° Capítulo 17 °
" Menina , a poesia que você despertar em mim ...
Eu nem sabia que ela dormia aqui ,
Eu achei que ela fosse passear por esses jardins da capital . "
- palavraspingadas -
Meu sono é bem pesado . Sou daqueles que dorme e tem aparência de estar morto , a não ser pelos leves tremeliques que eu dou ao invés de roncar . Mas hoje foi totalmente diferente , já que eu estou muito cansado e algo está me incomodando .
— Senhor , o que quer de mim ? — Falo sentindo que devo ficar acordado . Passo as mãos pelos cabelos , sabendo que algo não está certo .
Depois de longos minutos encarando o chão , decidi me levantar e ir na cozinha tomar uma água , ou até mesmo comer um pouco de mousse de maracujá que eu amo . O Cristian , - meu segurança pessoal no período noturno - se mantém à postos na porta do meu quarto . Eu tento convencer de que eu preciso tomar um pouco de ar sozinho , sem ninguém me vigiando .
Lembro que a escada com caminho mais rápido até a cozinha agora está sendo usada pelas candidatas do concurso que estão dormindo no segundo andar , então eu tenho o senso de deixá-las ter privacidade e uso o lado contrário que tem o caminho mais longo .
Tropeçando nos degraus em meio ao breu , eu chego perto da porta da cozinha e algo me fez parar .
— Não , não , não — Escuto uma voz aflita e no meio dela um soar metálico fazendo um barulho arrastado — NÃO ! — Um grito longe saiu .
Permaneço parado até escutar um objeto cair no chão , pra só depois escutar gemidos altos de ar e fico com medo da pessoa se machucar mais , então resolvo entrar na cozinha .
— Oi , tem alguém aí ? — Passo os olhos e não vejo nada nesse escuro . A única coisa que eu consigo escutar é as fortes fungadas de nariz e mais choro .
— Não se aproxime ! — A voz feminina gritou um pouco embargada , me deixando com mais preocupação .
E então eu atravesso a cozinha e dou de cara com uma garota ruiva sentada no chão com a sua perna escorrendo sangue e uma faca jogada do seu lado . Sua cabeleira ruiva , que se destaca em meio da escuridão , iluminada apenas pelas vidraças italianas no alto da cozinha .
— Ah , caramba — Gritei quando vi a faca posicionada ao lado do seu corpo trêmulo — O que aconteceu com você ?
— Não está vendo ? — Ironizou e fungou o nariz fortemente .
— Tá tudo bem ? — Decidi me abaixar em sua frente , até que recebe uma olhada assustada da ruiva . Seus olhos me encaram surpresos , mas alguns segundos com se mudam para uma indiferença jamais vista .
— Uhum — Disse com os lábios cerrados e o rosto suado . Com toda aquela marra , eu podia ver o vazio nos seus olhos verdes .
— Não precisa me olhar como se eu fosse uma maluca toda cheia de sangue , jogada na cozinha em plena madrugada — Respondeu quando eu a encarei sem intensão .
— Eu vou pegar o kit de primeiros socorros pra cuidar desse corte — Protestei quando vi sua perna escorrer mais sangue , deixando a garota apertar a panturrilha com força .
— Não preciso da sua ajuda — Rosnou quando eu à olhei .
Ela tem os olhos verdes com uma cor bem intensa como os seus cabelos ruivos e seus lábios são inibidos e rosados . Tento não me preocupar com as lágrimas que inundam seus olhos , mas mesmo assim ela mantem o semblante fechado e assustado .
— Acho que você precisa sim — Me levanto e tento vasculhar os armários à procura do kit de primeiros socorros — Não pode deixar isso assim pra não infeccionar .
— Eu já disse que eu não quero — Pra facilitar , eu acendo à luz e estico o corpo para pegar a caixa bem no fundo .
— Eu não perguntei — Afinetei quando ela me olhou de banda e passou as mãos no cabelo com nervosismo . Ela revira os olhos e se senta em uma das cadeiras , esquecendo de deixar toda a marrenteza no chão .
— Como isso aconteceu ? — Perguntei e olhei para o seu rosto um pouco vermelho . Percebi que ela tremeu um pouco quando eu toquei sua perna machucada e
— Não é da sua conta .
— Qual é , eu estou te ajudando ! — Pegou um vidrinho de remédio e um algodão — Isso vai arder um pouco .
Eu peguei um pedaço de algodão com um remédio que minha mãe sempre passava quando eu me machucava . Quando eu coloquei sobre o corte , Priscila deu um grito tão angustiante que me deu um susto .
— AI MERDA ! ISSO ARDE — Ainda segurando o algodão , ela estendeu o pé e me dá um chute , me deixando até sem ar por alguns segundos — Cacete — Soltou o palavreado no susto , porque respirava fundo e com descontrole .
Antes de tirar as costas do chão , eu encaro sua perna trêmula balançando na cadeira .
— Porque você fez isso ? — Me ajoelho de novo em sua frente , mostrando que eu queria ajudar e não arrancar um pedaço dela — Era só um remédio pra não infeccionar e limpar o corte — Mostro o remédio pra ela , que vira o rosto corado .
— Você não ... devia ter feito isso — Sussurrou com a cabeça baixa .
Em seus olhos pode se perceber um vazio e cansaço , mas ela encarava o lado oposto como se não quisesse nada .
— Eu ainda não entendi o que aconteceu ... — Tento mudar de asassunto , enquanto tomo a sua atenção — Pode me explicar ?
Ela revira os olhos com tanta ênfase que parecia que as suas pupilas iriam saltar .
— Bom , eu estou te ajudando — Eu abri um sorriso , tentando trazer um pouco de ânimo para ela — O mínimo que você pode fazer é me contar .
— Mas eu não quero — Ela balança a perna e eu pego uma pomada para passar por cima .
— Tudo bem então — Abro um sorriso e encaro seus olhos verdes — Pelo menos posso saber o seu nome ?
— Como se você já não soubesse ... — Suspirou com força , tomando as mãos em volta do corpo .
É óbvio que eu sei o nome de todas as candidatas por motivos bem claros , mas eu queria conhecer cada uma delas como se fosse a primeira vez . E sendo , literalmente dizendo .
— Porque eu quero saber de você — Ela ergue a sobrancelha e depois revira os olhos — Meu nome é Rafael .
— Eu sei — Estalou a língua com ironia .
— Você não me dizer mesmo não é ? — Pela primeira vez ela me encara de verdade , dando visão aos seus olhos verdes profundos e rosto branco como uma porcelana .
Se ela não agisse como uma doida na madrugada , eu iria dizer que ela parece uma boneca .
— Já disse que não — Dou de ombros e voltou à olhar para o corte .
— Você é bem difícil — Sorri e encarei o seu pé pequenininho .
Porque ela saiu descalça sendo que tem pantufas para essas emergências ?
— Belas pernas à propósito — Falei do modo mais profissional possível , mas tento segurar a risada da ruiva atrevidamente maluca .
— Seu pervertido ... só não te dou um tapa porque você pode me eliminar do concurso — Já estou acostumado a trabalhar com muitas mulheres , assim como nos filmes , passarelas e estúdios fotográficos .
Então eu tento tratar elas com total respeito , então sentir ela falar isso foi como um leve tapa na cara .
— Não estou sendo pervertido , e sim profissional — Eu encarei o seu rosto , mostrando que fiquei um pouco ofendido .
— Ah claro , com certeza — A sua ironia é um tanto engraçada , assim como a sua testa enrugada .
— Pronto . Acho que já acabou — Disse quando terminei o curativo bem feito . Ela olha por alguns segundos para à perna , antes de me olhar nos olhos e erguer a sobrancelha atrevida .
— Pensei que você ia me torturar mais do que isso — A minha risada preenche a cozinha , então eu guardo tudo e lavo as mãos .
— Não — Seguro um pouco a risada e observo seus cabelos revoltos — Não vai nem me agradecer ?
— Eu não lembro de ter te pedido ajuda , você que chegou insistindo — O risinho aparece pela primeira vez tão rápido e do mesmo jeito vai embora .
— Nossa , então eu vou para o meu quarto — Eu andei até a geladeira e observei o que tem de bom — Vai querer comer mousse de maracujá ? Eu posso pegar pra você .
Seus olhos brilham quando cito a comida . Pego as tigelas de porcelana e sinto os olhares da ruiva quando eu mexo com o mousse de maracujá , o meu preferido .
— Eu vou para o quarto — Disse quando ela terminou de colocar o mousse pra ela — Quer ajuda para ir pro seu anjo ? — Eu ainda estou preocupado com ela , ainda mais porque seus olhos estão um pouco vermelhos pelas lágrimas .
— Anjo ? Jura ? — Eu ri quando ela revirou os olhos .
— O que tem ? Não gosta que eu te chame assim ? — Eu parei na sua frente com um sorriso , enquanto eu via ela dar um passo pra trás .
— Não , não gosto — Sua careta é suave e intensa — E não quero que me chame assim .
— Vou continuar , porque você continua sendo um anjo — Pisquei para ela com ar de graça , que quase me deu um tapa — Mas você quer ?
— Não precisa — Vi seus olhos piscarem com rapidez , mas evitei de sorrir quando ela se afastou de novo .
— Sério mesmo ? Eu posso te carregar ou sei lá — Eu dou um passo à frente , recebendo uma careta em troca .
— Se você encostar em mim , eu juro que te bato — Eu sorri e virei de costas , me afastando dela antes que leve uma mordida .
— Tá bom então — Dei de ombros e saboreio uma colherada do meu mousse divino — Boa noite anjo — Dou ênfase , sentindo ela me olhar com deboche .
— Boa noite Rafael — Ela abre um sorriso bem ligeiro , mas ele logo se fecha .
— Olha só , sabia que ela poderia abrir um sorriso — Sorri e me despedi , deixando a ruiva revoltada piscando estranhamente .
Quando chego no quarto , sinto que tive a alegria de ter feito mais uma coisa boa no meu dia . Quando éramos criança , minha mãe sempre ensinava eu e meus irmãos à fazer pelo menos um ato de bondade .
Para não esquecer de nada , eu sempre fazia uma listinha . Como ajudar animais , sempre ser educado e também ter respeito aos mais velhos . Óbvio que isso eu fazia quando era criança , mas hoje eu faço isso e muito mais .
Rapidamente me lembro que devia ter conhecido as candidatas somente daqui à alguns dias , o que dificulta tudo . A noite foi incrível e totalmente diferente do que eu já vi , então decido pegar um papel e caneta e escrever :
" Nunca conheci alguém como você . Pode guardar esse encontro inesperado só pra gente ? Ninguém precisa saber disso .
Abraços , Rafael Andrade . "
EU AMO O RAFAEL , QUERO UM PRA MIM !!! 😔✊♥️
Olha , ele tem coragem de agir com a Pri desse jeito , mas será que ele vai aguentar a nossa pimentinha ? KKKKK
— CAPÍTULO DEDICADO À clarinha260207 , que começou à ler e é um serzinho lindo !!! ♥️😍
Beijos brilhantes da Lalá
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