Acordei com um Luke só de cuequinha sentando na ponta da cama com uma bandeja repleta de coisas gostosas para eu tomar de café da manhã.

Ele fez carinho em mim e a  primeira coisa que eu vi foi aquele belo sorriso. Sorri em resposta. Dei um sorriso meio abobalhado e completamente involuntário, difícil seria ficar séria diante de um sorriso desses.

Luke me deu um selinho e logo em seguida um beijo de língua, o vi ficar duro e uma vontade louca de empurrá-lo surgiu, visto que eu não queria transar com ele porque a minha cabeça estava com o Josh.

Interrompi o beijo de maneira abrupta por ter entendido as verdadeiras intenções dele por de trás disso. "Preciso ir no banheiro." Disse a primeira desculpa que me veio à cabeça. Luke sorriu sem graça e eu saí da cama.

Fiz as minhas higienes matinais, respirei fundo e voltei para o meu quarto. Luke permanecia no mesmo lugar.

"Vamos tomar café da manhã? Estou morrendo de fome!" Sorri. Estava com fome, mas nem com tanta assim. Eu só queria evitar de transar com ele.

"Vamos sim." Luke respirou fundo. Comecei a comer e lembranças do Josh começaram a povoar a minha mente. Como eu queria tomar um outro café da manhã com ele...

Como eu posso estar apaixonada por um bandido? E se ele tiver matado o Edward mesmo? Só posso estar ficando maluca!

"Bella, está sorrindo por que?" Luke perguntou, me tirando completamente dos meus devaneios.

"Estou sorrindo de felicidade!" Menti. Ele me deu um selinho.

"Amo o seu sorriso!" Ele disse.

"E eu amo o seu." Disse.

Levantei para lavar a louça. " Deixa que eu lavo." Ele pegou a bandeja da minha mão e foi em direção à cozinha.

Se ele continuar assim após o casamento,  a mulher que se casar com ele vai ser dar muito bem. Além de lindo, é inteligente,  tem um boa condição financeira, se veste bem, é romântico, educado... Ele tem tantas qualidades que anulam o fato dele roncar quando está extremamente cansado.

Eu poderia ser a mulher dele, por que será que eu não consigo amá-lo? Por que eu só consigo pensar no infeliz do Josh?

"Bella, eu sei que o Clark pediu urgência no caso da Eliza, mas você já prendeu o Josh, está de férias e eu acho que deveria se dar folga hoje. Ou talvez encaminhar isso para outra pessoa porque você sabe que o Clark não vai te dar uma segunda férias só porque você decidiu trabalhar, certo?"

"Eu sei que não, mas vou descobrir onde a Eliza está e vou aproveitar o resto das minhas férias com você. Vamos nos divertir muito." Pisquei e sorri maledicente.

"Então deixa eu te ajudar nisso."  Luke fez carinho no meu rosto, fechei os olhos para sentir melhor o toque.

"Você já fez muito por mim. Vai para casa descansar, eu vou ter que encontrar com a minha mãe e dizer que estou de volta. Com a prisão do Josh, o Clark será obrigado a dar uma coletiva de imprensa e informar quem o prendeu. Preciso vê-la antes disso."

"Você está certa. Deve vê-la sim, se quiser ajuda para achar a Eliza pode contar comigo, é só me ligar."

"Obrigada, Luke!" O abracei forte.

"Vou arrumar a minha mala para sair daqui hoje mesmo." Ele disse.

"A minha casa sempre estará aberta para você a qualquer hora do dia ou da noite e se precisar de ajuda para qualquer coisa é só me pedir. Depois da prisão do Josh eu tenho uma divida enorme com você." Segurei forte a mão dele.

"Você não me deve nada. Sei que faria o mesmo por mim." Ele sorriu e foi arrumar a mala. Algum tempo depois ele retornou para a sala.

"Estou indo. Me liga se precisar de mim."

"Você também." Fui em direção à porta com ele, o dei um beijo intenso de despedida e a fechei assim que ele sumiu da minha vista.

Entrei na minha própria casa e me senti sozinha com um sentimento de que algo estava extremamente errado porque algo não parecia se encaixar e eu precisava saber com urgência o que era.

Peguei o meu notebook para ver se eu conseguia achar a Eliza, mas a minha senha não entrava no servidor da polícia. Aparecia uma mensagem dizendo que a senha estava errada, mas deve ser porque eu estou de férias. Terei que entrar no login de outro policial.

Quando eu fiz a minha pesquisa com o Luke pedi para que ele hackeasse porque não queria logar com o meu login, pois tinha medo do Clark descobrir que acessei, mas em momento algum imaginei que não poderia acessar se assim eu quisesse.

Não conseguia me concentrar em hackear o servidor da polícia para conseguir descobrir onde a Eliza se encontra por duas razões: a primeira é  porque não sou uma hacker tão boa assim e a segunda porque eu preciso ler o manuscrito do livro que o Josh vai publicar que está na mala dele.

Não conseguindo mais resistir a tamanha tentação, resolvi abrir a mala. Sei que ele pediu para que eu visse apenas o manuscrito, mas resolvi ver tudo, pois poderia ter alguma prova contra ou até mesmo a favor dele.

O celular dele era usado praticamente para cunho profissional com quase nenhuma mensagem pessoal. É claro que nada o impediria de apagar algo, mas se apagou eu posso ver hackeando.

A mala era extremamente organizada, ele tinha bom gosto para as roupas, sapatos e para perfumes. Passei um pouco do perfume Silver Scent na minha pele para ter a falsa sensação de que ele está comigo.

Peguei o manuscrito para poder ler, estava empolgada com tudo que leria a seguir. Vi que havia um cartão de crédito no meio do manuscrito que estava juntamente com um pequeno papel que dizia: - JB030708. Esta é a senha do meu cartão, use se houver qualquer emergência. Se eu estiver preso, use o dinheiro para viajar para o Brasil e me representar no evento no dia 19/07. Está vendo o dinheiro que eu sei que você já encontrou dentro da minha calça jeans? É seu por ter me acompanhado no evento. Espero que quando encontre este bilhete eu já tenha te dito pessoalmente, mas se eu não tiver dito, espero ainda poder dizer que eu te amo. Ass: Josh Smith. -

Lágrimas rolaram pelo meu rosto ao mesmo tempo em que eu sorria. O meu coração estava acelerado não só pelo bilhete em si, mas também por ele ter dito que me ama e pela senha dele ser a junção da inicial dos nossos nomes com o dia em que nos conhecemos.

Havia uma seta feita com caneta nesta mesma página apontando para um parágrafo que dizia:  - Josh sempre me disse que percorremos e ainda percorreremos caminhos bastante tortuosos, que teria momentos em que teria medo, em que pensaria em largá-lo e este é o momento em que estou vivendo. Sempre fiz de tudo para que ele não fosse preso, ele é um bandido e seria o meu dever prendê-lo e esquecê-lo de uma vez por todas, mas sempre o amei em demasia para chegar neste ponto. Implorei para que ele parasse, sei que o bando dele tentaria matá-lo se assim ele fizesse, mas eu o protegeria, daria a minha vida por ele. Hoje ele foi pego por um parceiro meu tentando roubar uma loja de joias, tive que colocá-lo em minha viatura e levá-lo até a delegacia tentando controlar as minhas lágrimas e todos as vozes que me diziam para mudar a rota, não entregá-lo, dizer que ele escapou, mas eu era uma policial e não podia fugir com o meu dever. Pelo menos preso Josh não irá mais roubar ninguém e estará livre dos outros que querem matá-lo. Será que ele estará seguro ou será que mesmo assim alguém poderá matá-lo ou inventar calúnias para aumentar o tempo de prisão dele ou talvez até levá-lo para a cadeia elétrica? Nada passaria pelo sistema da polícia, ele está seguro lá. Tudo o que posso dizer é que o amo e o amarei sempre, assim como ele também e farei de tudo para que o bando dele seja preso e que ele seja liberto sem que tenha mais risco dele morrer. Eu nunca desistirei dele porque ele apareceu na minha vida repentinamente e roubou o meu coração. -

Tem alguém que quer matá-lo? Se ele sabe disso porque não me disse antes? Ele me parece culpado, mas sempre arruma um jeito de me fazer ficar confusa. Todas as provas me levam para ele, porém ele age como se não fosse culpado e isto me intriga.

Resolvi esquecer a Eliza por um tempo e me concentrar no livro, talvez tenha mais pistas que ele quer que eu saiba.

Horas se passaram, eu terminei de ler o livro e decidi que vou começar uma investigação nova, partindo do princípio de que eu não sei quem é o bandido. Eu preciso saber se fui injusta com ele ou se ele está me usando para se livrar da prisão.

Liguei para a minha mãe: "Oi, mãe! Eu já estou aqui em Los Angeles. Janta comigo hoje?"

"Claro! Pode ser daqui há uma hora no The Baazar?" Ela perguntou.

"Pode sim." Respondi.

"Te amo! Beijos"

"Também te amo, filha. Beijos." Minha mãe desligou.

Me arrumei, peguei o meu carro e fui me encontrar com ela.

Assim que a vi, a abracei forte, vimos o cardápio e pedimos para o garçom.

"Você chegou hoje?" Ela perguntou depois que o garçom nos serviu.

"Não, cheguei ontem. Eu fui para o Brasil para prender o Josh e aproveitei as minhas férias para isso."

"Minha filha, parabéns! Sei que era tudo o que você sempre quis! Mas isso foi muito perigoso, ele não te machucou, certo? Se ele tiver feito, juro que ele vai sofrer!"

"Ele não me machucou, mamãe." Respondi.

"Você não me parece feliz com a prisão, o que está acontecendo?" Ela começou a me analisar com o olhar.

"Mãe, eu sempre pensei que ficaria feliz com a prisão dele. Eu achava que devia isso ao Edward e a mim mesma, mas antes eu tinha certeza de que era ele o bandido, mas agora eu não tenho. Tudo leva a crer que é ele, mas tem fatos que não estão batendo."

"Se ele for inocente, vai deixá-lo levar a culpa?" Minha mãe perguntou.

"Não. Vou continuar investigando, mas o Luke não pode saber. Sei que o magoaria se ele soubesse que estou fazendo isso e eu não quero magoá-lo, mas não suportaria deixar um inocente na prisão."

"Prometo que não vou contar. Você vai dar uma chance para ele? Reparei que tirou a aliança e isso é um bom sinal." Minha mãe sorriu.

"Acho que sim, ele é  um bom homem." Forcei um sorriso.

"Mas você não está animada  com isso. Não gosta dele?"

"Gosto, mas não para namorar. Ele é perfeito, mas não mandamos no coração, não é mesmo?" Minha mãe assentiu com a cabeça.

"Você deve superar o Edward e o Luke seria uma ótima opção, mas se não o ama, não o use. Pode superá-lo estando sozinha e feliz, pense nisso."

Antes que eu pudesse respondê-la o meu celular tocou e eu me endireitei na cadeira ficando totalmente tensa.

"Quem é?" Minha mãe perguntou.

"O Clark." Respondi e logo em seguida atendi o celular.

"Parker." Disse.

"Senhorita Parker, preciso que me encontre na delegacia. Temos que conversar pessoalmente."

"Agora?" Perguntei. Não queria ir, estava tão bem conversando com a minha mãe.

"Sim." Ele respondeu em um tom seco e simplesmente desligou a ligação na minha cara.

"Mãe, preciso ir." Disse com um tom de voz triste.

"Mas você nem comeu tudo!" Minha mãe disse inconformada.

"Eu sei, me desculpa." Respirei fundo e bebi o vinho que estava em minha taça.

"Tudo bem. Eu sei o quanto isso é importante para você, minha filha." Levantei da cadeira, sorri, a beijei na testa e saí.

Dirigi até a delegacia e fui direto falar com o Clark.

"Por favor, sente-se." Ele sorriu e apontou uma cadeira para eu sentar. Sentei e olhei fixamente para ele.

"Bella, você sabe que há cinco anos atrás anunciamos que o Josh havia sido indiciado por ter matado o Nick e o Edward. Dar a notícia que o temos preso seria ótimo para a publicidade, para verem que a polícia de Los Angeles pode até demorar, mas que prende um criminoso, porém  não dá para fazer isso porque segundo as provas que você me forneceu, ele não matou o Nick e que temos três possíveis assassinas, mas apenas a mulher teria motivo para matá-lo e as empregadas contaram exatamente a mesma história mostrando que possivelmente elas não estão mentindo. Porém, eu preciso que prove que a Eliza matou o Nick, que ache aonde ela está para podermos prendê-la e dizer que ela está presa por ter matado o marido. Podemos também indiciar o Josh por ser cúmplice da Eliza e dizer isso na coletiva, mas você precisa provar. Até lá não poderei me pronunciar para a imprensa."

"Ok. Você dirá que ele matou o Edward Hayes?" Perguntei.

"Direi só para reforçar o quanto este homem é perigoso, mas para cunho publicitário não vai servir porque ele era apenas um policial. Quantos morrem todos os dias? Isso já deixou de ser notícia, mas prender quem matou o adorado Nick Evans é  e é exatamente por isso que faremos a coletiva."

"Farei isso, senhor. Mais alguma coisa?" Queria respondê-lo, mas sei que o reduziria a nada se eu fizesse e como eu não queria ser demitida optei por ficar quieta, engolindo o meu orgulho ferido.

"Sim, Josh será mandado para um presídio de segurança máxima. Ele é muito perigoso para permanecer aqui."

"Mas o Josh ainda não foi julgado e mesmo que estivesse sido, ele apenas matou um homem e pode ter sido cúmplice da morte de outro. Muitos outros mataram mais pessoas e não foram levadas a este presídio por que ele seria?"

"Nova política. Se matou pode matar de novo.  Pensei que fosse ficar feliz com a notícia, afinal ele matou o seu ex namoradinho." Fiquei com raiva do modo que ele falou, mas me controlei.

"Fiquei feliz por ele estar preso, mas olhando o caso de uma forma racional e não passional, não acho que ele deveria ir para lá. Mas se quiser, o mande."

"O polígrafo não é um teste que o preso seja obrigado a passar e também não pode ser usado como prova no julgamento, mas se ele concordar em fazer o teste e ficar comprovado que ele não é perigoso o deixarei aqui. Mas se for confirmado que ele é cúmplice na morte do Nick e que matou o Edward, após o julgamento ele irá para a prisão de segurança máxima."

"Ok. Irei vê-lo agora e  farei o teste se assim ele aceitar." Sorri.

"Como anda a investigação da Eliza? Já sabe de algo?"

"Não sei. Falando nisso, eu pedi a senha da Avril emprestada. A minha não está funcionando porque estou de  férias."

"É incomum o usuário de férias querer consultar o sistema, mas ele o permite. Qual o erro que o mesmo informa?"

"Que a senha está errada, senhor."

"Talvez você tenha esquecido a senha. Vamos fazer uma nova para você aqui." Clark disse. Acho difícil eu ter errado a minha senha, mas com tanta coisa  acontecendo até que pode ter acontecido.

"Coloca a sua senha atual." Ele pediu. Coloquei e deu que a senha estava errada.

Ele foi resetar, mas o sistema informou que o meu e-mail era inexistente na base da polícia."Estranho, Bella. Isso nunca aconteceu antes." Clark estava claramente tenso e o nervosismo dele havia passado para mim também.

Clark entrou no sistema pelo login dele e no mesmo consta que eu me aposentei e não que eu tirei férias. Faltam tantos anos para eu poder me aposentar que nem sei como eu consegui esta proeza.

"Talvez seja um erro de sistema, vou falar com a equipe de TI. Se o problema não for daqui, você terá que ir até ao INSS para saber como proceder."

"Obrigada, senhor."

"Pode sair." Levantei e saí.

Mandei mensagem para a Avril pelo Whatsapp: - Clark perguntou se eu havia tido algum avanço no caso da Eliza, mas eu não trabalhei no caso ainda e por um erro de sistema não consigo mais logar no sistema da policia. Como eu não reportei o erro antes e o Clark pode ver se eu fiz ou não o login, menti dizendo que me emprestou o seu porque eu não quero que ele saiba que eu ainda não iniciei as investigações. Caso ele pergunte, confirma para mim, por favor. -

"Confirmarei. Erros no nosso sistema não acontecem muito. Qual foi o problema? Quer sair quando eu terminar aqui?" Ela perguntou.

"Está dizendo que eu me aposentei e por isso não consigo entrar no sistema. Sim, estou precisando relaxar."

"Nossa! Que estranho. Daqui há uma hora já posso sair e você vai fazer o que agora?"

"Também achei. Avril, preciso fazer um teste de polígrafo no Josh, se ele concordar, e depois podemos sair."

"Ok. Me avisa quando puder sair."

"Ok." Respondi.

Entrei numa salinha e peguei o polígrafo e em seguida fui ver o Josh. Ele estava sem as lentes e a tinta do cabelo já estava começando a sair. Foi estranho vê-lo como ele de fato é.

"Bella, vão me colocar em um presídio de segurança máxima, eu não sou perigoso. Os outros presos vão me tratar como mulherzinha, eu posso terminar morto e os guardas também podem pagar alguém preso para me matar ou podem me matar porque eles acham que eu matei a porra de um policial! Me ajuda!" Josh estava completamente desesperado.

"Se você morrer para mim seria um grande alívio." Menti porque haviam dois policiais ao meu lado. Ele fez uma cara tristonha.

"O que é isso?" Ele apontou para o polígrafo.

Isso aqui não vai te matar, pode ficar tranquilo, é só um polígrafo. Ele vai me dizer se você está mentindo ou não e se for comprovado que você não é violento poderá ficar aqui até o seu julgamento. Aceita?"

Espero que ele não se exalte, se ele ficar nervoso o teste pode dizer que ele está mentindo, mesmo que esteja falando a verdade. Mas no geral o teste  é bem assertivo com um percentual de 90% de acerto.

"Eu aceito." Ele respondeu.

"Ryan, vai avisar ao Clark. Vamos iniciar o teste." Ryan assentiu com a cabeça e deixou o posto.

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Boa tarde, meus amores! ❤

O próximo capítulo será bombástico, não percam!

Allison Becker como Edward e Edgard Hayes.

William Levy como Luke.

Dylan Bruce como Josh Smith.

Gostaram da escolha do elenco?

Beijos 😘😘