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[08] A dona da onda


Quinta-feira, café com cupcakes.

Fran se encontra enfiada em alguma parte do submundo atrás do balcão para buscar o pedido que eu, Britânia e Radija fizemos. Julgo que esse seja o momento perfeito para abordar o assunto que tenho na pauta para hoje:

— O que anda acontecendo com Ricardo Malheiros? – pergunto para Rad e Brit.

As duas trocam um olhar esquisito e meu estômago dá um solavanco.

Será que o flamenguista estava certo?

Não quero que esteja.

Pois além de desejar que a vida de Ricardo caminhe perfeitamente em ordem e, de preferência, na minha direção, não quero dar o braço a torcer para o meliante.

Ele não merece nem uma gota do meu arrependimento. Nunca perdoarei ele ter me chamado de mimada na frente de toda aquela gente melequenta.

É justamente por isso que abordo o assunto com Radija e Britânia, para que elas possam me acalmar em relação ao bem-estar de Ricardo. Contudo, a troca de olhares delas, por mais que dure milésimos de segundos, me tira do prumo.

— Na-nada – diz Radija, ajeitando a postura na cadeira.

— Quer dizer, não que a gente saiba – Britânia completa.

— Por que a curiosidade? – Rad quer saber.

Como se não fosse óbvio!

Olho para o balcão na esperança de que Fran chegue com nossos pedidos e interrompa a conversa. Não estou nem um pouco a fim de declarar meus sentimentos sem algo doce para me amparar.

Mas como não posso ficar com o olhar perdido para todo o sempre, sou obrigada a voltar a encarar as expressões especulativas das minhas amigas e falar:

— É que ouvi abobrinhas sobre ele por aí – falo, abanando a mão para afastar os absurdos falados pelo meliante da minha mente.

— Por aí, onde? – Radija interroga.

— Você está sendo muito vaga – Britânia observa, como sempre, muito certeira.

— Deve ser sobre aquilo que ele postou outro dia – Radija especula.

— O que ele postou? – quero saber, imediatamente.

— Oras, você não viu? – Britânia pergunta, desviando o olhar por um milésimo de segundo para fuzilar Radija.

— Andei sem tempo ultimamente – me justifico, fingindo que não me abalo por elas terem desenvolvido um código via-olhar do qual eu não participo mais. – Minha madrinha me obriga a fazer serviços em casa. Fora isso, ando concentrada num trabalho que tenho que entregar na escola.

— Desde quando você faz trabalhos escolares? – Brit debocha.

— Desde que fui obrigada a fazer dupla com a pessoa mais autoritária do mundo – digo, praticamente bufando.

Sei que não devo ficar ofendida pelo deboche de Britânia, pois na época em que reinávamos no Castelinho, eu não fazia trabalho nenhum mesmo.

Mas tenho passado tanto tempo fazendo pesquisas, redigindo textos infinitos e fritando meus miolos para descobrir onde é a posição correta de certas vírgulas, que o pouco caso dela me ofende.

Por mais que ela seja minha melhor amiga, não pode entender pelo que estou passando.

Ela sempre teve tudo na mão.

E tudo bem que eu era assim, também.

Pelo menos no que se refere a trabalhos escolares.

Era, não mais.

Minha vida mansa acabou de vez no momento em que pisei pela primeira vez naquela escola. E só piorou desde que o professor de Geografia ordenou que eu fizesse o trabalho sobre o Sergipe com o tal do Marlon Brandão.

O cara é um carrasco. Quer tudo minunciosamente organizado. Veio com uma verdadeira palestra sobre margens e fontes para cima de mim quando enviei por e-mail a primeira parte do trabalho.

É de encher o saco de qualquer um.

Principalmente o meu.

— Dá licença – Fran me arranca das minhas lamúrias internas ao esbarrar com o quadril no meu ombro. – Tira esses negócios da mesa, preciso descarregar a bandeja logo, não sou crossfiteira.

Prontamente, tiro minha Vuitton da reta. Vejo que Radija e Britânia têm o mesmo raciocínio rápido. Embora as duas guardem seus pertences com uma dose de espanto no olhar.

Acho graça, mas sei que não posso rir. Não é porque estou acostumada com o jeitão de Fran que ela deixa de ser assustadora.

— Obrigada – agradeço quando ela termina de colocar nosso pedido na mesa.

— De nada – ela responde com as sobrancelhas levantadas lá no alto ao se dirigir para minhas amigas. – Estão vendo como ela anda aprendendo? – me dando uns tapinhas brutos no ombro. – Vocês poderiam seguir o exemplo.

— Exemplo do que, exatamente? – Britânia questiona Fran. – De alienação ao que realmente importa?

— Bom, isso depende do que realmente importa para você – Fran rebate. – Pode ser que não seja a mesma coisa que importa pra ela. Inclusive, espero que não seja.

— Mas é – confirmo, interrompendo a discussão sem-sentido e voltando ao foco. – Meu interesse é saber o que Ricardo Malheiros postou.

— Quem é Ricardo Malheiros? – Fran pergunta, meio de má vontade, enfiando a bandeja debaixo do braço.

— Peraí – falo, lembrando num estalo que fico conectada no wifi assim que entro no café.

Pesco o celular na bolsa e com os dedos ligeiros digito o nome dele no campo de busca do Instagram. Me deparo com suas fotos praianas de sempre. Nenhuma postagem que destoe do normal.

Enquanto penso com meus botões, viro a tela para que Fran possa apreciar toda a glória de seu tanquinho. Ela se aproxima da tela e enruga os olhos, aposto que está contando quantos quadradinhos tem na barriga dele, assim como eu faço.

Mas, para minha surpresa, quando se afasta da tela, ela vira pra mim e diz:

— Acho que já vi esse cara, lá na porta da escola.

— Da sua escola? – Radija busca confirmação num tom de quem não pode acreditar.

— Isso mesmo – Fran confirma trocando a bandeja de um braço para o outro, por um milésimo de segundo me deixando com a impressão de que daria com o objeto de metal na cabeça de Radija só para ela parar de graça. – Meu colégio público. Esse menino estava lá de papo com uns caras repetentes do segundo ano. Isto é, se de fato era ele mesmo. Porque, não me levem a mal, mas os garotos da sua escola me parecem todos iguais.

— Para falar a verdade, às vezes eles parecem mesmo... – Radija concorda para surpresa geral da nação, apoiando o queixo na mão e dando um suspiro resignado.

Eu entendo, de vez em quando homens cansam.

Mas isso não fica restrito apenas aos garotos do Castelinho.

No fundo, são todos iguais.

Eu, por exemplo, estou farta de Marlon Brandão.

Por pura falta de algo melhor para fazer, também dou um suspiro resignado e apoio o queixo na mão pensando no e-mail cheio de críticas que aquele garoto está para me enviar.

— Mas não Ricardo Malheiros – Britânia surpreende a todas, saindo em defesa do meu amor e provando ser a melhor amiga mais justiceira que já tive na vida. – Ele é diferente de todos.

— Posso saber como? – Fran pergunta apoiando a bandeja no quadril.

Quase quero pegar o objeto da mão dela.

A cada movimento a situação fica mais perigosa.

Ou talvez seja impressão minha.

Provavelmente é.

Tenho a ligeira sensação de que as coisas estão fora do lugar. Dou uma mordida no meu cupcake na esperança de acertar o prumo dentro de mim.

Mas nada feito, pois logo em seguida Radija começa a falar:

— Do jeito que estávamos contando para Mercedes antes de sermos interrompidas. A diferença em Ricardo Malheiros fica evidente na última postagem dele no Instagram. Você leu a legenda?

Não, eu não li.

Mas clico na foto para ler na mesma hora. Aperto a tela tão desgovernadamente que até curto a publicação.

Coisa que jamais faria em sã consciência.

Ainda mais com uma foto que tem uma legenda como aquela.

"Na sua onda" está escrito embaixo da imagem suavemente editada.

E na prancha dele tem um novo adesivo colado, em forma de coração.

O pedaço de cupcake que acabei de comer ameaça fazer o caminho de volta. A sensação de perigo se torna uma realidade.

— Achamos que Ricardo Malheiros está apaixonado – Britânia anuncia a desconfiança.

E, por mais que me doa, desconfio do mesmo.

Paro rapidinho na paranoia para me perguntar se o alvo da paixão não sou eu. Porém, levando em consideração o rolar de bolas de fenos nas nossas janelas de conversa, temo que não.

Além do mais, pelo jeito que ele força os músculos para eles darem a impressão de estarem mais trincados e, ao mesmo tempo, dá um sorriso escancarado para um ponto logo acima da câmera, dá para perceber que quem está tirando a foto é a tal dona da onda em que ele está.

Francamente, isso é um tiro no meu coração.

E ele anda passando por uma quantidade considerável de tiroteios ultimamente. Não sei nem como tal informação acha um lugar para acertar. A impressão que eu tenho, olhando de fora para dentro, é que esse pobre órgão se encontra todo esburacado.

Mas pelo visto ainda tem espaço para dor.

Pois está doendo.

Mas nenhuma das minhas amigas parecem perceber.

Incluindo Fran, que costuma ser tão sagaz.

— O que isso tem de diferente dos outros? – Fran quer saber, sem se abalar nem um pouquinho que seja com a declaração. – Meninos se apaixonam o tempo todo. O problema é que se desapaixonam também.

— Ricardo não é assim – Britânia rebate. – Ele nunca se apaixonou antes.

— Acredite – Radija completa. – A gente stalkeia ele há tempo o suficiente para saber.

— Não vou perder meu tempo tentando convencer vocês do inevitável – Fran diz ao ajeitar a bandeja do modo correto na mão. – Tenho outros clientes chatos para atender, fui.

E eu me pego pensando que também gostaria de ir. O desdobramento da conversa sobre a dona da onda tem tudo para ser megadoloroso. Não tenho mais estrutura para sofrer em silêncio. 

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VOL-TEY! 

Perdãozinho pela demora, tive alguns probleminhas técnicos, mas posso garantir que o capítulo de semana que vem já está feito e só esperando o dia certo para ser postado, mas melhor nos concentrarmos no presente, no capítulo presente, quero dizer, que espero que vocês tenham gostado, ou dado umas risadinhas pelo menos. 

Me contem! 

Também tenho coisinhas para contar: estou revisando ROMANCE CONCRETO para devolver para o mundo em breve e estou muito contente em poder reler esse trabalho meu. 

(Torço que vocês queiram reler também) (e trago notícias sobre essa obra em breve). 

Outra coisa que quero contar é que esse sábado tenho um eventinho literário no Shopping Novo Rio, às 14:00, tô muito animada de poder falar sobre YA por lá e vou ficar mais animada ainda se conseguir ver alguns de vocês por lá. 

Agora fim dos avisos, início dos agradecimentos pelos comentários FOFOS que recebi no último capítulo, me senti muito acalentada, muito, muito, muito obrigada mesmo! Espero poder acalentar você de volta com mais capítulos da saga de Mercedes Arantes. 

Beijos mil, 
Aimee*



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