Eu como Katy Johnson
Mattew, o porteiro, avisou através do interfone que o Luke estava subindo.
A campainha tocou. Olhei através do olho mágico e abri a porta após checar que era mesmo ele. Confesso que sou um pouco neurótica, mas na minha profissão todo o cuidado é pouco.
Luke sorriu ao me ver e sem pensar duas vezes o abracei forte e sorri para ele. Não o amo, apenas o acho lindo e tenho um carinho especial por ele. Luke é um ótimo amigo e melhor ainda na cama.
"Aceita um café, uma água, um chá, suco, refrigerante ou alguma bebida alcoólica?" O segurei pela mão e fui andando com ele em direção a sala.
"Aceito o que você quiser beber." Ele deu de ombros. Sorri.
"Sente-se, fique à vontade." Apontei para o sofá e fui em direção à cozinha.
Voltei com vinho. Ele pegou a taça da minha mão e tocou levemente na mesma. Sentei ao lado dele, brindamos e bebemos um gole da bebida.
"Sua mão está gelada e está fazendo 23 graus. Você está nervosa e eu sei que tem ligação com esses documentos falsos. No que você vai se envolver de tão perigoso? Você não está de férias? Por que precisa desse disfarce?" Esse é o mal de se envolver com policiais. Eles sempre farejam quando alguém está com adrenalina no corpo.
Coloquei a taça de vinho na mesinha de cabeceira. "Estou de férias. Não vou fazer nada de perigoso, não precisa se preocupar. Obrigada pelos documentos." Sorri.
"Por que será que eu não acredito em você?" Ele fez carinho no meu rosto e eu senti o meu corpo ficar arrepiado.
"Por que não deixamos essa conversa para lá e vamos para o quarto?" Mordi os lábios. Se eu morrer no Brasil, pelo menos eu terei transado recentemente.
"Acho que você está querendo fugir da conversa, mas eu aceito a sua sugestão." Ele me beijou.
Luke me pegou no colo e me colocou carinhosamente na cama. Fizemos sexo porque fazer amor eu só fiz com o Edward.
Luke saiu da minha casa e eu fiquei olhando os meus novos documentos:
- Katy Johnson -, morena de olhos castanhos, uma nova versão de mim.
Era 16 horas e eu resolvi ir até ao cemitério visitar o Edward porque senti que precisava ficar um pouco mais perto dele antes de viajar.
Comprei um buquê de flores para ele, sentei no chão em frente a lápide dele, dei um beijo carinhoso no buquê e depositei na lápide.
"Oi, amor! Eu sei que já são 17 horas e que logo vai escurecer, mas não tenho medo de ficar no cemitério, eu amo ficar com você e eu precisava muito estar com você hoje. Eu quero que me proteja nessa viagem que eu vou fazer. Eu vou prender o Josh Smith! Ele vai pagar pela morte do Nick Evans, vai pagar pela sua morte e vai pagar por sei lá o que que ele esteja planejando fazer comigo no Brasil. Eu te amo, Edward, sempre te amarei!" Chorei muito e saí do cemitério, abandonando o meu Edward mais uma vez.
Voltei para casa, entrei no meu quarto e comecei a arrumar as minhas malas. O meu celular começou a tocar e eu vi que era o Josh querendo iniciar uma chamada de vídeo no meu Whatsapp. Corri para colocar as lentes, saí do meu quarto porque não queria que ele o visse todo bagunçado e fui para a sala, mas quando cheguei lá, o celular já havia parado de tocar e eu retornei para ele.
"Oi, Katy. Estava chorando? Aconteceu algo?" Ele me perguntou com um tom nítido de preocupação na voz.
"Eu estou apenas um pouco resfriada." Forcei um sorriso.
"Daria tudo para mostrar para o seu resfriado o quão imbecil ele é por fazer uma mulher como você chorar." Ele sorriu fraco.
"Ele não é um imbecil!" Quando dei por mim já estava gritando com o Josh e quase pondo tudo a perder.
"Desculpa é que eu não aguento ver uma mulher linda como você sofrendo por causa de um homem. Você não merece isso."
"Ele não fez nada. Ele morreu há um ano atrás vítima de um tumor cerebral." Deixei uma lágrima rolar pelo meu rosto.
"Meus pêsames. Queria estar aí para te dar um abraço, sinto que precisa de um ombro amigo."
"Adoraria que estivesse aqui. Em falar nisso, está tudo certo para amanhã?" Sorri.
"Está sim. Foi por isso que eu liguei. Eu vou te encontrar no aeroporto e depois conversaremos sobre o que você vai fazer."
"Tudo bem." Sorri.
"Vou te deixar descansar. Até amanhã."
"Até. " Ele encerrou a ligação e eu tornei a arrumar as minhas malas.
Terminei de arrumar e dormi. Acordei as 21h, me arrumei e quando estava prestes a sair para pegar o vôo meia noite, Josh me mandou uma mensagem: - Tenha uma boa viagem. Não vejo a hora de te encontrar. - Meu coração acelerou.
- Você receberá 16 mil dólares pelos 16 dias que passaremos juntos. Se achar pouco, estarei aberto a negociações. - Josh mandou outra mensagem. Como se eu realmente me importasse com o dinheiro do serviço que ele pensa que eu farei por ele.
- Obrigada. Acho 16 mil dólares bom, mas dependo do que seja o serviço, pedirei mais. - Respondi.
Vou encontrar com o assassino do meu amado Edward. Eu finalmente farei justiça para ele.
O vôo durou 16 horas e devido ao fuso horário brasileiro, cheguei as 20 horas no Brasil.
Vi um homem ruivo de olhos verdes segurando uma placa com o meu nome.
"Oi, João." Forcei um sorriso ao vê-lo.
"Oi, Katy. Você é mais linda ainda pessoalmente." Ele abriu um lindo sorriso e me abraçou forte. Meu coração disparou ao abraçá-lo e ao sentir aquele perfume delicioso.
"Me deixa pegar as suas malas aqui." Ele tocou levemente na minha mão que estava segurando a mala, um arrepio percorreu por todo o meu corpo, disparando uma corrente elétrica dentro de mim.
Depois de um tempo larguei a mala e disse para ele: "Obrigada." Era como se eu estivesse acordado de um transe.
Ele colocou as malas no porta malas e depois abriu a porta do carro para eu entrar." Entre, por favor." Ele disse com um lindo sorriso.
"Obrigada." Forcei um sorriso não que eu não estivesse gostado, mas eu pensei que apenas o Edward fizesse essa gentileza.
Entrei no carro e ele começou a dirigir. Naquele momento, me imaginei o prendendo, me imaginei o matando, mas ele não merece ter uma morte. Ele merece sofrer pelo resto da vida pagando pelos crimes que ele cometeu, ele merece ser preso, mas não agora, não antes de saber o que ele quer que eu faça nesses encontros.
Não falei nada com ele por um bom tempo, eu apenas fingi estar olhando a rua porque queria abstrair da minha mente que estava ao lado dele para controlar todos os meus instintos que me imploravam para matá-lo ou para prendê-lo.
Mas então, eu vi que entramos na tal Avenida Atlântica, vi as famosas pedras portuguesas no chão daquele enorme calçadão e comecei a admirar aquela beleza que estava diante dos meus olhos.
"É lindo, não é? Eu mesmo ainda não canso de admirar essa beleza toda." Ele sorriu.
"É lindo sim! Para onde estamos indo?" Perguntei.
"Para o hotel que reservei para você. Vamos jantar e aí eu te conto o serviço. Estamos quase chegando." Assenti com a cabeça.
"Chegamos." Ele disse me tirando do transe em que eu me encontrava devido a beleza do local.
Ele deu a volta no carro e abriu a porta para mim. "Obrigada." Sorri. Ele sorriu em resposta.
"Este é aqui hotel famoso que todos falam?" Perguntei olhando para a fachada daquele hotel . Estou louca para vê-lo por dentro!
"Sim. É o Copacabana Palace." Ele sorriu.
"Que nome complicado. Não vou ousar em repetir!" Ele riu.
Ele fez check in para mim, o mensageiro pegou as minhas malas e as colocou no quarto. Josh deu um dinheiro para o mensageiro que saiu do quarto.
"Gostou? Se quiser, podemos ver outro." Josh disse.
"Ele é lindo! Estou me sentindo uma verdadeira princesa! E olha essa vista? É incrível!" Sorri e fui em direção à janela.
"Realmente, essa vista é maravilhosa." Ele ficou do meu lado na janela. E lá estava eu lado a lado com o Josh e sorrindo como se nada estivesse acontecido com o Edward. Como se o Josh não houvesse o matado."
Saí de perto dele e sentei na cama. Eu sei que não posso ser rude com ele, pois estragaria todo o meu plano, mas não está certo eu rir e agir como nada estivesse acontecido. É como se eu estivesse traindo o Edward agindo desse jeito com o Josh.
Ele sentou ao meu lado. "Está cansada? Quer jantar? Posso pedir um jantar aqui no seu quarto ou podemos jantar lá em baixo. O que prefere?" Ele tocou levemente na minha mão, mas eu me esquivei.
"Aqui é melhor porque assim ninguém vai nos ouvir." Embora eu fique desconfortável a sós na presença dele, será mais fácil de prendê-lo assim.
Josh assentiu com a cabeça e falou com alguém que queríamos jantar no quarto em português. Me sinto um pouco insegura por não conhecer este idioma, tenho medo que o que ele esteja dizendo não seja nada do que eu esteja pensando. E se ele estiver me preparando uma armadilha? Engoli em seco.
Um garçom subiu com um champanhe, pratos, talheres e com um menu. Josh traduziu para mim, escolhemos os pratos e o garçom saiu do quarto.
Josh abriu a garrafa, colocou o líquido nas taças e nós dois brindamos. "Um brinde a nossa sociedade." Ele disse.
"Um brinde." Sorri.
Meu celular começou a tocar dentro da bolsa e eu o peguei para atender.
- Luke, eu estou bem e você? Já estou aqui, mas estou ocupada. Mais tarde nos falamos. Beijos. - Disse bem rápido.
- Estou bem também. Só estou preocupado com você, sinto que se envolveu em alguma encrenca. Me liga assim que puder. Beijos - Ele desligou.
Quando eu virei para trás, Josh estava com o meu livro - Algemas do amor - de Jonas Prazeres na mão. Ele mexeu na minha bolsa! Minha pressão abaixou só de imaginar que ele pode ter mexido no outro compartimento onde está a minha arma e as minhas algemas.
"Luke é alguém com quem você está se relacionando atualmente ou é só um amigo?" Ele perguntou ignorando o meu susto ao vê-lo com o livro na mão e andou lentamente em minha direção.
"Já fiquei com ele algumas vezes." Forcei um sorriso.
"Geralmente eu não mexo em bolsa de mulher, mesmo quando a mesma deixa a bolsa aberta, porém esse livro aqui me chamou a atenção e eu precisei pegá-lo."
"Por que ele te chamou a atenção? Só por que ele é erótico?" Senti o meu rosto queimar de vergonha.
"Você fica mais bela ainda quando está envergonhada. Não é pelo fato de ser erótico que ele me atraiu." Josh sorriu.
"Por que ele te atraiu?" Perguntei.
Dei dois passos para frente acabando com a distância que estava entre a gente. A minha ideia era ver se ele estava com a minha arma ou com alguma outra arma ou até mesmo uma faca. Precisava saber se ele sabia. Olhei, mas não percebi nada.
Os olhos verdes dele me capturaram de forma que eu mal pude fazer uma análise completa do corpo dele, talvez ele estivesse armado, mas o meu olhar não conseguia se desviar do dele. Estava enfeitiçada por ele e me odiando por isso. A minha fraqueza poderá me matar. Por que me sinto tão fraca?
O garçom entrou no quarto, quebrando o clima que estava no ar, nos serviu e saiu do local.
"Achei interessante o fato de você marcar o que mais te chamou a atenção no livro." Ele disse. Me limitei a apenas sorrir e ele sorriu em resposta.
"Abre o livro e procura por algo incomum." Ele piscou de modo sexy e me devolveu o livro.
Não sabia o que procurar, então apenas abri o livro e na folha onde se encontra apenas o nome do livro, havia um texto escrito em inglês, algo que não havia antes.
- Fico feliz em saber que a mulher que irá se aventurar comigo, além de bela, realmente ama os meus livros. Se as minhas palavras te marcaram, certamente a sua beleza fez o mesmo comigo. Não importa o que aconteça e quanto tempo passe, jamais te esquecerei. Ass: Jonas Prazeres. -
"Você é o Jonas Prazeres?" Não consegui esconder o meu choque ao ler aquelas palavras. Eu desconfiava, mas desconfiar é uma coisa, saber é algo completamente diferente.
"Sou. Agora vou começar a explicar o serviço, ok?" Assenti com a cabeça e tomei outro gole de champanhe.
"Como provavelmente você sabe, eu sou um autor que foi reconhecido há poucos anos e para mim seria muito importante ter um livro meu retratado no cinema. Meu livro viraria um best seller e eu seria mais conhecido do que já sou. Surgiu uma oportunidade de que isso se torne real, mas para tanto eu preciso da sua ajuda porque vai ocorrer uma disputa nestes 15 dias de evento, onde apenas autores casados poderão participar. Os livros que vão concorrer terão como conteúdo uma linda declaração de amor do autor para o (a) companheiro (a). Os personagens principais serão nós dois."
"Vai ser uma honra de ajudar, mas tem certeza que eles não vão desconfiar de nada?" Perguntei.
"Eu falsifiquei uma certidão de casamento, onde diz que casamos no dia 18/01/2018. Nenhum dos que estarão presentes nos dias dos eventos frequentam a minha casa, então todos cairão na nossa história. É só combinarmos exatamente o que diremos a eles porque possivelmente vão nos perguntar como nos conhecemos e etc." Ele sorriu.
"Ótimo. Se depender de mim, tudo dará certo. Posso saber sobre do que se trata esse novo livro?"
"É sobre uma policial que se apaixona por um bandido e se torna uma parceira de crime, levando uma vida dupla: de manhã como policial e de noite como bandida ao lado do eterno amor da vida dela. O nome do livro se chama - Parceiros até no crime -. Gostou? Mas eu preciso reescrever antes de enviar para o concurso porque eu escrevi sobre qualquer mulher, mas eu preciso escrever sobre você. O livro tem que ter a sua alma." Ele sorriu.
"Eu amei, mas acho que uma policial jamais se corromperia dessa forma só por causa de um amor, isso só acontece nos livros. Como você colocará a minha alma no livro se você acabou de me conhecer?"
"Então você nunca se apaixonou de verdade. O amor faz qualquer um cometer loucuras, senhorita Katy. Estou com você há tempo suficiente para saber que você é destra, tem um sorriso lindo, porém por dentro possui uma grande tristeza, fica afetada quando eu te toco, gosta de livros de ação, porém nunca viveu uma aventura real na vida. Acertei?"
"Por que você acha que me afeta? Já viveu um grande romance algo digno para ser contado em um livro ou em um filme?" Ele me causa repúdio isso sim e quem é ele para afirmar que eu nunca me apaixonei de verdade?
"Quando te faço um elogio você fica com vergonha e quando eu te toco você fica completamente arrepiada. Nunca vivi, mas nunca é tarde para se viver esse tipo de aventura. Eu acho que ela acontece quando menos se espera." Ele piscou o olho de modo sexy.
"Você está louco. Nunca tive essas reações. Não sinto nada por você." Ele não disse nada e voltou a atenção para o prato de comida.
Ele falsificou um documento, o que se configura em crime, mas eu também fiz o mesmo, então vou fingir que não sei desse documento e prendê-lo pelas duas mortes, isso já vai me fazer me sentir vingada.
Terminamos de jantar e eu fui até a minha bolsa com a desculpa de ir guardar o livro, mas na verdade o que eu quero é pegar as minhas algemas e a minha arma para prendê-lo.
Mas quando fui dar ordem de prisão, vi que o celular dele tocou e decidi esperar ele terminar de conversar.
Ouvi ele falar o nome - Claire -, o nome da mãe dele, mas não pude ouvir o teor da conversa. Ele desligou a ligação e eu peguei a minha arma, mas não cheguei a retirá-la da bolsa porque ele passou por mim feito um raio, sentou na cadeira onde estávamos sentados jantando e colocou as mãos no rosto.
Fechei a bolsa, respirei fundo e fui conversar com ele. A voz de prisão pode esperar um pouco. Ajoelhei em frente a ele e perguntei: "O que houve?"
"A minha mãe disse que está com câncer. Queria tanto estar com ela, mas não posso por causa desse evento. Ela mora muito longe de mim." Ele abaixou as mãos e vi as lágrimas no rosto dele.
Inconscientemente, o abracei forte e senti o meu peito se apertar. Por que eu estou dando apoio ao homem que matou o Edward? Sou muito burra mesmo!
"A sua mãe vai ficar bem. Tudo vai dar certo." Disse baixinho.
Ele secou as lágrimas e disse: "Eu já vou, mas antes preciso te dizer algo que eu esqueci: amanhã você vai para a minha casa. Tenho medo que alguém vá checar que a minha história é verídica. Ninguém sabia que você existia, entende? E você não precisa se preocupar porque eu tenho quarto de hóspedes, você não vai dormir no meu quarto. Bom, amanhã de tarde ou de noite eu passarei aqui."
"Tudo bem." Forcei um sorriso.
Talvez se eu puder vasculhar a casa dele, eu possa conseguir outras provas para incriminá-lo por outros crimes, mas dormir na casa dele, no mesmo ambiente que ele, será um tanto desconfortável para mim.
"Eu quero um beijo na boca antes de eu ir. Se houver um momento em que seja necessário te beijar no evento, precisamos já ter uma certa química." Me senti enojada, mas não podia deixá-lo perceber.
Me aproximei dele, a cada passo dado o meu coração disparava ainda mais. Coloquei as minhas mãos nos cabelos ruivos e o dei um selinho.
"Não era esse tipo de beijo em que eu me referia." Ele sorriu maledicente.
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Boa noite, meus amores! ❤
O que estão achando dessa relação dela com o Josh?
Beijos 😘
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