuperasse, e como eles estavam lá, Levy pediu que Gajeel ajudasse na missão.
Claro que ele não queria ir, estava tão bem ao lado de sua baixinha e seu bebê que não queria nem mesmo entrar na briga, mas o pedido feito por sua esposa, mais a relutância do Dragneel em tê-lo no grupo o convencerem.
De imediato, o Redfox enfrentou o sexto desafio, provavelmente o mais difícil de todos até ao momento. Uma cópia sua foi criada, com o mesmo nível de durabilidade e poder. Suas vantagens foram seus sentimentos, afinal, diferente da cópia, ele era humano, era um mago da Fairy Tail e tinha uma casa para onde voltar, então ele não desistiria e muito menos perderia para uma cópia barata.
E assim foi. Gajeel venceu o sexto desafio e agora procurava pela sétima e última peça do puzzle.
A cidade estava mais bonita, a fauna e a flora foram restauradas, assim como as casas e até mesmo os trens que ficavam há quilômetros de distância voltaram a funcionar, ou seja, assim que terminassem a missão poderiam regressar. No entanto, ainda faltavam os humanos e se Levy estivesse certa, todos apareceriam quando o sétimo portão fosse fechado.
— Você pode tirar essa cara de imbécil do rosto? — O Dragon Slayer do ferro não queria falar nada, mas a expressão no rosto do Dragon Slayer do fogo o irritava.
Eles estavam divididos em dois grupos, Natsu, Happy e Gajeel estavam de um lado, e Lucy, Erza e Charles estavam do outro. Estranhamente a cidade tinha um lado que parecia estar diante da estação de inverno enquanto o outro acompanhava a primeira normalmente. Jogando pedra, papel e tesoura, decidiu-se que as garotas procurariam na parte mais fria, resumindo, Happy perdeu para Charles.
— Dane-se!... — Deu de ombros, não queria estar ali naquele momento, muito menos com o Redfox.
— Ei gato azul — chamou pelo Exceed que sobrevoava os céus. — O que deu nele? — perguntou na cara dura.
— Ele está assim porque não enfrentou nenhum desafio. — riu da sorte do amigo.
— Só isso, Salamandra, você é muito mimado, sabia? — Novamente, Natsu deu de ombros. Gajeel olhou para o Exceed azul. — Tem certeza que é só isso? — Happy parou de voar e passou a caminhar ao lado deles.
— Bem, ele também brigou com a Luce ontem a noite. — pensou.
— Não briguei nada! — mentiu.
— Aye, aye... — sinceramente, o Exceed já não sabia o que fazer com os amigos.
— Entendi... — Abanou negativamente a cabeça. — O que você fez dessa vez? — Uma gota desceu da cabeça de Happy, de alguma forma, sempre era culpa do amigo.
— Eu sei lá! — Olhou para o céu na tentativa de se acalmar. — Ela é muito teimosa e refilona, não entende o quanto me preocupo com ela e nem o porquê de querer que ela fique bem. Ela também não quer ficar comigo e com o Happy, prefere muito mais Fairy Hills e as garotas do que a nossa casa ou o apartamento antigo! — Descarregou de uma vez só, no entanto, Gajeel não entendia quase nada.
Em poucas palavras, agora que tinha a certeza de seus sentimentos, Natsu estava convencido que deveria estar sempre com ela, por isso propôs que morassem juntos assim que voltassem, entretanto, Lucy não entendia o porquê da proposta feita, e como o Dragon Slayer também não explicava direito, para ela parecia que ele apenas queria mantê-la longe de qualquer pessoa ou coisa que não fosse ele mesmo, o facto dele não deixá-la cumprir a missão ou de sempre fazer os joguinhos de manipulação com ela também ajudava para que ela pensasse daquele jeito.
Do seu jeito e com muitas repreensões e risadas por parte do Redfox, Natsu explicou tudo o que aconteceu desde o momento em que Levy jogou o buquê. Happy não sabia se ria ou se lamentava a burrice dos dois amigos que a essa altura e pelo histórico já deveriam estar acasalando, mas para a sua sorte, Gajeel estava lá.
— E você disse que a ama? — A pergunta fez o homem dos cabelos cor-de-rosa parar para pensar. Ele tinha feito isso?
— Acho que sim...
— Você acha?! — surpreso com a resposta ele também parou, tinha certeza que em momento algum aquele idiota tinha deixado seus próprios sentimentos claros. — Sabe Salamandra, você é burro. — falou o que no momento, era a coisa mais óbvia do mundo.
— Repete?! — Happy ficou com medo da briga que se iniciaria.
— Que tipo de homem não deixa suas intenções bem claras com a mulher que ama? — As palavras do Redfox o fizeram lembrar de um detalhe.
— Mas eu deixei minhas intenções bem claras.
— Como, dizendo que "estava gostando dela"? — repetiu a frase que o amigo proferiu quatro ou cinco vezes enquanto explicava toda a história no máximo de detalhes.
Era até mesmo impressionante como Natsu lembrava de tudo sobre Lucy Heartfilia, dos seus diálogos e até mesmo pensamentos, mas quando se tratava dos adversários que derrotou, nada passava pela cabeça oca dele.
— Não, eu também beijei ela. — Custava admitir, mas se Gajeel fosse mais forte bateria naquele imbecil para ver se ganhava um pouco de juízo.
— E daí? Até o Happy você já beijou.
— NÃO ME LEMBRE DESSA ATROCIDADE!!! — O Exceed choramingou arrepiado e segurando em sua própria boca, mas como o esperado o Dragneel não se lembrava daquilo, embora nesse caso o moreno compreendia perfeitamente o porquê.
— O que eu quero dizer é que a Lucy é lerda, então você tem que ser o mais claro possível. — Natsu não estava compreendendo, depois de tudo o que disse e fez, tinha como ser mais claro? — Dizer: Eu estou gostando de você; é totalmente diferente de dizer: Eu te amo. Consegue perceber? — Milagrosamente, Natsu compreendeu.
— Deixa ver se eu entendi, você conquistou a Levy copiando as palavras do Gray? — E o que o Dragon Slayer do ferro não queria finalmente aconteceu.
— EU NÃO ESTOU COPIANDO NINGUÉM, SEU SEM NOÇÃO! — Finalmente Natsu o tirou do sério, e o sorriso travesso provava que era totalmente de propósito.
— Gajeel — Ficou sério. — Eu nunca mais falarei isso na vida, mas obrigado pelo conselho. — E antes que o moreno pudesse raciocinar as palavras de gratidão o Dragon Slayer do fogo já estava correndo em direção a Heartfilia.
— Ei! — Ele não sabia se ia atrás do cabeça oca ou se ficava lá para descansar, mas o sinal que recebeu de sua esposa pela lacrima de comunicação deixou claro o que ele e Happy deveriam fazer.
***
— ... Eu realmente não entendo você e o Natsu — Erza insistiu. — Quando nós pensamos que vai ficar tudo bem, vocês brigam outra vez... — reclamou.
Enquanto Gajeel repreendia o Dragneel, Erza e Charles repreendiam a Heartfilia.
— Eu também não entendo — suspirou. — Ele me deixa tonta com suas atitudes infantis — explicou. — Um dia ele me faz rir e no outro me abraça como sempre. Mas me beijar foi estranho demais! — confessou. — Eu sinceramente não sei porquê que ele faz esse tipo de bobagens! — Puxou os próprios cabelos aparentemente irritada.
— Você realmente não sabe, Lucy? — a ruiva insistiu.
— Não. Talvez seja por ele ser inocente demais? — E foi assim que a Scarlet confirmou que o Fullbuster tinha razão, Lucy realmente era amorosamente tapada...
— É irônico ver como alguém que escreve romances não percebe quando tem um homem apaixonado por ela. — Charles percebeu.
— Como assim? — perguntou para a Exceed branca que caminhava com elas.
— Nada, nada... — "Tão inocente quanto a Wendy..." pensou. Parecia que realmente a Heartfilia não percebia nem os próprios sentimentos. — Lucy, você sabe o que é estar apaixonada? — A pergunta parecia meio boba, não era como nos livros que ela lia?
Lucy descreveu uma mulher apaixonada de forma única provando mais uma vez que ela sabia sim como tudo funcionava, ela era tão naturalmente brilhante quando se tratava de explicar aquele sentimento, nem parecia que ficava do mesmo jeito perto do Dragon Slayer do fogo.
— Isso está me deixando desesperada... — a ruiva indagou.
— Vou retificar o que disse antes. É irônico como alguém que lê romances não percebe quando está apaixonada! — Erza riu do comentário da felina e da confusão expressa no rosto da loira.
— Como assim? — perguntou novamente.
— Dessa vez eu explico — Sim, a Maga das Armaduras estava feliz em poder perguntar. — O que te vem à cabeça quando você pensa no Natsu? — Lucy parou de caminhar por alguns segundos.
Muita coisa vinha em sua mente quando pensava nele, o sorriso, a confiança, o afeto, seu nome sendo mal pronunciado de propósito, sua mania de brigar, seu cheiro, seu abraço, suas promessas, seu calor...
— Aqui está frio... — Sentiu seu próprio coração acelerar. — E o Natsu é quente... — Suas bochechas ganharam uma pequena coloração vermelha. — Estou com frio... — As três estavam bem agasalhadas, não havia como sentirem frio no momento, mas seu corpo sentia a necessidade de aquecer-se com um abraço do Dragneel.
"Natsu..."
— LUCE! — As três se assustaram com a voz masculina vinda de longe.
— O que está fazendo aqui? — a pergunta saiu sem pensar.
— Encontraram o sétimo portão? — A ruiva questionou o que fez o Dragon Slayer do fogo parar no mesmo segundo.
Tinha se esquecido totalmente daquilo, será que Erza o mataria por isso?
Não, ele tinha que falar com a loira imediatamente!
Ou talvez quando terminassem a missão?
Céus, eram tantas questões...
Não, nesse momento, o que mais importava era a mulher que amava, nada mais!
Quando ele decidiu continuar em direção a ela, seu coração bateu de forma estranha. Não era um estranho bom como quando se tratava da Maga Estelar, era um estranho desconfortável, como quando pressentia o perigo.
Uma porta atrás de si, ele não sabia que era o único que a via, muito menos que parecia hipnotizado, tal como Lucy quando abriu os portões anteriores.
Era como se a porta fosse a coisa mais importante para ele no momento, por isso pegou na maçaneta.
— Natsu! — Erza chamou enquanto se aproximavam, mas tudo o que ele ouvia era a porta pedindo para ser aberta.
— Natsu! — E dessa vez ele acordou.
— Lucy... — Com a mão ainda na maçaneta, ele olhou para a loira. — Nós precisamos conversar. — pediu.
— Sim — Ela deu mais um passo, ficando agora cara a cara com ele. — Como descobriu que o portão estava aqui? — questionou.
— Como? — Agora ele percebeu que estava diante de uma porta. — Finalmente é a minha vez! — Celebrou.
— É... — Charles deu de ombros.
— Você tem noção que este é o mais difícil? — a loira parecia preocupada com ele.
— Não tem problema, afinal, vocês vão enfrentar esse desafio juntos. — Erza não sabia como tudo acontecia, mas agora os dois ficariam a sós então era uma oportunidade de ouro.
— Juntos... — Natsu olhou para a parceira que acabara de perceber o mesmo que ele. — Como sempre tem sido — Estendeu a mão para ela. Mesmo hesitando, seus dedos tocaram suavemente a mão do parceiro e como sempre, Natsu segurou a mão delicada como se estivesse segurando a coisa mais importante do mundo, mas ele sempre fazia isso com ela, não porque a loira era fraca, mas sim porque a respeitava e amava. — E como sempre será! — Sorriu largamente.
Uma sensação de nostalgia invadiu o corpo da loira. Estar perto do Dragneel que ela bem conhecia e tocar em sua mão a deixava quente. Mas não era um calor ruim, muito pelo contrário, era um calor aconchegante, um calor perfeito, um calor deles.
— Sim! — concordou com as bochechas rubras.
Os dois estavam com os dedos entrelaçados quando decidiram que estava na hora de enfrentar o último desafio.
Eles estavam confiantes, cumpririam a missão da chave para o coração perdido. Não apenas por estarem juntos, mas também porque seus amigos os apoiavam.
A porta abriu-se apenas para eles dois, nem sequer foi necessário Lucy fazê-lo. Eles entraram para o lugar que parecia uma simples sala com várias portas de carvalho ao redor. Os adornos eram de ouro, Lucy reconheceu o coração desenhado de forma lúdica no pavimento. E felizmente, lá não estava frio.
— E agora? — questionou perdido.
— Se não me engano, temos que encontrar a porta que dá acesso ao coração. — Lembrou do parágrafo que falava sobre o sétimo portão.
— Um coração de verdade? — A questão a fez tremer.
— Céus, espero que não! — soltou a mão do homem e abraçou o próprio corpo. Natsu não queria que ela o soltasse... — Talvez um coração como aqueles que representamos em desenhos — explicou. — Ou como este — Olhou novamente para o desenho no pavimento. — Natsu? — Olhou para ele sem entender, ele parecia concentrado com algum cheiro. — O que... Ih!! — Ela assustou-se com a forma como ele a cheirava agora. Uma forma desesperada e sedenta. — O-O que foi?... — Ele parecia sério.
— Seu cheiro...
— O que tem o meu cheiro?... — Ele aproximou-se mais para descobrir.
— Eu sabia — Afastou-se. — Vem dali também! — Apontou para uma das portas.
O Dragon Slayer sentia o cheiro dela vindo de mais um lugar, mas era impossível e esse era o problema.
— Julguei que duas pessoas não poderiam ter o mesmo cheiro. — Preocupada com o que viria por aí, ela não sabia o que dizer.
— E não podem — confirmou. — Fique atrás de mim. — Ordenou vendo palavras normais aparecendo na porta indicada. E preocupada como estava, obedeceu.
— Aquele que enfrentar esse desafio, enfrentará seu próprio coração... — A Maga Estelar corou com a ideia que surgiu em sua cabeça. — T-Talvez seja um clone meu, como no desafio passado — especulou. Será que toda a conversa que teve com Charles e Erza sobre amor era por conta do que o Dragneel dizia estar sentindo por ela? Bom... o desafio era principalmente para ele de qualquer forma — Embora seja difícil repetir o mesmo... — Ela torcia para que não fosse o mesmo desafio, mas ao mesmo tempo tinha medo de estar certa em sua especulação.
Mas se não fosse o caso?
Talvez ela não conseguisse vencer um clone seu, principalmente porque um dos maiores motivos para Gajeel ter vencido era a sua capacidade de recuperar energias após comer ferro, algo que obviamente ela não possuía.
Felizmente, Natsu era muito mais forte que ela e poderia "vencê-la", mas e se houvesse uma cópia dele também?
Aquilo seria problemático.
— Se for uma cópia sua... — O Dragneel pareceu suar com a possibilidade. — ... Não tire o colar que a Wendy te deu quando usares um Star Dress, não consigo distinguir pelo cheiro, mas se tivermos sorte, tal como a cópia do Gajeel, essa não vai copiar acessórios... — Lucy não compreendia.
— Você só precisa dar um rugido rápido na minha cópia! — Na verdade, ela não sabia qual golpe dele poderia nocauteá-la.
— Não posso...
— O quê, como assim "não pode"? — Ele engoliu seco.
— Você aguenta muito mais, além disso, a cópia do Gajeel não tinha cheiro como essa, e eu... Eu não posso arriscar e acabar machucando você... — Os olhos castanhos se arregalaram.
Justamente o homem que estava disposto a atacar a própria guilda inteira hesitava contra uma provável cópia dela?
— E daí? — questionou. — Se tiver que me machucar para salvar o dia, então me machuque. — Deu de ombros.
— Luce... — A encarou um pouco triste.
— Tudo bem, eu sei que o Natsu que eu conheço nunca me machucaria de propósito — corou. — Na verdade, você nunca o fez — Olhou para o lado. Todas as vezes que ele agiu que nem um verdadeiro idiota com ela foi por pura ingenuidade, porque se ele soubesse que ela ficaria triste por tudo, não o faria. — Eu confio cegamente em você, Natsu. — Sorriu docemente.
Talvez depois daquele desafio, ela também teria algo para dizer a ele.
Natsu sabia que sua parceira estava diferente apenas pelo sorriso, mas era o diferente que ele gostava nela, a única mulher que ele sabia que o amava daquele jeito único.
— Seu coração está acelerado. — Lucy ficou com vergonha por ouvir aquilo.
— E DAÍ QUE ESTÁ? ANDE LOGO E ENTRE POR ESSA PORTA! — A ordem o fez rir.
— Certo, certo! — Ele entrou na sala, e logo atrás dele, Lucy fez o mesmo.
— UM CORAÇÃO! — Os dois gritaram ao ver que no meio da nova sala, tinha um coração feito de cristal.
O objeto brilhava tanto, e era lindo demais!
— Posso pegá-lo? — Sabendo que após tocar o objeto o verdadeiro desafio começaria, o Dragon Slayer pediu autorização.
— Estou pronta! — Avisou com a chave de Taurus em mãos, no entanto, uma sensação ruim os fez arrepiar.
—ARGH!!
— Natsu! — Assustou-se com ele. — Ahh! — Uma onda mágica a atingiu e Lucy caiu de joelhos no chão.
Assim que o Mago do Fogo tocou o objeto, seu corpo inteiro estremeceu e aturdido ele também caiu de joelhos no chão.
" — Ei, Natsu... — Cana chamou a atenção do idiota que devorava uma quantidade considerável de comida enquanto esperava a chegada dos parceiros de missão.
— Faha, Gana. — A comida não o deixava falar direito.
— Engole antes de falar algo, seu idiota! — Ele deu de ombros. — Enfim... — Suspirou. — Sei que ontem eu disse que a missão vos aproximaria, assim como sei bem que você fará isso acima de tudo, mas... — Ela olhou seriamente para a loira que acabara de entrar com sua mochila nas costas. Charles, Wendy, Juvia e Erza também estavam com ela e cada uma com suas coisas. — Protege a Lucy. — Pediu preocupada. Natsu engoliu o restante da comida de uma vez só e levantou. Faltava apenas Happy que correu atrás de peixe fresco.
— Pode deixar comigo, Cana! — Mesmo que Cana não pedisse, ele o faria."
***
— Não consigo ver nada... — A Exceed parecia preocupada, nos desafios anteriores eles poderiam ver seus amigos através da barreira, mas desde que os dois entraram para enfrentar o desafio uma espécie de névoa cobriu tudo.
— Não se preocupe, eles cuidarão um do outro como sempre tem sido. — A Maga das Armaduras estava confiante.
— Espero de sim... — Inevitavelmente pensou em como Happy se sentiria se acontecesse algo com um dos dois.
— CHARLEEEEES — as duas olharam para o Exceed azul que chegou carregando Gajeel. — É-É hor-rível!... — Elas pareciam confusas, Happy chorava como se tivesse perdido um parente.
— O que deu em você, Happy? — Tentou conversar assim que os dois tocaram no chão, mas ele somente conseguiu chorar.
— Esquece isso por enquanto, me diz que o Salamandra está apenas flertando com a garota dele em um canto qualquer. — A ruiva percebeu que mesmo ele estava preocupado.
— Sim, eles estão juntos — Apontou para a barreira. — Bem ali. — Gajeel levou as mãos aos cabelos, agora ele parecia irritado.
— Merda! — Soltou antes de pegar na lacrima de comunicação portátil. — Baixinha, cheguei tarde... — Lamentou.
Assim que recebeu a notícia, Levy — que estava no quarto em que Juvia repousava — quase caiu no chão. Era tarde demais.
— O que está acontecendo, Gajeel? — O facto de ninguém explicar nada deixava a mais velha preocupada.
— Temos que tirar aqueles dois dali. — Avisou.
— Não dá, quando você entra nessa barreira, a única forma de sair é após a Lucy fechar o portão. — A Exceed repetiu o que já tinham explicado para ele na noite anterior. — E ela só pode fechá-lo quando cumprirem o desafio.
— M-Ma-s... se não-o os tira-r-mos d-ali o Natsu e-e a Luce... — O Exceed tentou engolir o choro. — Um deles vai morrer! — Revelou o que Levy explicou para os dois.
— Não é verdade... — A ruiva se recusou a acreditar. — Me diz que vocês estão brincando! — Ordenou, mas os três não conseguiam dizer nada.
— E-Esperem... — Levy pediu tentando ganhar forças. — Talvez se eu reler o livro... — Repentinamente a cor da barreira mudou, agora em vez da névoa, uma cor vermelha preenchia tudo.
— Querida, está acontecendo alguma coisa estranha por aqui... — informou. Os quatro não tiravam os olhos da barreira. — Mas que raios... ARGH!!! — Seus instintos se aguçaram e quando menos esperavam foram atingidos por uma onda mágica de dentro para fora da barreira.
— Como assim alguma coisa estranha? — Não obteve resposta. — Gajeel? Responde... GAJEEL?! — Insistiu sem sucesso algum.
Não dava para ver pela lacrima, mas os quatro que foram atingidos pela onda mágica, agora estavam permanentemente congelados.
***
— Gajeel?! — Tentou mais uma vez chamar pelo marido. — P-Por fa-vor... responde... — Os olhos da maga encheram de lágrimas de aflição, o que faria agora?
— Levy-san! — A Dragon Slayer tentava ajudá-la a sentar na poltrona que lá se encontrava.
— Merda! — O Devil Slayer socou a parede. — A culpa é minha... — Ele sentia que deixar seus amigos cuidando do resto sozinhos não tinha sido uma boa ideia, mesmo que no fundo ele apenas quisesse cuidar da mulher que amava.
— E-Eu... Eu tenho que salvá-los! — Wendy estava determinada a sair correndo para poder salvar seus amigos.
— Eu vou contigo. — O Fullbuster informou.
Não queria deixar sua namorada para trás naquele estado, no entanto, precisava salvar os amigos.
— Não... — A futura mãe pediu. — Vocês não serão úteis se forem... — Era verdade, mas eles precisavam tentar.
— Mas a Lucy-san e os outros!...
— A Levy tem razão, Wendy... — A Maga da Água tentou levantar após acordar.
— Juvia! — Gray indagou um pouco mais aliviado. — Tudo bem? Não está com dores? — A maga negou com a cabeça após ele se aproximar.
— Juvia está bem, Gray-sama — Recebeu um abraço apertado dele, porém, retribuiu com pesar. — Sinto muito... — Ele não entendia muito bem, mas sabia que ela chorava porque seu ombro umedecia. — O Natsu-san nos salvou da maldição. — Expôs. E no mesmo instante, Gray percebeu o que estava acontecendo.
***
Minha alma foi vendida para eles. Contudo, a ingratidão venceu. Os ingratos selaram o meu coração e nunca mais o devolveram. Deixei a ira Estelar dominar.
Congelei-os eternamente, pois eles não devolveram o meu coração comparado há um cristal quebrado.
Essa cidade, outrora alegre, agora apagada.
— Luce... — Sussurrou atordoado ainda segurando o coração de cristal. — LUCE! — Em apenas alguns segundos um filme inteiro passou por sua mente.
Sua última conversa com a Alberona, tudo o que aprendeu sobre seus próprios sentimentos em relação a loira e agora aquele homem estranho.
— N-Na-tsu... — Lucy estava deitada no chão, seu corpo parecia estar congelando mesmo ela usando roupas adequadas para combater o frio.
Natsu soltou o coração de cristal e a segurou em seus braços. Tudo bem que ele não sentia frio ou calor, mas a Heartfilia tinha certeza que dentro daquela sala estava com uma temperatura agradável até dois segundos atrás.
— Luce, fica comigo! — implorou temeroso, ele lembrava daquela sensação em seu peito, e sabia que a estava perdendo. — Por favor, não feche os olhos, Luce!... — Parte do filme passado em sua mente envolvia muito mais.
Vou roubar os corações de todos os que me desafiaram.
Mesmo eles não possuindo um...
Agora ela entendia, fazia parte do desafio. Somente ela sentia frio, não porque ele era o Dragon Slayer do fogo, mas sim porque era exigência para quem enfrentasse a maldição.
Natsu Dragneel teria que perder Lucy Heartfilia e salvar todas as almas acorrentadas na cidade amaldiçoada.
— Natsu... — Sua fala saiu em apenas um fio de voz, no entanto, ela precisava contar para que seu parceiro terminasse a missão e salvasse a todos.
— Eu sei! — Sim, o cristal o permitiu saber. A Heartfilia sorriu feliz antes de fechar os olhos. — Droga, Lucy! Não feche os olhos! — Abraçou-a fortemente. Ela estava muito fria, pior que isso, ele quase não ouvia o coração dela. — ALGUÉM, POR FAVOR, EU PRECISO DE AJUDA! — Olhava para as paredes que supostamente compunham a barreira. — ERZA, CHARLES, GAJEEL, HAPPY! — chamou desesperado. — Alguém, por favor... — Seus olhos já estavam cheios de lágrimas. Ele queria tanto enfrentar um desafio, mas agora estava perdendo seu coração. — Luce, por favor... — Finalmente as lágrimas que outrora enchiam seus olhos verdes esmeralda caíram sem dó. — Eu não posso perder você mais uma vez... — confessou em um sussurro. Seu corpo que antes tremia de medo, agora começava a tremer de frio. Natsu Dragneel estava sentindo frio.
Em contrapartida, o coração da Heartfilia pareceu bater um pouco mais rápido do que antes. Ainda não era o ritmo normal, mas foi o suficiente para ele ter esperança.
O homem a deitou cuidadosamente no chão, pela primeira vez parecia que se ele não tivesse cuidado ela quebraria. E decidido, deitou ao lado dela e a abraçou carinhosamente.
Um coração perdido...
Se era isso que aquele desafio queria, então assim seria.
"Eu vou salvar você, Luce..."
Ele perderia tudo, mas não perderia seu próprio coração.
Não!
Ele nunca mais viveria sem sua Lucy...
***
Fora da barreira, os corpos de Gajeel, Erza, Happy e Charles voltaram ao normal.
— O que é isso? — O Redfox olhava para as próprias mãos. Tinha certeza que antes estava congelado, mas agora, parecia que nada aconteceu.
— Olhem! — A Exceed apontou para o chão. Toda a neve estava desaparecendo.
— Natsu, Lucy... — A Maga das Armaduras percebeu que algo não estava bem com os amigos, principalmente porque a barreira ainda existia.
***
Um coração parecia bater em um ritmo lento. Mas as batidas aumentam com a temperatura quente.
Uma batida.
Duas batidas.
Três batidas...
Lucy sentia seu corpo aquecer novamente.
Era assim após morrer?
Que calor era aquele?
Ela se lembrava de um calor como aquele.
Parecia o calor do Dragneel, mas era menos quente.
— Natsu... — murmurou enquanto sentia o cheiro do Dragon Slayer do fogo. Tinha certeza que estava nos braços dele, então abriu levemente os olhos. — O-O quê? — Ela não entendeu o que estava acontecendo. — E-Ei... Natsu!... — O mago a abraçava fortemente, no entanto, não se mexia, na verdade, parecia que ele estava frio. — NATSU! — Saiu do abraço para sentar ao lado do corpo dele. Então o sacudiu com cuidado. — Natsu, abra os olhos! — pediu ainda sem entender o que estava acontecendo. — Acorde! — ordenou confusa, não era para ela estar morta? — Natsu! — O coração de cristal que outrora emanava frio, agora emanava calor. — Não... — Percebeu o que estava acontecendo quando sentiu que agora poderia fechar a barreira. — NÃO! — Negou. — Eu não quero... NATSU! — O sacudia agora desesperada. — N-Não me-e d-deixe ou-tra vez!... — implorou com a voz embargada. — Não, Natsu!
***
Ao longo da cidade de Doryan, uma magia magnífica espalhou-se pelo céu.
— Olhem! — Gajeel pediu.
Antes a cidade tinha um cheiro único porque estava totalmente vazia, mas agora ele sentia o cheiro de dez, não quarenta, cento e setenta, duzentas e quarenta? Enfim, as pessoas estavam aparecendo aos poucos graças a magia magnífica, então ele não poderia saber quantas eram, inclusive, a maioria estava ali com eles.
— A missão foi cumprida... — A Scarlet não sabia se ficava feliz ou triste por ver que agora a barreira poderia ser fechada.
— Isso quer dizer que... — Charles olhou preocupada para o Exceed azul.
— Eu perdi um amigo... — choramingou
***
— Acorde agora!... — pediu. — P-Por fav-or!... — O abraçou com toda a força que tinha. — NATSU!! — Seu grito ecoou por toda a sala. A missão estava completa, eles conseguiram, mas qual era o preço? — Não me deixe... — Ela tinha que fechar a barreira para pedir ajuda, mas se o fizesse poderia perdê-lo de vez? — F-Fecha-te... Portão para a defesa do coração... Herzkris!... — A barreira desapareceu, e onde era a sala, agora era um espaço aberto e muito bonito, como um átrio.
— Lucy! — Seus amigos correram até eles.
— Natsuporfavorabreosolhos... — o Exceed azul implorou se juntando ao abraço.
— Por favor, chamem a Wendy... — a Maga Estelar tremia, estava passando pelo momento mais inesperado de sua vida.
— Raios. Levanta, Salamandra! — Ordenou preocupado.
— Ei, Natsu! — Erza chamou por ele. — Está nos deixando preocupados, levanta! — Nenhuma das pessoas que foram salvas da maldição parecia entender o que estava acontecendo.
— Mesmo que a Wendy tente, já é tarde demais... — Charles pontuou o óbvio. — Eu sinto muito... — Lamentou com lágrimas nos olhos.
— NÃOOOOO NATSU!!! — Happy chorou ainda mais, ele não queria se despedir do amigo por nada no mundo.
A chave para o coração perdido...
Uma maldição que tira a vida da pessoa que você ama diante de seus próprios olhos.
— M-Mas a We-ndy, ela-a... — Lembrou das palavras da pequena maga e segurou o colar que enfeitava o seu pescoço. — Talvez... — Tirando o colar, ela pegou na mão do Dragneel e o fez segurá-lo. — Por favor, só dessa vez... — Segurava as mãos frias com firmeza. — Por favor, me conceda esse milagre... — Charles parecia entender o que a loira queria, mas nada acontecia. — S-Salve o Natsu... — pediu, no entanto, nada aconteceu, o pingente continuava dourado.
— Lucy... — Erza também queria que aquele colar fosse mágico, mas nada estava acontecendo. — Para, por favor... — Aquela atitude somente os deixava mais tristes.
— Não, vai ter que funcionar! — Seus olhos carregavam um misto de dor, raiva e determinação. — Abre os olhos, Natsu! — Ao ver a tentativa da amiga, Happy começou a torcer também.
— Volte para nós, Natsu! — E sem mais opções, os outros também torceram.
— Acorda de uma vez, Salamandra estupido...
"Volta para mim, Natsu!"
Implorou usando sua própria magia no colar, ou seja, na única esperança que tinham.
— Q-Que-nte... — Happy reclamou vendo o corpo do amigo brilhar com a cor da magia da loira.
— Q-Quem... vo-cê está... chamando de est-upido?... — Lucy abriu os olhos descrente. — Seu metal apodrecido... — Fazia muito tempo, mas agora, a Maga das Armaduras estava finalmente chorando. — Yo... Luce... — A frase saiu muito baixa, mas deu para a loira ouvir. — Estou em casa... — Tentou sorrir, mas estava fraco demais para isso.
— NATSU!!! — Os dois que ainda o abraçavam o apertaram com força.
Natsu estava vivo, e com os olhos bem abertos.
— Estou sendo esmagado... — reclamou finalmente esboçando um enorme sorriso.
— Se eu fosse você não reclamava, seu grande idiota! — E sim, dessa vez ele tinha que concordar com o Redfox.
— OI, PESSOAL!
— NATSU-SAN, LUCY-SAN!
— Vocês estão bem? — Ao longe conseguiram ouvir a voz de Gray, Wendy e Juvia.
— Gajeel! — Levy se jogou nos braços do marido.
— O que está fazendo aqui? — repreendeu. — Eu disse para você ficar no Hotel! — E mesmo assim a abraçou feliz com a presença da esposa.
— Céus, vocês me deram um susto! — O Devil Slayer quis bater no amigo dos cabelos cor-de-rosa por isso, mas se contentou em vê-lo vivo e nos braços da Heartfilia.
— Sinto muito... — Lucy pediu. Finalmente deixando o Dragon Slayer respirar. — E para você também, Wendy, eu tive que usar o seu milagre... — Ainda com os dedos que seguravam o colar entrelaçados aos do parceiro, a loira mostrou o pingente que agora estava verde.
— Do que você está falando, Lucy, era um bom motivo para usar. — Quem falou foi a Charles, mas Wendy concordou.
— Principalmente porque você mais do que ninguém merecia esse milagre, Lucy-San. — O Dragneel olhou para o pingente, Lucy abdicou de seu milagre para o salvar?
— Então foi um milagre? — Alheia a tudo o que aconteceu, Levy questionou.
— Sim, um milagre de amor — Juvia explicou. — Não é, Gray-sama? — O segurou pelo braço e ele concordou antes de lembrar de um detalhe importante.
— Ei vocês! — Os habitantes ainda não compreendiam o que acontecia, mas Gray não deixaria as coisas passarem daquele jeito. — Por vossa culpa eu quase perdi meus amigos! — A ruiva também se lembrou daquilo.
— É... — Limpou os olhos. — Esses dois arriscaram suas vidas para vos salvar. Então nós merecemos no mínimo uma explicação! — pediu com seu jeitinho imponente.
A chave para o coração perdido é uma missão em que aquele que aceita fazê-la deve ser um Mago Estelar capaz de enfrentar desafios além das capacidades de um simples mago de seu porte. Força, agilidade, inteligência, durabilidade e sensibilidade. Quem estivesse disposto a enfrentar o desafio tinha que possuir as cinco capacidades, além de um coração apaixonado e um parceiro para a vida.
Desde o início, Lucy era a única que poderia cumprir o desafio porque ao contrário dos desafiantes anteriores, ela tinha tudo que era exigido, além é claro da vontade de ajudar e dos companheiros certos.
A maldição foi lançada por um Mago Estelar habilidoso que se apaixonou por uma das habitantes da cidade, seu grupo de sete elementos eram conhecidos por serem os únicos magos da cidade. Eles não pertenciam a nenhuma guilda e usavam suas magias para ajudar a cidade de Doryan a progredir. No entanto, quando ficaram famosos por seus feitos, foram caçados por estrangeiros que queriam suas vidas em troca dos milagres que realizaram.
O Mago Estelar e sua amada foram os únicos sobreviventes da caça, mas os habitantes se rebelaram e os culpando da devastação, os condenaram à morte.
Após perder sua amada, o mago os amaldiçoou e os selou, assim como selou a cidade, pois mais ninguém merecia usufruir de tudo o que ele e seus companheiros criaram com as próprias mãos.
Normalmente eles se encontravam com o cliente para saber dos detalhes da missão antes de aceitá-la oficialmente, mas dessa vez não existia um cliente, por isso o livro foi enviado juntamente com o cartaz da missão.
Eles ainda não sabiam como tudo aconteceu, mas juntando as peças ao que os habitantes contaram, Levy preferiu acreditar que o espírito da maga morta injustamente pela população que tanto amou fizera o pedido.
Eles até se arrepiaram só de pensar, mas alguns moradores concordaram, pois apesar de decretarem a morte para ela, reconheciam que ela era uma mulher de bom coração, um coração de cristal, se assim poderiam dizer.
Erza e Charles ficaram revoltadas por terem feito de tudo por pessoas tão maldosas, mas Wendy as convenceu que estava tudo bem agora, e com o pedido de desculpas e um bom agradecimento, eles ofereceram recompensas por tudo o que os magos tiveram que passar por suas escolhas sem coração.
Todos estavam comemorando lá fora, enquanto Lucy e Happy apreciavam o Dragon Slayer do fogo que dormia após encher a barriga. Enquanto eles recuperavam suas energias pela enorme aventura, poderiam ficar nos quartos vazios da pousada da cidade que todos acreditavam que voltaria a ficar famosa em breve.
— Ele vai dormir até quando? — A loira questionou.
— Até digerir a comida e querer comer mais, eu acho. — O Exceed abanava a cauda feliz.
— Que pena, eu queria conversar com ele... — falou meiga antes de sentar na cama em que ele repousava. — Quando voltarmos para a guilda será agitado, mas é o que dará jeito... — Lembrou que em Fairy Hills ele também não poderia entrar.
— Sério? — Sem se importar, o Exceed o abanou. — Ei, Natsu, a Luce quer conversar!
— Você não deveria acordá-lo! — repreendeu decidida a ir embora, mas o Dragneel segurou o seu braço.
— Não — Levantou ainda sonolento. — Quando voltarmos para a guilda vai estar barulhento, e nós precisamos conversar a sós. — Lucy corou com a seriedade nos olhos sonolentos do Dragon Slayer, então Happy decidiu deixá- los sozinhos, mas sua cara dizia tudo.
— Eles estão apaixonados! — cantarolou saindo pela janela voando, o que irritou a loira, mas ela estava nervosa demais para repreendê-lo. Fazia tempo que os dois não ficavam sozinhos em um quarto, com seus corações batendo que nem loucos simplesmente porque seus olhares se cruzaram, e tudo parecia muito mais intenso agora que ela sabia o que sentia pelo melhor amigo.
— Ele tem razão — A maga arrepiou com a confirmação do Mago do Fogo. — Nós estamos apaixonados, embora eu não saiba desde quando... — Ela tentou pensar no dia que se apaixonou pelo melhor amigo, mas diferente do que lia nos livros, ela não percebeu o momento exato.
— Nem eu — Olhou para o verde dos olhos do Dragneel. — Mas eu estou apaixonada por você, Natsu — Deixou claro, e ao contrario da reação esperada ele riu. — Não era para você rir, seu idiota! — repreendeu envergonhada, se o homem não estivesse segurando seu braço ela iria embora.
— Eu sei, Luce — Riu ainda mais da cara dela, ela estava apenas admitindo o que todo mundo já sabia. Agora sim a loira se levantou para sair. — Espera! — A puxou com todo o cuidado e delicadeza que tinha apenas com ela, ainda assim, ela desequilibrou e caiu com ele na cama.
— S-Sinto muito... — Levantou apressada, agora que tinha plena noção do que sentiam um pelo outro, ficar com ele na mesma cama era estranho.
Irritado com o pedido de desculpas desnecessário, e sentindo que não adiantava mais conversarem, até porque conversar não dava muito certo para eles, Natsu a puxou fazendo com que ela caísse novamente, mas dessa vez em cima dele.
— Nat... — Antes mesmo que ela continuasse a frase que já nem lembrava, Natsu a beijou com vontade.
Já não era o primeiro beijo deles então era menos desajeitado, o que deixava a loira um pouco mais encantada. O Dragneel não esperou para ter uma resposta, ele simplesmente invadiu a boca dela com a língua para sentir o gosto dela mais uma vez enquanto seus braços rodeavam a cintura fina.
Lucy não se controlou e puxou os cabelos róseos, ela nunca iria admitir, mas estava com saudades da boca dele, e esse era um dos medos que ganhou após o toque intimo trocado pela primeira vez em Fairy Hills; ela tinha medo de gostar e não conseguir ficar sem tocar os lábios dele com os seus novamente. Mas agora o ar era um novo obstáculo, eles tiveram que se separar para respirar.
— Luce... — Ele estava sem ar, mas precisava falar para ela, tal como Gajeel o explicou, apesar de já estar bem claro. — Você é a chave que aquece meu coração... — falou com as bochechas coradas. Lucy realmente destravou algo em seu coração que o deixava mais "aquecido".
A loira piscou algumas vezes sem entender o que ele queria dizer com aquilo. Estava falando da missão?
— Natsu... — Iria questioná-lo, mas ele estava tão anormalmente envergonhado que ela percebeu e riu. — Não era "a chama" que aquece o coração?
— Tanto faz! — refilou com seu típico olhar inocente. Não era para ela rir da sua confissão somente porque ele fez o mesmo.
— Pois é, tanto faz! — Selou seus lábios novamente, mas dessa não demorou para se afastar, o que fez o mago reclamar.
— O que foi? — Seu olhar sedento de desejo por ela a fez rir novamente. Lucy se atreveu a tirar o cachecol dele com cuidado. — Lucy... — A impediu de continuar, ela sabia o quanto aquele cachecol era importante para ele.
— Calma — pediu. — Confia em mim — e com isso ele relaxou e a deixou retirá-lo por completo. — Eu só quero tentar uma coisa — sussurrou antes de depositar um beijo no pescoço exposto dele, o que o fez arrepiar.
Lucy explorava toda a extensão do pescoço masculino com beijos e chupões enquanto suas mãos arranhavam o abdômen definido quase exposto. Aprendeu a fazer aquilo após ler os livros recomendados pela Scarlet quando precisou escrever sobre beijos e amassos, e sinceramente, estava feliz por saber que Natsu estava gostando.
— L-Lu-ce... Espera... — pediu em êxtase, estava gostando de tê-la tão perto e atrevida, mas seu corpo pedia por mais, e de acordo a Gildarts, se eles continuassem, Lucy poderia sentir dor, e machucá-la era tudo que ele não queria. — E-Eu não quero machucar você... Hum... — Ela continuava sem se importar. Agora que eles compreendiam o que sentiam, nada mais importava. — Luce! — Ele inverteu as posições e ficou por cima dela para impedi-la de continuar embora nem ele mesmo quisesse; e ver as íris castanhas brilhando de desejo, aqueles lábios convidativos. Pior que isso, as bochechas vermelhas e os pelos eriçados, o peito subindo e descendo... Não, ele não queria e nem conseguiria parar. — V-Você t-tem certeza q-que quer... — Não conseguiu continuar a pergunta, apenas se deixou levar e a atacou como antes ela o atacava, afinal, era a coisa mais certa que eles poderiam fazer depois de tanto tempo se amando sem perceber.
E dessa vez não havia ninguém para os interromper ou dizer o que estavam sentindo, dessa vez, apenas seus instintos e seus corações seriam ouvidos, dessa vez, só eles e o amor que sentiam importavam.
Dessa vez, eles seriam apenas amor, e não estranheza ou confusão.
***
— O que foi, Wendy? — Gray, que levava uma bandeja de comida nas mãos, a questionou.
— N-Na-da Gray-san... — Mentiu para ele.
— Tens certeza, Wendy? Suas bochechas parecem queimar. — Charles riu da observação da Maga da Água.
— E onde vocês vão? — A Exceed parecia curiosa.
— A Juvia e o Gray-sama vão levar comida para o casal favorito deles! — explicou.
— S-Sobre is-so... É melhor não os incomodarmos por enquanto... — Wendy queria verificar se os amigos estavam bem, mas ao chegar no corredor ouviu os gemidos e suspiros que os dois deixavam escapar, então deu meia volta e concluiu que era melhor deixá-los sozinhos por enquanto, de preferência até ao dia seguinte.
Gray e Juvia se encararam surpresos, mas a gargalhada que soltaram depois deixou a garota ainda mais constrangida.
— Deu certo, Gray-sama! — Comemorou.
— É... Deu certo até demais!
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Heiliger = Santo. Em alemão.
Herzkris = Junção de duas palavras alemães: Herz = Coração + Kristall = Cristal.
Ixi, foi uma longa aventura, mas valeu a pena, me perdoem por qualquer errinho, um dia será retificado.
Eu amei escrever para você, Celeste. Já disse várias vezes o quanto gosto de você, mas não custa repetir.
Obrigada por lerem até aqui, espero que todos tenham gostado do que escrevi pensando única e exclusivamente na Huna-chan. Um beijo e até a próxima!
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