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Rosie are Rose

Escrito por: saytrus, Solzinho_louco e coriurubici.

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- (. . .) Seu coração se aproxima e se afasta, sim. Seja meu verão em um dia de inverno, amor.

Eu não consigo ver nada de errado, entre nós dois

Seja meu, seja meu, sim. A qualquer momento, a qualquer hora.

O som das teclas do teclado se cessou quando a segunda folha que continha a letra do refrão voou pelo quarto, assim que o vento enviado pelo destino indicou que aquele refrão não o melhor de todos, por mais que a garota de longos cabelos castanhos tenha passado as últimas três horas quebrando a cabeça para escrever algo decente. Na verdade, nem tão decente assim.

Chaeyoung se levantou da banqueta preta estofada pelo seu pai, na tentativa de um presente que combinasse com o teclado que ela ganhou no último aniversário, e agarrou a folha solitária próxima a porta do seu quarto. Ela suspirou relendo todas aquelas linhas com palavras que ela não saberia explicar de onde surgiram. Talvez fossem os trinta livros românticos organizados em tons degradê na prateleira ao alto da cama que lhe ensinaram um pouco sobre o amor, mas todas aquelas palavras pareceriam um discurso forçado cantado por uma garota de vinte anos que não sabe o significado de ser amada por alguém além de seus pais e seu peixe, Jo-Hwang.

Desanimada, organizou as folhas junto as que estavam espalhadas sobre o teclado e as prendeu com uma presilha de cabelo no formato de coração. Todos os clipes de papel haviam sido perdidos desde que ganhou o teclado dois meses atrás. Nos primeiros dias, compôr era a desculpa perfeita e mais prazerosa que dava as amigas quando a convidavam para ir ao shopping. Mas nos últimos dias, tudo que ela mais queria era terminar a sua própria música autoral e inscrevê-la no concurso que a gravadora do seu tio estava realizando.

Tratamento especial não era o que ela queria, apesar de trabalhar meio expediente na gravadora e ser da família. Não! Ela queria reconhecimento por sua escrita, pelo seu esforço e por sua paixão em compôr. Não precisava de roupas bonitas, nem de um celular do ano, muito menos de outra lapiseira, não, talvez uma lapiseira nova cairia bem, mas não era o mais importante no momento. Tudo que ela queria era uma oportunidade de provar que Park Chaeyoung era mais do que uma arrumadeira das salas de ensaios e servidora de refrigerantes e batatinhas. Havia muito mais por trás daquela garota barrada pelo vidro entre o espaço para gravação e o paraíso do artista. Mas eles nunca se importaram a notar a artista oculta que tinham em mãos.

E mais uma vez, Chaeyoung, se arrumou e foi para o trabalho com a mente cansada e o coração apreensivo. Sua determinação continuava ali, assim como aquele antigo colar que ela sempre se recusou a retirar do pescoço. A marquinha de sol em sua pele, sempre era a velha e mesma forma, e isso, de certo modo, a alegrava. Um presente deixado por alguém que ela não via há muito tempo.

Pensou no que ele diria se soubesse do seu maior sonho, talvez não fosse o melhor a se pensar naquele momento, enquanto organizava todos os fones de ouvido e os pendurava no cabideiro a cima do sofá estupidamente caro e luxuoso, mas foi o que a deu força e coragem para tentar mais uma vez.

Através do vidro, fitou a sua bolsa personalizada por bottons de bandas e cantores em quem ela se inspirava, e observou o cômodo uma última vez antes de caminhar até a sua bolsa e retirar as suas folhas guardadas alinhadamente numa pasta rosa. Também agarrou um lápis de dentro do copinho na mesa central, provavelmente, aquele lápis utilizado por vários artistas, a daria um pouco mais de sorte e inspiração.

As primeiras palavras demoraram a vir, Chaeyoung observou o teto diversas vezes e, em todas as vezes, ela suspirou estressada por sua iniciativa não ter dado certo. Mas, em um certo momento, foi como se toda a sua mente e corpo tivessem se entregado ao estado zen, onde o espírito e o corpo se tornam sãos. Não se sabe se foi a forma como seus suspiro soou, o som dos batuques de seus dedos em suas coxas, o ruido do seu cabelo caindo em frente ao seu rosto, o barulho do quadro, com uma fotografia do Elvis Presley, inadequadamente pendurado na parede do outro lado do vidro, quando caiu... Não se sabe, ninguém, muito menos ela. Porém, talvez, tudo isso a tenha feito se inspirar um pouco mais.

As primeiras frases foram completadas e trechos foram surgindo de forma calma e complacente. Ela não estava preocupada com o estúdio mal arrumado e nem com a possível bronca que levaria, por isso não notou seu tio parado entre a porta aberta do estúdio.

— O que está fazendo?

Chaeyoung sobressaltou assustada com a voz questionadora de seu tio e rapidamente ajeitou as folhas de forma desornada enquanto se desculpava repetidas vezes.

Seu tio analisou toda a sala e não é do seu feitio esconder sua insatisfação de ninguém, por isso ele a encarou com o semblante sério e com aquele mesmo olhar que ela estava cansada de ver todas as vezes que algo não lhe agradava.

— O que estava fazendo que não terminou de arrumar tudo? Temos que usar a sala em cinco minutos!

Chaeyoung mordiscou os lábios nervosa, não estava arrependida por ter aberto mão de uma pequena coisa para conseguir tentar finalizar o seu projeto pessoal. Sabia que estava errada, mas pensou que poderia ser um erro aceito pelo seu tio, por isso tentou, abaixo daquele olhar duro e maldoso, falar sobre o seu sonho.

— Tio, preciso conversar com o senhor.

— Conversaremos mais tarde, Chaeyoung, agora, arrume tudo isso logo.

— É importante. — Insistiu, seguindo-o até os equipamentos de gravação. — Eu quero participar do concurso da gravadora.

— Por quê? — Questionou, e Chaeyoung engasgou-se com a pergunta repentina.

— Porque é o meu sonho. — Respondeu, tossindo em seguida para ganhar um pouco mais de clareza e coragem em sua voz. — Eu quero lançar uma música autoral.

— O concurso não é para amadores, então não será possível.

— Mas, tio... — Chaeyoung calou-se quando seu tio ergueu a sua mão e a olhou em desaprovação.

— Eu já disse que não será possível. Agora faça o seu trabalho e arrume a sala, antes que eu fale com os seus pais sobre o seu desleixo.

Park Chaeyoung nada pôde fazer, a não ser calar-se e cumprir com as suas obrigações enquanto seu tio ainda estivesse ali. No final da tarde, ela foi para casa frustrada por não ter sido capaz de convencê-lo a deixá-la participar. Em nenhum momento a avisaram que o concurso não tinha como público-alvo compositores e cantores amadores, de todo, não era a sua culpa por ter passado uma informação incompleta para seus conhecidos e interessados. Mas se sentia triste e preocupada por tê-lo feito.

Sua mãe estava servindo o jantar quando chegou em casa, o cheiro quase a matou de desejo para comer o que quer tinha na mesa, enquanto isso seu pai ajeitava alguns papéis sobre a mesinha de centro da sala. Cogitou em tentar falar sobre o ocorrido com a pessoa mais próxima, mas seu pai, com certeza, a atacaria por ter sido desleixado no trabalho. Por isso, apenas anunciou a sua chegada, depositou um beijo no rosto do seu pai assim que deixou sua mochila sobre o sofá, e foi ter com o seu peixinho.

— Seu pai acabou de alimentá-lo. Você precisa ficar mais atenta. — Sua mãe a alertou, fitando-a da sala de jantar, onde um pequeno banquete estava a disposição.

— Me desculpe por ter sido desleixada com você também, Jo-Hwang. — Murmurou tocando a superfície da água com a ponta do seu dedo, o que fez o peixinho treinado pulasse para fora da água e tocasse o seu dedo.

Sorriu e logo em seguida suspirou enquanto caminhava em direção a cozinha para lavar suas mãos.

— Tenho uma ótima noticia para contar, seu pai já sabe. — Sua mãe anunciou, atraindo a atenção das duas pessoas na mesa , que após agradecerem pela refeição, estavam prontas para devorá-la em conjunto.

— O quê? — Perguntou, perfurando o pepino com o seu garfo e o levando a boca. Estava curiosa, mas a sua fome era muito maior.

— Lembra da minha amiga, Elise? Aquela que tinha um carro rosa. — Chaeyoung não poderia se esquecer do conversível rosa da vizinha ao lado, muito menos das longas horas em que discutia ao lado do filho da vizinha sobre uma possível nova cor para aquele carro horrível.

Eram um tempo que Chaeyoung gostaria de poder aproveitar novamente, ela só não queria repetir o dia doloroso da partida do seu melhor amigo em busca dos seus sonhos.

— Eles voltaram? — Perguntou, sem se importar com o tom esperançoso em sua voz, porque, digamos que, era a única coisa que sua mente pensava e seu ser desejava.

A mulher a fitou surpresa e logo desviou o olhar para o marido ao seu lado, o acusando de ter contado a noticia antes dela. Chaeyoung apenas desfrutou da pequena briga do casal, se esquecendo de toda a frustração de algumas horas atrás.

(...)

Nos dias que se seguiram, a Park não estava se sentindo bem. Havia uma enorme pressão em seu peito que a impedia de se concentrar nas conversas de grupo com as suas amigas, por isso, quietamente, silenciou o grupo formado por cinco garotas. Mas estava tudo bem não saber sobre a rotina de beleza de cada uma. Não era o mais importante naquele momento.

A casa cheirava a rosas, o cheiro do produto que sua mãe apenas usava para limpar a casa quando receberiam visitas.

A porta do quarto de hóspedes estava aberta, e da janela do quarto de Chaeyoung se via os lençóis que ainda secavam naquele começo de noite.

Ela não se importava com o fato da sua colcha preferida estar na cama de outra pessoa, pelo menos, não quando um cheiro maravilhoso adentrava em suas narinas. Esfomeada, desceu as escadas rapidamente, pulando o último degrau, onde seu pai estava sentado limpando o seu chinelo de pano.

— Cuidado! Um dia você vai cair e terá que usar dentadura como o seu pai. — Sorriu, e deu de ombros caminhado de costas até a cozinha.

— Aí eu terei que usar a sua.

— Oh! Me ajude aqui, rápido! A travessa está quente! — Sua mãe pediu desesperada, segurando com um pano a travessa vermelha que Chaeyoung tanto amava. Lasanha era um dos seus pratos prediletos, assim como comida japonesa.

— Que horas eles chegam? Estou com uma fome de leão. — Perguntou, desejando comer toda a comida farta naquela mesa. Sua mãe, sem dúvidas, sabia como conquistar uma visita pela barriga.

— Também estou com fome. Será que eles se perderam? — Seu pai perguntou, fitando o relógio em seu pulso.

— Elise disse que viriam direto pra cá assim que chegassem no aeroporto. O voo deve ter atrasado.

— Ou eles se perderam, ou eles... — Ela foi interrompida pelo pai, ao ver o semblante preocupado da esposa.

— Eles devem estar chegando. — Acalmou as duas mulheres, mas foi como se a divindade atendesse o seu pedido silêncio por notícias, quando a campainha tocou.

Chaeyoung tomou a liderança num ato involuntário, quando notou, seus olhos já fitavam nitidamente a pessoa que fez seu coração disparar, repentinamente, de saudade. Seu corpo foi envolvido pelos braços finos de Elise, que não se conteve em destacar todos os atributos físicos de Rosé, enquanto aquele doce olhar se mantinha sobre ela.

— Rosé, querida! — Disse a mulher dona das mais belas sobrancelhas falhadas, relembrando a todos do velho apelido de infância. — Olha como ela está linda, filho! — Rosé sorriu timidamente para o garoto que usava óculos de grau agora. Só ele saberia explicar o motivo daquele apelido.

— Chanyeol, como você cresceu! A última vez que eu te vi você não ultrapassava o meu marido. — A mãe de Rosé brincou, abraçando, sem demora, o garoto que por muito tempo ela considerou como um segundo filho.

Logo a cozinha estava sendo ocupada pelo pequeno grupo de pessoas, que se acomodaram em lugares semelhantes e que facilitasse o dialogo que precisavam colocar em dia depois de tanto tempo longe. Chanyeol se acomodou no meio de sua mãe e Chaeyoung, sentando-se na ponta da mesa de frente para o chefe daquela casa. O que Rosé não esperava, é que a velha irritação em suas pernas voltasse.

— Você parece ser a velha, Rosé. — Comentou, atraindo a sua atenção. — Tímida, esfomeada e facilmente irritável. — Acrescentou, como se não fosse nada.

Tudo bem que Chaeyoung já tinha começado a se servir antes das visitas, isso era um hábito que não poderia ser mudado enquanto houvesse comida em sua frente, mas ela não poderia concorda com mais nada além disso. Rosé não era mais a Rosé.

— As pessoas mudam, você deveria saber disso, já que cresceu tanto assim e até mudou o número do celular. — Rebateu. Sua intenção não era ser grosseira, contudo, o rancor e o cansaço das tentativas de ligações não era fácil de esquecer. Chanyeol poderia ter mil motivos para se explicar, ela até se esforçaria em acreditar na hipótese do seu celular ter sido roubado, ou que não havia internet na Austrália, por isso ele não havia mandado nenhuma mensagem, mas ele nada disse. E isso foi doloroso.

Entre as altas vozes e risadas calorosas que preenchiam todo o ambiante, havia um silêncio desconfortável entre os dois jovens. Ninguém poderia notar a saudade que ambos carregavam dentro de si, e olhar de culpa dele. Nada poderia ser feito quando não se é possível voltar no tempo, e Chanyeol não queria voltar. Ele estava bem com essa saudade, porque agora ela estava ali.

Com aquela confissão. Por que fazer tanto drama quando a felicidade de finalmente vê-lo era maior do que todo rancor? Ele estava ali agora, o velho Chanyeol que detestava o carro rosa da sua mãe, estava ali agora. O que importava agora?

— Eu também senti a sua falta. — Confessou, o olhando brevemente. — Sua mãe comprou um conversível rosa na Austrália? — Chanyeol riu, atraindo a atenção dos mais velhos.

— Ah, definitivamente não! — Respondeu, se lembrando das tentativas exaustantes e bem-sucedidas de impedir que sua mãe andasse por Melbourne em um conversível rosa. — Rosé perguntou se você comprou um conversível rosa. — Explicou, para a mulher ao seu lado que o fitava curiosa.

A conversa tomou outro rumo quando Elise elogiou a tão famosa e gostosa lasanha da Sra. Park, que, sem dúvidas, adorara receber elogios. As duas comentavam sobre a culinária da Austrália, enquanto o pai de Chaeyoung questionava Chanyeol sobre a sua nova vida naquele país.

Rosé até tinha se perdido em seus pensamentos quando o seu velho amigo declarou que a sua carreira como músico alcançou patamares ainda maiores do que ele poderia desejar. Ela se perguntou se sua voz ao cantar poderia ser tão melodiosa quando ao seu simples falar. Mas logo foi trazida a realidade.

— O que está pensado? — Seu pai perguntou, como se apenas quisesse abordar um assunto diferente na conversa.

— Música! — Respondeu, e um abrangente sorriso iluminou o seu rosto, contagiando Chanyeol. — Fico feliz que sua carreira tenha dado certo, mas porque nunca escutei nenhuma música sua?

— Espero que isso mude a partir de agora, pretendo tornar a minha carreira mais ativa aqui na Coreia. E você? Creio que seu sonho de ser florista tenha mudado. — Indagou, tentando descobrir um pouco mais.

— Eu estou ainda tentando algo, acredito que vou conseguir! — Disse, Rosé, empolgada com a ideia de realizar seu sonho. Chanyeol não pode deixar de sorrir, Chaeyoung ainda tinha a ambição da sua velha Rosé.

— Vai sim! Como vocês dizem? Fighting? Sim, FIGHTING!— Elise a encorajou com o punho levantado, num gesto tradicional coreano de incentivo. — Estou esquecendo da cultura do meu próprio país.

O resto do jantar foi em volta de brincadeiras e conversas sobre negócios, e apenas isso, o que, logo deixou os dois jovens entediados, até que uma brilhante ideia veio na cabeça de Chaeyoung.

— Nos dêem licença, por favor! — Chamou a atenção dos mais velhos, se levantando de seu assento, incentivando com o olhar que Chanyeol fizesse o mesmo.

Rosé caminhou em passos rápidos até o segundo andar da casa, sendo seguida, sem esforço, pela figura mais alta. Chanyeol se surpreendeu com a vista a sua frente, alguns segundo depois. O velho telescópio de Rosé estava no centro de todo aquele espaço enfeitado por pilares contornados por pisca-pisca coloridos, e em uma parte do quarto, ele pode ver o piano com os rascunhos desorganizados sobre as teclas.

Rosé gostava daquele lugar, seus pais e ela trabalharam por bastante tempo para transformar aquele lugar em algo que a inspirasse todos os dias. Em cada lugar havia um pouco das três pessoas que moravam naquela casa, inclusive as estrelas e constelações, apreciadas por seu pai, puderam ser vistas quando ela apagou as luzes.

Ela guiou Chanyeol para o telescópio quando o ajeitou na sacada de seu quarto, e o fez olhar as estrelas e a lua cheia. O garoto começou a cantarolar uma melodia lenta, com um ritmo envolvente. Chaeyoung procurou acompanhá-lo no piano dentro do seu quarto, tentando gravar aquela linda melodia que lhe trouxe tamanha inspiração em poucos segundos.

Chanyeol já não observava as estrelas e a lua, mas sim a garota num mundo longe, dentro do seu quarto, dedicando a sua alma aquele piano. Calmamente caminhou até ela e cessou a sua melodia tocando em seu ombro.

— Posso te ajudar com a composição da melodia. — Ofereceu, sem nenhuma relutância em sua voz. Chaeyoung, de repente, se sentiu insegura. Ele poderia gostar de trabalhar com ela?

Por fim decidiu abandonar seus medos, quando a proposta novamente foi oferecida, e aceitou. Chanyeol acomodou-se ao seu lado, de olhos fechados, iniciou uma melodia calma e simples de se acompanhar, uma melodia vinda de dentro de seu ser, algo que a muito tempo ele não conseguia fazer.

Rosé seguiu o seu tempo, após algumas notas repetidas, a sua voz preencheu o ambiante, o que fez Chanyeol abrir os olhos e admirar o que a tanto tempo ele não admirava. A voz de Rosé era lindo quando mais nova, porém, agora, Chanyeol se sentia hipnotizado pelo tom doce e claro que soava em seus ouvidos. Foi como escultar o som do piano pela primeira vez. Foi como ter visto Chaeyoung pela primeira vez.

Cantou até sua letra acabar, onde apenas ainda não tinha terminado de escrever.

— Eu conheço algumas pessoas que podem te ajudar a realizar o seu sonho. Você tem um dom que não pode ser ignorado, Rosé. As pessoas merecem ouvir a sua voz, o que você tem pra dizer, e algo me diz que "ao invés de conversas inventadas com os outros, eu preferiria estar em silêncio constrangedor com você" — Cantarolou o trecho cantado por Rosé. — Muitas pessoas se sentiram representadas por isso.

— C-Como assim me ajudar? — Gaguejou, nervosa. — Eu nem... — Chanyeol a interrompeu.

— Não sei se sabe, mas seus olhos brilham quando você canta ou toca um instrumento! Essa é uma paixão verdadeira, as pessoas podem dizer que não, que é apenas algo bobo, mas sonhos verdadeiros não são bobos, eles são eletrizantes e te movem para o seu objetivo final, a realização! Eu quero ajudá-la, me deixe ajudá-la.

Rosé nada disse, de repente, ter alguém disposto a ajudá-la era surpreendente. Estava acostumada com o apoio dos pais, assim como conformada com a negação do seu talento desconhecido por seu tio.

Algo dizia para ela ir com ele, largar a gravadora de tio, entretanto algo também dizia para ela não ir. Poderia ser uma tentativa falha... Mas todas as suas tentativas não foram? Ter uma a menos era tão importante assim?

— Obrigada! — Agradeceu subitamente. Talvez não fosse uma boa ideia, de certo ela voltaria sem nenhuma vitória, todavia, ela simplesmente não conseguia ignorar o quão sério ele estava sobre aquilo.

Largar a gravadora do seu tio foi algo que ela cogitou em fazer desde que limpou a sala de ensaios pela primeira vez. Agora seria apenas uma vontade tardia realizada. Estava determinada a fazer isso nos próximos dias, iria falar com seus pais sobre isso, porque não conseguiria seguir em frente sem o apoio deles.

— Por que eu sinto que estou prestes a fazer uma loucura? — Chanyeol simplesmente sorriu e agarrou uma de suas mãos transmitindo confiança em sua toque.

— Porque é a coisa certa a se fazer.

(...)

Nervosa. Tudo se resumia a unhas ruidas e mãos suadas. Chaeyoung estava apreensiva, havia feito uma pequena entrevista com direito a uma canção e agora aguardava pelo resultado. Chanyeol estava dentro da sala, o que ela detestou, porque, no momento, só queria ouvir as suas palavras de incentivo. Se ele apenas dissesse que ela se saiu bem, Chaeyoung não teria dúvidas que na manhã seguinte estaria aqui novamente, por mais que ela tivesse se saído mal. Chanyeol possuía a capacidade de fazer grandes mudanças inusitadas em sua vida, desde sempre.

Entretanto, sabia que não havia ido bem. Desafinou nas partes mais importantes da canção que compôs ao lado de Chanyeol, e demonstrou muito nervosismo ao se apresentar. Ela mesma não se aceitaria se estivesse no lugar dos produtores, mas não conseguia evitar de orar suplicando que tudo desse certo, era o que mais queria nessa vida.

— Não está jogando praga na gravadora, certo? — Chaeyoung ergueu o rosto e rapidamente se levantou de encontro com Chanyeol que caminhava em sua direção. Olhou atentamente para seu rosto em busca de alguma resposta para o seu desespero.

— E aí? Como eu fui? Passei? — Falou, disparando um monte de perguntas. Chaneyol apenas balançou a cabeça quando parou em sua frente e torceu o nariz.

— Você desafinou. — Afirmou, o que fez os ombros de Rosé cederem em desanimo. — Estava muito nervosa, até perdeu algumas batidas. — Acrescentou, e para Chaeyoung foi como um soco no estômago.

Ela não havia passado.

— Mas, eles disseram que há alma em sua voz. Se sentiram tocados pela letra, e até a sua desafinação combinou com o ambiante que você criou assim que começou a cantar. Não há elogio melhor que esse, Rosé, ser reconhecido pelos seus erros e admirado por causa deles, é algo incrível. — Gesticulou, fazendo uma pausa. — Enfim, eles gostaram de você, e querem trabalhar com você. O que foi? Não está feliz?

Rosé nada conseguiu dizer, era a primeira vez que seus erros havia sido considerados de uma forma boa. Seus medos a fizeram quase considerar a ideia de voltar para casa e se redimir com o seu tio apelando pelo seu antigo emprego, mas as palavras de Chanyeol embrulharam o seu estômago, assim como também foi um tapa na cara a acordando para a realidade.

Seus olhos lacrimejaram e ela cobriu o seu rosto antes que Chanyeol pudesse ver a sua face chorosa. Estava feliz, muito feliz. A montanha-russa de sua vida desceu os trilhos com o impacto de suas decisões e agora estava estável, e da mesma forma em que as pessoas descem aliviadas por terem sobrevivido a adrenalina do brinquedo, seu coração estava aliviado por tudo ter dado certo.

Correr em busca da realização de um sonho, é dolorido, cheio de tropeços e buracos pela frente. E isso, Chanyeol, conhecia muito bem. Estava ciente sobre as emoções de Rosé, foi como agiu quando conquistou a sua primeira oportunidade em um país desconhecido.

Sair de seu país para arriscar viver o seu sonho, não foi fácil. Nem no começo, no meio, muito menos no possível fim. Mas as dificuldades, fizeram cada conquista, mesmo pequena, ser grande naquele coração sonhador que ele compartilhava com Chaeyoung.

Assim, convicto de que cada falha, seria a motivação para correr até o grande sucesso.

Assim como apoio não faltou para Chanyeol, Chaeyoung também se inspirava e se fortalecia em toda a empolgação de seus pais, a "tia" Elise e, claro, o seu velho melhor amigo, que sempre estiveram com os ouvidos dispostos a ouvir toda a empolgação de finalmente conquistar aquilo que sempre quis.

Aos poucos, os projetos, e melodias e músicas, foram ganhando vida. E Chaeyoung, agora, mais conhecida pelo apelido de infância Rosé, foi aos poucos, conquistando os corações com sua paixão pela música.

Porém, a cada dia, mesmo conquistando pessoas com seu trabalho, o único que queria realmente ter por perto, fora aquele que a ajudou, para que tudo aquilo se realizasse. Chanyeol, a cada dia estava mais próximo, a apoiando, por saber que não conseguiria deixá-la sozinha sem se quisesse. Fora simples e amigo de uma maneira que seu coração não carregava mais um simples amor fraterno. Mas sim o anseio de quem sabe um dia se declarar para o amigo, fã das estrelas e céus, assim como ela e seu pai.

A música iniciada em seu antigo quarto até hoje não tinha saído do papel. Carregava sentimentos demais, e um olhar diferente daquele que sempre estivera ali.

Uma simples música, que quando ouvida, seria a mais clara declaração de que não sonhava mais, apenas com a música, mas também, com a figura alta que sempre estivera ali para atormentá-la e apoiá-la em dias ruins.

O tempo ia passando e sua coragem seguia sendo uma roda gigante, ora lá em cima, ora lá embaixo. A inconstância sempre impedindo de finalmente se declarar.

Até que um dia, não um dia especial. Era só mais uma sexta-feira cheia de trabalho, mas ao acordar, sentiu que aquela seria a sexta-feira, em que finalmente, deixaria que a sua inspiração para falar sobre o amor soubesse de todas as intenções puras, simples e sinceras, que seu coração carregava.

Agora, suas letras sobre o amor, não eram meras inspirações vindas de livros. Mas eram sentidas a cada instante que compartilhava seu espaço com ele.

Rejeição? Acredita-se que um amor, mesmo rejeitado, não deixa de existir. O desejo de Rosé, de se declarar, não era para que fosse necessariamente correspondida, mas sim, para que pudesse sentir, sem mais impedimentos. Aos seus olhos, o amor não deveria ser escondido em uma caixinha, ou num pedaço de papel, como era o caso. O certo a fazer, é apresentar para aquele que é amado, todo o sentimento que somente ele pode causar.

Chaeyoung acomodou-se em uma cadeira, pegou um violão ao lado, o qual recém tinha aprendido a tocar, graças a Chanyeol.

Dedilhou algumas notas para ver se estavam afinadas, suspirou, fechou os olhos.

Iniciou as primeiras notas da música, e na quinta nota repetida, ela iniciou a cantar.

E quando terminou de cantar o que já havia escrito, deixou seu coração guiar a música. Cantando o que viesse primeiramente na mente, algo simples e delicado, e com grande significado.

Chanyeol do outro lado da porta, ouvia a música de olhos fechados, apreciando o tom de voz de sua Rosé. Talvez não entendesse a letra, mas sabia que Rosé vinha trabalhando nela mais que tudo.

Chanyeol sentia seu coração na mão, um aperto no peito, não queria deixar a pequena Rosé sozinha por dois longos anos. Quanto mais esperava, mais sofria. Mas não queria ver a garota sofrer pela ida, depois de anos se reencontraram e agora parecia que iam se afastar novamente. O homem que muitas vezes soou decidido, tinha seus medos. Todos o tem, da forma mais natural possível.

Estava na hora, ele não poderia deixá-la sem explicações, não novamente.

Respirou fundo e no último acorde do violão, bateu fracamente na porta do quarto. Escutou os passos de Rosé e se sentiu ainda mais nervoso a medida que os ruídos diminuíam. Quando a porta foi aberta, Chaeyoung o encarou confusa. Teria feito barulho demais?

— Música bonita. — Elogiou, mas ao contrário do que imaginava, Rosé reagiu surpreendentemente nervosa.

— Oh! Você ouviu? — Exasperou, colocando as mãos sobre a cabeça. — O que faço? — Murmurou para si. — Você não deveria ter ouvido! — Manifestou sem pensar.

Chanyeol se manteve calado recordando da letra da música. Estaria ela apaixonada por alguém? Será que realmente sentiria a sua falta quando partisse?

De repente todo o seu nervosismo esvaziou-se de seu corpo. Por que ficar nervoso quando Rosé esqueceria a sua partida por causa de outro alguém?

Afundou suas mãos no bolso da calça e suspirou novamente movimentando a cabeça. A irritação e grosseria em sua voz era nítida quando ele disparou o que tanto lhe custou para dizer, ainda parado em frente a porta do quarto.

Rosé não soube reagir. Seus longos cílios cobertos por uma cama fina de rímel, se movimentaram repetidas vezes lubrificando seus olhos.

— O quê?

— Eu vou para o exército. — Chanyeol repetiu claro o suficiente, mas controlando o seu tom de voz. Apercebeu-se que ali não era o melhor lugar para conversarem, não queria que todos da casa escutassem. — Não queria contar dessa forma. — Suspirou, abaixando o olhar para um ponto da porta onde a tinta havia descascado. — Desculpe.

— Eu... Eu não sei o que dizer. — Chaeyoung, respondeu, atordoada.

Chanyeol concordou com a cabeça, entendia a sua falta de interesse. Ele apenas não achou que doeria tanto. Levantar com o pé direito ou esquerdo não vai determinar que seu dia seja bom ou ruim, a sua disposição e escolha determinaram. E o dia estava sendo ruim.

— Tudo bem. Eu só queria dizer antes de ir embora. Boa noite, Chaeyoung.

Chaeyoung observou a parede em sua frente ainda atordoada. Não conseguia acreditar que Chanyeol, mais uma vez, se afastaria dela. Não é como se houvesse algo que ela pudesse fazer, até porque todas as opções que cogitou a levaria para atrás das grades em poucas horas.

Separados. Esse seria o destino deles? Por quanto tempo ele ficaria longe? Sentiria a sua falta? Esperaria por ela? E o mais importante: Rosé esperaria por ele?

A forma como ele a tratou, seu apelido de infância não soou através de seus lábios. Ele realmente estava indo embora? Não a amava? Não poderia fazer isso nem um pouquinho?

O que faria com aquele sentimento? Como ficaria seu coração? A música escrita nas partituras sobre o seu telado seria jogada fora?

Ele ficaria bem? Não ficaria doente? Não sabia ao certo o quão difícil era, mas estava preocupada como ficou após a sua partida anos atrás. Não recebeu mensagens, muito menos alguma ligação, inventou as mais diversas situações em sua cabeça, e em todas elas, sempre se assegurou de que Chanyeol não precisava mais da sua presença.

De fato, ele não precisava?

Eram tantas perguntas, tanto receio dentro si, tanto medo e insegurança. Rosé não queria que ele a deixasse, não agora quando se reencontraram depois de anos. Precisava saber sobre os seus sentimentos. Precisava se confessar antes de sua partida. Correria o risco de ser odiada se isso significasse que ele ainda pensaria nela mesmo se fosse rejeitada.

Pela primeira vez, por causa dele, o querer foi maior do que toda a insegurança. Ela girou os calcanhares e abriu a porta desajeitadamente, esbarrando seu ombro contra o encosto, mas não se importou com passageira dor. Precisava vê-lo. Queria vê-lo.

E na outra ponta do corredor, escorado contra a porta do quarto de hóspedes, sendo observado por Elise, Chanyeol estava de olhos fechados e punhos cerrados escondidos no bolso da calça. Sua pequena mala estava ao seu lado devidamente arrumada, havia combinado de passar a última noite na casa dos amigos, os produtores da gravadora. Antes não parecia a coisa certa a se fazer, mas embora sua mãe não estivesse feliz com aquilo, ele precisava ir antes que não conseguisse mais.

Seus olhos se sobressaltaram quando escutou a voz de Rosé o chamado do outro lado da porta, encarou sua mãe uma última vez e cedeu a vontade traiçoeira do seu coração de querer vê-la mais uma vez. E ao vê-la, não soube se controlar.

Talvez tenha sido o seu rosto choroso, seu olhar atordoado, a raiva de saber que ele não a faria sorrir por algum tempo, e até mesmo o desejo guardado dentro de si, que o levou a envolvê-la entre seus braços.

O coração de Rosé disparou, do mesmo modo quando machucou o seu dedo ao tocar em um espinho de uma rosa. Não conseguia controlar a preocupação que assombrava a sua mente. As lágrimas arderam os seus olhos, e o queixo não tremia por causa do frio que fazia naquele começo de noite, mas sim pela tentativa de conter o choro.

Elise observava toda a cena apoiada contra o batente da porta, não questionaria o filho, porque pressupôs o motivo que levou Rosé a chorar. Entendia o seu sentimento. Nenhuma mãe gostaria de ficar tanto tempo longe do filho, muito menos quando sabia que a jornada que ele precisava seguir seria dura. Contudo, não foi fato de preferir passar a última noite com os amigos que a surpreendeu, mas sim a cena que se decorreu.

Chanyeol afastou-se o suficiente para observar o que tanto lhe cativava, além da voz. Ela estava tão perto, e ao mesmo tempo longe de tudo o que ele almejava. Sua pele sempre fora macia, seus olhos perfeitamente moldados, seus lábios eram a meta que ele queria alcançar essa noite. E ele realmente obteve sucesso.

Mas mesmo Rosé tendo correspondido o beijo e chamado por seu nome, ele não ficou. Não poderia ficar. Ela estava apaixonado por outro e ele não destruiria todo o sentimento puro da sua não mais pequena Rosé.

Ele partiu, fácil, simples, rápido e grotesco. Exatamente assim. Deixou-a mais uma vez, sem antes saber toda a verdade.

Rosé, mal respirava por conta do choro. Ele a deixou depois de beijá-la, deixou ela com todos seus sentimentos a flor da pele. Com uma paixão maior ainda, se encostou numa parede qualquer.

Aos poucos deslizou até ficar sentada no chão, com a cabeça entre os joelhos e um choro descontrolado.

(...)

Em um parque qualquer de Seoul, Park Chaeyoung, se apresentava pela primeira vez para o público. E não era coincidência ser no mesmo dia em que Park Chanyeol terminaria o seu serviço militar.

Esse um ano e meio foi longo e nada divertido, Chaeyoung parecia ter perdido o seu brilho. Seus pais se esforçavam para animá-la, mas isso só dependia dela. Continuava indo para o estúdio de gravação, havia muitos projetos para a sua primeira música autoral ser lançada, não desistiria agora quando ele havia se esforçado tanto por ela.

Foi difícil. Com todo a certeza, foi muito difícil continuar escrevendo algo que a agradasse. Todas as palavras que transcrevia para o papel se tornavam em canções de despedida com uma melodia melancólica, e não era o que queria.

Parecia um término sem nem ao menos haver um começo.

Não foi como um passe de mágica, foi um milagre concedido a Rosé quando a notícia de que Chanyeol seria dispensado um pouco mais cedo do serviço militar. Ela estava pronta para contar os seus segredos e tudo que foi obrigada a guardar em seu coração desde a sua partida.

Nunca houve um amor mais forte que esse. Nunca houve outro alguém como ele em sua vida. Por isso ela esperou, com todos os rascunhos manchados de dor e um coração ansioso.

Toda a sua ansiedade e frustração por ter se mantido calada por tanto a tempo, foram transcritas para o papel. E sem delongas, ela contou tudo o que havia para contar.

E, agora, estava ela, sentada numa banqueta com alguns instrumentistas atrás de si, no palco improvisado pela gravadora numa praça movimentada. Algumas pessoas paravam ao reconhecê-la, outras paravam curiosas pelo que viria, também havia aqueles que simplesmente a ignoravam e seguiam suas vidas. Chaeyoung respirou bem fundo, não se importava com a quantidade de pessoas a sua volta, tudo que importava era o seu coração naquele momento. Olhou para o céu uma última vez e teve sorte de vê-lo alaranjado. Exatamente o mesmo céu que estava acima de suas cabeças sempre que sentavam no parquinho ao voltar da escola.

Fechou os seus olhos por um breve momento e respirou fundo antes de agarrar o microfone.

— Olá, eu sou a Rosé! Espero que gostem da música. Eu a dedico ao meu melhor amigo e minha paixão secreta! — Sorriu feliz por apenas ter ditos essas palavras. No segundo seguinte, as primeiras notas da guitarra foram ouvidas.

Aos poucos, as pessoas se aglomeravam em frente do palco para assistir a voz tão delicada e clara de Rosé.

https://youtu.be/Wq_W2xQ5BoY

Se segurava para não soltar lágrimas ali mesmo, aquela música trazia memórias de sua infância e os meses com Chanyeol compondo. Lembrava-se do toque, dos abraços, das risadas, do carinho, das piadas, do beijo, de tudo que ele sempre foi para ela.

Continuou cantando, algumas pessoas choravam com a letra bonita, outras apenas não poderiam ignorar a alma que havia em sua voz e naquela música. E quando finalmente terminou, houve alguns aplausos, enquanto alguns seguiram seus caminhos cativados por aquela canção.

Mas no fundo daquele parque havia alguém que Rosé equivocou-se em reconhecer. Ele trajava o uniforme do exército, mas não era aquele por quem ela esperava.

Uma explosão de sentimentos invadiu o seu interior. As lágrimas escorreram pelo seu rosto, quando a frustração a predominou novamente. Tratou de secá-las rapidamente, precisava se retirar dali encerrando a pequena apresentação.

Os instrumentistas guardavam os instrumentos, Chaeyoung guardou a guitarra em sua capa. Observou as iniciais PC, Park Chanyeol e Park Chaeyoung. Tocou com as pontas dos dedos as iniciais e sorriu, fechou a capa da guitarra. O deixou escorado na banqueta, e apenas avisou o pessoal da gravadora que daria uma volta e logo estaria de volta.

Caminhou em meio das árvores verdinhas e várias flores, com seu vestido rendado coberto de desenhos de rosas. Era incrível como uma pequena flor combinasse tanto com uma pequena garota. Não era coincidência seu novo álbum ter se chamado Roses are Rosie. Era por ele, a pessoa que sempre a viu como uma rosa.

Uma rosa bonita e branca, mas com muitos espinhos para se proteger. Espinhos dos quais a rosa nem sabia que possuía, eles apenas estavam ali para proteger a rosa branca.

— Rosé. — Não foi nenhuma surpresa ter reconhecido a voz dele atrás de si. Ela se lembrava perfeitamente de tudo que se referia a Chanyeol. E como ele estava lindo trajado naquele uniforme manchado, com o cabelo curto. Assemelhava-se a um jardim preparado para receber as suas rosas.

Rosé não se conteve, nem por um momento pensou em fazer isso. Estava cansada de tudo que a impediu de se manter perto. Estava cansada de esperar. Abraçou-o com todas as suas forças e foi correspondida dentro de seus braços quentes.

— My dear. — Sussurrou, afundando seu rosto entre a curvatura do pescoço de Chayoung. Sentiu a falta de seu cheiro, da maciez de sua pele, e do seu breve beijo.

— Eu senti a sua falta! Como eu senti.

— Você é a minha rosa branca, Rosé. Apenas minha. — Declarou, sem se importar em soar um pouco autoritário demais.

Chaeyoung, se deixou levar pela emoção, e logo afastou-se o suficiente para cobrir os lábios macios de Chanyeol com os seus. Ainda se lembrava da textura, da forma como suas mãos envolveram o seu rosto e da sua respiração quente. Não havia nenhuma malícia quando Chanyeol escorregou a mão por sua cintura. Havia apenas saudades.

Após uma longa sessão de beijos e risadas, os dois se sentaram num banco próximo e por ali ficaram desfrutando da companhia um do outro.

— Eu ouvi sua música. — Disse, atraindo a atenção de Rosé. — Então é para mim? — Perguntou, Chanyeol.

Rosé prontamente concordou, sendo acalorada por um lindo sorriso e um selar profundo.

— Eu gosto de você, desde sempre. — Confessou. — Fui idiota por ter dito tarde demais. Mas agora você está aqui e eu não pretendo desperdiçar o nosso tempo. Não quero que você me deixe de novo.

— Eu nunca mais vou embora novamente. Espero que me aceite quase careca. — Rosé sorriu e negou com a cabeça.

— Não se preocupe, você continua bonito.

— Eu sou um cravo no seu jardim?

— Você é a estufa que protege e aquece o meu coração. Eu te amo, Chanyeol.

O seu destino é traçado pelo tempo. Sua escolhas definem o seu mérito e o seu tempo. Rosé escolheu seguir o seu sonho, um exemplo do que todos deveriam fazer. Mas realizar um sonho nem sempre é algo fácil.

Não há um limite definido para os sonhos, eles vem e se vão, mudam de direção como o GPS desatualizado de um carro, e quando isso acontece, é preciso intervir, parar, refletir e definir uma posição em sua vida.

A má noticia é que o tempo voa, e assim como Chaeyoung e Chanyeol, nem todos os sonhos podem se concretizar. A boa notícia é que todo o tempo gasto não é uma perda de tempo se você aprendeu algo.

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