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Capitulo Vinte

Robert Young:

Storm me arrastou pelo ar, as correntes apertando cada vez mais, me forçando a seguir o caminho que ele queria. Quando finalmente senti o chão de pedra fria sob meus pés novamente, percebi onde estávamos: um templo antigo e abandonado, suas paredes cobertas de musgo e rachaduras. O ar estava saturado de energia maligna, pesada, o tipo de atmosfera que deixa um gosto amargo na boca e faz os pelos da nuca se arrepiarem.

Olhei ao redor e vi os capangas de Storm, alinhados como guardas macabros. O primeiro era uma figura grotesca, parecendo um espantalho feito de trapos esfarrapados e galhos secos, seus olhos brilhando com um brilho alaranjado e doentio. A cabeça pendia para o lado, como se o pescoço estivesse prestes a se quebrar. Ao lado dele, uma criatura bizarra com patas de galinha, mas o torso e a cabeça eram uma mistura de carne e penas negras, olhos vermelhos que piscavam com uma malícia insana.

— Ah, os meus ajudantes, — Storm disse, com um tom de falsa alegria. — Eles gostam de uma boa diversão. E hoje, meu querido exorcista, você será o centro das atenções.

Tentei me soltar, puxando contra as correntes, mas Storm apenas estalou os dedos, e a pressão ao redor dos meus pulsos e tornozelos aumentou, me forçando a cair de joelhos. O chão estava coberto de símbolos antigos, desenhados em sangue seco, e um frio gélido parecia irradiar de cada linha.

Foi então que percebi as outras pessoas.

Espalhadas pelo chão do templo, havia pelo menos uma dúzia de corpos, todos presos por correntes semelhantes às minhas. Eram mundanos e submundanos, e todos estavam ofegantes, respirando com dificuldade, como se cada suspiro fosse uma batalha. Alguns tinham os olhos vidrados, perdidos em um transe, enquanto outros soltavam gemidos baixos de dor.

— O que você fez com eles? — gritei, sentindo a raiva borbulhar dentro de mim novamente. — Por que estão assim?

Storm se aproximou, inclinando-se para ficar ao meu nível. Ele estendeu a mão, acariciando meu rosto com uma suavidade perturbadora, como se eu fosse um brinquedo delicado.

— Eles são minhas... baterias, — ele disse casualmente. — Preciso me alimentar, e o poder que eu roubei de cada um deles é o que me ajudou a recuperar minha força. — Ele olhou para os prisioneiros com um sorriso quase paternal. — Eles ainda têm um pouco mais a me oferecer antes de serem descartados.

Eu senti meu estômago revirar. Ele estava drenando a energia vital de cada uma dessas pessoas, sugando suas almas para recuperar seu próprio poder. E agora eu era o próximo.

— Você é um monstro, — sussurrei, sem conseguir conter a repulsa na minha voz.

— Talvez, — Storm respondeu, se levantando e dando de ombros. — Mas sou um monstro com um propósito. E você, meu caro exorcista, é apenas a última peça que eu precisava para completar o quebra-cabeça.

Ele estendeu a mão, e eu senti as correntes me puxarem para o centro do círculo de sangue. A energia ao meu redor parecia vibrar, como se o próprio templo estivesse esperando pelo que estava prestes a acontecer.

Enquanto Storm falava, sentindo-se vitorioso, algo estranho aconteceu. Senti um movimento súbito no meu bolso, como se algo estivesse se agitando ali. Antes que pudesse reagir, um pequeno animal pulou de dentro da minha roupa e, com um som agudo, mordeu a mão de Storm.

— Aaaah! — Storm gritou, surpreso, recuando com o rosto contorcido de dor.

As correntes que me seguravam se afrouxaram, e eu caí no chão com um baque. Por um momento, fiquei deitado ali, ofegante, tentando processar o que havia acabado de acontecer. Quando levantei a cabeça, vi o pequeno herói do dia.

Era Car, em sua forma de tanuki. O pequeno animal tinha os pelos eriçados, os dentes à mostra, e estava rosnando para Storm com uma ferocidade que parecia impossível para uma criatura tão pequena. Seus olhos brilhavam com uma determinação que eu nunca tinha visto antes.

— Car! — exclamei, sem conseguir acreditar. — O que você está fazendo aqui?

O tanuki se virou para mim e deu um salto, pousando no meu peito como se quisesse ter certeza de que eu estava bem. Ele fez um som baixo, quase como um grunhido de alívio, antes de voltar sua atenção para Storm, que agora nos olhava com pura raiva.

— Maldito animal! — Storm rosnou, segurando a mão que tinha sido mordida. Havia uma marca profunda, e seu sangue era negro, escorrendo como tinta. — Como você ousa?!

Car soltou um guincho desafiador, estufando o peito como se estivesse pronto para enfrentar Storm sozinho. Mesmo sendo pequeno, havia algo de poderoso e inquebrável nele naquele momento.

— Você é incrível, sabia disso? — sussurrei para Car, ainda sentindo a adrenalina correr pelo meu corpo.

Storm avançou, agora furioso, seus olhos brilhando com uma luz ameaçadora. — Você acha que um simples tanuki vai me deter? — Ele levantou a mão, pronto para lançar outro ataque.

Mas eu já estava de pé, e dessa vez, não estava sozinho. Com Car ao meu lado, senti uma nova onda de energia correr por mim, como se ele tivesse trazido uma parte da força da floresta, da magia antiga que só os tanukis conhecem.

— Talvez você devesse subestimar menos seus oponentes, Storm, — eu disse, com um sorriso desafiador.

E então, junto com Car, comecei a canalizar o poder, pronto para revidar.

Tudo pareceu acontecer de uma vez. Os capangas demoníacos de Storm avançaram, mas eu senti uma força renovada dentro de mim. Car pulou para o meu ombro com a agilidade de uma pequena fera, o pelo eriçado e os olhos brilhando de determinação.

— Ainda bem que me encolhi e entrei no seu bolso, — ele comentou, dando uma risadinha orgulhosa. — Viu como eu sou útil? Até mordi um espírito!

Eu não consegui evitar uma risada, mesmo no meio de todo o caos. — Você é mais que útil, Car, você é um herói!

Storm rugiu de frustração, o som ressoando pelo templo como um trovão. — Vocês dois vão se arrepender de me desafiar! — Ele estendeu a mão, invocando outro raio negro que cortou o ar em nossa direção.

Mas agora eu não estava mais sozinho. Car estufou o peito, concentrando sua própria magia de tanuki. Ele murmurou algumas palavras rápidas, e senti a energia mudar ao nosso redor, como se a própria natureza estivesse respondendo ao chamado dele. Uma barreira de folhas e galhos se formou diante de nós, bloqueando o ataque de Storm.

— Vamos, Robert, use sua magia! — Car gritou no meu ouvido, seu pequeno corpo tremendo de excitação. — Mostre para ele do que somos feitos!

Eu levantei a mão, sentindo a energia correr por minhas veias, guiada pela coragem e pela presença de Car ao meu lado. — Você queria ver meu poder, Storm? Pois aqui está!

Com um movimento, canalizei toda a força que consegui reunir e a lancei contra ele. A energia se misturou com a magia da floresta de Car, criando um feixe de luz verde e dourada que cortou o templo em um clarão ofuscante.

Storm tentou se esquivar, mas o ataque o atingiu em cheio, fazendo-o recuar, sua forma se contorcendo com o impacto. Ele gritou de dor e raiva, os olhos brilhando com ódio puro.

— Isso... não vai terminar assim! — ele gritou, mas havia uma nota de medo em sua voz agora.

— Pois para você, termina sim! — Car respondeu, com um guincho vitorioso.

Senti o poder diminuindo, mas ainda me mantive firme, olhando para Storm, que estava enfraquecido e cambaleante. Sabia que ele não estava derrotado ainda, mas pelo menos agora, tínhamos uma chance.

Com Car ao meu lado, eu estava pronto para o próximo round.

O chão tremeu violentamente, fazendo tudo ao meu redor balançar. Eu perdi o equilíbrio e caí de lado, sentindo as pedras duras contra as minhas costelas. Storm, no entanto, soltou uma risada triunfante, como se tudo estivesse acontecendo exatamente como ele havia planejado.

— Veja só, garoto, deu certo o que eu esperava, — Storm disse, olhando para mim com aquele sorriso cruel. Eu o encarei, confuso, tentando entender o que ele estava insinuando.

— Do que você está falando? — perguntei, minha voz trêmula, enquanto lutava para me levantar. Mas o chão continuava a tremer, e algo estava mudando no ar, uma sensação de ruptura, como se a realidade ao nosso redor estivesse se fragmentando.

Storm balançou a cabeça, como se estivesse falando com uma criança ingênua.

— Já te contaram o que torna aquela sua casa tão especial, Robert? — Ele deu um passo em minha direção, o sorriso ampliando. — Ela foi construída em um ponto onde o mundo espiritual e o mundo humano se encontram. Um verdadeiro vórtice de energia, uma válvula de contenção.

As palavras dele me atingiram como um golpe. Eu sempre soube que a Casa Young era especial, que ela tinha uma conexão com o sobrenatural, mas nunca entendi completamente o porquê. Agora tudo fazia sentido. A casa não era apenas um abrigo para Damon e para mim; era uma barreira, uma linha de defesa entre os dois mundos.

— Você... você quebrou a válvula, — murmurei, o horror crescendo dentro de mim.

Storm riu novamente, um som cheio de satisfação.

— Ah, eu pensei que fosse apenas um mito, — ele admitiu. — Mas todos esqueceram aquele lugar, deixaram que se tornasse apenas mais uma casa antiga e misteriosa. Eu precisei de anos para confirmar minhas suspeitas, mas agora... agora eu consegui.

Olhei ao redor, e foi então que percebi. O templo inteiro estava se elevando, subindo lentamente como se fosse uma ilha se desprendendo do solo. A gravidade parecia distorcida, e pude ver rachaduras se formando nas paredes, como se a própria estrutura estivesse sendo arrancada de sua fundação. Sentia o ar vibrar, a energia do mundo espiritual se misturando com o nosso, criando uma pressão insuportável.

— Você usou a explosão para romper a barreira! — gritei, finalmente entendendo o plano dele.

Storm abriu os braços, como se estivesse celebrando sua própria genialidade.

— Exatamente! E agora, o véu entre os mundos está se diluindo. Os espíritos e as criaturas do caos não terão mais barreiras para atravessar. Eles virão, e eu me alimentarei da energia que fluirá como uma maré negra. E você, garoto... — ele fez uma pausa, inclinando a cabeça para me encarar com desprezo. — Você só serviu como catalisador para isso.

O chão tremeu novamente, ainda mais forte, e eu senti o desespero tomar conta. Precisava fazer algo, precisava impedir isso. Mas o poder de Storm estava crescendo, e ele estava absorvendo a energia ao nosso redor. O templo se elevava mais e mais, como se estivesse prestes a se desprender completamente do nosso mundo.

Car, ainda no meu ombro, soltou um som baixo, um rosnado preocupado.

— Robert, precisamos fazer algo rápido! Se ele romper o véu completamente, será o fim. Tudo que vive aqui estará exposto aos horrores do outro lado.

Eu sabia que ele estava certo. E agora, mais do que nunca, eu precisava agir.

Com esforço, me levantei, sentindo o chão tremer sob meus pés enquanto o templo continuava a subir a uma velocidade vertiginosa. Tudo ao nosso redor parecia estar se despedaçando. Ouvi um som ensurdecedor de pedra se chocando contra algo acima, como se o templo tivesse batido contra o teto invisível entre os mundos. O impacto fez o chão rachar violentamente, fissuras serpenteando em todas as direções, ameaçando engolir tudo.

Olhei para Car, ainda no meu ombro, seus olhos arregalados de preocupação. Eu precisava pensar rápido.

— Car, tira as pessoas que foram sequestradas daqui agora! — eu gritei, minha voz cortando o som ensurdecedor da destruição.

Ele me lançou um olhar confuso, claramente querendo ficar ao meu lado e lutar. — Mas, Robert, eu não posso te deixar sozinho aqui!

— Agora! — insisti, segurando seus pequenos ombros. — Isso é mais importante. Elas não têm chance se ficarem aqui quando tudo desmoronar. Você é o único que consegue tirá-las rápido o suficiente.

Car hesitou por um segundo, seus olhos encontrando os meus. Ele sabia o que eu estava pedindo. Eu estava pedindo para ele me deixar, para salvar aquelas vidas em vez de me ajudar. Ele assentiu, finalmente, com um brilho determinado em seu olhar.

— Eu volto por você, — ele disse, sua voz mais firme do que eu esperava de um pequeno tanuki. Em seguida, ele saltou do meu ombro e correu em direção às pessoas presas, assumindo sua forma maior para ter mais força.

Enquanto Car começava a libertar os prisioneiros, um a um, senti o peso da decisão que havia tomado. Storm estava me observando, os olhos azuis brilhando com uma satisfação maligna.

— Ah, que cena tocante, — ele zombou, batendo palmas lentamente. — Mandando seu amigo embora para salvar os outros enquanto você fica aqui, completamente impotente. É quase comovente.

Eu não respondi. Em vez disso, comecei a concentrar toda a energia que ainda tinha, puxando a força da minha própria essência, sentindo o calor pulsar nas minhas veias.

— Você acha que isso vai mudar alguma coisa? — Storm riu, mas havia um leve tremor em sua voz agora, como se ele começasse a perceber que eu não estava desistindo.

— Não vou deixar você destruir tudo, — falei, minha voz firme. — Você subestimou o poder que tenho e o vínculo que criamos com aquele lugar.

O chão sob meus pés continuava a se partir, e a estrutura do templo se inclinava perigosamente, como se estivesse prestes a despencar. Mas, por algum motivo, eu me sentia mais calmo. Talvez porque, mesmo sozinho, eu sabia que ainda havia uma chance.

Storm se aproximou de mim com uma confiança arrogante, rindo como se tudo fosse uma grande piada. Uma nuvem escura se formou ao seu redor, e a luz do templo começou a desaparecer, engolida por uma escuridão que parecia viva, pulsante. O ar ficou mais frio, e eu senti um arrepio profundo na espinha, como se o próprio lugar estivesse reagindo à presença dele.

— Diga-me, garoto, com que poder você pretende me enfrentar? — Ele falou, a voz ecoando como trovão. — Sua magia é boa, eu admito, mas você está apenas arranhando a superfície do seu verdadeiro potencial.

Antes que eu pudesse responder, um relâmpago saiu de sua mão, atingindo meu ombro. Não foi um golpe forte, mas ainda assim me fez dar um passo para trás, o calor queimando minha pele e o cheiro de ozônio preenchendo o ar.

Storm sorriu, satisfeito ao ver minha reação. — Você sabe disso, não sabe? Comparado à sua mãe, com toda a sua magia, ou ao seu pai, com seu poder espiritual... você não é quase nada. Apenas uma sombra do que eles foram.

As palavras dele me atingiram com força, mas antes que eu pudesse reagir, Storm avançou, movendo-se rápido como um raio. Ele me acertou com o ombro, um golpe brutal que me jogou contra a parede de pedra. O impacto foi devastador, e eu senti o ar ser expulso dos meus pulmões. A dor se espalhou pelo meu peito, e por um momento, minha visão escureceu nas bordas.

Eu caí de joelhos, lutando para respirar, tentando puxar o ar de volta para os meus pulmões que pareciam estar em chamas. Storm me olhou de cima, como um predador observando sua presa ferida.

— Não é decepcionante? — Ele zombou, inclinando-se para mais perto. — Você se esforça tanto, e ainda assim, continua sendo apenas um substituto patético, tentando preencher os espaços deixados pelos seus pais.

A raiva borbulhou dentro de mim, misturando-se ao medo e à dor. As palavras dele doíam, mas não da forma que ele esperava. Elas despertaram algo em mim, algo profundo e antigo, uma chama que eu não sabia que existia.

Eu levantei o olhar, encontrando os olhos dele com o máximo de desafio que consegui reunir, mesmo com o sangue escorrendo pelo canto da minha boca.

— Você está errado, — sussurrei, com a voz rouca, mas firme. — Eu não sou apenas o filho deles. Eu sou mais do que isso. E você está prestes a descobrir o porquê.

Storm riu, a risada ecoando pelo templo como um trovão, ressoando nas paredes e fazendo as pedras tremerem. Ele se aproximou de mim, os olhos azuis brilhando com uma satisfação cruel, como se estivesse prestes a desferir o golpe final.

— O que vou ver? — ele perguntou com desdém. — Você acha que tem algo para me mostrar? Eu lembro bem dos seus pais. Eles chegaram ao limite, usaram cada gota de poder que tinham. Mas você? Você pode usar magia agora, mas tudo o que faz são truques baratos, remendos e pequenas faíscas.

Ele estendeu a mão, e eu senti as pontas dos seus dedos tocarem meu rosto, leves como uma carícia, mas com uma energia que queimava como ácido. Minha pele ardia, e o cheiro de carne queimada se misturou ao ar, fazendo meus olhos lacrimejarem.

— Eu estive te observando desde que você recuperou sua habilidade de ver a energia espiritual, de enxergar espíritos e youkais, — ele murmurou, seus olhos analisando cada centímetro da minha expressão. — Sei que você usa essas habilidades com tanto cuidado, hesitando, sempre com medo de ir além. Você tem medo, garoto. Medo de perder o controle, medo de se tornar o que seus pais se tornaram.

Ele avançou de repente, a mão dele agarrando minha garganta com uma força imensa. Fui erguido do chão, meus pés pendendo no ar enquanto a pressão na minha traqueia aumentava. Tentei puxar suas mãos para me soltar, mas era como tentar mover uma parede. O ar deixou meus pulmões, e minha visão começou a escurecer nas bordas.

— Você sente isso? — ele sussurrou, sua voz agora baixa e perigosa, o hálito frio contra o meu rosto. — É o medo de enfrentar a sua própria essência. Você prefere esconder seu verdadeiro poder, porque sabe que, se usá-lo, pode perder a si mesmo.

Senti a pressão aumentando, minhas forças desaparecendo rapidamente. Storm me segurava como se eu fosse uma marionete quebrada, e a dor em minha garganta era insuportável. Mas, mesmo assim, uma chama de raiva e determinação crescia dentro de mim. As palavras dele estavam cutucando algo profundo, algo que eu mantinha escondido, enterrado sob camadas de autocontrole e medo.

— Talvez... — eu murmurei, minha voz fraca, lutando para sair. — Talvez eu tenha medo. Mas... eu também tenho uma coisa que você não tem.

Os olhos de Storm se estreitaram, e ele inclinou a cabeça, curioso.

— E o que seria? — ele perguntou, apertando minha garganta ainda mais.

Eu sorri, apesar da dor, apesar do medo. — Eu tenho algo pelo qual vale a pena lutar.

Concentrei tudo o que tinha, puxando a energia espiritual que eu sempre evitei usar, a força que eu temia por ser incontrolável. Mas agora, eu sabia que precisava dela, sabia que não poderia continuar me segurando. Eu me entreguei àquela energia, sentindo-a pulsar em minhas veias, queimando como fogo puro.

Um clarão de luz surgiu ao meu redor, e Storm foi jogado para trás, o impacto o lançando contra uma parede. Eu caí no chão, ofegante, mas senti uma nova força dentro de mim, uma conexão com algo mais profundo e mais antigo do que eu jamais ousara tocar antes.

Levantei-me devagar, meus olhos agora brilhando com a energia espiritual que eu havia finalmente liberado.

— Vamos ver quem realmente subestimou quem aqui, Storm, — eu disse, minha voz agora firme, cheia de um poder que eu nunca havia mostrado antes.

Eu fiz o impensável. Em um momento de pura determinação, fui além dos limites que um exorcista deveria conhecer, além do que um mago seria capaz de alcançar. Eu me entreguei completamente ao poder dentro de mim, deixando que a energia espiritual e a magia se fundissem, consumindo cada fibra do meu ser. A ponta dos meus dedos queimava com uma luz intensa, uma mistura de aura espiritual e magia pura, como uma chama viva que me envolvia.

Sem hesitar, me lancei contra Storm, gritando de pura adrenalina. Levantei a mão, sentindo a força fluir através de mim, expandindo como uma onda implacável. Concentrei tudo o que tinha em um único ataque, formando um punho de luz brilhante, carregado com toda a minha essência.

— Isso é por todos que você machucou! — gritei, e o punho brilhante voou na direção de Storm.

O impacto foi devastador. O golpe acertou Storm com uma força tão colossal que ele foi lançado para trás como uma boneca de pano, colidindo contra uma coluna de pedra. A estrutura inteira tremeu com o impacto, e a coluna desmoronou, caindo em cima dele. Por um breve instante, tudo ficou em silêncio. Apenas o som de escombros e terra caindo ecoava pelo templo.

Eu fiquei ali, ofegante, meu corpo tremendo por ter liberado tanto poder de uma vez. O suor escorria pela minha testa, misturado com lágrimas de esforço. Eu queria acreditar que era o fim, que eu havia finalmente derrotado Storm.

Mas então, uma risada profunda e gutural se ergueu do meio dos destroços. Era uma gargalhada sombria, cheia de um prazer doentio. Storm empurrou para o lado um enorme pedaço de rocha, se levantando lentamente. Ele parecia machucado, mas os olhos brilhavam com uma intensidade insana, como se ele estivesse se divertindo mais do que nunca.

— Muito bom! — rosnou ele, limpando a sujeira dos ombros, como se fosse apenas poeira. — Completamente inútil, mas bom! Vai ser um prazer fazer você em pedaços, Robert. — Ele deu um passo à frente, o sorriso dele se alargando, quase sádico. — Você acha que foi além dos seus limites, mas ainda não viu nada.

Antes que eu pudesse responder, senti a energia dele se intensificar, o ar ao nosso redor vibrando como se estivesse prestes a se partir em dois. Ele ergueu as mãos, e a escuridão ao seu redor começou a pulsar, se contorcendo como uma criatura viva.

Eu engoli em seco, sentindo o peso do que estava por vir. Mas agora, não havia mais medo. Eu sabia que, mesmo que não saísse vivo daqui, eu não iria ceder. Eu não iria recuar.

— Então venha, Storm! — gritei, levantando a mão e sentindo a magia e a energia espiritual se fundirem novamente. — Eu não vou cair sem lutar!

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Até a próxima 😘

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