21: Procarionte
É estranho se sentir tão atômico a ponto de conseguir deitar a cabeça na fenda de uma agulha.
Sinto-me tão pouco, à beira de fazer algo grandioso, mas sempre à beira.
E sinto tanto.
Rastejo pelos cantos mais incólumes do mundo, guardando o infinito nas bordas do meu coração puído permeado com crateras insondáveis.
Sei que amar é muito, e ter consciência de si é mais ainda. Mas não posso deixar de invejar as bactérias anaeróbias.
Se sou grande apenas por existir, por que a ideia de não ser nada me angustia tanto?
O mundo é para aqueles que vão à luta para conquistá-lo. Temo tanto nunca conseguir ser um desses, que adoeço repetidas vezes.
Incrível mesmo seria ser unicelular.
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