31: Sinceramente
Sinceramente eu nem sei se isso aqui vai sair uma poesia porque tudo cá dentro é ferrugem e caos estridente agora e o mundo lá fora continua sempre o mesmo mas eu ainda tenho o direito ao grito e preciso gritar
Pinica a garganta feito corrente luminosa se enrolando na língua a vontade de explodir pro universo uma miríade de palavras ásperas para todos aqueles que dizem me querer perto porém somente diante dos momentos de luminescência em que eu sol rodopio e reluzo e brilho sob postes de luz amarelada e falo das estrelas e do cosmos e as distraio das turbulências da vida dizendo calma tá tudo bem agora eu nunca vou embora
E dificilmente ficam quando eu meteoro e minhas crateras insondáveis transparecem debaixo do lumiar de algum astro qualquer do sistema solar
Eu me doo e isso me dói
Contorço os dedos e tenho vontade de estremecer a realidade
Deveria não ser tão compreensivo tão maleável tão permissivo tão doce tão eu deveria sair de todas as malditas órbitas que não fazem e nunca fariam o menor esforço para me convencer a não partir
Dói não conseguir
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