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25) arte

será que preciso colocar aviso de 🔞? kkkkk vamos lá! eu já avisei como eu faço essas cenas, não é? é minha forma de enxergar a intimidade, meu próprio jeito de narrar e espero que vocês gostem.

enquanto eu escrevia escutei muito fever, do grupo enhypen, então aqui está minha sugestão de música para quem gosta de ler ouvindo algo.

é o maior capítulo até agora! tem 7.4K de palavras!

se quiserem, usem a tag #PaletasePoesiasTK lá no tt! é meu capítulo favorito, quero saber o que vocês acharam!

boa leitura! 💙


Jeongguk transformou sua euforia em beijos. Ficou tão animado com a ideia que não soube o que responder, não tinha palavras. Apenas se debruçou em Taehyung e o beijou incansavelmente, voltando para a atmosfera em que estavam antes de conversarem sobre seu aniversário.

Foram interrompidos pela chegada de Jihoon, porém nem isso foi capaz de os abalar, mesmo sendo vistos naquela situação, não conseguiam desviar a atenção um do outro. Percebendo isso, Jihoon os cumprimentou e logo saiu de vista.

Por algum motivo, que secretamente Jeongguk sabia, mas não iria admitir, se sentia diferente. Notou seu desejo por Taehyung há muito tempo, porém não conseguia achar um momento certo para externar isso, além da timidez. Seu ego ferido foi o estopim.

Não se considerava um homem ciumento, mas tinha seus próprios princípios e sua própria vaidade, não era sobre tratar Taehyung como sua propriedade, era apenas sua insegurança camuflada. Ainda não se sentia confiante o suficiente sobre si, entretanto, com Taehyung era diferente, queria ser mais confiante porque sabia que poderia ser.

De um jeito ou de outro, ambos eram assombrados pela ideia de perder o que tinham, fariam de tudo para proteger isso, proteger todo o sentimento, custe o que custar.

— Sweetie… está tentando arrancar todo o meu fôlego? – Taehyung estava com seu corpo deitado no sofá, seu rosto vermelho era a prova de como seu interior se encontrava.

— É uma amostra do que ainda virá. – Jeongguk levantou seu corpo do dele, o deixando livre para ficar em pé.

— Você fala muito. – Riu. — Será que irá fazer tudo o que está sugerindo? – O desafiou discretamente, o suficiente para desestabilizá-lo.

— Vamos ver. – Seu espírito competitivo foi abalado, mas não iria ceder, manteve sua pose.

Foram juntos até o carro, e antes de ir embora, Jeongguk o abraçou.

— Tem certeza sobre o presente? – Perguntou baixinho, com o rosto escondido no pescoço dele.

— Absoluta. – O abraçou mais forte. — Não achou bom?

— Achei perfeito. – Se aninhou mais. — Eu quero tanto sentir isso… você me pintando.

— Farei o meu melhor para não desapontar você. – Beijou a testa fria.

— Vai me desapontar se não me deixar cheio de tinta. – Sorriu.

— Para não atrapalhar seu dia, que é domingo, podemos fazer isso no sábado?

— Por mim, faríamos agora. – Colocou seus dedos entre o cabelo de Taehyung. — Tô ansioso.

— Paciência é uma grande virtude, Sweetie.

— Parece um velho falando isso!  – O repreendeu com o olhar.

— Estou tão ansioso quanto você, sabia? – Aproveitou suas mãos na cintura dele para encostar mais seus corpos. — Venho imaginando como seria, e sei que será melhor do que pensei.

— O que anda imaginando comigo, senhor Kim? – Brincou.

— Imagino seu corpo. – Taehyung entendeu a brincadeira, mas respondeu sério. — Imagino minhas mãos nele, os pincéis, as tintas, imagino que é uma visão que não estou preparado para ter.

Não se beijaram desta vez, mas se encararam. Por muito tempo. Taehyung não falava com frequência como se sentia e o que pensava, porém quando o fazia, Jeongguk perdia o chão.

Taehyung imaginava mais, bem mais. Jeongguk também. Os dois sabiam disso. Se despediram com a ansiedade os acompanhando. O próprio desejo se debatendo contra seus peitos, implorando para ser libertado, e seria.

Sábado seria memorável.

Jeongguk adorava a atenção que recebia em seu aniversário, poderia soar meio egocêntrico, mas gostava de ser lembrado, de ser parabenizado. Gostava dos sorrisos que recebia e das felicitações, gostava de saber que as pessoas se importavam para reservar uma parte do dia e lhe desejar coisas boas, era uma atmosfera que o deixava confortável, contente.

Desde pequeno não fazia festas grandes, sua mãe mesmo carregando tanta amargura, nunca deixava de fazer uma festa com seus amigos mais próximos, que na época, só eram vizinhos, colegas aleatórios. O costume se perdeu depois da morte de seu pai, e após isso, os próprios amigos de Jeongguk se responsabilizaram em organizar alguma coisa.

Era uma data especial. Seu pai o enchia de beijos e abraços, e o chamava de "sapequinha", ganhando uma gargalhada alta e gostosa em resposta. Ele parecia tão feliz o tempo todo que Jeongguk não percebeu quando ele se tornou uma pessoa tão triste, e isso o angustiava. Como não prestou atenção? Jeon Jungwoo podia fingir muito bem, Jeongguk achava que tinha herdado isso dele, a camuflagem de sentimentos, ou apenas a tentativa de fazer isso, já que estava óbvio que falhava.

A morte dele foi próxima de seu aniversário, dois meses antes, na verdade. No primeiro ano, Jeongguk não comemorou, apenas ficou isolado, não tinha motivos para comemorar nada. Após esse acontecimento, conheceu seus amigos, e eles resgataram suas forças para comemorar o aniversário no ano seguinte, e nos outros anos que vieram.

Sua mãe, mesmo sem fazer mais as festas, o parabenizava. Fria, sem humor, sem vida. Jeongguk passou a ignorar quando ela falava, suspirando um "obrigado" cansado, saindo de casa em seguida. Foi nesse tempo que ganhou seus amigos, mas também foi nesse tempo que passou a ter pesadelos mais constantes, a ser mais perseguido em sua própria casa, e assim começou a sempre arrumar um jeito de fugir, seja para casa de um amigo, para um parque, para a biblioteca. Fugia e fugiu por um bom tempo, até esbarrar em Taehyung.

Não teve como fugir. E admitia, não se esforçou muito para isso. Poderia ter se fechado mais, poderia ter se afastado, ter cortado o contato, porém não queria, só não queria. Ele o ganhou com aqueles olhos felinos, que podiam ser tão sensuais e tão gentis ao mesmo tempo. A voz aveludada o chamando de Sweetie, ou outros apelidos, as mãos que sabiam como o tocar, tudo nele parecia certo, e Jeongguk entendeu que não deveria fugir.

Tinha tomado algumas decisões erradas ao longo de sua vida, às vezes jogava a culpa no destino, no tempo, no universo, e no final, não era culpa de nenhum deles, e sim sua. Jeongguk sabia o que fazer, porém escolheu errado. Sua intuição realmente não falhava, seu peito apertava quando estava prestes a fazer uma escolha errada, mas Jeongguk se arriscou. Se arriscou porque achou que deveria.

Se arriscou se envolvendo com Taehyung. Foi a primeira escolha errada mais certa de sua vida.

Esse era só mais um de seus devaneios no trem, indo para o trabalho. Era uma sexta-feira nublada, mas quente. Jeongguk estava ansioso para chegar no museu, iria conversar com Eunbi.

Após trocar suas roupas, se encontrou com a garota na recepção ganhando o mesmo sorriso caloroso de sempre, e o abraço misturado com pulinhos.

— Sinto que isso daqui tá pra fechar, mas ainda é bom ficar com você perambulando entre os quadros. – Eunbi disse um tanto triste olhando ao redor.

— Não vai fechar, Eunbi. Acho que o Namjoon-hyung vai reformar e deixar ainda melhor para ser uma galeria, ele parece tá animado com isso.

— Hum… uma galeria?! O clima vai ficar bem mais animado! Essas coisas velhas não tem graça mesmo.

— Ei! Tem sim. – Ofender as artes antigas era como uma blasfêmia para Jeongguk. — Olha o que eram capazes de fazer, mesmo tantos anos atrás, tudo isso é inspiração pura.

— Chato. – Deu língua. — Mas o que foi? Você parece ansioso pra dizer alguma coisa.

— Ah… sim. – Seus olhos dançaram de um lado para o outro, sem jeito. — Quero te convidar pro meu aniversário.

Eunbi deu um gritinho animado, voltando a saltitar, mais do que satisfeita com o convite.

— Você nem me contou que tava pra fazer aniversário! Eu adoro aniversários! Quando é?

— Nesse domingo, vai ser na casa do meu amigo, bom… nossa casa, enfim. – Foi interrompido por outro abraço. — Você tá muito grudenta!

— Eu tô feliz! Se tá me chamando pro seu aniversário, me considera importante, né? – O rosto de Eunbi brilhava.

— Você é minha amiga. – Fingiu estar emburrado, mas sorriu para a garota.

— Então eu vou conhecer seus amigos? Vou falar com seu namorado gatão? Ah! – Riu alto. — Sou ótima animando festas, Jeongguk-ssi, conte comigo!

— Não é nada tão animado assim, a gente sempre só come, bebe, e conversa umas besteiras.

— Isso porque você não me conhecia antes! Vai ser muito legal, garanto. – Deu uma piscadela confiante.

Não negaria que a chamou exatamente por isso. Claro, ela era sua amiga, tinha muito carinho por ela, mas achava que ela não se enturmaria com seus amigos, ou que seria estranho somente uma garota no meio de todos eles. Um grande erro seu.

Eunbi era diferente, era capaz de levantar o astral de qualquer pessoa. Mesmo tendo suas dúvidas de como seria, a convidou porque sabia que ela podia fazer qualquer coisa. Sua única certeza era que Eunbi mudaria todo o ambiente, e sua intuição dizia que era para melhor.

— Ei, Jeongguk-ssi…

— O quê?

— Será que algum amigo seu vai querer me beijar? – Sorriu, arteira.

Uma mulher impossível, como sempre.

No final do seu expediente, pensou em quem mais iria. Sabia que Jimin tinha sido convidado por Hoseok, assim como Taehyung e Jin, ficou feliz com isso. Além de ser seu aniversário e ser uma data que considerava tão especial, estar com mais pessoas assim, pessoas ligadas a Taehyung, reforçando o quão íntimos estavam, mexia consigo.

Depois de chamar Eunbi, não lembrava de mais ninguém, até uma luz acender dentro de sua cabeça e recordar que havia sim um alguém. Almoçou rápido em um restaurante e foi até a casa dele, faria o convite pessoalmente.

— Yoongi-hyung! – O cumprimento foi um abraço.

— Jeonggukie… como está radiante. – sorriu, mostrando seus dentes pequenos e fofos. — É por causa do seu aniversário?

Yoongi sabia muito bem a data. Quando estavam envolvidos, Jeongguk não o chamou para a festa que acontecia com seus amigos, mas comemorou com ele depois, só os dois. Yoongi disfarçou sua mágoa, pois sabia que Jeongguk evitava o apresentar para seus amigos, se contentou com o que teve.

— Sim! Eu vim te convidar para a festa… você vai, né?! – Perguntou esperançoso.

— Oh… – Tentou ao máximo não corar, mas corou. — Seus amigos estarão lá?

— Isso! E Taehyung, o irmão dele, Jimin, que é o namorado do Hoseok-hyung, e Eunbi, minha amiga do trabalho. Vai ficar bem mais completo se você for, Hyung!

— Taehyung não vai se incomodar? – Yoongi não era bobo, percebeu como Taehyung o olhava, percebeu que ele o enxergava como uma "ameaça em potencial."

— Não mesmo, eu sei que vocês vão se dar muito bem, já falei isso pra ele!

— Falou do seu ex para seu atual? – Precisou brincar com a situação.

— Ele não é meu namorado, Hyung! – Riu nervoso, como de costume. — E falamos de tudo, você foi e é importante pra mim, ele deve saber.

E lá estava Yoongi, sendo totalmente amolecido por Jeongguk, mesmo sabendo que ele não fazia de propósito. Aquela animação na voz, os olhos dobrando de tamanho, pidões, o biquinho que ele fazia quando era contrariado.

Yoongi se martirizava demais ao notar que ainda sentia alguma coisa.

Como dizer não? Queria ter ido quando estavam juntos, mas o tempo passou, se tornaram amigos, não iria fazer mal. Então, como sempre fazia, deixou seu sorriso gengival aparecer, e Jeongguk sorriu de volta.

Era bem difícil não se apaixonar por ele.

Mas Yoongi conhecia seus limites, nunca ultrapassaria nenhum deles. Paixão nenhuma o faria perder a razão daquela forma, gostava dessa qualidade sua, de se manter firme.

Aceitou o convite, fazendo Jeongguk o abraçar de novo, e aproveitou o contato, pois era sempre nesses momentos que tinha um pouco mais dele, considerava esse pouco o suficiente.

Jeongguk se despediu e voltou para a casa animado, sairia com Jihoon aquela tarde para comprar algumas coisas para a festa, afinal, não teria tempo no sábado.

O sábado era somente com Taehyung.

O dia chegou e Jeongguk não sabia o que fazer. Sua noite de sono não foi tranquila, mesmo assim acordou cheio de energia, ansioso e frenético. Acordava assim só no dia do seu aniversário, mas a véspera seria tão boa quanto.

Perguntou inúmeras vezes se Taehyung precisava de alguma coisa, se precisava levar alguma coisa, o que deveria vestir, ou não vestir, no caso. Estava como Taehyung ficou quando foi desenhado, achou uma graça o jeito que ele ficou ansioso, porém vendo seu estado atual, não achava graça alguma, estava à beira de um colapso.

Não sabia se sua pele deveria ter algum preparo antes, então se contentou em tomar um banho demorado, cogitou passar hidratante, mas achou que ia atrapalhar quando passasse a tinta. Deixou sua pele limpa, seca, e esperava que fosse o bastante.

Antes de sair de casa, teve que aturar Jihoon rindo o tempo inteiro de sua agonia, dizendo que Jeongguk nem disfarçava o que iria fazer. Sua resposta foram risos nervosos e bochechas rosadas, saindo em disparada para a estação.

Suas mãos suavam sem parar. O percurso no trem foi mais rápido do que sua mente pôde acompanhar, e quando piscou, já estava na frente da casa de Taehyung, tocando o interfone.

— Veio correndo, Sweetie? – Sufocou uma risada.

— Você é todo engraçadinho. – Passou direto por ele, sem dar o selinho que era rotina ao se encontrarem daquela forma.

— Ei, ei… – Fechou o portão, e o alcançou na sala, enlaçando a cintura fina. — Está nervoso?

— Tá tão na cara assim?

— Um pouco… – Mentiu. Estava muito. — Sua boca está seca. – Passou o polegar sobre a pele ressecada.

— É o seu novo jeito de dizer que quer me beijar? – Sorriu.

Taehyung só era bom em disfarçar suas emoções, pois se encontrava exatamente como Jeongguk. Estava afoito, seus olhos e suas mãos não paravam um segundo. Sorriu de volta para Jeongguk e o beijou como queria fazer. Beijou com gosto de necessidade, segurando o rosto dele entre suas mãos, maltratando um pouco dos lábios ressecados entre seus dentes.

Nem a falta de fôlego foi capaz de separá-los, automaticamente ambos foram para os pescoços, continuando a sessão de beijos dessa forma, saboreando aquela área sensível.

As mãos de Jeongguk também estavam inquietas. Virou costume em cada beijo mais fervoroso querer tirar a roupa de Taehyung, seus dedos já se encontravam na barra da camisa tentando tirá-la.

— Não sou eu quem precisa ficar sem roupa, blue… – Segurou os pulsos dele com um pouco de força, passando os braços para as costas dele, o imobilizando.

— Completamente sem roupa? – Seus olhos estavam fechados, rendido.

— E se eu falasse que sim?

Jeongguk sentiu toda sua pele formigar, sua boca após o beijo não ficou mais tão seca, mas ao ouvir aquilo voltou a ficar.

— Eu tiraria…

Taehyung sorriu satisfeito com a resposta, soltando os pulsos dele, o fazendo abrir os olhos.

— Por enquanto, só a camisa.

Por enquanto.

As tardes eram mais quentes naquele período, por esse motivo Taehyung pediu para Jeongguk ir um pouco antes de anoitecer, pois já estaria mais frio, e assim ele iria suar menos.

Para não correr o risco, foram para o quarto de Taehyung, que era a parte mais arejada da casa, para Jeongguk não transpirar e manter a tinta em sua pele.

Antes de ficarem trancados, Jeongguk fez carinho no pequeno – não tão pequeno – felino Ninho, que demonstrou adorar as carícias que ele fazia.

Taehyung levou os utensílios que iria precisar, e separou uma parte do seu quarto só para isso, forrando o chão e deixando o mais confortável possível para Jeongguk.

— O que você vai pintar? – Sentou na cama de Taehyung, o observando organizar o que faltava.

— O universo.

— Posso perguntar o porquê?

— Eu amo os seus olhos. – Ficou em pé após terminar de posicionar as tintas. — E o universo está dentro deles.

Jeongguk suspirou, e suspirou de novo, sentiu que daria incontáveis suspiros aquela noite.

Andou até Taehyung, não sabendo qual deveria ser o seu próximo passo. Taehyung entendeu apenas pelo jeito que ele se movia, e imitou o que Jeongguk fez minutos antes, segurando na barra da camisa dele.

Tirou a camisa, a jogando na cama, e ficou parado na frente dele, pensando se o tocaria ou não.

Lendo a expressão dele, Jeongguk adiantou:

— Toque.

Taehyung amava tocar Jeongguk, e Jeongguk amava sentir os dedos dele em sua pele. Amava as mãos dele e como elas se moviam, a delicadeza, a força, o cuidado.

Fechou os olhos ao receber o contato, e Taehyung deslizou seus dedos pelas tatuagens expostas, o peito desnudo, a barriga, tudo. Amava tudo. Tocava com tanta suavidade, e mesmo assim Jeongguk tremia.

— Vire, Sweetie.

Jeongguk virou de costas, e Taehyung repetiu os mesmos movimentos naquela área. Admirou os músculos dele, tanto nas costas, como nos braços. Dedilhou cada pedaço, não escondia sua veneração pelo corpo alheio.

No dia a dia, Jeongguk não se exercitava muito, mas era parte da sua rotina antes de entrar na faculdade, o exercício físico o ajudava a controlar um pouco sua ansiedade. Por ter parado, os músculos não estavam tão firmes como antes, mas para Taehyung, estavam na medida certa.

— Eu vou pintar aqui… – Parou suas duas mãos no meio das costas dele. — Suas costas serão minha tela.

— É um bom lugar? – Saiu do transe em que estava sentindo os toques dele.

— É o lugar perfeito. – Encostou seu torso nele, depositando beijos pela nuca.

Taehyung pediu para Jeongguk trocar sua calça por um short que ele separou especialmente para isso, já que a tinta poderia sujá-lo. Jeongguk foi até o banheiro trocar, e voltou deitando no pano forrado, de costas para Taehyung.

— Não vai ser uma pintura demorada, pode relaxar. A tinta sai fácil com água, então você não terá problema em tirar depois. Mas antes de tirar… vou querer fotografar você.

— Agora tira fotos também?

— Só de coisas muito importantes que eu não quero esquecer.

Jeongguk suspirou, estava certo ao pensar que Taehyung iria arrancar vários suspiros seus.

Para não ficar um total silêncio, Taehyung deixou seu celular tocando algumas músicas suaves para combinar com o momento.

Jeongguk estava totalmente relaxado. Não queria falar, não queria se mover, só queria ficar ali, bem parado, deixando Taehyung fazer o que quisesse com ele.

Por seu foco não ser usar tintas, e ser sua primeira vez pintando uma pele, Taehyung não tinha muita técnica, porém começou a espalhar a tinta com cuidado, sabendo exatamente quais cores iria usar e onde iria usar.

Toda a área das costas foi usada. A cada pincelada Jeongguk sorria com a tinta um tanto gelada em contato com sua pele, o pincel passando devagar pela região, era como uma massagem em sua alma, não era seu corpo sendo pintado, era mais.

Taehyung usou o preto, várias tonalidades de azul, roxo na maioria das partes. Fez o próprio universo, o grande vazio desconhecido, que de vazio não tinha nada. Para não ficar somente nessa paisagem, como se fosse o céu noturno, Taehyung pintou os planetas do sistema solar acompanhando a coluna de Jeongguk, em linha reta.

Pintou o amarelo do sol, um amarelo mais claro para Mercúrio; um azul claro misturado com branco em Vênus; um azul mais escuro também misturado com branco para a Terra; em Marte foi um vermelho claro com um toque de bege; Júpiter alaranjado; Saturno também amarelo, e o anel ao redor; Urano um verde claro; e Netuno um azul forte.

Demorou mais porque esperou o fundo com o universo e pequenos pontinhos brancos espalhados indicando ser as estrelas secar, para pintar cada planeta e esperar secar também.

Se esforçou ao máximo para criar algumas nebulosas para deixar a pintura ainda mais bonita.

Eles não conversaram durante todo o processo. Taehyung concentrado demais para não cometer nenhum erro, e Jeongguk concentrado demais em aproveitar cada segundo daquele toque.

Taehyung gostava de seu quarto escuro, porém o deixou bem iluminado, não só para pintar melhor, mas também para admirar Jeongguk melhor.

Terminou a pintura sem acreditar que havia conseguido. Seus braços estavam sujos de tinta, assim como suas roupas, mas não ligava para nada disso. Jeongguk estava belíssimo, somente isso importava.

Ficou de pé, olhando para o corpo deitado e sua arte na pele dele. Todo seu interior se remexeu com a cena.

— Sweetie… terminei.

Jeongguk abriu os olhos como se estivesse acordando de uma incrível noite de sono. Se aliviou por poder se mexer, e também ficou em pé.

— Você tá todo pintadinho – Jeongguk sorriu tocando as áreas manchadas. — Tão lindo.

— Isso porque você ainda não se viu.

Foi em busca de sua câmera para tirar a foto. Tinha a câmera profissional só por capricho, não tirava muitas fotos e não sabia editar, fazia tempo que não a usava. Como falou a Jeongguk, só tirava foto do que achava muito importante, gostava da ideia de congelar um momento e o guardar para sempre.

Posicionou Jeongguk para mostrar a pintura e tirou a primeira foto. Tirou de longe, de perto, ainda mais perto, captando mais detalhes, e pediu para Jeongguk virar de frente.

— Pode sorrir para mim?

Intimidado e envergonhado, Jeongguk abriu um grande sorriso, fazendo Taehyung registrar cada traço do seu rosto.

— Agora, só olhe para mim.

— Não era pra tirar foto da pintura? – Provocou.

— Você é minha pintura.

Jeongguk o olhou. Olhou mesmo. Seu sorriso foi embora, e o que ficou foi uma expressão concentrada, intensa.

Taehyung tirou a foto, tremendo um pouco a câmera em suas mãos e a abaixou.

Procurou a primeira foto que tirou, mostrando a Jeongguk, e o deixando ver cada uma com calma.

— Da mesma forma que você diz que eu levo jeito desenhando pessoas, você leva jeito pintando… ficou tão bonito, Tae.

Passou para as outras fotos, podendo ver com mais detalhes, e seus olhos brilhavam mais ao notar cada pedaço daquele universo em suas costas.

— "Bonito" realmente não traduz a beleza disso. – Entregou a câmera para Taehyung, decidindo não olhar as outras fotos que ele tirou do seu rosto, sentia ser algo pessoal demais. — Não quero tirar isso nunca, o que eu faço?

Ambos riram, se aproximando.

— Você pode ficar essa noite com ela… mas aqui. – Tocou na testa dele. — E aqui. – Tocou no peito esquerdo. — Ficará para sempre.

— É o presente mais incrível que já ganhei, sabia? É a coisa mais bonita que já fizeram pra mim.

— Algumas pessoas dizem que pintar a pele de alguém é uma forma de mostrar seus sentimentos mais verdadeiros. Você sentiu, Sweetie? – Tocou na bochecha direita dele.

— Senti… eu sinto. Você me sente? – Fez o mesmo gesto, tocando na bochecha dele.

— O tempo todo.

Dessa vez, Jeongguk quem não aguentou e o beijou. Taehyung devolveu na mesma intensidade, deleitando-se nos lábios dele.

Querendo ou não, foi um momento sensível, de entrega. Estavam concentrados na hora da pintura, mas quando acabou, a concentração passou para outra coisa.

O desejo.

Eles eram assim, extremos, oito ou oitenta, tudo ou nada ao mesmo tempo. Não havia momento certo para o que sentiam, o momento certo era o momento que estavam juntos. Taehyung não o pintou com outras intenções, e Jeongguk o deixou pintar pelas mesmas razões.

Gostavam de transitar pelos próprios tons, de fazer a vontade ser ouvida, de terem o poder de fazer o que bem entendessem. Queriam provar o gosto um do outro, queriam sentir aquilo, e não havia nada para os impedir.

O azul e o cinza queriam se fundir em um só, suas cores falavam por si. O cinza é a base perfeita para o azul, o deixando em destaque, mas ambos harmonizam em conjunto.

Era isso que eles queriam. Harmonizar.

O beijo foi mais demorado, molhado. Jeongguk estar sem camisa dificultou ainda mais para Taehyung.

— Você… – Taehyung interrompeu o contato, segurando firme no cabelo de Jeongguk. — Acha que pode vir me beijar assim, do mesmo jeito que fez em sua casa? Esse atrevimento merece uma resposta.

— Vai fazer o quê, senhor Kim?

Senhor Kim. Taehyung achou que não tinha escutado direito. De repente, os olhos de Jeongguk ficaram tão afiados quanto os seus, a voz tão profunda quanto a sua, e a audácia bem maior.

Todo seu corpo acendeu. Todo.

Para deixar isso ainda mais claro, encostou seu corpo no de Jeongguk.

Ele também acendeu.

— Sweetie… não brinque.

Com seu cabelo ainda sendo puxado, Jeongguk levantou sua mão, também puxando o cabelo de Taehyung para trás.

— Diz, senhor Kim… vai fazer o quê? – Seu olhar era totalmente desafiador.

— Eu quero fazer muitas coisas, blue. Muitas.

— Me diz…

— Melhor… irei mostrar.

O beijo que veio em seguida foi mais feroz, ambos abandonaram a calma. Taehyung guiou o corpo de Jeongguk até a cama, o fazendo sentar.

Retirou sua camisa do corpo, e olhou para Jeongguk buscando uma confirmação. Confirmou. Retirou sua calça em seguida, e fez o mesmo com Jeongguk, retirando o short dele, o deitando na cama. A tinta estava seca, mesmo assim corria o risco dele suar e sujar, Taehyung não dava a mínima.

— Primeiro, My Sweetie… queria que você soubesse algo.

— O quê? – O encarou em expectativa.

— Nunca entreguei meu corpo para ninguém, nunca. – Jeongguk entendeu ao que ele se referia. — Mas eu quero entregá-lo para você.

— Tae… – Isso o desarmou completamente.

— Ainda não terminei. – Foi para cima do corpo de Jeongguk, se apoiando em seus braços ao lado da cabeça dele. — Não quero fazer somente isso.

— Você me quer…?

— Se estiver de acordo.

— Não sei o que quero mais. – Segurou na cintura de Taehyung, o trazendo para mais perto de seu corpo. — Sei que quero você. De todos os jeitos.

— O que fará primeiro, My Sweetie?

Taehyung foi movido tão rápido que mal notou. Após a pergunta, Jeongguk mudou suas posições.

— Agora eu terei você…

E assim a última peça em seus corpos sumiu. Jeongguk sabia o que fazer, Taehyung também, estavam preparados para aquilo. Ansiavam por aquele momento.

Jeongguk fazia as coisas com mais rapidez, era prático. Depositou beijos por todo o corpo de Taehyung, e em especial, na área mais sensível dele naquele instante. Beijou, saboreou, sentiu em sua própria língua.

Os sons que saíam da boca de Taehyung oscilavam entre grave e agudo, os agudos geralmente saindo quando ele perdia o controle. Jeongguk trabalhava bem com sua boca, seus dedos, sua língua. Explorou toda a área íntima de Taehyung, o deixando pronto.

Gostava daquela posição, a mais clássica. Gostava de olhar nos olhos, achava mais íntimo. Se certificaram uma última vez em uma troca de olhares demorada, e Jeongguk prosseguiu.

Estava lá, e estava acontecendo. Estava sentindo em si e em Taehyung. Estava o sentindo, e definitivamente Taehyung também o sentia. Duro, forte.

O apoio que Taehyung buscou foi nos braços que tanto amava, apertando sem dó. Queria depositar arranhões pelas costas dele, mas não quis estragar a pintura, se contentando em arranhar os ombros, cravando suas unhas, cravando seu desejo na pele dele.

Doía, infelizmente. Jeongguk teve o cuidado necessário, e ao estar ambos mais confortáveis, entregou tudo de si.

Entregou com vontade, com toda a vontade acumulada. Com todo o querer que tinha em si, e em nenhum momento deixou de olhar para Taehyung. As expressões de prazer, a boca entreaberta, estava fascinado.

O que mais excitava Taehyung era o que via. O cabelo azul, bagunçado, suado. O rosto dele, os braços apoiados, ressaltando os músculos. Era seu paraíso.

Por ter guardado tanta coisa por tanto tempo, não demorou para se desmanchar em puro deleite, sentindo os espasmos por todo o seu corpo, a prova viva do prazer que sentiu.

Ficou sensível, zonzo. Taehyung não estava diferente, mas não havia chegado ao seu ápice. Ainda iria chegar.

Mesmo que o incômodo acontecesse, a adrenalina o mascarava. Era como Taehyung se sentia, cheio de adrenalina, pronto para qualquer coisa.

Esperou o tempo necessário para a respiração de Jeongguk regular e levantou da cama, ficando em pé na frente dela.

— Minha vez, My Sweetie.

Ah, Jeongguk suspirou, se arrepiou, tremeu.

A voz de Taehyung estava mais grave por ter deixado escapar tantos sons anteriormente, o corpo brilhando com a camada fina de suor o cobrindo, era uma visão e tanto.

— C-como você quer? – Ainda estava se recuperando, mas pronto para o que vinha.

— De costas, blue.

Só então Jeongguk soltou uma risadinha sacana. Taehyung também. Ele deitou de costas, porém Taehyung o interrompeu.

— Não totalmente deitado… apoie os joelhos na cama.

Jeongguk ficou só com o torso deitado.

Taehyung respirou fundo, pensando se aquela visão era real mesmo.

Puxou o cabelo dele novamente com sua mão direita, o fazendo se apoiar na cama com os braços.

— Eu sempre achei que você queria fazer isso comigo… – Jeongguk deixou seu pensamento escapar.

Isso o quê?

— Exatamente essa posição, o meu cabelo entre seus dedos.

— Hum… pensa que sou um pervertido? – Soltou um riso soprado, apertando mais os fios.

— Vai me dizer que nunca quis agarrar meu cabelo e fazer isso?

— Não posso mentir… – Soltou o cabelo só para preparar Jeongguk. Enquanto só usava seus dedos, um por um, continuou a falar. — Eu fantasiava assim. Não sei quantas vezes imaginei.

— E por que pediu pra eu ir primeiro? – Perguntou com dificuldade, afetado pelo prazer que já sentia.

— Eu tenho muitas fantasias, Sweetie… – Deixou seus dedos agirem mais rápido. — Você faz o que quiser comigo, eu faço o que quiser com você. Nada melhor do que dar e receber, não? Eu quis entregar essa primeira vez a você. Só você.

— Você me surpreende… muito. – Seus braços vacilavam, querendo despencar. Amava as mãos, os dedos, todo esse conjunto de Taehyung.

— Está pronto, blue? – Aproveitou para depositar beijos nas coxas dele, outra parte que venerava, beijando e mordiscando vendo a pele arrepiar.

— É como sua fantasia, senhor Kim… – Juntou os últimos resquícios de força e coragem para falar. — Faça o que quiser comigo.

Taehyung fez. E fez com muito gosto.

Reservou sua mão esquerda para a cintura de Jeongguk, e a direita voltou para o cabelo azul.

Via o cabelo entre seus dedos, via a pintura que acabou de fazer brilhando na pele dele. Voltou a soltar sons graves, afetado. Jeongguk também oscilava entre barulhos graves e agudos, e Taehyung adorava ambos.

Não agia com a mesma rapidez de Jeongguk, sendo mais lento, mais fundo, mais certeiro.

Apesar da força, tomava cuidado para não machucar Jeongguk, sabendo qual velocidade tinha que ir à medida que o tempo passava.

Pelos estímulos, Jeongguk acendeu novamente, deixando Taehyung contente até demais com a informação.

Naquela posição não via o rosto de Jeongguk, mas ele já estava gravado em sua mente, era só fechar os olhos que enxergava perfeitamente.

Percebendo como estava perto do ápice, pois também foi muito estimulado anteriormente, pediu para Jeongguk ficar somente ajoelhado na cama, colando o corpo dele no seu.

A pintura possivelmente iria ficar toda falhada, porém não pensavam nisso, pensavam somente no prazer que ofereciam um para o outro.

Taehyung investia com vontade contra o corpo de Jeongguk, e aproveitou para também o estimular, ambos revirando os olhos tão pertos assim um do outro, tão conectados. Os sons de suas bocas saindo na mesma frequência, o coração batendo no mesmo ritmo acelerado.

Nesses momentos, Taehyung perdia um pouco de sua delicadeza, sendo um tanto mais selvagem. Jeongguk adorou perceber isso, conhecendo mais esse lado dele.

— Eu posso… – Taehyung puxou o ar entre os dentes. — Deixar uma marca em você?

Sem condições de responder, Jeongguk balançou a cabeça freneticamente indicando que sim, ele podia. Na verdade, devia fazer isso.

Na posição que se encontravam, o melhor lugar para isso seria a nuca. A parte favorita de Taehyung para depositar beijos.

Cravou seus dentes, deixando uma mordida forte, e logo em seguida, sugou a pele, colorindo ainda mais o corpo de Jeongguk.

Sensível demais com tudo o que acontecia, Jeongguk chegou ao seu ápice novamente, e segundos depois Taehyung também teve o seu, apertando com ainda mais força o corpo de Jeongguk contra o seu.

Ambos desabaram na cama, lado a lado, no auge do cansaço. Respirações pesadas, corações acelerados, e sorrisos bobos nos rostos.

Tudo foi mais arte que obscenidade. A poesia misturada com o erotismo. Não somente excitação, mas também inspiração.

Eles fizeram arte.

— Porra… – Jeongguk foi o primeiro a falar. — Se eu soubesse que provocar você resultaria nisso, teria feito antes.

— Você é impossível! – Gargalhou. — Sua dualidade acaba comigo.

— E a sua?! Irei nomear esse seu lado como "Senhor Kim."

— Você fica tão manhoso… mesmo nessa situação. – Sorriu.

— Pena que não posso falar isso de você. – Ambos riram alto. — Acabou mesmo comigo.

— Te machuquei? – Perguntou genuinamente preocupado.

— Não, nem um pouco… e você? Você… gostou? Sabe… da sua primeira vez. – Ficou vermelho como pimentão ao questionar.

— Claro que sim. – Chegou mais perto, fazendo carinho no rosto de Jeongguk. — Você foi incrível. Admito que dói mais do que imaginei – Sorriu tímido. — Mas estou feliz. Muito feliz. Eu só quis fazer isso com você…

Jeongguk entendia muito bem o peso daquelas palavras e o que elas significavam, a confiança depositada em si era a maior declaração que poderia receber. Esse foi um dos momentos que o seu peito voltou a gritar. Voltou a querer falar aquelas palavrinhas.

— Gosto tanto de você… – Conseguiu expressar somente isso.

Taehyung deu um sorriso largo, o abraçando. Dois corpos nus se envolvendo em uma conexão única.

— Gosto tanto, tanto de você… – Respondeu, ganhando um sorriso extremamente fofo de Jeongguk.

Passaram mais alguns minutos dessa forma, abraçados. Taehyung o chamou para um banho, e Jeongguk protestou dizendo que não queria tirar o desenho de sua pele.

Taehyung, além dos resquícios de tinta, ficou com um pouco do universo de Jeongguk em seu peito quando se encostaram, ambos coloridos no mesmo tom.

Foi preciso muitas promessas de próximas pinturas para ele aceitar tirar. Apesar de tudo que fizeram, a pintura durou, e Jeongguk admirou uma última vez olhando no espelho.

O universo. Era isso que Taehyung enxergava. Uma imensidão que o engoliu sem dó, o deixando perdido, mas que o fez encontrar a coisa mais inestimável e singular dentro daquele caos particular.

O banho foi cheio de intimidade, representando o momento anterior que tiveram, mostrando o quanto eram íntimos e não sentiam vergonha alguma um do outro. Estavam confortáveis em mostrar a própria pele nua, estavam confortáveis com a entrega.

Posteriormente esperaram Seokjin para jantar e Jeongguk se sentiu completo. Todo aquele sentimento tomava conta de seu corpo, o impedindo de parar de sorrir.

Taehyung o convidou para dormir, mas precisou recusar, Jihoon queria assistir um filme com ele meia-noite, para iniciar assim a comemoração de seu dia.

Se despediram com muitos beijos, o carinho maior do que nunca. Disseram que gostavam um do outro, e realmente gostavam, mas era só um dos sentimentos. Já haviam outros, muitos outros, e eles sabiam.

Do jeito que estava, Jeongguk tinha certeza que teria o melhor aniversário de todos.

Jihoon não parava quieto. Passou o dia arrumando a casa, e Jeongguk precisava o acalmar constantemente dizendo ser só mais um aniversário seu.

— Vem gente nova pra cá! – Jihoon argumentou. — Tem que estar tudo perfeito.

— Gente nova ou o Seokjin-hyung? – Jeongguk conhecia bem demais seu amigo.

— Quieto, aniversariante! Termina de arrumar a sala, vou colocar esses enfeites na parede.

— Hyung, eu tô completando 24 anos, por que você comprou bexigas?

— É bonito! E não são bexigas comuns, são bexigas azuis que brilham, você deveria me agradecer.

Foram muitas trocas de farpas até deixarem tudo pronto e organizarem as comidas e bebidas. Hoseok chegou cedo para ajudar no que faltava, e não demorou para a anoitecer e os convidados começarem a chegar.

Jongho foi o primeiro, e todos se surpreenderam com o cabelo dele. Não estava mais com as mechas vermelhas, estava preto. Combinava muito com ele a cor, mas também significava um fim de um ciclo, o fim do que sentia romanticamente por Hoseok.

O clima não ficou estranho, ao contrário, brincaram e elogiaram muito o novo visual, principalmente Hoseok. Jongho parecia mais leve e solto, desapegar daqueles sentimentos fez bem para ele, o deixando pronto para continuar.

Eunbi foi a próxima, para a surpresa de Jeongguk. Não tinha certeza se a garota iria aparecer, mas lá estava ela com um vestido muito bonito, amarelo e florido. Ele nem precisou apresentá-la, ela fez isso e começou a conversar com todos eles, em especial com Jongho, ambos se deram muito bem.

Jimin, Taehyung e Seokjin chegaram juntos. Jihoon quase derrubou um prato ao ver Seokjin, fazendo todos rirem.

— Hey, meu aniversariante. – Taehyung se afastou um pouco do pessoal para falar com Jeongguk.

— Hey… – Sorriu instantaneamente. — Viu que eu retoquei o cabelo?

— E quando eu não noto? Meu blue… – Fez carinho nos fios. — Vai combinar com isso aqui. – Entregou uma caixinha para Jeongguk.

— Ei, não vale! Você disse que o presente era a pintura! – Protestou, mas não conseguia parar de sorrir.

— Abre. – Riu da reação dele e aguardou ansioso para saber se ele iria gostar.

Jeongguk abriu a caixinha e se deparou com duas lindas pedrinhas azuis brilhantes. Podia jurar que era a jóia mais bonita que já viu. Um par de brincos da cor do mar, duas bolinhas pequenas, mas que brilhavam mais do que tudo. 

— São safiras… eu reparei que suas orelhas são furadas, mas você não usa brincos, não com frequência. Achei que você gostaria desses…

— Safiras?! – Jeongguk estava em choque, sabia muito bem que não era nada barato. — Tae… os brincos são lindos demais, não precisava… mesmo!

— Vai ficar lindo em você, Sweetie. Posso colocar?

Jeongguk acenou que sim, e Taehyung colocou os dois brincos, sorrindo largo ao ver o quão bonito ficou. O cabelo azul, os brincos azuis, aquela alma azul linda.

Seu sorriso abriu um pouco mais ao reparar na nuca dele e ver uma pequena marca roxa.

— Essa pedrinha simboliza a tranquilidade e afasta energias negativas, enquanto você usar, estará protegido de tudo.

— Tô com vergonha até de agradecer. – Riu alto, nervoso. — Obrigado… – Deu um selinho. — Você é o melhor. – Depositou outro beijo nos lábios que amava. — Eu… – E a maldita trava estava lá novamente. — Sou muito sortudo por ter você.

Taehyung o abraçou forte, devolvendo os beijos que recebeu. Não estava nos planos comprar os brincos, mas ao sair de tarde e os ver em uma loja, não conseguiu não pensar em Jeongguk. Era lindo demais, combinava perfeitamente com a beleza dele.

— Feliz aniversário, My Sweetie.

Como Jeongguk gostava daquele apelido. Como gostava da atenção de Taehyung, e de como ficou incrível o "Feliz aniversário" nos lábios dele.

— Obrigado, TaeTae.

Inovou no apelido fofo para receber aquele sorriso de Taehyung, o lindo sorriso retangular que o fez se apaixonar.

Se afastaram, pois sabiam que se continuassem, esqueceriam a festa e ficariam presos no próprio mundo deles.

Ao retornarem para a sala, viram Jimin e Jongho conversando e sorrindo muito. Jimin sempre fazia de tudo para deixar qualquer um confortável em sua presença, e Jeongguk ficou mais do que contente em ver seu amigo sorrindo daquela forma.

Assim que começaram a beber, mais uma pessoa chegou, e Jeongguk sabia que era seu último convidado.

— Yoongi-hyung! – O recepcionou com um abraço.

— Parabéns, Jeonggukie! Cheguei atrasado? – Olhou ao redor, vendo que estava cheio.

— Não mesmo! Acabamos de começar, vem!

Jeongguk apresentou Yoongi para todos, e finalmente todos começaram a beber e comer, transitando entre risos e conversas aleatórias.

Recebeu as devidas felicitações de todo mundo, o deixando tímido, mas completo. 

Por estar ansioso, Jeongguk abriu todos os presentes na hora. A maioria eram livros, o que o deixou imensamente feliz, amava ler. Ganhou um conjunto lindo de pincéis, e de seus amigos mais íntimos, como em todos os anos, ganhou coturnos.

Agradeceu a cada um com um grande sorriso.

Em seguida, todos aproveitaram as bexigas e a decoração para tirar fotos. Tudo se resumia a azul e preto, com um bolo enorme feito orgulhosamente por Jihoon, que gastou metade do dia só fazendo ele. Jeongguk ficou animado por ver seus amigos interagindo tanto, sem ninguém ficar deslocado.

Yoongi se deu bem com Jimin, e agradeceu muito por isso, já que sua companhia seria Jihoon, mas ele estava ocupado demais secando Seokjin.

Hoseok, Jimin e Yoongi se entrosaram assim como Eunbi e Jongho, que não paravam de conversar desde que chegaram. Jeongguk fingiu que não estava vendo o quanto Eunbi estava investindo, porém o que mais o deixou feliz foi ver Jongho parecer estar interessado.

Eunbi, como prometeu, começou a fazer brincadeiras aleatórias envolvendo bebida, a maioria de desafios, e todos foram facilmente envolvidos pela aura divertida dela.

Quando Jeongguk bebia demais, sua língua ficava mais solta, ele em si ficava mais solto.

— Ei, já sei o que a gente vai falar agora! – Estava no sofá com Taehyung e levantou para falar. — Eu vou falar a cor de cada um.

Somente Taehyung e Jimin entenderam na hora do que se tratava, os outros  ficaram confusos.

— Eu vejo cores nas pessoas! – Começou a se explicar. — E vou dizer a de vocês… Taehyung e Jimin já sabem a deles.

— E qual é? – Hoseok perguntou.

— Taehyung é cinza… cor de gente que parece chata, mas não é! – Riu. — É uma cor bonita, a melhor possível pra ele. E o Jimin-hyung é vermelho porque é muito intenso, muito cheio de amor!

— E a minha? – Eunbi perguntou animada.

— Ah, você é amarela, por isso te chamei de amarelinha aquele dia… – Eunbi se recordou no mesmo instante. — Uma cor linda e viva, como você.

Eunbi o abraçou, muito lisonjeada com a cor que recebeu.

— Tá, e a minha? Sou o melhor amigo e você não disse! – Hoseok exclamou, emburrado.

— Você é verde! Tinha outra cor pra ser? A própria esperança ambulante, pena que é chatinho.

Jeongguk recebeu uma almofada voando em seu rosto.

— Ok, vamos continuar… – Não conseguia parar de rir. — Jihoon-hyung é marrom… acho ele muito responsável, mas também fofo, combina! Jongho é roxo! Uma cor animada, mas que esconde muita coisa.

— Espero que você não esteja esquecendo de mim. – Seokjin o encarou sério.

— Ah, você é a cor preta, Hyung! A cor mais bonita, para o homem mais bonito!

Todos riram, mas Seokjin ficou se achando, abraçando Jeongguk em agradecimento.

— E o Yoongi-hyung… – Jeongguk o olhou. — Você parece todas as cores, Hyung. Então… você é a cor branca! Você é a luz pura.

Taehyung engoliu um bolo gigante que se formou em sua garganta. Sorriu, como todos os outros, para disfarçar.

A noite seguiu assim, com todos se embriagando facilmente. Eunbi ficou feliz em se enturmar com Taehyung, e não deixou de falar diversas coisas vergonhosas, principalmente sobre como Jeongguk parecia sempre estar pensando em Taehyung no trabalho. Jeongguk se encolheu de vergonha, todo vermelho, e Taehyung achou uma graça.

Estava começando a ficar tarde, era o momento das melhores conversas acontecerem.

Yoongi aproveitou uma brecha e tomou coragem.

— Oi, Taehyung. – Ele estava na cozinha, sozinho, Yoongi achou que seria a melhor abordagem.

— Olá, Yoongi. – Sorriu gentil. — Precisa de alguma coisa?

— Só queria falar um pouco com você… eu sei que você se incomoda com minha presença às vezes.

— Não é isso. – Taehyung foi sincero. — Jeongguk tem muito carinho por você, e você… não esconde bem o que sente por ele. – Yoongi abaixou a cabeça, envergonhado. — Mas eu tenho lidado bem isso, não me incomodo com a amizade de vocês e nem tenho direito de fazer isso, fique tranquilo.

— Ele é maravilhoso… demais. Fico feliz que tenha encontrado você, nunca o vi sorrindo tanto. Sabia que ele queria que fossemos amigos?

— Eu sei. – Riu soprado. — Poderíamos tentar. Caso eu não esteja perto em algum momento, me alivia saber que ele tem alguém como você para cuidar dele.

— Como assim? – Yoongi notou o tom de melancolia na fala dele.

— Nada… só penso muito nas coisas. É verdade isso que você nunca o viu sorrindo tanto?

— É sim! Ele está mais solto, brincando mais, fazendo amigos, nunca imaginei que veria isso. Você foi uma mudança positiva demais para ele… e ele merece muito isso, principalmente depois do que passou com aquele padrasto horroroso, com toda a família, no caso.

— Oh… você sabe o que houve? Ele me contou pouca coisa.

— Pensei que ele tinha dito. – Disse preocupado. — É bom você saber… até hoje acho que aquele padrasto dele vai tentar fazer alguma coisa com ele. Ele não me contou exatamente tudo, mas nem precisou.

— Espera. – Taehyung o encarou sério. — Alguma coisa?

O olhar de Yoongi foi a confirmação de Taehyung. Essa informação o deixou transtornado por dentro.

— Converse com ele depois, tenho certeza que ele vai te contar tudo. – Yoongi segurou no ombro de Taehyung, querendo dar algum apoio.

Ambos retornaram para a sala, Taehyung teve que se esforçar mais do que o necessário para não deixar transparecer como estava incomodado. Como estava com raiva. O que faria com aquela informação?

Bebeu mais um pouco, e seus pensamentos se aliviaram ao ver Jeongguk rindo enquanto dançava com Eunbi, Hoseok e Jihoon pela sala.

Todos foram interrompidos por batidas na porta. Não estavam esperando mais ninguém, Jeongguk tinha certeza que não convidou outra pessoa. Ele quem foi atender, andando aos tropeços pela quantidade de álcool que tomou, e ao abrir a porta, se espantou.

— Mãe?!

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