capitulo 5
Após a primeira semana de aula de Arthur em uma biblioteca pequena no centro da cidade estava Rebeca, limpando todas as prateleiras incontrolavelmente. Mesmo anciosa para saber como havia seus primeiros dias de aula ela sabia que tinha que se desvincular um pouco.
_ A cidade que já é quieta fica mais silenciosa ainda quando começam as aulas não acha?
Sophie olha Rebeca que está esfregando um pano com óleo pra madeira nas prateleiras, como ela não responde resolve fazer outra pergunta.
_ Ainda está escrevendo aquele livro?
_ Na verdade, não. Parece que estou travada, não consigo escrever.
Sophie notou um tom um tanto melancólico na amiga, Rebeca sempre foi muito intensa, se entrega por inteiro, por uns dias Sophie sabia que Rebeca iria estranhar, e ficar rodeada de livros talvez não ajudasse muito, mas, tirar Rebeca daqui iria significar que ela ficaria em casa, sozinha no quarto, o que era pior ainda.
_ O que eu vou fazer com você?
_ Como é?
_ Nada. Nada não. Já está terminando?
_ Sim, estou pensando em organizá-los por ordem alfabética também.
Ok, isso já estava passando dos limites.
Nesse momento a porta da biblioteca se abre e o pequeno sino toca atraindo a atenção das duas.
Alex olha para todos aqueles livros, sempre quis entender o fascínio do amigo por eles, talvez agora ele pudesse entender um pouco; a biblioteca apesar de pequena era clara e aconchegante, com um lugar ao fundo com duas poltronas redondas no chão e uma mesa pequena com café e biscoitos.
_ Olá? Você é o amigo de Erick certo? Alex?
_ Sim, isso. Gostei do lugar.
Rebeca olha para o lado e não vê a amiga, a procura pelos corredores com os olhos enquanto Alex da uma olhada rápida pela biblioteca e a encontra ruborizada fingindo estar lendo um livro; ela gargalharia mas não podia naquele momento.
_ Então, acho que vou acabar levando um livro, talvez eu entenda porque vocês gostam tanto de ler assim. Mas estou aqui por outra coisa.
Ele estende um pequeno papel com desenhos de leões, coroas e uma data para o próximo mês.
_ Arthur irá fazer aniversário no próximo mês, ele irá convidar alguns amiguinhos que já fez na escola, mas adultos... Bom, você sabe que não temos muitos amigos, e ele insistiu que alguém trouxesse isso para você.
_ Claro, eu irei com certeza.
Rebeca se pergunta porque o amigo deles que vieram trazer o convite e não o próprio irmão do aniversariante, mas isso ela iria deixar pra outro momento.
_ Pode levar a sua amiga se quiser.
Ele aponta para Sophie no corredor, com certeza ela irá.
Após anotar o nome e o livro que Alex havia escolhido Rebeca coloca um enorme sorriso no rosto e vai até Sophie no corredor.
_ Oi?
_ O que?
_ O que foi aquilo?
_ Aquilo o que?
_ Não se faça de tonta. Vi muito bem. Você nunca ficou vermelha assim. Foi por causa dele?
Sophie ruboriza novamente e se odeia por uns segundos por ser tão branca a ponto de ficar tão claro.
_ Bom. O que importa é que temos uma festa para ir, e você vai comigo.
_ Eu vou?
_ Vai, quem sabe eu te veja ficar corada novamente? Isso é um acontecimento.
Sophie então pega um livro pequeno e lança na amiga que, mesmo havendo acertado em cheio, continua rindo da situação.
Alguns dias depois Rebeca recebe uma carta, ela havia levantado cedo naquela sexta feira, estava frio e enquanto segurava uma xicara de chá nas mãos bem quente, enquanto soprava a fumaçinha ela olha pela janela e vê o carteiro todo coberto de blusas enormes, luvas e touca deixar algo na caixa de correios, ninguém na casa ainda havia levantado então ela mesma se encolhe e vai ver o que havia sido deixado lá dentro.
Havia várias cartas, provavelmente eram várias contas para ser pagas, então após deixar todos em cima da mesa ela pega a xicara novamente e sobe para o quarto.
"Tuc tuc tuc"
Rebeca batuca a caneta na beirada da mesinha, estava totalmente travada, não conseguia escrever uma linha sequer, havia pedido um dia de folga quando soube que iria esfriar e Sophie gostou da ideia, acabou que a biblioteca ficaria fechada o dia todo hoje. Rebeca vai até a janela e olha para a casa das rosas e suspira, as rosas vermelhas estavam ainda mais vivas por causa dos pequenos flocos de neve que estavam começando a cair, as rosas laranjas, mesmo as que ainda eram botões estavam lindas, havia acostumado ir todos os dias até lá, Maria parecia que se sentia mais alegre toda vez que conseguia fazer Rebeca comer biscoitos de mel e chocolate e um grande copo de leite, havia ganhado pelo menos três quilos desde que havia começado a trabalhar lá; Arthur era seu pequeno amigo com grande facilidade para aprender, seja português ou matemática, Arthur facilmente "pegava", além de amar contar histórias para ela, seja de baleias ou leões, ela suspira quase inconsolável, e Erick...
Nesse momento a porta se de seu quarto se abre e sua madrasta entra em seu quarto.
_ Bom dia.
_ Bom dia, tudo bem?
_ Está sim. Precisamos conversar.
O coração de Rebeca acelera, antes que percebesse suas mãos estavam brancas por segurar a caneta fortemente; quando um pequeno envelope é entregado a ela suas mãos não vão de encontro, o rosto de sua madrasta era indecifrável, mas ao levar e vira-lo ela entende o porquê, a carta havia vindo de sua mãe.
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