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14 de Fevereiro
Alejandro não retornara ao trabalho no dia anterior e ao invés de descansar o corpo doloroso pela queda, ele leu metade dos relatórios de seu pai, deixando todas as janelas abertas para que o frio externo entrasse e refrescasse o corpo quente dele.
Ele acordou tarde após ter adormecido repentinamente no meio da madrugada, deixara luzes acesas e janelas abertas, por sorte haviam grades em todas elas, porém, choveu a noite toda e o garoto encontrava-se descoberto acima do sofá de sua sala.
Levantou-se derrubando as folhas no chão, ainda pisou em algumas que estavam espalhadas por lá, foram derrubadas pelo vento forte e gélido que soprava a todo instante, o garoto decidiu preocupar-se com isso depois, concentrou-se na dor de todo seu corpo e em sua garganta que arranhava irritantemente declarando uma inflamação.
Junto às dores, seu corpo se amolecia e dominava Alejandro com um forte cansaço, minutos mais tarde ele ligou para o chefe e avisou que iniciara-se uma gripe que o impediria de trabalhar, consequentemente pioraria.
Fez rapidamente sua higiene e se arrastou de volta para a sala, agora com um cobertor grosso envolvendo seu corpo, fechou as janelas e pegou uma xícara de café bem quente, voltando a se sentar no sofá. A bebida foi aos poucos o despertando por completo.
Apanhou do chão a carta e a abriu no parágrafo do dia, respirando pesadamente ele leu, envolvido na nostalgia de sempre.
me lembrei, meio que sem querer, sabe, dos tempos passados, coisas que não são necessárias você saber agora... creio que você já assistiu o vídeo do meu Enlace matrimonial...
Esperava entender algo, mas novamente tudo foi sem sentido para ele, a não ser este vídeo sobre o casamento, ele nunca tinha ouvido falar sobre o tal, entretanto, se estava ali escrito ele talvez devesse procurar, assim o fez tempos mais tarde, quando estava um pouco aquecido e a temperatura lhe era instável, porém, seu corpo reclamava.
Começou sua busca no armário da sala, ao lado da TV que há muito não ligava haviam alguns livros, ele procurou ali, por dentro dos livros, não sabia se procurava o CD dentro de uma capa ou solto, isso tornava esta procura ainda mais cansativa.
Olhou nas gavetas e fez um esforço para subir em alguns livros e olhar acima do rack, não encontrou nada. Ao tocar os pés no chão, um cansaço caiu sobre seu corpo, de cima a baixo, seu corpo sobrecaiu levemente numa tontura passageira e com dificuldade ele sentou-se na poltrona mais próxima. Seus olhos passaram a arder, implorando para serem fechados, somente neste momento ele se deu conta da sua enfermidade. Porém, não pôde pensar em mais nada, pois adormeceu rapidamente.
❄
Apesar de não estar totalmente acordado quando se assustou de seu leve sono, ele voltou à sua procura, seus ossos e músculos doíam, seus olhos não abriam por completo e ao observar-se no vidro da TV, percebeu o quanto sua aparência estava morta.
Ele exclamou um xingamento e saiu dali, indo procurar em lugares variados da sala. Inutilmente passou para a cozinha e também procurou por lá, tentando não fazer esforços. Cada vez que ele se apoiava em algo, o sono parecia invadir seu corpo de tal forma a fazer ele fechar seus olhos por segundos longos até abri-los novamente e voltar a fazer o que fazia do mesmo modo que fazia. Isso repetiu-se por várias vezes durante sua análise na cozinha no banheiro e no seu quarto.
Ele porém, quando chegou ao quarto e iniciou sua procura dentro de seu guarda-roupa, sentando-se na beira da cama, seu corpo sem permissão inclinou-se para o lado, deitando-se na cama apenas para um "descanso" que durou algumas horas.
O silêncio que o permanecia adormecido quebrou-se após um estrondo qualquer vindo do lado de fora, seguido pelo toque do celular. Quando atendeu, sem ver o número na tela, uma voz masculina soou calma.
— Atende a porta.
E mais uma vez, um estrondo foi ouvido, era pedras sendo lançadas contra a janela da sala. Ele se levantou e, coçando os olhos foi abrir a porta.
Sem, pedir licença, um homem ainda desconhecido entrou, carregando alguns sacos de mercado. O olhando ainda com uma visão distorcida, o garoto podia jurar que o homem ao qual estava diante, era semelhante ao seu pai, porém, calmamente notou que era o polícial que havia ligado de volta para oferecer-se como ajuda, agora ele parecia mais despojado, e isso era estranho, mas relevando, Alejandro o tratou normalmente.
— O que vieste fazer aqui?
Neste momento o homem abria uma janela da sala e após a pergunta, nenhuma reação foi esboçada, apenas seu movimento contínuo de abrir a janela e ir para a outra.
— Não faça isto, estou com muito frio - reclamou, agora chamando a atenção do mais velho.
— Diz isso por estar doente, mas logo ficará melhor, pois eu cheguei.
— Não preciso de você — bufou.
O homem riu-se e seguiu para a cozinha, tirando algumas coisas do saco e colocando em cima da pia, balançou a cabeça negativamente ao ver o copo com um pouco de café pousado na pia.
—Café não sustenta ninguém, sabia? —falou, retirando um pacote de pães dentro do saco.
— Não estou com fome.
— Claro que não está.
O homem esbanjou um sorriso parcial e voltou a sua atenção para a cozinha, enquanto isso, o gatoto foi-se terminar sua procura pelo seu quarto. Olhou embaixo da cama, revirou os lençóis que estavam organizados em uma prateleira, mas nada encontrou a não ser poeira em algumas extremidades.
Mesmo inconformado e com vontade de persistir, ele sentou-se no sofá e observou a silhueta séria e concentrada do homem que invadirá sua casa em um bom sentido.
Observando-o, percebeu que pouco sabia sobre ele, e ele aparentava saber muito sobre o garoto, como pode aquilo? Seria ele algum amigo de Ramon? Ou simplesmente deduzia a situação do garoto e tinha coincidências nesta ação?
No momento em que os olhares se cruzaram, Alejandro lançava-lhe um ponto de interrogação.
— Só sei que nada sei — disse-lhe, como se desvendasse os pensamentos e filosofasse entre eles. — Pare de pensar, meu jovem.
O garoto revirou os olhos e se concentrou em sua respiração dificultada e quente, suas narinas anunciavam que foram atingidas pela doença, assim como todo o resto do corpo.
Não demorou muito até o mais velho chegar com uma xícara em mãos, o cheiro de chá ruim logo foi sentido e o garoto quase fazia birra para não beber o conteúdo da xícara, mas manteve-se corajoso e inexpressivo, pegando a xícara cuidadosamente e dando um pequeno gole na bebida.
Por dentro seu corpo estremeceu ao entrar em contato com a temperatura quente daquele chá, um gosto forte de Gengibre e alho foi sentido, definido por um gosto ruim que ele teve que beber até o fim evitando o olhar cuidadoso do homem.
— A propósito, me chamo Pierre.
Alejandro lançou-lhe um olhar questionador, ainda não entendia o porquê daquele aparecimento, daquele chá e da comida que ele agora colocava em dois pratos para ambos comerem.
Mais uma voz, a voz de seu pai surgiu mentalmente, respondendo às suas dúvidas e mostrando que ele deve ter confiança sim, em certas coisas.
— Não andarás sozinho nessa vida, sabia?
E ele assentiu, convicto de que mais adiante algo bom aconteceria.
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Não esquece de fazer a estrela brilhar como um símbolo de que estas a gostar e obrigada pela leitura.
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