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Cavaleiro

Depois de ser sagrado cavaleiro pelo General Reagan e receber minhas esporas, que simbolizavam meu novo título, eu pensava que seria o suficiente. Pensava que não precisaria escalar mais as classes sociais a procura de algo melhor. E eu estava certo... Por um tempo.

A vida de cavaleiro revelou-se mais confortável do que eu imaginava. Devido ao meu ato de valor ao matar o líder nórdico e resumir a batalha, fui agraciado com um pequeno pedaço de terra do reino, dada a mim pelo próprio Rei Frederick. Digo pequena, mas apenas em comparação a outros nobres. Era muito maior do que jamais sonhei ter. E, seja por coincidência ou destino, ficava a apenas dois dias a cavalo de Keford.

O pequeno feudo era composto por quatro campos, um rio de águas claras e um pequeno castelo sobre uma colina. Junto com a terra e morada, vieram também camponeses e criados, pertencentes ao antigo lorde. Não hesitei ao trazer minha família para minha nova residência. Meu pai ficara extasiado, mas minha mãe ainda vivia cabisbaixa, lutando contra sua doença.

Trabalhar de fato não seria mais necessário. Pelo menos não o que antes eu ou meus pais conhecíamos como trabalho. Minha única função, em tempos de paz, era gerenciar o meu feudo, cuidando de meus vassalos e recebendo seus impostos.

Infelizmente, ainda não podíamos chamar aquilo de paz. O tempo passou e a guerra não cessou por completo. A Batalha da Fronteira, como passou a ser chamada, fora apenas o início. Os anos que se seguiram foram repletos por um caos de dias de batalhas e meses de trégua. Agora estávamos numa paz temporária, apenas esperando um dos lados atacar novamente.

Contudo, nossos inimigos não se encontravam apenas fora do reino. Mesmo em trégua ainda havia conflitos internos. Grupos de salteadores surgiram com o tempo e ficavam maiores com o passar do mesmo. Eram compostos por camponeses que perderam as terras para a guerra, ladrões e desertores. Saqueavam vilas e caravanas como se o fato de estarmos em guerra justificasse suas ações mesquinhas.

Minha vontade inicial era de que a guerra acabasse logo e que eu pudesse apenas permanecer em meu feudo, cuidando de minhas terras e meus animais. Porém, minha própria fama me impedia disso. Minha primeira batalha me proporcionara conforto além do esperado, mas também me dera uma nova responsabilidade. Eu tinha de manter minha imagem como o cavaleiro que matara o líder viking de Skaag. Não era o que eu queria. Não no inicio.

Contudo, com o passar dos anos, algo crescia novamente em mim. A fama, que antes não me atraía, passou a me agradar, somente para depois se tornar insuficiente. Enquanto eu caminhava pelos corredores do meu castelo, estes pareciam se aproximar cada vez mais, até quase me esmagar. Meus campos, segundo meus olhos, pareciam encolher a cada dia e meus criados não me eram mais o bastante. O monstro da cobiça arranhava as portas de minha mente mais uma vez.

Aproveitei o tempo de trégua para voltar para Keford.


* * *


Eu adentrava novamente a pobre cabana da bruxa quatro anos depois da Batalha da Fronteira. Pisava novamente no chão de terra batida e sentia o mesmo cheiro de poeira sobrepujada por mofo. A velha me recebeu com sua nítida risada:

− Hihihi... Bem vindo de volta, pequeno. – Ela não conseguia esconder sua satisfação.

− Não me chame de pequeno, velha. Não sou mais uma criança. Sou um cavaleiro, senhor de minhas próprias terras e abençoado com a fama.

− Hihihi... Mas pra mim você sempre será um menino. Eu que já vivi mais tempo do que você vai sonhar em viver, pequeno.

Sua lógica me irritou, mas eu a ignorei da melhor forma possível, arremessando-lhe um saco de linho imundo. A velha o catou no ar com destreza e sorriu enquanto o olhava. Perguntou-me:

− Não vai querer o elo primeiro? Eu podia roubar você, pequeno... Hihihi...

− Não seja ridícula, velha. Precisamos um do outro. – Foi-me difícil admitir.

− Hihihi... Sim. Precisamos mesmo. O que você quer dessa vez?

− Quero me tornar capitão.

− Ora, pequeno. Ser cavaleiro num tá bom pra você não? – a velha perguntou sorrindo por já saber a resposta.

− Não. Não mais. Quero comandar meu próprio pelotão, não obedecer ordens de tolos.

A bruxa sorriu e engajou-se no ritual de praxe. Retirou o coração da saca e provou de seu sangue.

− Hmm... Coração de menino outra vez... Hihihi... – Outra lambida. – Ele tava doente, não tava?

− Sim. – Tentei não me impressionar. – É o coração do filho de um dos meus servos. O garoto estava muito mal e tinha grandes chances de morrer. Eu o poupei do sofrimento.

O sorriso da velha se alargou.

− Sim, ele tava doente sim. Foi isso que você disse pro pai e pra mãe dele, num foi? Que ia poupar o sofrimento dele. – Mais uma lambida. – Depois você mandou o menino ser embalsamado antes de enterrar ele. Por que será? Por bondade ou pra pegar o coração dele? Hihihi...

− Ora sua...

− Mais a pergunta que eu quero fazer pra você, pequeno, é essa: será que ele ia morrer mesmo?

− Já disse que ele tinha grandes chances de morrer!

− As chances eram grandes sim. – Ela provou o sangue novamente. – Mas também tinha chance dele viver. Você num tinha como saber o que ia acontecer. Foi você que selou o destino dessa criança, porque você precisava de um coração puro... Hihihi...

− Não troce de mim, velha! Ele ia morrer. Eu sei que ia. E do que isso lhe importa? Diga.

− Tem razão, pequeno, tem razão. Não me importa.

A bruxa guardou o coração novamente no saco e seguiu para a sala escavada na montanha. Depois de algum tempo ela retornou, segurando em sua mão mais um elo de ferro enferrujado.

− Aqui – ela disse ao jogá-lo.

Eu o catei no ar e o observei por hábito.

– E mais uma coisa – a bruxa continuou. – O coração já tava começando a apodrecer, pequeno. Se isso acontecer de novo, não vamos mais ter um trato. Óleo de sálvia-selvagem ajuda a conservar a carne. Tenta lembrar disso.

Dei meia volta e saí da cabana em silêncio.

− Até a próxima – zombou a velha durante minha saída.


* * *


Não retornei para casa, mas segui para Roystone. Sabia que algo aconteceria e logo depois, me tornaria capitão. Sabia, porque agora eu tinha três elos de ferro pendurados em uma corrente também de ferro.

Levaria dias até a capital, portanto fiz meu cavalo negro trotar sem pressa. A cada solavanco minha armadura chacoalhava com um som metálico, agora tão comum para mim. Diferente de Sir Royce, não optei pela cor prata. Todo metal usado por mim era escuro. Não percebera na época, mas aquilo combinava com a nova cor de minha alma.

Entrei na capital atraindo olhares dos camponeses vilões que vendiam suas mercadorias e dos comerciantes burgueses que as compravam para revender a preços exorbitantes. Guiei meu cavalo pela rua de pedra até a muralha interior e aguardei uma das sentinelas me reconhecer.

O homem gritou e a porta levadiça desceu, dando-me passagem. Minha montaria, já acostumada àquilo, apenas caminhou sobre a grande peça de madeira que deitava-se sobre o fosso.

Segui agora sobre um calçamento branco rodeado por um jardim magnificamente verde. Parei na frente das escadarias e ordenei que um criado levasse minha montaria aos estábulos.

Adentrei o castelo admirando, não pela primeira, nem pela última vez, seu piso espelhado, suas pilastras de mármore e suas belas e numerosas pinturas e tapeçarias. Uma das criadas me atendeu.

− Sir Ryne, é uma honra recebê-lo. Alguém o espera?

− Não, mas desejo falar com o general. Tenho o pressentimento de que serei necessitado – respondi.

− Ele está conversando com o rei e os conselheiros na Sala do Conselho.

− Apenas avise que estou aqui.

A mulher hesitou, mas obedeceu. Qualquer outro cavaleiro seria considerado insolente ao se dirigir de forma tão casual ao General Reagan, mas nós dois tínhamos uma história juntos. Ele fora o homem a me proclamar cavaleiro e depois disso fiz parte de seu pelotão algumas vezes. Diferente de outros generais, Reagan lutava junto aos outros soldados ao invés de se esconder em uma sala de mapas planejando um assalto. E isso o fazia um homem respeitável. Lutamos em várias batalhas lado a lado. Salvei sua vida três vezes. Ele salvou a minha mais do que posso contar. Se eu ainda pudesse sentir simpatia por alguém, diria que éramos amigos.

A criada voltou logo em seguida e pediu que eu a acompanhasse. Caminhamos até a Sala do Conselho. O rei, o general e mais cinco homens se sentavam à mesa, bebendo vinho e discutindo aos sussurros.

O Conselho de Alure era bastante famoso e eficiente, além de excêntrico se considerarmos o regime monárquico do reino. O sistema era composto pelo rei, seu general e cinco conselheiros. Cada homem possuía um voto, cabendo ao rei o voto de Minerva e a possibilidade de veto. Os sábios do reino diziam que, com os homens certos no conselho, qualquer questão política, bélica ou mesmo religiosa poderia ser resolvida.

Ao me ver chegar, o general levantou-se e me recebeu de braços abertos.

− Ryne, meu caro. – Seus braços se fecharam sobre mim em um abraço forte. – Bons ventos os trazem.

− Senti que podia ser necessitado aqui – tentei ir direto ao ponto.

− Não sei o que te fez sentir isso, mas estava certo. É engraçado como tragédia para uns se resume em fortuna para outros.

− O que quer dizer com isso? – perguntei.

O general olhou para o rei que lhe acenou positivamente.

− O capitão Rory está morto. Não sei se chegou a conhecê-lo – ele disse com o sorriso desaparecendo do rosto.

− Não senhor, não o conheci.

Sua expressão tornou-se mais sombria.

− Estava voltando para suas terras quando sua comitiva foi atacada por salteadores. Os homens foram mortos e as mulheres e bens levados. – Pausou. – Merda... – O palavrão não passou de um sussurro. – Mesmo em trégua ainda temos baixas. E essas são causadas por nosso próprio povo.

Tudo isso poderia me abalar alguns anos atrás, mas meu coração já se esfriava nessa época. Não podia conter minha expectativa.

− E o que isso tem a ver comigo? – perguntei, recebendo um olhar de desaprovação do general. – Desculpe-me, não foi o que eu quis dizer. Quero saber como posso ser útil depois de saber dessa informação.

− Bem – começou Reagan, agora mais a vontade –, conversávamos nós sete sobre um novo sucessor para o capitão perdido. Alguns ficaram um pouco desconfortáveis por causa de sua pouca idade e de sua origem camponesa, mas chegamos a uma conclusão. – Ele respirou fundo. – Ryne, você foi um soldado fiel e bravo em todas as batalhas lutadas durante esses anos desde a Batalha da Fronteira, quando tive a honra de lhe tornar cavaleiro. Por isso não vejo escolha melhor.

− Senhor, isso quer dizer... – Minha mão já acariciava os elos de metal pendurados no meu pescoço.

− Sir Ryne, você se tornará nosso mais novo capitão? – General Reagan perguntou sorrindo, sendo imitado pelos outros indivíduos sentados à mesa.

− Senhor, sim senhor – respondi tentando fingir surpresa.



* * *


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