Capitulo 2
No dia seguinte o sol veio de encontro a janela dos amigos, mas quem os fez despertarem foi um menino de seis anos com energia acumulada; o último barulho que se ouviu foi de um travesseiro sendo lançado e o menino caindo na cama do irmão.
_ Você disse que ia me levar na biblioteca.
Por um momento Erick precisou se lembrar do que o irmão estava falando, mas logo se lembrou, com certo desgosto que haviam passado por uma pequena biblioteca logo na entrada da cidade, desgosto era saber que teria que ir até lá tão cedo.
_ Erick, eu só tenho mais um travesseiro, não me faça jogar ele em você.
Erick sorri e se levanta de má vontade, as vezes queria ter um quarto só para ele, mas após a guerra tanto ele, quanto Alex as vezes tinham pesadelos durante a noite, e ambos eram o apoio um do outro.
Quando descem pelas escadas Erick sente um cheiro maravilhoso vindo da cozinha, olha no relógio e verifica que já são nove da manhã, nunca havia dormindo tanto a tempos, e isso o faz ficar um pouco constrangido.
Maria e mais duas senhoras estão na cozinha, a presença de Erick as deixa desconfortável e ele se pergunta se fez algo de errado.
_ Senhor, pode ir até a sala de jantar que já levamos seu café da manhã.
_ Sala? De jantar? Quantos cômodos há nessa casa? Imagine, vou ficar aqui com vocês, posso muito bem sentar naquela mesa ali e comer.
Maria se afasta rapidamente mas não antes que Erick conseguisse ver um pequeno sorriso no lado direito de seu rosto.
_ Maria... eu não sei muito bem o que fazer, sabe... com tudo isso. Espero que me ajude.
Ela se vira novamente sorrindo
_ Claro, senhor. Aprendi muito com seu tio, e sei que o senhor irá aprender rapidamente também.
_ Erick. Não sei se fico confortável com essa história de "senhor"
_ Tudo bem sen... Erick.
A mesa estava repleta de tudo que há de bom, enquanto Erick conversava com Maria, o pequeno Arthur se empanturrava com os bolos, queijo e sucos diversos da mesa.
A cidade aquela manhã estava excessivamente calma, quem não estava na escola (no caso de alunos e professores) ou trabalhando, estava em suas casas, era o dia ideal para catalogar os livros emprestados e ligar para os atrasados de plantão.
_ A senhora Landon esta com um livro a três meses? Que livro é?
_ Anne Frankie.
_ Ela será a primeira que irei ligar.
Quando o pequeno sino em cima da porta toca Rebeca não se da o trabalho de ir até lá ver quem era, poucas pessoas iriam fazer uma visita em um dia como aquele.
Mas quando o sino da mesa é tocado, e após ela e Sophie ter tirado no "dois ou um" para ver quem iria, ela vai até a recepção finalizar o atendimento.
Mas o que ela encontra na mesa é um menino pequeno de cabelos cacheados com um pequeno livro de desenhos nas mãos.
_ Olá... esta sozinho?
O menino sorri, acena levemente que não com a cabeça e entrega o livro a ela.
_ Meu irmão está ali... lá dentro, não sei onde...
_ Entendi. E como você se chama?
_ Arthur.
_ Que nome lindo.
_ Obigado.
Rebeca não sabia bem o que fazer, então até o irmão desse pequeno príncipe aparecer ela ficou conversando com ele.
_ Bom, Arthur, acho que já podemos ir.
Rebeca olha para o lugar de onde a voz estava vindo, ao vê-lo ela então percebe que nunca os havia visto na cidade.
_ Nome por gentileza.
_ Erick. Erick Lancher Valenti.
Valenti?
_ Aqui está, o livro do pequeno Arthur e o seu. Bem vindos a cidade.
Quando eles finalmente saem Rebeca suspira, poderia perder a postura séria, e o olhar de sua amiga no corredor a ajudou a se comportar como uma menina curiosa.
_ Valenti? Será que ele é o filho?
_ Eu não sei. Mas ele é lindo. O menino então, achei ele uma graça.
Na verdade para Rebeca ele parecia normal, cabelos pretos, alto... tirando os olhos, eram de um castanho mel que facilmente prenderiam qualquer mulher mais emocionada.
Poucos segundos depois a porta se abre novamente, Rebeca se vira para ver quem era dessa vez, e lá estava o mesmo homem e o mesmo menino.
_ Desculpe. Acho que percebeu que sou novo na cidade, acha que pode me ajudar?
_ Posso tentar.
_ Preciso de uma professora particular para esse figurinha aqui antes de colocá-lo na escola. Sabe de alguém?
Rebeca percebe que a amiga iria dizer algo e rapidamente responde para que não houvesse brechas naquele momento.
_ Sinto muito, no momento não tenho nenhum nome.
_ Tudo bem, se souber de alguém pede para ir até a minha casa por favor. Acho que sabe qual é certo? A casa cheia de rosas.
_ Claro.
Quando ele saiu a única coisa que restou foi o olhar acusador de Sophie em direção a amiga.
_ Porque você sempre deixa as melhores oportunidades passarem?
_ Oportunidades? Eu não sei nada dessa família, nunca leu nenhum livro policial não?
_ Como você é exagerada.
_ Não sou não. Vamos, temos muita coisa para fazer ainda.
Nas próximas semanas Erick e o irmão se tornaram os frequentadores mais fiéis da biblioteca, Arthur amava o bolinho de cenoura com chocolate que vendia na confeitaria ao lado e já estava terminando a leitura de todos os livros da série "os animais".
Rebeca o achava uma criança incrível, era educado e inteligente mas ainda assim não tinha atitudes adultas, muitas vezes seu sorriso puro e algumas palavras erradas mostravam sua verdadeira idade.
_ Qual o animal de hoje Arthur?
Ele levanta os braços o máximo que consegue para que eu possa ver.
_ O leão? Que legal!
_ É sim. Sabia que Davi matou um desse uma vez?
_ Davi?
_ Sim, um rei muito legal.
Então Rebeca se lembra de quem ele estava falando, a muito tempo quando era uma criança foi em um desses cultos infantis na igreja no domingo de manhã e soube de quem o menino estava falando.
_ Que legal!
O menino sorri e começa a olhar o livro com os olhos brilhando.
_ E você? O que vai levar hoje?
_ Hoje nada. Vim mais por causa dele.
Nesse momento Rebeca se pergunta se seria uma boa ideia dizer que ela está disposta a dar aulas ao garoto, abriu a boca mas logo a fechou, insegura se seria capaz.
_ Bom, precisamos ir. Vamos Arthur.
Quando os dois fecham a porta atrás de si Erick finalmente suspira, gostava muito de sair com o irmão mas os olhares curiosos pareciam que nunca iriam parar.
_ De onde tirou que a moça da biblioteca vai ser sua professora Arthur?
O menino da de ombros genuinamente.
_ Eu sei.
_ Não quer mais que Alex e eu sejamos seus professores?
Ele balança a cabeça negativamente.
_ Não. Eu quero ela, é bonita.
Erick arqueia as sobrancelhas surpreso, abre a boca mas é interrompido por Maria que chega a sala, sorridente como sempre.
_ Como foi? Qual animal você está Arthur?
_ Leão. E eu tenho uma nova professora.
O garoto sai saltitando, como se fosse a coisa mais natural do mundo já dito.
_ Não sei de onde ele tirou isso, mas ele quer que a menina da biblioteca, sabe aquela pequena que nós vamos? Ele a quer como sua professora.
_ Rebeca? Porque não? Já conversou com ela?
_ Na verdade não. Mas eu acho que ela não vai aceitar.
_ Porque não tenta? O senhor tem mais de um mês ainda, antes das aulas retornarem em janeiro. Tente. Pode ser surpreendido....
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