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Capítulo 1:
ENCONTRO NA FLORESTA

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LYRA VALKOINEN OBSERVOU COM ATENÇÃO A POSTURA de Glain Martainn, tentando prever que movimento o homem faria. Ele era alto e forte, e seus cabelos escuros que geralmente eram usados soltos sobre os ombros, estavam presos; era difícil conseguir antecipar seus golpes, então precisava estar preparada para esquivar-se ou defender-se. Quando por fim ele girou a espada, erguendo-a e descendo em sua direção, ela pulou para o lado evitando ser atingida.

Os golpes vinham pela esquerda e pela direita, precisos, e Lyra fazia o possível para sustentar sua posição defensiva, segurando o cabo da espada com as duas mãos para que permanecesse firme. Ele conseguia fazer com que ela recuasse, sem poder observar o chão ou olhar para trás, pois apenas uma distração seria o suficiente para que fosse desarmada e derrubada. Não que não corresse o risco de cair ali, já que estavam no meio da floresta, e por duas ou três vezes sentiu galhos caídos se embrenharem em seus pés.

Salaisus era como a grande mata costumava ser chamada. Suas árvores eram altas, de troncos e galhos grossos, e suas folhas eram sempre verdes, nem mesmo no outono tornavam-se alaranjadas ou caíam no inverno; muitos diziam que isso devia-se aos Povos Ocultos que ainda viviam ali.

Lyra não se considerava exatamente uma guerreira, mas era ágil; saltou para trás e baixou a espada ao mesmo tempo em que Glain a golpeava pelo lado esquerdo, conseguindo bloquear sua lâmina, e erguendo a perna chutou-o na barriga. Em um guerreiro como ele um chute não seria o suficiente para fazê-lo cair, porém ela não era fraca e ele cambaleou, dando-lhe segundos preciosos que a permitiram assumir uma breve vantagem no duelo amigável que estavam travando.

— Você luta cada vez melhor — Glain elogiou quando sustentou facilmente seu golpe, a lâmina de ambos formando um "X".

— Prática leva à perfeição — ela sorriu, ofegante, abaixando a espada — Mas sei que não veio até aqui apenas para testar minhas habilidades. O que houve?

Os lábios do homem formaram uma linha fina. Ele fincou a ponta da espada no chão, inclinando-se sobre ela e seus olhos examinaram os de Lyra. A garota permaneceu aguardando pacientemente sua resposta.

— Vim a pedido do rei, ele ordena que retorne para Daleruin — falou, com suavidade — Pediu que eu dissesse que sente sua falta.

— Há quase três anos tenho viajado e isso nunca foi um problema para meu pai. E ele nunca sentiu minha falta.

— Ele se preocupa com sua segurança.

— Minha mãe me mantém segura — Lyra ergueu os olhos para o céu; logo anoiteceria e as estrelas começariam a surgir.

Glain riu de forma seca.

— Sabe muito bem que seu pai não pensa assim — embainhou a espada — Ele não mais acredita nos Dìonadair. Ou melhor, acredita que eles nos abandonaram.

Lyra o encarou de modo afiado.

— Ou seja, ele acredita no que Maude e Mistila dizem — cuspiu os nomes de sua madrasta e meia-irmã com uma frieza que não conseguia evitar. Fechou os olhos, acalmando-se — Talvez seja melhor que você volte para meu pai e avise que eu estou bem. Diga somente isso a ele.

Glain Martainn assentiu com uma leve reverência, aceitando suas palavras como uma resposta definitiva, o que a deixou satisfeita. Ele assobiou e seu cavalo de pelagem castanha surgiu galopando por entre as árvores, com a leve bagagem presa à sua sela; um cavaleiro nunca ia a algum lugar sem seu cavalo. Lyra muitas vezes preferia viajar a pé, mesmo que suas jornadas fossem longas.

— Por favor, não deixe Daleruin de vez — pediu ele, após montar no grande animal — Nós sentimos sua falta. Volte por nós, ao menos.

Ela deu um sorriso e ficou parada observando enquanto o cavaleiro sumia de suas vistas, indo por entre as árvores em direção à saída da floresta. Sabia que, dentro desse "nós" que ele dizia, seu próprio pai não estava.

Balançando a cabeça, virou as costas para a direção onde Glain havia partido e caminhou até o grande olmo onde tinha deixado seus pertences, a bolsa de viagem e seu manto. Sentou ali, esticando confortavelmente as pernas e relaxando com as costas apoiadas no tronco da árvore, aproveitando o vendo noturno e fresco que começava a soprar — ainda demoraria muito para que as noites se tornassem frias.

Todos conheciam a história de como a própria Senhora das Estrelas e Patrona da Magia descera de sua morada para caminhar por aquele chão durante o Féis Rionnag, o Festival das Estrelas, que acontecia no solstício de inverno e era dedicado à deusa. Naquele dia, ela sentou-se no trono, abençoou ao povo, e deu seu amor ao pai de Lyra, que na época era ainda apenas um príncipe.

Alguns meses depois ela nasceu e foi entregue ao pai, ou ao menos era o que costumavam contar.

E agora, dezenove anos depois de todos esses acontecimentos, a jovem encontrava-se ali, sentada em uma clareira no meio de Salaisus e observando as inúmeras estrelas que brilhavam no céu. Nunca conhecera Rionnag, mas em momentos assim, quando estava sozinha apenas com as estrelas como companhia, conseguia de alguma forma sentir sua presença; não como se a deusa estivesse ao seu lado, abraçando-a ou acariciando seus cabelos, mas sim como se ela estivesse sussurrando canções de ninar, vindas das estrelas. Talvez essa fosse a forma de Rionnag mostrar que estava ali pela filha, protegendo-a à sua maneira.

Pensar nisso trazia-lhe uma sensação de conforto, que não mais recebia de seu próprio pai, não desde que ele se casou com Maude Schlange, uma princesa das terras do leste, do Reino de Lügner, e teve com ela uma filha, Mistila, que tornou-se sua meia-irmã. Não era como se Lyra não gostasse delas, mas... Maude parecia incomodar-se com ela até quando sentava junto deles à mesa para alguma refeição, sendo rígida ao julgá-la diante do pai; com Mistila era um pouco diferente, conversavam algumas vezes, sorriam uma para a outra, e até mesmo fora convidada para treinar com ela várias vezes — e Lyra sempre recusava. Uma voz em seu interior a dizia para recusar.

A verdade era que Orion Valkoinen amava Maude e Mistila, e à Lyra costumava encarar com pesar, pois era a lembrança viva da bela deusa que amou-o e deixou-o. O pai nunca a amaria, não mais.

Ela não o culpava. Naturalmente ele amaria mais sua esposa e sua filha vinda desta esposa, não a filha que era sua constante lembrança de que nunca mais teria a Senhora das Estrelas em seus braços novamente. Talvez fosse difícil encará-la nos olhos e pensar no passado, portanto Lyra decidiu aos dezesseis anos que ficaria fora de suas vistas o máximo possível. Diminuiria seu desgosto.

A partir desse momento, passou a sair de Daleruin e viajar apenas com uma espada na cintura e o necessário em uma bolsa, confiando nas habilidades que desenvolvera até ali e no que aprendera no reino de seu pai — embora não graças a ele.

Gostava de estar em bosques e florestas, e também em vilarejos que encontrava em seus caminhos; muitos desses eram lugares que pareciam viver à parte do mundo, não se importando muito com notícias de fora — mesmo que apreciassem assuntos novos para comentarem —, algo agradável para Lyra. Costumava ajudar os doentes desses lugares e por isso sempre era bem-vinda.

Muitos não concordariam, mas dormir ao ar livre era confortável, talvez por já estar tão acostumada a fazer isso. Era uma benção, realmente, que o ar ao seu redor sempre fosse agradavelmente quente mesmo em noites frias, e que ela conseguisse se orientar pelas estrelas com facilidade — provavelmente um dom dado por sua mãe.

Após comer algumas frutas silvestres, dormiu tranquilamente com seu sono embalado pelos sons noturnos, e mal lembrou o que sonhava quando uma voz começou a chamar seu nome suavemente, a fazendo abrir os olhos.

— Lyra... Lyra!

A ninfa diante de si tinha a pele e os cabelos verdes como folhas, e os olhos castanhos como terra; era baixa, com menos da metade da altura de um humano. Suas orelhas eram levemente pontudas e seu vestido era marrom e verde, indo até a altura dos joelhos — o que a permitia correr livremente por toda floresta.

— Verbena — Lyra murmurou seu nome, ainda um pouco sonolenta — Olá.

— Há algo estranho na floresta. Na área oeste — ela falou, esfregando as mãozinhas e parecendo ansiosa — Muitos animais fugiram e ninguém quer ir até lá averiguar...

— Onde está Myrddin? — coçou os olhos — Ele vive no lado oeste.

— Partiu faz alguns dias, foi visitar Morgaine nas montanhas — explicou rapidamente — Você pode nos ajudar?

Embora estivesse cansada e ainda faltasse algumas horas para o sol nascer, Lyra se levantou pegando a bolsa e prendendo sua espada na cintura. Já pretendia ir até Myrddin, mas como ele não estava em Salaisus, tentaria investigar o que perturbava os povos ocultos da floresta.

Verbena guiou-lhe em direção à "sombra", como chamava, e pararam apenas uma vez quando amanheceu para descansarem um pouco. Ao anoitecer, a ninfa parou mais uma vez, visivelmente trêmula, e a jovem parou ao seu lado; ali conseguia sentir o que a preocupava, e o silêncio mostrava que até mesmo o menor dos animais havia se afastado.

— Continuo sozinha a partir daqui — Lyra tocou o ombro do pequeno ser ao seu lado.

— Tem... Tem certeza? — gaguejou.

— Tenho sim. Vá — recomeçou a andar, deixando-a para trás.

— Tome cuidado, Lyra — a ninfa se afastou por entre as folhas.

Eram estranhas as sensações que tinha conforme avançava cada vez mais. Costumava andar por ali quando visitava Myrddin, porém nunca antes a floresta ficara tão silenciosa. Uma aura gélida parecia assentar-se ao redor, como o hálito da morte; verdadeiramente uma sombra.

Foi só quando alcançou uma clareira que pôde contemplar uma cena peculiar.

Caído no chão, com as costas apoiadas no tronco de uma árvore, estava um feérico — a julgar pelas orelhas em formato de folha — de cabelos longos e ruivos bagunçados, vestes negras rasgadas e uma armadura cor de chumbo. Sua pele estava pálida demais para ser considerada saudável, e sardas douradas destacavam-se por seu nariz e bochechas.

Ele estava muito ferido, pelo que podia ver ao se aproximar, e seu braço esquerdo estava visivelmente quebrado, torcido em um ângulo estranho.

Lyra hesitou por um momento; sentia vontade de ajudá-lo, mas em geral feéricos não viam humanos com bons olhos — salvo algumas raras exceções — e ele poderia não gostar muito de sua compaixão. Por outro lado...

Por outro lado, não conseguiria conviver com o fato de não ter ajudado alguém que precisava de ajuda.

Começou a se aproximar do desconhecido, pisando em galhos e folhas secas, o que fez os olhos se abrirem e encararem diretamente em sua direção. Eram olhos verdes e com pupilas verticais, feito olhos de gato, brilhantes e cheios de dor. As sobrancelhas vermelhas franziram-se quando ela ajoelhou ao seu lado.

Ledonnel! — falou em um tom ríspido, embora sua voz estivesse fraca — Vá embora!

Lyra sabia um pouco da língua antiga, falada pelas duas raças imortais, e mesmo assim nunca tivera um interesse genuíno em aprendê-la — para a exasperação de Seren. Ignorou as palavras ditas e passou os olhos mais uma vez pelo feérico. A armadura certamente estaria incomodando, então o primeiro passo seria retirá-la.

Ele pareceu tentar protestar, mas ela o calou com um chiado. Foi engraçado ver o misto de surpresa e indignação em sua expressão, talvez ninguém tenha feito "shh" para ele antes. Demorou um pouco para que conseguisse livrá-lo da armadura, pois retirava com cuidado cada parte para não causar mais dor, e quando finalmente terminou a jogou para o lado, observando admirada a forma como se transformou em fumaça e desapareceu no vento. O feérico respirou fundo, com um gemido, parecendo um pouco aliviado.

Delicadamente, afastou os cabelos ruivos e os ajeitou atrás da orelha pontuda, fixando o olhar no corte horrível que havia na garganta. Sangrava muito.

Deixou que sua mão pairasse ali, permitindo-se sentir aquele ferimento. Magia profana, iria matá-lo em algumas horas. Na verdade, talvez fosse um milagre que ele ainda estivesse vivo.

Os olhos felinos a encaravam atentamente.

— Eu irei ajudar você — ela começou a mexer em sua bolsa — Irei curá-lo.

— Eu não mereço sua ajuda...

— Talvez — retirou algumas folhas da bolsa — Mas irei ajudá-lo mesmo assim.

Ele não respondeu. Na falta de algo para amassar as folhas, Lyra colocou um pouco na boca e mastigou, cuspindo a mistura na mão e colocando rapidamente sobre o corte do pescoço; o feérico fez um som enjoado com a garganta e estremeceu quando a pasta fez contato com a pele machucada.

— Amphridis — falou, balançando o restante da planta, tentando distraí-lo da dor — Cura qualquer ferida, e a purifica.

— Só deixe-me morrer... — ele murmurou angustiado — Por favor... Só deixe-me morrer em paz...

Lyra sentiu o coração apertar ao ouvir tais palavras.

— Não posso simplesmente deixá-lo morrer quando tenho a capacidade de salvá-lo — respondeu, guardando as amphridis na bolsa e tirando de lá bandagens limpas.

Com movimentos cuidadosos, envolveu o pescoço machucado de modo que a pasta permanecesse no lugar, e em seguida pensou no que poderia fazer. Precisaria usar magia para tirá-lo do perigo de morte e poderia fazer isso ali na clareira, mas isso a enfraqueceria; poderia tentar levá-lo até a casa de Myrddin antes, mas era provável que ele não aguentasse a caminhada.

Posicionou as mãos sobre o feérico e respirou fundo, buscando o tom certo e as palavras certas, como havia treinado por tantos anos.

Começou a cantar.

Cantou sobre feridas sendo curadas e cicatrizes se fechando. Cantou sobre espírito se fortalecendo e escuridão se afastando. Ele gritou algumas vezes, porém Lyra não perdeu a concentração; havia algo resistindo à ela, era quase uma batalha, embora no fim tivesse conseguido penetrar seu interior.

Ela sentia o rosto molhado de suor quando cessou o canto, caindo sem forças no chão. Como previra, curá-lo dessa forma teve seu preço, mas fez uma descoberta: esse ser não era só um Feérico...

Ele também era um Feiticeiro.

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