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9 - Sem rumo

Após se certificar que o carro havia desaparecido, Lucas resolveu procurar um lugar para se esconder, caso o pastor decidisse voltar para procurá-lo. Viu um pequeno morro de onde era possível observar a estrada, com o mato alto o suficiente para mantê-lo invisível de quem olhasse da estrada. Se dirigiu para lá, andando agachado, e se enfiou no matagal, onde ficou protegido por algum tempo.

Ficou mais de uma hora olhando a estrada de terra, na direção de onde tinha vindo com a picape. Prestava atenção na curva ao longe, de onde poderia surgir um carro azul. Estava bem escondido pela vegetação alta, mas mesmo assim não queria correr riscos.

Depois um bom tempo parado ali, começou a sentir fome. Pensou nos sanduíches de salame que tinha dentro da sua mochila. Lamentou novamente ter largado a jaqueta dentro do carro, o vento soprava forte, movimentando o matagal à sua volta e fazendo com que ficasse arrepiado de frio. "Preciso pensar no que fazer agora", sussurrou, enquanto se encolhia, tentando se proteger do ar gelado à sua volta. Não tinha a menor ideia de onde estava. Só sabia que tinha andado por um bom tempo, de carro, nessa estrada de terra que se afastava da rodovia. Podia tentar voltar para ela, mas seria uma longa caminhada. Além disso, desconfiava de que o agressor estivesse escondido em algum lugar, esperando pela sua passagem. Achou que seria melhor caminhar perpendicularmente à estrada. Com sorte, encontraria alguma fazenda ou sítio onde pudesse pedir ajuda. Ligaria para sua mãe e imploraria para que ela viesse buscá-lo.

Decidiu descansar alguns minutos antes de começar sua caminhada. Se sentia triste e desanimado, como se aquele dia nublado e gelado tivesse roubado toda a felicidade do mundo. Encostou em uma árvore que havia ali do lado e fechou os olhos, tinha acordado muito cedo e agora parecia que o corpo estava finalmente reclamando disso. Pensava em Daniel e que provavelmente não seria dessa vez que reencontraria o amigo, quando caiu em um sono profundo e agitado.

Acordou algumas horas depois. A barriga roncava de fome. Não tinha certeza de quanto tempo havia passado desde que correra do carro. Será que já passava de meio-dia? Começou a caminhar para longe da estrada, cortando por dentro da campina, como havia decidido antes. O frio aumentava e ele ia de braços cruzados, batendo os dentes, torcendo para encontrar alguém.

Continuava sem sorte. Depois de muita caminhada, havia passado por alguns casebres vazios, mas não tinha encontrado ninguém. Ficou tentando imaginar por que existiam aquelas pequenas construções totalmente abandonadas naquele lugar afastado. Será que os antigos moradores tiveram que se mudar para a cidade? Talvez existissem criações de gado naqueles campos, há muitos anos. Cada vez que a barriga roncava, imaginava se não teria sido melhor andar em direção às árvores que existiam na beira da estrada, onde poderia tentar encontrar frutas. O inverno era época de que fruta? Fazia que não com a cabeça. Pensar em frutas só aumentava a sensação de estômago vazio.

Lucas andou por muito tempo, fazendo curvas algumas vezes, de maneira aleatória, para evitar subidas mais íngremes, o que fez com que perdesse completamente o senso de direção. Não saberia mais apontar para que lado ficava a estrada de terra onde havia começado sua caminhada e muito menos a rodovia. Após sentar um pouco para descansar, tentou imaginar as horas, pela altura em que o sol estava no céu, ainda que meio escondido por trás das nuvens. Calculou que devia estar mais ou menos no meio da tarde, mas lembrou que devido ao inverno, ia escurecer mais cedo. A possibilidade de passar a noite sozinho, no meio do mato, fez com que sua tristeza e desânimo se transformasse em medo. Tinha que encontrar algum lugar habitado logo, antes do cair da noite.

De repente, ao chegar no ponto mais alto de uma pequena inclinação, viu um sítio que certamente era habitado. Era uma pequena propriedade, demarcada por uma cerca de arame farpado, com uma porteira de madeira. Pouco além da porteira, um carro velho estava estacionado. Ao lado do carro, era possível ver um jardim, com plantas e a grama baixa e aparada. A casa parecia antiga e descuidada, mas ainda assim não estava abandonada.

- Estou salvo, Daniel! - falou Lucas, em voz alta, enquanto descia o descampado à sua frente em desabalada carreira.

Pensou no dia, há mais de um ano, quando Daniel o salvou de tomar mais uma surra do Melão, o valentão da sala de aula. Depois que o amigo deu com a mochila na cabeça do grandalhão loiro e burro, jogando-o longe, os dois saíram correndo pela ladeira onde ficava a escola. Quando chegaram na casa de Daniel, Lucas estava com o coração na boca, por conta do susto de ver alguém enfrentando o Melão, o que não era algo muito comum, e também da corrida que eles tinham dado depois. O amigo falou para ele tirar a camiseta, que estava toda suja, e depois limpou o sangue que escorria do seu nariz, com todo o cuidado e carinho, fazendo com que a surra fosse prontamente esquecida. 

Lucas chegou ao portão de madeira, o abriu cuidadosamente, olhando em volta tentando ver alguma pessoa. Procurava também por cães de guarda, depois de tudo pelo que tinha passado, a última coisa que queria era ser devorado por cachorros famintos. Não havia ninguém. Passou pelo Corsa velho e pelo jardim, cheio de roseiras, que haviam sido podadas recentemente. Uma grande tesoura de jardinagem estava fincada na terra, em cima de um dos montes de terra, no canto mais próximo à cerca. Vista de perto, a casa parecia ainda menos cuidada, mas havia vários sinais de que alguém morava ali. Foi até a porta fechada e bateu, falando: "Boa tarde, tem alguém aí?", não obtendo resposta. Observou a varanda e viu uma velha cadeira de vime, coberta por uma manta. Sentou nela, jogou a manta por cima do corpo e, em alguns minutos, estava aquecido novamente. Começava a escurecer e o garoto pensou, com remorso, que sua mãe em breve descobriria que ele não estava em para casa. Por mais que tentasse segurar, lágrimas começaram a escorrer de seus olhos. Apesar de toda a fome que sentia, acabou dormindo, todo encolhido. 

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