Xeque-mate
Nota: O livro citado não existe, inventei para não julgar a leitura de ninguém.
-
James fazia uma lista de possíveis encontros, quando Sirius adentrou o quarto correndo. Não havia nada além de um grande sorriso em seu rosto e isso era deplorável para James e Remus, já que Sirius não havia voltado ao dormitório após a festa da Lufa-Lufa na noite anterior.
–Vocês transaram?--Remus é direto, o cenho franzido e o livro em suas mãos sendo apertado com força.
–Não!--Sirius se joga na cama, ainda sorrindo.--Nós apenas dançamos bastante, comemos e acabamos pegando no sono na Lufa-Lufa.
Ele estava feliz demais para quem não havia dado nem um beijinho.
–Beijaram?--James pergunta, levantou-se e cruzando os braços em frente ao corpo.--Não ficaremos irritados se dizer que sim.
Ah, eles ficariam.
–Infelizmente não, mas foi muito divertido. Inclusive, jogarei xadrez com ele hoje à tarde.
Remus se vê soltando o ar. Deveria convidar Severus para fazer alguma coisa logo, já que Sirius já tinha outro encontro marcado. Mas o que eles poderiam fazer juntos?
–Qual o próximo passo, Sirius?--James perguntou brincando, mas com a ira em seus olhos quase tocável.--Já conseguiu um segundo encontro com ele.
–Talvez ele tenha ganhado um favorito.--Sirius dá de ombros, totalmente feliz pelo convite que fizera no dia anterior.--Mas vocês só saberão se convidá-lo novamente. Planejam fazer o que com ele?
–Nem pense em contar!--Remus levanta Senhor dos Anéis, como se quisesse batê-lo na cabeça de um deles quando James abre a boca para falar--Pensei que tivesse deixado claro que não devemos contar a respeito dos nossos planos com ele. Você errou ao contar sobre o jogo de xadrez, Sirius.
Sirius havia esquecido desse fato. Havia uma certa importância em manter a boca fechada.
–Tudo bem. De qualquer forma, boa sorte!--Ele levanta e se abaixa em frente à mala.--Vou tomar um banho enquanto penso nele.
–Tarado!--James grita quando ele entra no banheiro, olhando para Remus posteriormente.--Será que Severus sabe que nós masturbamos pensando nele?
Remus solta um riso baixo.
–Ele tem certeza que nos masturbamos pensando nele.
***
Severus lia um livro um pouco quente demais para o seu dia em específico. Ele gostava de livros de época e era comum que se deparasse com uma cena sexual em meio às páginas, mas nunca havia optado por um livro com cenas de sexo em boa parte dele. Quer dizer, aquele livro obviamente deixava claro na sinopse de que era erótico, então talvez Severus realmente desejasse provar daquela leitura em específico.
Sentia-se quente em partes de seu corpo que seu toque parecia não ser capaz de ajudá-lo. Queria alguém e isso era péssimo. Era péssimo porque não tinha com quem transar e tampouco queria parecer um prostituto. Ele não era um brinquedo, mas naquele momento queria tanto que um dos três grifinórios estivesse próximo.
Fora uma péssima ideia comprar aquele livro.
Severus o larga dentro do baú de roupas e tenta, tanto quanto podia, pensar em qualquer coisa broxante o suficiente para livrá-lo da ereção desnecessária.
Mais tarde teria xadrez para jogar com Sirius, não deveria permanecer com aquela maldita entre as pernas.
***
A boa notícia é que James e Remus não haviam tido a brilhante ideia de roubar o jogo de xadrez de sua mala, a péssima notícia é que, quando chegou na entrada da Sonserina para pegar Severus e levá-lo até o pátio para que jogassem num ambiente ensolarado, tanto Remus, quanto James, conversavam com ele.
–O que estão fazendo aqui?--Perguntou entredentes, tentando parecer tanto quanto podia com um homem calmo.--Pensei que fossem andar de vassoura.
–Pensamos em perguntar para Severus se ele se incomoda de nós jogarmos juntos com vocês dois.--James sorri tão graciosamente quanto um trasgo.--Algum problema?
–Para dizer a verdade, sim.--Severus responde, até agora tendo se divertido com a ideia de que sapos podiam, sim, ser usados como cavalos quando aumentados de tamanho.--Não funciona ter encontros com os três juntos. Por que não me convidam para outra coisa?
Remus e James pareceram visivelmente incomodados com a resposta, mas tentaram parecer calmos, apesar de temerem estar sendo passados para trás por aquele idiota do Sirius.
–Quer andar de vassoura amanhã à tarde?--James perguntou, quase levando um tapa de um Remus pensativo.
–Ah, você pode me ensinar a montar, sou péssimo nisso!--Severus tentou não emitir a segunda interpretação da fala em sua voz, mas pareceu bem conotativo. James corou.
Severus, você realmente é um péssimo montador.
–Quer fazer algo na quarta, então?--Remus pareceu um cachorrinho pidão. Severus achou perfeitamente fofo.
–Quero!
–Já que vocês já têm os seus planos,--Sirius segura o jogo em uma das mãos enquanto tinha a outra na cintura–vão embora!
James e Remus saíram de cabeça baixa. Sirius quis bater neles por andarem tão devagar.
–Impaciente?--Severus falou rindo.
–Esses dois às vezes são horríveis.
–Mas você não viveria sem eles.
–É óbvio que não, eles são meus irmãos!
A luta que seria quando Severus começasse a namorar um deles. Ele não gostava nem de pensar.
–Quer jogar no pátio?
Sirius meneia a cabeça.
Os dois saem andando em direção ao Lago Negro. Severus, por querer tentar algo novo, pega na mão livre de Sirius enquanto andavam. Foi perceptível a maneira como suas bochechas coraram e seus passos tornaram-se complicados. Severus andava em sua frente, sorrindo escondido.
Quando Severus largou sua mão, Sirius pareceu tatear o ar, mas já estavam em um local bom para jogar.
Sirius monta o tabuleiro no chão e Severus coloca-se sentado de pernas cruzadas em frente a ele. Quando Sirius se senta, o sonserino permite-se mostrar a felicidade que sentia com aquele jogo.
–Sinceramente,--Snape esfrega as mãos em suas calças–estou ansioso para jogar.
–Então vamos começar.
Sirius ajeita as peças em sua parte do tabuleiro, ficando com as brancas.
–Como foi a sua manhã?--O sonserino pergunta docemente, movendo um pião.
–Boa, eu aproveitei para tomar banho e dormir. E a sua?
–Eu li.
As lembranças do livro surgem em sua mente, tão rápidas e tão quentes, que Severus coloca um braço em cima do seu colo. Não havia se aliviado, apenas broxado com pensamentos horríveis. Talvez devesse ter tentado fazer o trabalho, estava sozinho no dormitório, afinal.
–Qual o livro? Se você estiver gostando, talvez eu leia também.
Black, pelo amor de Merlin, não leia!
–É um livro trouxa.--Tenta desconversar.
Sirius espera que Severus diga mais, mas o garoto já movia uma peça.
–Mas qual o nome?
Deveria ter mentido e dito que havia dormido, não estaria passando por esse horrível inquérito a respeito do livro se tivesse dito um simples: "eu dormi a manhã toda".
Decidindo por ser sincero, soltou:
–É um livro erótico, chamado Borboleta Azul. Acredite, me arrependi de tê-lo comprado, eu nunca nem havia lido um livro erótico ao ponto de ter sexo em todo o capítulo. Tem posições nele que eu tenho a absoluta certeza de que não existem.
Sirius poderia ter dito qualquer coisa, mas o que ele soltou foi:
–Por que o nome do livro é Borboleta Azul?
–Porque a protagonista tem uma tatuagem de borboleta em cima da vagina.
Sirius soltou uma risada tão alta, mas tão alta, que chamou a atenção de alguns alunos do quarto ano a alguns metros acima deles.
–Você não sabia que era um livro erótico quando o comprou?
–Eu sabia,--Severus finge indiferença–eu só pensei que seria agradável ler um desse tipo sem ser livro de época. Me arrependo, prefiro os de época, com sexo, mas não ao ponto de ser só sexo.
–Mas o sexo é tão horrível assim?
Sirius movimenta o cavalo, matando um dos piões de Severus.
–Não, é bom, mas é muito pesado. Hoje de manhã fiquei excitado ao ponto de minhas mãos não serem capazes de fazer o trabalho.
Severus vê as bochechas de Sirius vermelhas e sorri internamente.
–Então, o que você fez?
Severus mata a torre de Sirius.
–Pensei em coisas broxantes e segui a vida.
Sirius mata outro pião de Severus.
–E por que não tentou, ao menos, se tocar?
–Não havia nada bom o suficiente para eu colocar em mim e meus dedos pareciam pequenos demais. Os seus, porém, são estranhamentos grandes, hein.
Severus não deveria estar jogando aquele joguinho. Sirius estava com as pupilas enormes e um braço em cima de sua virilha, assim como Severus. Fazia esforço para não se mover contra o braço, evitando os gemidos que parecia querer soltar toda a vez que o vento batia contra eles.
Era agradável de se olhar.
–Você está tentando me destabilizar, não é?--O grifinório diz, movendo um cavalo contra a torre de Severus.
Snape ri. Sirius já tinha conhecimento a respeito de seus joguinhos.
–Estava sendo sincero, mas funcionou.--Severus mata a rainha de Sirius em uma jogada que o outro não havia nem notado –Xeque- mate.
Os dois ficam em silêncio por vários segundos, ambos fitando um ao outro de maneira unânime.
–Eu posso ganhar pelo menos um beijo?--Sirius não evita que os pensamentos escapem, ocupado demais em tentar conter e excitação com o braço--Depois das coisas quentes que me disse, eu mereço.
Severus sorriu.
–Aproxime-se.
Sirius coloca o tabuleiro para o lado, arrastando-se um pouco para a frente. Severus, ao tê-lo próximo o bastante, gruda seus lábios em um selinho. Não satisfeito, ele segura a camiseta de Sirius e o puxa para mais perto, aprofundando o ósculo. Sirius coloca as suas mãos nas bochechas de Severus e tenta, com sucesso, colocar a língua na boca do outro, que agradece ao ato. Eles não se tocam mais do que aquele pouco, aproveitando a proximidade um do outro por quase dois minutos.
Quando Severus se afasta, Sirius têm que pigarrear para limpar a rouquidão da garganta.
–Você é impressionante, Severus.
--Eu sei.--Ele responde sem pestanejar.
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro