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Capitulo Dezenove

Robert Young:

Na manhã seguinte, mesmo com a chuva sobrenatural que caía pesadamente e a tempestade se formando no horizonte, decidi ir para a escola. O ar estava denso, carregado de uma energia estranha, como se o próprio clima estivesse reagindo aos eventos dos últimos dias. Assim que cheguei, vi meus amigos se aproximando, suas expressões um misto de curiosidade e preocupação.

— E o zumbi? — Evelyn foi a primeira a falar, com aquele olhar curioso que eu já conhecia bem. — Ele tinha a ver com os desaparecimentos?

Soltei um suspiro, tentando não rir da forma direta como ela perguntava.

— Não, ele era apenas uma alma fugitiva do Reino dos Mortos, — expliquei, abrindo a mochila para pegar um caderno. — Na verdade, ele só viu quem foi o responsável pelo sequestro e me deu uma dica antes de ser "recapturado".

Sebastian piscou algumas vezes, processando a informação.

— Espera aí, uma alma fugitiva? — ele perguntou devagar, como se estivesse tentando ter certeza de que havia entendido direito.

Antes que eu pudesse responder, Hanna deu um grito animado que quase me fez pular.

— Me conta tudo sobre isso agora! — Ela falou quase sem respirar, praticamente pulando de empolgação. — Como ele era? Por que fugiu de lá? Ele disse mais alguma coisa?

Ela estava tão animada que algumas pessoas ao redor pararam para olhar, claramente curiosas com o show que estávamos dando.

Jade colocou a mão no ombro de Hanna, tentando acalmá-la com um sorriso doce.

— Hanna, lembra que a maioria das pessoas não sabe sobre o submundo ou sobre essas coisas sobrenaturais.

Lucas suspirou, cruzando os braços e lançando um olhar divertido para Hanna.

— E se você der outro grito desse jeito, todo mundo aqui vai saber, — ele comentou.

Hanna corou um pouco, colocando as mãos sobre a boca.

— Foi mal, eu me empolguei, — murmurou, olhando ao redor e fazendo um gesto para que eu continuasse.

Eu ri, balançando a cabeça.

— Tudo bem, mas precisamos manter isso discreto, pessoal. Não é todo dia que uma alma fugitiva do Reino dos Mortos aparece por aqui e começa a entregar segredos. E eu ainda estou tentando entender o que tudo isso significa.

— Então o zumbi deu uma dica, — Evelyn repetiu, pensativa. — Mas sobre quem está por trás dos sequestros?

— Sim, — confirmei, olhando para o céu nublado, onde a tempestade parecia se aproximar mais rápido do que o normal. — Ele disse que alguém muito mais poderoso está envolvido. Alguém que conhece o caminho entre os mundos e está usando isso para capturar tanto mundanos quanto submundanos.

O grupo ficou em silêncio por um momento, processando o que eu havia dito. As expressões deles variavam de fascinação a uma preocupação genuína, e eu senti o peso da situação cair sobre mim mais uma vez. Nós estávamos lidando com algo muito maior do que eu imaginava, e aquilo era apenas o começo.

— Bom, se vamos descobrir quem é esse alguém, é melhor estarmos preparados, — disse Sebastian, tentando colocar um tom de otimismo na voz. — E, principalmente, tentar não gritar sobre zumbis na frente de toda a escola, né, Hanna?

Hanna riu, ainda com as bochechas vermelhas.

— Vou tentar me conter, prometo.

E com isso, seguimos em direção às aulas, todos fingindo que era apenas mais um dia normal, mesmo sabendo que estava longe de ser.

Enquanto caminhávamos para dentro da escola, rindo e brincando, uma parte de mim estava inquieta, como se eu estivesse escondendo um segredo muito maior do que eles poderiam imaginar. Por mais que eu quisesse compartilhar tudo com meus amigos, havia algo que simplesmente não podia ser dito.

Eu não poderia contar quem era o zumbi de verdade.

A verdade é que ele não era apenas uma alma fugitiva qualquer. Ele tinha um nome, uma história, e uma conexão muito mais profunda com tudo o que estava acontecendo. Mas dizer isso em voz alta parecia perigoso, não só por causa dos riscos que ele corria agora, mas pelo que eu próprio poderia atrair.

E, claro, não podia contar o que aconteceu depois que saí da escola ontem. Ninguém ali sabia que eu havia seguido o zumbi até o limite do mundo dos vivos e dos mortos, em um beco envolto em sombras onde o véu entre os mundos era mais fino. Que, ao invés de tentar fugir de mim, ele se virou e olhou nos meus olhos, como se estivesse me reconhecendo de algum lugar, como se esperasse por aquele encontro há muito tempo.

Lembro-me claramente de como ele sussurrou meu nome, a voz rouca e trêmula, carregada de uma tristeza que parecia ecoar das profundezas da própria morte. Foi então que ele revelou algo que eu ainda estava tentando processar: o nome do verdadeiro sequestrador. Um nome que eu não ousaria repetir ali, no meio de todos, sob o olhar curioso de meus amigos.

E antes que eu pudesse perguntar mais, antes que eu pudesse entender o que aquilo significava, ele se desfez em poeira, como se fosse um pedaço de fumaça levado pelo vento. Fiquei parado ali, sozinho, com o coração batendo acelerado, tentando compreender o que havia acabado de acontecer.

De volta ao presente, meus amigos seguiam ao meu lado, sem perceber o conflito interno que eu enfrentava. Hanna ainda me lançava olhares animados, esperando mais detalhes, enquanto Evelyn analisava o céu escuro, como se pudesse ver algo além das nuvens de tempestade.

— Então, — Lucas disse, quebrando o silêncio, — qual é o plano agora?

Olhei para eles, para todos os meus amigos que estavam dispostos a me seguir, mesmo que sem saber o perigo real. E percebi que, por mais que quisesse proteger todos, eu precisava encontrar uma forma de lidar com isso sozinho. Pelo menos até ter certeza de que era seguro compartilhar.

— O plano é esperar e descobrir mais, — respondi, tentando sorrir. — E talvez... não mexer tanto com o Reino dos Mortos por um tempo.

Eles riram, achando que eu estava apenas sendo sarcástico. E eu os acompanhei, forçando uma risada, enquanto sentia o peso da verdade escondida pressionando meu peito.

*******************************

O restante das aulas passou tranquilamente, o que, devo admitir, foi uma surpresa considerando a manhã agitada. E ter um professor feérico definitivamente tornou a experiência mais... peculiar. Quero dizer, ele é meio louco, isso é um fato, mas pelo menos sabe como ensinar de um jeito interessante. A aula de História Sobrenatural com ele é como assistir a uma peça de teatro com efeitos especiais — e, às vezes, bem assustadores.

Eu estava tentando focar na explicação sobre as linhas de energia entre os mundos, quando tudo mudou de repente. Um relâmpago cortou o céu, iluminando a sala inteira em um flash quase ofuscante. As janelas vibraram com o som do trovão, e o professor parou de falar, virando-se para olhar para o horizonte com uma expressão séria, quase preocupada. Senti um arrepio na nuca, um frio que não tinha nada a ver com a tempestade lá fora.

Foi então que a vi.

Uma figura parada do outro lado da janela, envolta em sombras, como se não pertencesse a este mundo. Seus olhos — ou pelo menos o que eu achei serem olhos — pareciam brilhar em um tom de azul fantasmagórico. Pisquei, confuso, e no segundo seguinte, não havia mais nada ali. Apenas a chuva escorrendo pelo vidro.

Meu coração disparou, e tive que me lembrar de respirar. Eu estava congelado, sem conseguir desviar o olhar da janela, como se ainda esperasse que a figura voltasse.

— Robert, está tudo bem? — A voz de Jade me trouxe de volta, suave e cheia de preocupação. Ela inclinou a cabeça, me observando como se eu tivesse acabado de ver um fantasma... o que, pensando bem, não era uma hipótese tão absurda.

Respirei fundo, forçando um sorriso que mal consegui sustentar.

— Sim, está tudo bem, — menti, tentando parecer relaxado.

Mas a verdade era que algo estava muito errado. A figura que vi não era um simples espírito. Havia uma energia ali, uma presença que fazia o ar ao meu redor parecer mais pesado, sufocante. E, pelo jeito que o professor feérico olhava para a tempestade lá fora, eu sabia que ele também sentia.

Algo estava se movendo nas sombras, algo que não pertencia ao nosso mundo. E, por algum motivo, parecia estar olhando diretamente para mim.

As aulas terminaram mais cedo, ou melhor, fomos liberados antes do horário por causa do risco da tempestade que estava piorando lá fora. O céu já estava completamente coberto por nuvens escuras, e o vento uivava pelos corredores da escola como se fosse um presságio de algo ruim. Me despedi do pessoal rapidamente, forçando um sorriso para Jade, que ainda parecia preocupada comigo.

— Se cuida, Robert! — ela gritou por cima do vento, antes de correr para o abrigo de um dos prédios da escola.

Acenei para ela, mas o nervosismo já se instalava em mim. Algo naquela tempestade não parecia natural. Era como se o ar estivesse cheio de eletricidade, mas não apenas o tipo que acompanha relâmpagos; era algo sobrenatural, uma energia que fazia meus pelos se arrepiarem.

Quando cheguei às escadas de pedra que levavam para fora do campus, senti uma pontada de medo, algo me dizendo para ter cuidado. Comecei a subir, mas mal havia dado dois passos quando o arrepio na nuca se intensificou, como se alguém estivesse me observando. Instintivamente, me agachei.

Foi a tempo.

Um raio desceu do céu com um som ensurdecedor, atingindo exatamente o lugar onde minha cabeça estaria se eu não tivesse abaixado. O clarão foi tão intenso que meus olhos arderam, e o cheiro de ozônio e pedra queimada preencheu o ar. O chão tremeu, e pedaços de pedra voaram por todos os lados.

Fiquei agachado, o coração disparado, sentindo o pulsar da eletricidade na pele. Minha respiração estava acelerada, e eu mal conseguia processar o que havia acabado de acontecer. Se eu não tivesse me abaixado...

Olhei para cima, ofegante, e vi uma sombra se dissipando rapidamente, como se o raio tivesse sido intencional, como se alguém — ou algo — tivesse tentado me atingir de propósito.

— O que diabos foi isso? — murmurei para mim mesmo, a voz trêmula.

Levantei-me devagar, ainda atordoado, e corri para casa o mais rápido que pude, o som da tempestade ecoando ao meu redor. Sabia que havia algo me caçando, e se eu não fosse rápido, da próxima vez talvez não fosse apenas um susto.

Eu mal havia terminado de subir os últimos degraus quando a vi. A Casa Young estava logo à frente, envolta em uma névoa densa que parecia dançar ao ritmo da tempestade. A cada relâmpago, ela se iluminava, mostrando suas janelas antigas e a estrutura imponente. Eu acelerei o passo, o coração ainda martelando no peito por causa do raio que quase me acertou.

Mas, então, algo mudou.

O ar ficou pesado, quase sufocante, e um silêncio repentino caiu sobre a área, como se até a própria tempestade tivesse segurado a respiração. A Casa começou a brilhar, uma luz intensa emanando de dentro, iluminando todas as janelas ao mesmo tempo. Eu parei, ofegante, sentindo o instinto de me afastar, mas estava paralisado pela cena diante de mim.

— Não... — sussurrei, o medo subindo pela minha espinha.

Antes que eu pudesse reagir, uma onda de energia explodiu de dentro da casa. Era como se ela tivesse sido tomada por uma força incontrolável, e o brilho aumentou até se tornar cegante. Eu levantei os braços para proteger os olhos, mas mesmo assim pude ver quando a estrutura inteira se expandiu e, em um instante, explodiu de dentro para fora.

O som foi ensurdecedor, como mil trovões estourando ao mesmo tempo. A onda de choque me jogou para trás, me derrubando contra os degraus de pedra. Pedaços de madeira, vidro e tijolos voaram em todas as direções, e eu senti o impacto de algo rasgar a minha pele. Fiquei deitado no chão, a respiração pesada, a visão turva pelas lágrimas involuntárias.

A casa — a Casa Young — que por tanto tempo tinha sido um lugar de mistérios, segredos e proteção, estava agora em ruínas. E eu sabia, no fundo, que algo havia rompido o equilíbrio. Algo maior do que eu podia entender.

Enquanto a poeira baixava, tentei me levantar, sentindo uma dor aguda no braço. Olhei para os destroços, o coração partido. E, mesmo de longe, pude ver uma figura de pé, envolta em sombras e luz, uma presença que parecia ter saído diretamente do centro da explosão.

Uma figura que eu reconhecia.

— Não... pode ser, — murmurei, com a voz trêmula.

Era Damon. Mas algo estava errado. O brilho em seus olhos não era o mesmo, e sua expressão parecia vazia, como se ele não estivesse completamente ali.

Ele me olhou, e naquele instante, eu soube: não era apenas a casa que havia sido quebrada.

Damon caiu pesadamente no chão, o brilho sobrenatural que o envolvia desaparecendo. Os espíritos que o cercavam dispersaram-se, desaparecendo em um sussurro abafado pelo som da tempestade. Ele voltou à sua forma humana, e o alívio inicial que senti rapidamente deu lugar ao pânico. Corri na direção dele, mas um relâmpago desceu violentamente à minha frente, me forçando a parar.

Uma risada ecoou acima de mim, fria e cortante, como uma lâmina arranhando minha alma. Senti um calafrio percorrer minha espinha, e sem pensar, chamei meus poderes, invocando o mínimo de proteção que eu sabia conjurar.

— E o que acha que pode fazer, pequeno exorcista? — A voz soou como um trovão, profunda e irônica. Olhei para cima e, lentamente, uma figura começou a tomar forma. Um homem de cabelos brancos como a neve e olhos azuis, gelados como o próprio inverno. Ele parecia ter cerca de trinta anos, mas havia algo intemporal nele. As roupas impecáveis lembravam um advogado, elegante e autoritário, como se estivesse ali para julgar o mundo.

Ele sorriu, uma expressão que não alcançava seus olhos.

— Finalmente nos encontramos em pessoa.

— Quem é você? — perguntei, sentindo meu coração bater na garganta. Eu precisava pensar rápido, encontrar uma maneira de tirar Damon dali e verificar se ele estava bem.

O homem inclinou a cabeça em uma reverência teatral, os olhos brilhando com uma malícia contida.

— Eu sou Storm, — ele disse, e girou os dedos no ar. As nuvens acima de nós escureceram ainda mais, e o trovão ribombou como um aviso. — Eu sou um espírito das tempestades. E, ah, como é bom ter uma parte do meu poder de volta!

No canto do olho, vi uma sombra se movendo entre os destroços. Talvez um aliado, talvez alguém que pudesse ajudar. Mas eu sabia que precisava manter a atenção de Storm focada em mim.

— Então foi você, — falei, tentando soar mais confiante do que realmente me sentia. — Você está por trás dos sequestros dos mundanos e dos submundanos.

Storm riu, um som que parecia rasgar o ar ao nosso redor.

— Um preço necessário para recuperar minha força, — ele disse, casualmente, como se estivesse discutindo o tempo. Mas então seu sorriso se desfez, e seus olhos azuis brilharam com uma fúria repentina. — Se não fosse aquela vadia da sua mãe, que tentou me exorcizar anos atrás... Ela destruiu parte da minha essência, e eu fui forçado a me alimentar aos poucos durante todos esses anos.

Minha respiração parou por um instante. Minha mãe? Ela havia enfrentado Storm? Eu nunca soube disso. E agora, de alguma forma, eu estava aqui, enfrentando o mesmo espírito, a mesma ameaça que ela tentou destruir.

— Então é vingança, — murmurei, tentando ganhar tempo, meus olhos voltando a buscar Damon, que ainda estava inconsciente. — Você está aqui para terminar o que começou com ela.

Storm soltou uma gargalhada sombria, o som fazendo o ar vibrar.

— Vingança? Talvez. Mas também poder. Poder que eu perdi por culpa dela e que você, garoto, mal compreende. — Ele ergueu a mão, e o vento ao nosso redor se intensificou, os relâmpagos dançando ao seu comando. — E agora, você vai pagar o preço pelo pecado da sua mãe.

Antes que eu pudesse reagir, um clarão brilhou no canto do meu olho. A figura que eu tinha visto antes finalmente se revelou: era Kai. Ele apareceu ao meu lado, a foice cintilando em suas mãos.

— Preciso tirar Damon daqui, — Kai disse rapidamente, a voz baixa e urgente. — Você segura ele?

Engoli em seco e assenti, sem tirar os olhos de Storm. — Sim. Faça isso rápido.

Kai não perdeu tempo. Ele se lançou em direção a Damon, enquanto eu me posicionei entre eles e Storm, invocando o máximo de energia que consegui reunir.

— Vamos ver do que você é capaz, pequeno exorcista, — Storm provocou, avançando com um sorriso selvagem.

Eu levantei as mãos, sentindo o poder pulsar dentro de mim, e respondi:

— Vamos.

Storm avançou como um raio, a velocidade e a força dele eram impressionantes. Antes que eu pudesse reagir, ele acertou Kai com um golpe devastador. O impacto foi tão forte que Kai e Damon foram lançados para longe, batendo contra o chão com força. Um grito escapou da minha garganta, meu instinto de correr até eles se chocando com o pavor que me paralisava por um segundo.

Mas não precisei agir sozinho. Kellor apareceu como uma sombra ao meu lado, ágil e determinado. Ele correu para Damon, pegando-o nos braços, enquanto Drains se movia rapidamente, erguendo Kai com um movimento preciso, embora seu rosto mostrasse pura raiva.

— Foi esse filho da puta que destruiu nossa casa, — Drains rosnou, o olhar fixo em Storm, como se quisesse queimar o espírito com o olhar.

Storm apenas riu, uma risada fria que parecia se misturar ao som da tempestade ao nosso redor. Ele levantou a mão, e uma rajada de vento e chuva foi lançada em direção a nós. Mas havia algo diferente, algo distorcido. Senti uma mudança no ar, uma energia grotesca que fazia minha pele arrepiar.

As criaturas que antes eram apenas sombras de espíritos menores começaram a se contorcer e mudar, seus corpos se distorcendo em formas demoníacas, garras surgindo e olhos brilhando com um vermelho intenso.

— Isso é energia do caos! — Kellor gritou, desviando do ataque de uma das criaturas, claramente abalado. — Ele está usando a essência do Caos para corromper esses espíritos!

Storm soltou uma risada alta, saboreando nossa confusão.

— Exatamente! Esse é o poder que Klaus me deu quando me tornei seu seguidor, — ele disse, sua voz cheia de desprezo. — Antes de ser traído e cair. Mas eu não me importo se Klaus vai voltar ou não. Eu só quero uma coisa: o meu poder completo de volta. O poder que aquela maldita mulher me roubou anos atrás.

A voz dele ficou mais fria, mais cortante, enquanto seus pés tocavam o chão, finalmente solidificando sua presença entre os vivos.

— Pelo menos, matei ela e o marido dela. E devo dizer que foi bem satisfatório.

Meu sangue gelou, e minha visão ficou turva de raiva. Ele estava falando dos meus pais. Ele os matou. E estava se gabando disso, tentando me provocar, esperando que eu atacasse com tudo, movido pela emoção.

— Seu desgraçado, — sussurrei, sentindo o ódio fervilhar dentro de mim.

Storm sorriu, aquele sorriso que fazia cada fibra do meu corpo gritar em alerta.

— Ah, parece que toquei em um nervo, não é? — Ele disse, abrindo os braços como se me convidasse a atacá-lo. — Vamos, pequeno exorcista. Mostre o que você sabe fazer. Me ataque. Prove que você é digno de carregar o legado de seus pais.

Eu sabia que ele queria me fazer perder o controle, me fazer agir impulsivamente. Mas cada músculo do meu corpo tremia de raiva, e eu podia sentir meus poderes reagindo, respondendo ao meu estado emocional.

— Não faça isso, Robert! — gritou Kellor, tentando me alcançar, ainda segurando Damon, que começava a recobrar a consciência.

Mas eu não conseguia ouvir nada além da risada de Storm ecoando na minha cabeça e a lembrança das palavras dele, zombando da morte dps meus pais. Eu senti a energia correr pelas minhas veias, quente e intensa, e antes que percebesse, eu já estava avançando na direção dele.

A raiva me cegou e, em um impulso, liberei todo o poder que consegui reunir. Uma explosão de energia saiu das minhas mãos, indo direto para Storm. Mas ele foi rápido demais. Ele se moveu como um borrão, desviando do meu ataque no último segundo, e antes que eu pudesse reagir, senti uma pressão no meu pescoço. Ele havia surgido atrás de mim, segurando-me pelo colarinho da blusa com uma força que quase me tirou o ar.

— O que foi? — Storm murmurou, a voz baixa e cortante ao pé do meu ouvido. — Será que posso te devorar agora, pequeno exorcista?

Senti um calafrio percorrer minha espinha, o medo e a raiva misturando-se em um turbilhão. Tentei me soltar, mas ele me segurava como se eu fosse uma boneca de pano, sua força sobrenatural me imobilizando completamente.

De repente, um uivo cortou o ar. Kellor estava vindo em nossa direção em sua forma animal, uma grande raposa de três caudas, seus olhos brilhando com uma luz feroz. Ele saltou, as garras prontas para atacar, mas Storm apenas sorriu, indiferente.

— Não atrapalhe nossa conversa, — disse Storm, com um tom quase entediado.

Antes que Kellor pudesse me alcançar, um raio negro saiu da mão de Storm, acertando-o em cheio. O impacto foi brutal; Kellor foi jogado para trás, rolando pelo chão e voltando à sua forma humana, claramente machucado. Ele soltou um grunhido de dor, tentando se levantar, mas seus movimentos estavam lentos, como se a energia do raio tivesse drenado sua força.

— Kellor! — gritei, tentando alcançar o amigo caído. Mas Storm puxou meu colarinho com mais força, me erguendo até que eu ficasse na ponta dos pés.

— Não se preocupe com ele agora, — Storm sussurrou, seus olhos azuis brilhando com uma luz sinistra. — Você deveria se preocupar com você mesmo.

Aquela proximidade, a frieza de seus olhos, e o sorriso satisfeito em seu rosto... Eu sabia que ele estava se divertindo, jogando comigo, esperando para ver até onde eu iria antes de me quebrar.

Storm me segurava com facilidade, como se eu fosse feito de papel, o sorriso cruel e vitorioso ainda estampado em seu rosto. Ele ergueu a outra mão, e senti o ar ao nosso redor mudar, ficando mais pesado e denso.

— Sei de um ótimo lugar para nós, — ele disse, com a voz carregada de malícia. — Vamos ver como está meu lugar favorito no mundo. O lugar onde vou te usar para consumir seu poder e devorar seu coração.

Antes que eu pudesse processar o que ele estava dizendo, um buraco negro se abriu a poucos centímetros do meu rosto. O portal era uma espiral escura e pulsante, como um vórtice de pura energia caótica. O vento que saía de dentro era frio e cheio de uma presença opressora, o tipo de escuridão que parece engolir qualquer luz.

— Não! — gritei, tentando invocar minha energia para repelir o portal, mas Storm apenas riu.

— Ah, não adianta lutar, garoto, — ele murmurou, e com um movimento casual, ele me empurrou para dentro do portal, como se estivesse apenas descartando um brinquedo quebrado.

— Robert! — Drains e Kellor gritaram juntos, suas vozes carregadas de pânico.

Por um segundo, vi o rosto de Kellor distorcido pelo medo, ainda ajoelhado no chão, e Drains avançando em minha direção com uma expressão que eu nunca tinha visto nele antes — uma mistura de raiva e desespero. Mas então, tudo se apagou.

O vórtice me envolveu, e a gravidade pareceu desaparecer. Eu estava sendo puxado para dentro do portal, caindo no vazio. O frio era sufocante, e um zumbido agudo preencheu meus ouvidos. Tentei lutar contra a força que me puxava, mas era como tentar nadar contra uma correnteza violenta.

Senti o pavor me consumir, meu coração batendo tão rápido que parecia prestes a explodir. As imagens de Damon, Kellor e Drains passaram pela minha mente como um borrão, e uma parte de mim queria gritar, mas não havia mais ar, nem som.

A última coisa que ouvi foi a risada de Storm, ecoando ao meu redor como o trovão de uma tempestade distante.

A queda foi brutal. Senti o impacto do chão se chocando contra meu corpo, o ar sendo expulso dos meus pulmões em um instante. Por um momento, fiquei deitado, tentando processar onde estava, o gosto de terra e sangue na minha boca. Mas antes que pudesse me levantar, correntes negras surgiram do chão como serpentes, se enrolando ao redor dos meus pulsos e tornozelos. O toque delas era frio e queimava como gelo seco, prendendo-me com força.

Tentei lutar, puxando, tentando usar meus poderes para dissipá-las, mas a energia que emanava delas era densa, como se estivesse drenando minha força a cada segundo que passava.

— Vamos, querido, — a voz de Storm soou atrás de mim, e eu senti sua presença se aproximar. Ele surgiu das sombras, o vórtice se desfazendo atrás dele como fumaça. Ele se aproximou devagar, como um predador que acaba de capturar sua presa, e ergueu uma das mãos.

As correntes se esticaram, me puxando para cima. Em segundos, eu estava levitando, preso como uma marionete nas mãos dele, incapaz de tocar o chão. O peso da gravidade agora era substituído pela pressão das correntes apertando meus membros.

— Que bom que você resolveu se juntar a mim, — ele continuou, com aquele sorriso insuportável e condescendente. — Agora podemos começar a parte divertida.

Senti o medo subir pela minha garganta como bile, mas eu não podia mostrar fraqueza. Ele queria isso. Ele queria que eu implorasse. Em vez disso, olhei para ele com o máximo de desafio que consegui reunir.

— O que você vai fazer, Storm? — cuspi as palavras, tentando soar mais corajoso do que realmente me sentia. — Me torturar até que eu ceda? Vai demorar mais do que você pensa.

Storm riu, uma risada baixa e cheia de desdém. Ele se aproximou, os dedos dele acariciando a corrente que estava ao redor do meu pulso, como se fosse um acessório delicado.

— Torturar você? — ele murmurou, os olhos azuis brilhando com uma luz cruel. — Não, pequeno exorcista. Isso seria fácil demais. Eu quero que você assista. Quero que você veja o que acontece quando alguém desafia a essência do caos. Quero que você sinta cada segundo enquanto eu devoro seu poder, enquanto eu desmonto cada parte da sua alma, pedaço por pedaço.

O sorriso dele se alargou, e ele se inclinou para mais perto, sussurrando no meu ouvido:

— E quero que você saiba que, no final, ninguém vai lembrar quem você foi. Você será apenas uma sombra, do seu verdadeiro eu.

As palavras dele me atingiram como uma faca no peito. Eu sentia o ódio e o medo se misturando dentro de mim, a impotência de estar preso nas correntes dele enquanto ele controlava tudo. Mas uma pequena chama de esperança ainda queimava, um pensamento insistente: Meus amigos sabem onde eu estou. Eles virão por mim. Eles não vão me deixar aqui.

Eu só precisava ganhar tempo.

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Gostaram?

Até a próxima 😘

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