CAPÍTULO TRÊS - EXTIRPAÇÃO DEMONÍACA
Curvei meu corpo para trás, a fim de evitar o jorro de saliva ácida da boca de Lupus. Ele era três vezes maior do que eu. Cinco vezes mais rápido e não sei quantas vezes mais forte. Mas um ditado antigo diz que até mesmo a força tem de se render à sabedoria. Eu iria encontrar uma maneira de destruí-lo.
Uma explosão fez meus ossos sacudirem. Lupus usara uma espécie de magia negra que me jogou vários metros longe. Penso se ele poderia ter feito isso para me puxar até ele.
- Admita Vermelho, você não é páreo para mim. Onde está aquele infame caçadorzinho? Acho que ele iria gostar de ver sua pupila ser estraçalhada. - ele gargalhou e rosnou ao mesmo tempo. - Desta vez não irei devorá-la inteira, partirei seus pedaços com meus dentes.
Levantei-me com dor em todo o corpo. O gosto de sangue descendo por minha garganta. De certo modo Lupus tinha razão, estávamos em níveis diferentes de poder de luta, mas eu tinha algo que ele não possuía. Minha atenção se desviou ligeiramente para a fonte do mal. Uma criatura rastejante quis sair dali, colocando sua cabeça e garras reptilianas de fora. Ela explodiu em cinzas, quando foi pega por uma de minhas flechas.
A gargalhada lupina espalhou-se por toda a cratera.
- Já disse para desistir, Vermelho.
- O mal não prevalecerá, enquanto houver uma centelha do bem que luta para isso! - arfei.
- Que comovente isso, mas está na hora de você conhecer a dor que eu senti.
Ele investiu contra mim mais uma vez. Meus reflexos estavam lentos demais. Mas consegui pular para o lado e rolar até a base da fonte maligna. "Estou chegando!" ouvi dentro de minha cabeça. Duas hipóteses. Uma era que eu ouvira algum monstro terrível sussurrar isso. A outra seria a de que Sandy estava vindo. Rezei que fosse a segunda.
- Não irá conseguir fugir desta vez. - ele falou e caminhou tranquilamente até mim. As unhas de suas mãos (ou seriam patas?) se transformaram em garras metálicas e afiadas. Cada passo que ele dava parecia pesar uma tonelada. - Prepare-se para conhecer o Submundo, querida Chapéu.
O que houve em seguida foi mais rápido do que meus olhos conseguiram acompanhar. Eu puxara uma adaga de prata, com uma cruz entalhada na lâmina e a joguei contra o peito de Lupus. Ele urrou e recuou, aturdido.
O ferimento queimava, onde a adaga se instalara. Seu sangue era tão negro quanto a luz que vinha do Submundo. "Cheguei!" eu ouvi mais uma vez. Me virei e vi Sandy, a pequenina Fada dos Ventos. Ela trazia consigo um pequeno frasco redondo com um líquido brilhante.
"Deve atirar isso naquela fonte do mal." Ela falou em meus pensamentos e apontou para a Luz Negra. Assenti e agarrei o presente. Antes de desaparecer me abençoou, curando meus ferimentos, para a última batalha.
- Eu lhe disse, Lupus, o mal nunca vence!
Atrelei o frasco em uma de minhas flechas e mirei na fonte do mal.
- O que pensa que vai fazer? - ele gritou, arrastando-se para tentar me impedir.
Retesei meu arco o máximo que pude e soltei.
Não sei se o tempo parou naquele momento, ou se ele apenas desacelerou. Mas tudo ficou completamente em silêncio. Até o segundo em que ouvi o barulho de uma grande explosão. Fui impelida para longe, assim como meu inimigo. A Luz Negra foi preenchida por outra na cor branca. Me senti cheia de paz e alegria.
- Acabar com você de uma vez por todas.
Lupus estava sem forças para levantar. Sua fonte do mal havia sido destruída. Era minha oportunidade. Puxei uma das minhas últimas adagas de prata. Ele tentou cuspir um bafo ácido, desviei com facilidade.
- Você sempre teve razão. O machado funciona sempre. - disse.
Apertei um botão no cabo da adaga, que se expandiu, fazendo vários ruídos. Até que se tornou um grande machado Na cor prateada e com um brilho dourado que vinha da cruz.
- Não! - rugiu.
- Adeus, para sempre! - e o golpeei no pescoço, fazendo sua cabeça rolar para o lado.
Seu corpo explodiu em chamas negras que espiralaram para cima e voltaram para a fenda no chão. De onde nunca devia ter saído. Por ora, estávamos livres de Lupus. E eu estaria aqui, para combater ele e qualquer outro monstro que ouse perturbar a paz do Reino. Pois sou a Caçadora.
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