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29) ausência fria

oláaa! leiam devagar esse capítulo, ok? tá com muita informação, muito diálogo importante, as coisas ditas aqui vão influenciar demais os outros capítulos.

lembrem da tag #PaletasePoesiasTK, quero muito saber o que vocês acharam desse capítulo!!!!

boa leitura! 💙

Animado em voltar para suas aulas, Jeongguk chegou de bom humor na faculdade. Notou como Hoseok estava mais protetor, da mesma forma que era antes, só que mais atento ainda. O amigo gostava mais de ações do que palavras, mesmo sendo carinhoso, sua forma de demonstrar era protegendo quem amava.

— Hobi-hyung… você tá fazendo cara feia pra todo mundo que se aproxima de mim.

— Nenhum deles fala com você normalmente, só são curiosos querendo saber por que você faltou. – Disse impaciente.

— Desde quando você ficou tão desconfiado? – Seu tom de voz era divertido.

— Namorar com o Jimin tem muitos lados bons, Jeongguk. – Empinou o nariz. — Aprendi a não confiar em qualquer um e observar as pessoas.

— Você se acha muito por namorar, né? – Zombou. — Vamos logo pra sala.

— Se você namorasse o Taehyung ia ser até pior… – Falou baixinho só para Jeongguk ouvir.

E bom, Jeongguk não quis discordar.

Ambos entraram conversando na sala, e Jeongguk, por um momento, esqueceu de reparar em Taehyung. Ao sentar e encará-lo, ficou confuso.

Taehyung estava sentado, apoiando os braços em seu birô, com um olhar totalmente perdido. Jeongguk não sabia se conseguia enxergar bem daquela distância, mas notou uma certa palidez no rosto dele.

Quis se aproximar imediatamente, mas Hoseok o conteve, dizendo que era melhor se conversassem depois da aula.

Ele demorou minutos para levantar e começar a falar. A voz baixa, os ombros caídos, por vezes gaguejava, esquecendo o que tinha que dizer. Muito estranho.

De repente, ele pediu licença e saiu da sala. Parecia estar passando mal, Jeongguk percebeu. Nem mesmo Hoseok alertando foi capaz de pará-lo, Jeongguk foi atrás.

Encontrou Taehyung no banheiro mais próximo da sala, apoiado na pia, com o rosto suado.

— Tae? O que tá acontecendo? – Se aproximou aflito, querendo encostar nele.

— Saia daqui! – Não gritou, sua voz estava fraca para isso. — Não é para vir atrás de mim.

— Mas você não parece bem… – Seu corpo murchou ao ouvir Taehyung falando daquela forma. — Eu tô preocupado.

— Já não tem pessoas o suficiente desconfiando de nós? – Olhou sério para Jeongguk. — Volte para a sala.

Jeongguk gelou ao ouvir aquela frase, aquele tom de voz.

Saiu relutante do banheiro, ainda mais preocupado. Tentou não ser tão transparente ao voltar para sua sala, ignorando os olhares curiosos, e apenas sentou ao lado de Hoseok, ficando em silêncio.

Mais alguns minutos depois, Taehyung retornou. Terminou de dar aula nas mesmas condições, respirando fundo a cada frase, não conseguindo encarar a turma.

O coração de Jeongguk ficou agoniado, apertado. Não imaginava qual seria o motivo para ele estar daquele jeito, pensou se tinha feito algo errado, sua mente não acompanhava, estava com medo. Medo de Taehyung o deixar.

De relance, pôde ver que Hoseok conversava com Jimin pelo celular, provavelmente perguntando se o namorado sabia de algo, ou pedindo a ajuda dele de certa forma.

A aula terminou mais cedo, e aproveitando que todos saíram rápido, Jeongguk se aproximou novamente dele.

— Não me quer por perto? – Perguntou com seus resquícios de coragem.

— Aqui não, Jeongguk.

Jeongguk. Doía quando ele não usava os apelidos.

— Olha pra mim… – Pediu, sentindo que poderia chorar. — Por favor.

Taehyung sabia que não aguentaria olhar para ele. E foi o que aconteceu. No instante em que olhou seu corpo inteiro cedeu e o puxou para um abraço.

Jeongguk pôde sentir o medo de Taehyung também. O jeito que ele abraçava, como se fosse um último abraço.

— Não vai me contar o que tá acontecendo? – Arriscou perguntar. — Eu posso te ajudar…

Não ouviu uma resposta, Taehyung continuou o abraçando apertado. Permaneceram assim por um bom tempo, por mais que não tenham percebido isso.

— Eu prometi que ninguém vai machucar você, não foi? – Taehyung se separou do abraço, dizendo aquelas palavras tão baixo que parecia estar dizendo para si. — Ninguém vai…

— Tae… por que tá dizendo isso? – Insistiu.

— É só coisa da minha cabeça, vamos embora.

Em um piscar de olhos, Taehyung voltou para sua pose normal, seu rosto ficando com uma expressão séria, mas suave.

Parecia ter colocado uma máscara, e Jeongguk detestou isso.

Ele não disse mais nada para Jeongguk, parecendo que os momentos anteriores não tinham acontecido. Jeongguk insistiu mais um pouco, e Taehyung continuava a responder que não era nada demais.

— Você tá incomodado com o que a gente tem? – Não custava nada perguntar. — Eu já disse que você pode falar sobre essas coisas comigo, e se quiser parar, também pode falar, eu vou entender!

Estavam parados ao lado do carro de Taehyung. Jeongguk sabia que não voltaria com ele, porém o seguiu para conversarem.

— Eu não quero parar! Não fique pensando nessas coisas.

— As aulas já estão acabando, não faz diferença se estão desconfiando da gente, Tae… essa é sua preocupação? – Ainda tentava entender.

— Jeongguk… a última coisa que eu quero é me afastar de você, e você sabe disso. Não fique se questionando sobre a situação, o que eu precisar dizer, eu vou dizer.

— Mas… nós sempre conversamos! Eu até queria conversar sobre uma coisa… – Sobre oficializar. Era o que queria dizer.

— Conversamos depois. – Discretamente pegou na mão de Jeongguk, acariciando. — Tenho que ir.

Jeongguk odiava ficar no escuro, em todos os sentidos.

Odiava não saber o que acontecia ao seu redor, odiava perceber que alguém poderia estar escondendo alguma coisa.

Taehyung disse que não queria o afastar, mas já fazia isso.

Não sabendo o que pensar, Jeongguk quis confiar no carinho que sentiu em sua mão, quis confiar quando Taehyung disse que falaria o que precisasse.

Pediu para voltar com Hoseok, não queria voltar sozinho. Sentia falta de andar de trem com Taehyung, da companhia dele, do momento que dividiam.

Não gostava de estar longe. Queria ser corajoso e dizer o que tanto guardava, queria Taehyung, queria namorar ele.

Tinha que fazer algo a respeito.

Taehyung amava os dias da monitoria, quando dava aula para o primeiro período com Jeongguk ao seu lado. Porém, naquela terça-feira, tudo que sentiu foi um nublado, completo nublado, desde o céu até seu coração.

Se o garoto cumprisse o que falou, iriam conversar depois das aulas. Taehyung não estava nervoso, não sabia como se sentir. Passou a noite em claro tentando lembrar se já o conhecia, se esbarrou com ele, ou se até se envolveu. Sabia que não. Jeongguk foi o primeiro homem mais jovem que Taehyung ousou chegar perto.

Mas por que ele falou como se já se conhecessem, como se tivessem interagido? Taehyung odiava sua memória.

Estava em pé somente pelo café, carregava olheiras bem marcadas ao redor dos olhos. Sentiu falta de Jeongguk aquela noite, de dormir com ele.

E pensando em Jeongguk, boa parte da sua insônia foi lembrando do jeito que o tratou noite passada, sendo brusco, ignorando a preocupação dele. Precisava pôr sua cabeça no lugar para não repetir o ato, não de forma tão injusta.

Jeongguk chegou para a monitoria mais cedo, assim como Taehyung. Ele parecia querer conversar, mas Taehyung não deu brecha alguma.

Era como voltar no tempo, para quando se conheceram, quando Taehyung insistia tanto para conhecer mais de Jeongguk, para se aproximar, para o ajudar. Taehyung fazia o mesmo com Jeongguk depois de três meses.

Se sentia um tremendo hipócrita.

— Não dormiu essa noite? – Lá estavam os grandes olhos de Jeongguk preocupados. — Quer que eu dê aula hoje?

— Estou bem. – Tomou mais um gole do café. — Não terá muita coisa hoje, é só encerrar o conteúdo.

— Vamos voltar juntos? – Perguntou cheio de expectativa.

— Vou precisar ficar aqui, você pode ir. – Desviou o olhar. Não conseguia mentir ou omitir olhando para Jeongguk.

Jeongguk murchou mais uma vez. Uma linda flor ficando desolada.

Taehyung não aguentava ver aquela cena, não bem diante dos seus olhos. Por isso, levou dois dedos para seus lábios, encostou em sua boca, e levou até os lábios de Jeongguk.

Estavam a sós na sala, mas ainda era a faculdade. Ainda era a realidade. Não podiam se tocar.

Entretanto, Taehyung dava seu jeito, sempre deu.

Jeongguk fechou os olhos, aproveitava aquele beijo com a mesma intensidade de um beijo direto.

— Não se preocupe, meu amor. – Taehyung sussurrou.

O sinal tocou, o obrigando a tirar sua mão de Jeongguk. No mesmo segundo sentiu falta.

Apesar da sua falta de energia devido ao excesso de sono, a aula foi animada. Taehyung devia isso a Jeongguk. Ele foi teimoso, e na maior parte do tempo, tomou à frente, com certeza querendo distrair os alunos para nenhum deles perceber como Taehyung estava.

Jeongguk era capaz de ir contra sua própria natureza, que era ser uma pessoa introvertida, só para ajudar Taehyung.

Não se sentia de todo desconfortável, gostava dos alunos, e eles pareciam gostar de Jeongguk tanto quanto.

Taehyung suspirou aliviado ao notar que Chaeryeong não estava na aula. Pelo menos isso. Só lidaria com seu pesadelo depois.

Se despedir de Jeongguk nunca foi uma coisa boa. Taehyung poderia se considerar um tanto grudento, porém não gostava de ficar longe, muito menos quando sabia que tinha algo de ruim prestes a acontecer.

Deu um abraço nele quando todos alunos saíram, e deixou um beijo em sua bochecha. Arriscado demais. Se importava de menos àquela altura.

Não seria tolo em acreditar que Jeongguk não desconfiou de nada, cada expressão dele dizia o quanto ele queria saber a verdade. Não podia fazer muito sobre isso, apenas poupá-lo de saber.

Ficou só em sua sala, aguardando. O sono parecia querer voltar, os copos de café que tomou pareciam não surtir mais efeito.

Abaixou a cabeça alguns minutos, se debruçando sobre sua mesa. Mesmo cansado, estava alerta, e notou a presença do garoto quando ele chegou, levantando a cabeça na mesma hora.

— Não achei que ia me esperar. – Se aproximou da mesma forma presunçosa do dia anterior. — Não é hoje que volta com seu namoradinho?

— Lee Junseo. É esse o seu nome, não é?

— Seu amiguinho de cabelo rosa te lembrou? – Sorriu.

— Me forcei a lembrar pelo menos disso. – Levantou, ficando cara a cara com ele. — Agora me dê um bom motivo para eu não ir preso por fazer você pagar pelo que fez com Jeongguk.

Taehyung adorou ver a expressão dele vacilar.

— Não precisa disso, eu só vim conversar. – Se afastou, mantendo uma distância segura. — Não quer esclarecer as coisas? Tô aqui pra isso.

— Você está aqui para estragar tudo, seu mimado! – Cerrou os dentes. — Primeiro diga de onde conheço você, porque me recuso a ter me aproximado de alguém tão nojento.

— Que rude… – Forçou uma expressão inocente. — Quer mesmo me bater?

— Não imagina o quanto.

— Me escute primeiro, professor. É uma longa história… não se lembra de nadinha mesmo?

— Fale logo, sua voz me irrita. – Voltou a se sentar, impaciente.

— Ok… – Foi para o meio da sala, como se estivesse preparado para dar uma aula. — Nos conhecemos no curso de inglês, professor. Eu fui seu aluno por… dois anos? Acho que foi. Eu não tava muito a fim de estudar, já tinha tentado outros cursos e saí na semana seguinte. Mas, quando minha mãe me levou em outro e eu vi você entre os professores… decidi ficar.

Taehyung não estava surpreso, estava mais irritado por saber que deu aula para alguém daquele tipo.

— De início, você não me notou. Dava pra ver que você gostava da turma, e eu fui me aproveitando disso pra me aproximar, até que consegui conversar com você quase todos os dias. Pedia ajuda na matéria, para responder alguma questão, qualquer coisa… eu queria manter você perto, queria que você me quisesse perto.

— Ou seja, eu fui simpático com você, como era com todo mundo. – Revirou os olhos. — Se sentiu especial?

— Sim, me senti. – O encarou sério. — Eu pensei que você sentia algo diferente, eu queria acreditar nisso. Aguentei o curso por dois anos só por você.

— Devo ficar lisonjeado? – Riu sarcástico.

— Não lembra que eu me aproximei, né? Que eu me declarei, e você me ignorou, me olhou com desdém, como se eu fosse nada. – Exprimiu com raiva.

— Eu nunca quis me envolver com aluno nenhum, idiota. – Taehyung perdeu a paciência de vez. — Não me lembro, mas eu me conheço, eu sei que eu devo ter só sido sincero com você, e você interpretou como quis.

— E é justamente essa a questão, professor. – sorriu ladino. — Você disse com um orgulho imenso que nunca tocaria num aluno assim, que nunca faria isso. Eu acreditei, por isso saí do curso, mas aí vi quando minha mãe contratou você pra dar aula aqui, acompanhei cada passo seu, então me diga, se nunca faria isso, por que tá fazendo?

É, ele queria ferir Taehyung. Queria que ele se sentisse mal pelas próprias escolhas, por seus princípios.

— Jeongguk não é como você, não é como ninguém! – Respondeu firme. — Ele nunca chegou perto de mim com segundas intenções, você não sabe de nada!

— Eu sei que, provavelmente, você tá transando com seu aluno. Quando foi que chegou a esse nível, senhor Kim?

Venenoso. Cruel. Falava aquelas palavras sem sentir peso algum, queria e estava disposto a machucá-lo.

— Se o seu problema é comigo, por que chegou perto dele? Faça e fale a merda que quiser, não deveria ter encostado nele! – Junseo sentiu medo ao receber o olhar ameaçador de Taehyung.

— Me deixe terminar a história. – Começou a andar pela sala, olhando para lugares aleatórios. — Eu descobri que minha prima era sua aluna, e foi fácil convencer ela de entregar as cartas. Eu queria ver como você ia reagir com isso, queria saber se você tinha mudado… queria testar se você aceitaria melhor se fosse uma menina, por isso me passei por uma. E aí, apareceu Jeongguk. Eu vi desde a primeira vez que vocês voltaram juntos de trem, e me irritou muito, senhor Kim. Eu não esperava que ele fosse aparecer naquela festa, mas quando o vi, pedi pra um amigo meu o convencer a ficar, e ele tava tão desesperado que ficou.

Não teve autocontrole no mundo que impedisse Taehyung de levantar e puxar a gola da camisa de Junseo.

— Você se aproveitou dele! – Gritou.

— Não fiz isso! – Disse com dificuldade por estar sendo segurado. — Ele que bebeu demais, e apareceu perto de mim e dos meus amigos, só demos um empurrãozinho.

— Ele não sabia que merda era aquela, seu imundo! E você pensa que eu não sei do seu histórico? O que você iria fazer com ele depois, hum? – Agarrou mais forte.

— Nada… eu só o segui e vi que ele foi até você. Vi depois ele no seu colo, e você o colocando no carro.

— Inseto! – soltou a gola, ríspido.

— Eu nunca quis fazer nada com ele, nada naquele garoto me atrai, por isso fiquei ainda mais irritado… por que ele atraiu você?

— Nunca se compare a ele. – Taehyung abaixou o tom de voz, ficando mais grave. — Você não é nada perto dele. Não vou dizer nada do que você queira saber, se você não enxerga como ele é, não vale a pena.

— Eu tentei descobrir. – Falou, hesitando. — O segui por um tempo… por isso vi o quase beijo de vocês na estação, e vários outros momentos. Ele parece normal demais o tempo todo, eu só queria entender… vocês estavam cada vez mais próximos, e decidi enviar aquela carta pra ele. Vocês nem disfarçam! – Exclamou com raiva. — Qualquer um sabe o que acontece.

— Como assim? – Deixando a pose de lado, Taehyung deu lugar a dúvida.

— Ah, não me diga que não notou? – Gargalhou. — Fala sério! Todo mundo desse curso aí desconfia de alguma coisa, espalharam até o boato do desenho de Jeongguk, dizendo que ele desenhou vocês. Você pensa que tá disfarçando, mas não sai do lado dele, não para de olhar. Eu realmente queria saber quando foi que você ficou tão descuidado.

A visão de Taehyung ficou turva, sua cabeça latejou. Sabia que não era a pessoa mais discreta, ainda mais com Jeongguk, porém não imaginava que tantas pessoas sabiam.

— Isso é sério? – Perguntou amedrontado.

— Por isso tô aqui, professor. Você acha que sou uma pessoa ruim, mas só tô aqui pra alertar. Seu amigo de cabelo rosa já me ferrou o bastante, se eu sair da linha sei que ele faz alguma coisa, juntou quase essa faculdade inteira contra mim. – confessou preocupado. — Você não sabe onde se meteu.

— Jeongguk corre algum risco?

— Isso é tudo que te preocupa? – Arregalou os olhos.

— Responda! – Bateu os punhos na mesa.

— Tá, tá… claro que ele corre. Os boatos não chegaram até a secretaria, mas muita gente tá falando sobre. Eu sei que você tem um contrato temporário, acaba semana que vem, mas e Jeongguk? Ele tem uma bolsa integral, depende dela até o final do curso. Se uma coisa dessas chega ao ouvido da minha mãe… Jeongguk perde tudo, tanto é expulso daqui, como também pode não ser aceito em outra faculdade. Olha o país em que nós estamos, professor… quer mesmo algo assim manchando o currículo do querido Jeon Jeongguk?

Taehyung sentia uma vontade genuína de chorar. Seu olho ardia, seu peito se comprimia. Sabia que aquilo não seria bem visto, era um absurdo aos olhos da maioria.

— Por que não disse para sua mãe? – Questionou com a voz embargada.

— Porque eu queria muito separar vocês dois, mas quando vi que você mesmo ia fazer isso, me contentei. Você sabia que devia parar, o que custava esperar? Deixou tudo de lado pra ficar com esse garoto a que custo? Tá por um fio de destruir a vida dele. As férias estão vindo aí, mas são curtas, pretende continuar com ele? E se continuarem os boatos? Jeongguk aqui sozinho lidando com isso. Tem pessoas interessadas em você, senhor Kim, sei que já percebeu isso, e essas pessoas ficam irritadas ao ver você com um aluno qualquer.

Isso foi o que faltava para Taehyung chorar. Deixou as lágrimas rolarem, absorvendo o que Junseo dizia. Sua mente se fechava para as possibilidades, não havia como escapar, não havia o que fazer.

— Eu não quero fazer isso com ele. – Colocou a mão no rosto. — Não quero…

— Você sabe o que tem que fazer, é só se afastar. – Disse como se fosse simples.

— Ele não vai aceitar, não assim do nada… estava tudo bem, até… – Chorou mais. — Eu não vou conseguir!

— Vai sim.

Se aproveitando da fraqueza dele, chegou mais perto, alisando as costas de Taehyung, fingindo o consolar.

— As pessoas aceitam sempre de um jeito, querendo ou não. – Voltou a falar.

— Que jeito? – Taehyung respondia automaticamente, não tinha força alguma em seu corpo.

— Quebre o coração dele. O magoe da melhor forma que conseguir.

Taehyung tremeu com aquelas palavras, sentiu enjoo só de se imaginar fazendo aquilo.

— Eu sei que você sabe como o magoar, professor… ele é seu ponto fraco, e você é o dele.

Junseo estava mais do que feliz ao dizer aquelas coisas. Cogitou dizer a sua mãe, a reitora com certeza não perdoaria um escândalo daqueles, odiava escândalos, sempre os encobria. Ao mesmo tempo que odiou a aproximação deles, Junseo soube que seria seu pequeno triunfo, sua vingança por ter sido ignorado e rejeitado. Faria Taehyung magoar Jeongguk. Isso era melhor do que expor o relacionamento deles.

Enxugando as lágrimas do rosto, Taehyung organizou suas coisas para sair da sala. Não falou com Junseo, e nem queria.

— Você vai fazer isso, não é? – Junseo perguntou contendo um sorriso.

Taehyung não respondeu.

Junseo adorou ouvir esse silêncio.

Mais uma aula com Taehyung. Jeongguk não sabia o que esperar, se ele estaria melhor do que no dia anterior, torcia para que sim.

Precisou sair mais cedo para conversar com Hoseok, o amigo não entrou em detalhes, mas sabia que ele estava com problemas.

— Seus pais de novo? – Os dois pararam em um parque perto da faculdade para conversarem melhor.

— O que você acha? – Hoseok perguntou retoricamente. — Eles viajam muito, minha irmã também, por isso tenho um pouco de paz, mas nos poucos dias que eles estão em casa é o próprio inferno.

— Eu não sou a melhor pessoa pra aconselhar, você sabe… saí de casa sem pensar, minha sorte foi ter vocês comigo.

— Eu quero sair, e sei que posso fazer isso, eu só tenho medo… é estranho. – Hoseok só desabafava daquela forma com Jeongguk, não gostava de mostrar seus machucados para ninguém.

— Conversou com o Jimin-hyung sobre isso?

— Namoramos há pouco tempo, Jeongguk… não quero ser uma obrigação pra ele. Ele já é formado, tem a própria casa, e eu…

— Não falei disso, falei sobre ele te apoiar. – Jeongguk o cortou. — Você falava muito sobre ele não te contar as coisas, esconder algumas partes dele, e você tá fazendo o mesmo agora. Ele merece saber, Hobi-hyung… e eu sei que ele vai te ajudar.

— E quando foi que você ficou maduro assim? – Brincou. — Efeito Kim Taehyung?

— Aprendi que é melhor falar, engraçadinho. – Ficou emburrado. — Eu sou seu melhor amigo, e até posso te ajudar, sabe que eu, Jihoon e Jongho estamos aqui pra você. A questão é que eu sei que você quer conversar com ele, e só vai escutar ele.

— Tô sendo um bobo inseguro, né?

— Tá sim, mas sou igual a você, por isso não vou julgar. – Sorriu.

— Ok, vamos deixar o drama de lado… temos a despedida de um professor hoje. – Olhou sugestivo para Jeongguk.

— Será que ele vai gostar? – Perguntou apreensivo. — Ele tá meio estranho esses dias…

— Claro que vai!

Taehyung ficou surpreso. Muito surpreso.

A turma de Jeongguk se organizou em poucos dias para fazer uma pequena confraternização, pois seria a última aula dele. Taehyung não esperava receber aquele carinho por ter sido duro no começo com a maioria dos alunos, além de saber que muitos, ou todos, desconfiavam do que tinha com Jeongguk. A surpresa foi boa, e ao mesmo tempo, sufocante.

Recebeu alguns relatos dos alunos falando como ele ajudou cada um, como as aulas foram importantes, principalmente as práticas. Taehyung colocou seu melhor sorriso para agradecer e cumprimentar a todos.

Jeongguk ficou mais afastado, dando mais privacidade. Lembrava repetidamente do que Taehyung disse no banheiro, sobre as pessoas saberem deles dois. Era melhor manter distância.

Interiormente, Taehyung se questionou se aquele carinho era falso. Pensou que era detestado pela turma, e principalmente, julgado. Naquele instante, parecia tudo bem, parecia que Junseo tinha inventado tudo, e ninguém sabia de nada.

Isso até um dos alunos pedir para Jeongguk dar seu relato, e Taehyung observar os risos contidos, os cochichos, os olhares.

Jeongguk fez o seu melhor, não falou muito, disse palavras gentis sobre Taehyung ser um ótimo profissional. Percebendo o clima, Hoseok o interrompeu e continuou o discurso, também o elogiando.

O clima aparentava estar leve, porém para Taehyung, ele só sentia desconforto. Por isso, ao final da aula, saiu rápido, sem se despedir de Jeongguk.

Para não deixá-lo sem notícia alguma, quando chegou em casa mandou mensagem dizendo que não estava se sentindo bem e precisava descansar. Jeongguk compreendeu, apesar de saber que não era de todo verdade.

No dia seguinte, na aula que Jeongguk era monitor, Taehyung não foi.

Ele usou a mesma desculpa de não estar muito bem, e Jeongguk quem assumiu a aula, que foi mais uma conversa em grupo para a turma se despedir. Jeongguk queria que Taehyung estivesse ali.

E Taehyung só queria acordar daquele pesadelo.

Depois de uma semana longa, e de certa forma, cansativa, o Sábado chegou, e Jeongguk estava decidido.

Taehyung não aparecia, mas ainda conversava com ele por mensagens. As aulas tinham sido oficialmente terminadas naquele período, e Jeongguk não poderia estar mais leve. 

Na tarde, se reuniu com Jihoon, Hoseok e Jongho para ganhar mais coragem.

— Eunbi? – Ficou confuso ao ver a garota chegando com seus amigos.

— O Jongho me chamou! – Disse animada. — E eu sou ótima com conselhos, você sabe.

Ela era mesmo, direta até demais.

Jeongguk contou o que planejava, e ouviu atentamente o que cada amigo tinha para dizer.

— Ele não é mais seu professor, Jeongguk. – Jongho comentou. — Acho que tá na hora mesmo, não precisa ter medo.

— É, talvez ele tivesse estranho daquele jeito que você falou porque ainda tava naquela situação, mas agora deve tá tudo bem! – Hoseok passou confiança.

— Eu te digo todo dia para fazer isso logo, você já sabe o que eu acho. – Jihoon completou.

— Eu achei que você já namoravam. – Eunbi disse confusa. — Como assim não namoram?

— Eles dizem que não namoram, mas sempre agem como namorados, lindinha. – Jongho a respondeu, passando o braço ao redor do pescoço dela.

Obviamente isso não passou despercebido, e o assunto se voltou para eles e quando Jongho e Eunbi iriam adiantar ou assumir o que tinham.

Aquela conversa era o que Jeongguk precisava. Não faria nada grande, clichê. Faria algo especial e teria apenas uma conversa com Taehyung, não queria fazer um pedido direto, queria só resolver as coisas.

Jihoon sairia com Seokjin de noite para deixá-los mais à vontade, e Jeongguk teria que ficar sozinho e tentar lidar com sua ansiedade.

Mais uma vez cozinhou, lembrava bem dos elogios que recebeu de Taehyung na primeira vez que ele provou sua comida, queria ouvir aquilo de novo.

A mensagem que mandou para ele não era muito reveladora, ele só pedia para Taehyung ir na sua casa para poderem conversar, tentou não deixar parecer ser algo sério demais, não queria assustá-lo.

Deixando a comida pronta, arrumou a casa e foi se arrumar. Tinha retocado o cabelo, mais um motivo para querer muito que Taehyung o encontrasse para elogiá-lo.

Com todos os detalhes prontos, só restava esperar.

Preparou tudo com antecedência para ter um tempo só seu e respirar calmamente, pensando em tudo que queria falar. Nunca havia tomado uma atitude como aquela, ter finalmente a coragem e a vontade de falar o que sentia e o queria era um avanço tremendo.

Imaginou como seria, como Taehyung iria reagir, se ele diria que queria fazer o mesmo há algum tempo também. Inúmeras possibilidades passavam pela sua cabeça, mas pela primeira vez se esforçou para não cogitar nada ruim, confiava que tudo ficaria bem.

O tempo foi passando. Deu a hora de Taehyung chegar, e Jeongguk aguardou nervoso.

Passou segundos, minutos.

Horas.

A comida esfriou.

E Taehyung não apareceu.

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