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Capítulo 4:
CHÁ PARA DOIS

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ESCURIDÃO E ANGÚSTIA ERA TUDO O QUE ELE CONSEGUIA VER e tudo o que conseguia sentir, desde o extremo de seu ser até às profundezas de sua alma. Seu corpo doía e seu espírito queimava. Ele não podia se mover ou escapar, estava caindo — para baixo, para a sombra, para o abismo.

Ele estava sozinho.

A escuridão o chamava, o reivindicava, e ele não conseguia fugir dela.

E então Lyra surgiu.

Lyra o ajudara tanto sem nem ao menos saber quem ele realmente era; e quanto tempo fazia desde a última vez que alguém o tocara de forma tão gentil? Compreendera sua canção, enquanto a jovem implorava para que a cura caísse sobre ele e fortalecesse seu espírito.

A cura doeu em seu âmago, até então cheio de escuridão.

Linda e estranha ela era aos seus olhos, e muito terrível era sua forma pura para seu profano ser. Emrys tremera diante de sua luz, e por um momento odiou-a por isso.

A luz brilhara em sua vulnerabilidade.

Emrys desprezara a luz de Lyra, mas também a desejara.

Linda e terrível.

Ele desejava a luz tanto quanto a rejeitava. Ele precisava da luz, pois não queria estar sozinho na escuridão.

E por que um ser das trevas temia a sombra? Uma sombra na qual ele próprio se envolvera voluntariamente?

Talvez porque, em algum lugar de sua mente, houvesse uma lembrança da ternura da luz, de seu calor suave.

A luz em que ele uma vez se deleitou.

Emrys... há tanto tempo não usava esse nome, dado a ele quando nasceu, mas revelara à Lyra quando questionado. Ele não era mais Emrys, como em sua juventude; esse não era mais seu nome.

Entretanto... eu posso... Eu posso ser Emrys para ela.

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A primeira coisa que Emrys percebeu ao começar a voltar a consciência foi a sensação de dedos alisando delicadamente seu rosto. E a segunda coisa que percebeu foi que estava com fome.

Com esforço abriu os olhos, pestanejando para afastar a sonolência que sentia e clarear a visão embaçada. Lyra estava ali, de pé ao seu lado, encarando-o com um leve sorriso; era estranho ter tanta gentileza direcionada a ele.

— Bom dia — cumprimentou ela, de modo calmo — Você parece melhor.

Lyra tinha cabelos negros presos em uma trança longa, um rosto bonito e, apesar de parecer uma andarilha, tinha boa aparência. O que se destacava, porém, eram seus olhos: grandes, muito azuis, com um círculo fino e prateado ao redor de sua pupila. Eram como duas estrelas.

Colocou-se sentado sem ajuda, notando que seu corpo não parecia machucado.

— Bom dia — falou, em tom suave.

— Fiz isto para você comer — entregou-lhe uma tigela com um caldo grosso e nutritivo, contendo alguns vegetais — Deve estar faminto...

Oh, ele estava. Assim que Lyra saiu do quarto, murmurando que voltaria logo, Emrys atacou aquela comida quente — que parecia ser a melhor refeição do mundo. Nada que era quente o queimava, então não precisava esperar que o caldo esfriasse.

Quando Lyra retornou, ele já havia terminado. Ela se aproximou e retirou a tigela vazia de suas mãos, ainda com uma expressão bondosa e um pequeno sorriso.

— Preparei um banho para você, se estiver forte o suficiente para levantar e andar.

— Estou bem e sinto-me forte — ele respondeu — Obrigado.


— Venha — ela pediu.

Lyra levou-o até o pequeno quarto de banho, onde havia uma banheira de madeira, panos e sabonetes de ervas; em um banco estavam dobradas vestes de tons terrosos que não pareciam ser tão boas quanto suas próprias vestes negras — mesmo que estivessem rasgadas e sujas.

— As roupas são de meu amigo, que é dono desta casa — a garota explicou, já se retirando — Espero que sirvam. Estarei aqui fora, basta chamar caso precise de algo — fechou a porta atrás de si.

Emrys despiu-se sem demora e entrou na banheira, apreciando a forma como a água estava quente; se esfregou completamente com o sabonete, desde os cabelos até os pés, e sentiu-se ainda melhor após isso.

Já vestido, permaneceu naquele pequeno cômodo, sentado no banco em que antes estiveram as roupas, passando os dedos por seu cabelo de forma a deixá-lo apresentável; manteve os olhos fechados, se dando conta do quanto estava tranquilo ali. Apoiou os braços nas pernas, permitindo-se pensar em tudo o que acontecera.

Lyra havia salvado sua vida e sabia o que isso significava: ele agora devia sua vida à ela, não podendo feri-la ou matá-la. Essa era a Grande Lei, que fora feita pelos dois clãs de deuses e não poderia ser quebrada nem mesmo por eles.

Não que Emrys tivesse algum interesse em fazer mal à garota, não era necessário; sentia que ela era poderosa — do contrário não teria conseguido curá-lo —, mas também parecia ser daquele tipo raro de pessoa que ajudaria qualquer um que precisasse. Um misto de tolice com ingenuidade, mas... ele era grato por isso, verdadeiramente grato.

Não queria nem mesmo pensar em qual seria a reação de Lyra se viesse a descobrir quem ele realmente era.

Ficou de pé, deixando a coluna ereta e rolando os ombros para trás. Emrys não tinha a aparência comumente associada a um ser maléfico: forte como uma muralha de músculos, de ombros largos, olhar frio, e voz grave e rouca. Também não tinha a aparência sombria que cabelos e olhos escuros poderiam conferir a alguém.

Na verdade, ele era o oposto disso. Seu porte era bem alto e esguio, como uma lança e não uma muralha; sua voz era abaritonada e suave, sem resquício de rouquidão, o que o fazia ter facilidade para convencer qualquer um sobre qualquer coisa que ele quisesse. E sua feição era delicada, com longos cabelos cor de fogo, olhos de gato e sardas douradas em um rosto levemente moreno.

Saiu do quarto de banho e não demorou para encontrar Lyra naquele casebre, entrando na área da cozinha onde ela preparava o que parecia ser chá, com as mangas de sua túnica erguidas até o cotovelo.

— Já estava com medo de você ter desmaiado no banho — ela riu, colocando duas canecas sobre a mesa de madeira, juntamente com o bule.

Porém, a atenção de Emrys estava no braço exposto dela. Agarrou-o e o virou, contemplando a marca que havia ali: o desenho de uma estrela de oito pontas feito do que parecia ser tinta prateada. Passou o polegar pela região e constatou que era uma marca de nascença.

Era a marca de Rionnag, uma das grandes entre os halainn.

— Então os rumores eram verdadeiros... A Patrona da Magia realmente tem uma filha — os olhos intensos foram da marca para o rosto da jovem — E você é a filha de Rionnag e do rei Orion Valkoinen de Daleruin, princesa Lyra.

Delicadamente ele a soltou, e ela cobriu a marca com a túnica, parecendo pálida. Os Feiticeiros referiam-se à Rionnag como "Patrona da Magia", enquanto Feéricos chamavam-na de "Senhora das Estrelas". Entre os humanos também era chamada dessa forma, Emrys sabia, embora o epíteto mais usado fosse "a Incandescente". Lyra provavelmente preferia o termo "mãe" para se referir à deusa.

— É o que dizem desde que nasci — ela respondeu, servindo o chá com as mãos levemente trêmulas — Isso lhe incomoda?

— Eu não sei mais como me sentir, princesa — ele suspirou, segurando a caneca e a erguendo.

— Está quente...

— Sem problemas — ele bebeu um longo gole, e a quentura não feriu sua boca. Nunca feria.

Ficaram em silêncio pelos próximos minutos e Emrys sentia o olhar da princesa sobre si; voltou a encará-la com o cenho franzido.

— Algum problema? — questionou, e embora seu tom não tivesse sido rude, era exasperado.

— Nenhum — ela pestanejou — Só estava olhando para você.

— Hm.

— Você estava fugindo? — a pergunta veio com suavidade.

— Perdão? — foi a vez dele pestanejar.

— Estava fugindo de Swynwir, como alguns outros feiticeiros fizeram? — especificou — Estava fugindo do domínio daquele que chamam de... Mallaich?

A feição de Emrys endureceu, e sentiu que seus olhos de esmeralda tornaram-se frios, e seus ombros ficaram tensos; esse era um assunto que ele esperava que não fosse tocado tão cedo. Mas precisava responder.

— Sim, de certa forma estou — disse vagamente, de forma natural — Estava fugindo, e estava em minhas últimas forças quando você me encontrou.

— Seja qual for a lâmina que lhe feriu, estava coberta de magia profana — Lyra bebeu um pouco de seu chá — Foi... uma batalha curá-lo.

Emrys esfregou a testa e os olhos, sentindo-se frustrado.

— O que irá fazer agora? — ela sorriu para ele — Irá se juntar aos Feiticeiros em Exílio ou aos Feéricos?

— Eu não sei, princesa — foi sincero quase sem notar, e girou o anel em seu dedo indicador.

— Você poderia ficar comigo — ela ofereceu. Ele a encarou de forma surpresa e Lyra limpou a garganta, aparentando tentar se recompor — De certa forma estamos unidos agora, e você está em dívida de vida comigo... Já que não sabe ainda o que fazer, poderia ser meu companheiro nas viagens que faço e também em Daleruin, quando eu voltar para lá — deu um sorriso calmo.

Emrys permaneceu olhando-a longamente.

— Você manteria ao seu lado um desconhecido como eu? — questionou — Alguém que claramente possui um passado sombrio e nebuloso, e que estaria melhor morto? Não tem medo?

— A Grande Lei me protege, você sabe disso — ele assentiu, ainda com os olhos grudados nela, aguardando que continuasse — E... bom, eu não conseguiria conviver com o fato de que salvei sua vida apenas para abandoná-lo sozinho novamente.

Emrys agora estava legitimamente surpreso com aquela honestidade gentil, e por um tempo sustentaram o olhar um do outro, até que ele inclinou a cabeça um pouco para frente.

— Deveria ter cuidado, princesa — torceu os lábios por um momento, ao mesmo tempo em que franzia as sobrancelhas — Não desejo lhe fazer mal, e mesmo que desejasse não poderia. Entretanto, outros facilmente se aproveitariam de você, a não ser que saiba usar aquela espada que carrega junto aos seus pertences.

Emrys olhou para o canto onde estava a espada dele, ao lado da de Lyra.

— Não sou uma guerreira — ela retrucou — A guerreira da família é minha meia-irmã, Mistila.

— Então por que tem uma espada? — ergueu uma sobrancelha.

— Qualquer proteção é melhor que nenhuma — passou o dedo pela borda da caneca diante de si — Você também tem uma espada, é um guerreiro?

Emrys sentiu seus lábios se erguerem um pouco, em um fraco sorriso.

— Gosto de ser mais um estrategista do que combatente, e prefiro usar magia — respondeu — Porém, sei lutar muito bem fisicamente quando necessário.

Ela deu um sorriso e se levantou, retirando as duas canecas da mesa. Olhando mais uma vez para ele, aproximou-se e tocou-lhe delicadamente o pescoço com a ponta de seus dedos, traçando a cicatriz que ficara ali; Emrys sentiu seus olhos se suavizarem.

Segurou a mão dela com certa gentileza e a retirou dali.

— Você tem minha gratidão, princesa — ele falou com honestidade, encarando-a nos olhos — Ainda que a Grande Lei não existisse, não lhe faria mal e me consideraria em dívida com você — levou a mão direita até o peito — Ficarei ao seu lado e a protegerei, até que esta dívida seja paga. Isso eu juro pelos Dìonadair e Gruamach.

Lyra abriu a boca para dizer algo, mas tornou a fechá-la quando a porta da casa foi aberta, atraindo a atenção de ambos.

Ali estava um homem de aparência jovem, com cabelos castanhos bagunçados e olhos doces do mesmo tom que seus cabelos; ele sorriu para Lyra, parecendo feliz em vê-la, até voltar-se finalmente para Emrys.

Quando seus olhar encontrou o dele, percebeu que o recém chegado era um Feiticeiro. Sua expressão mudou de uma gentil alegria para o mais puro terror que Emrys sempre vira nos últimos séculos de sua vida.

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