Música: Calvin Harris Feat. John Newman - Blame

Ária On~

— Você tem que acordar.. — A voz da minha avó soa dentro da minha cabeça. — Filha, acorde.. precisa acordar..

          Estava frio, muito frio. O vento gélido passava sobre as pontas dos meus dedos fazendo todo os meus pelos do corpo se arrepiarem.

          Tentei mexer minhas pernas, quando senti folhas tocarem meus pés abro meus olhos rápidos tendo dificuldades com um suspiro forte e um grito silencioso vejo-me em um lugar diferente do que eu estava.

           Havia neve, gelo e árvores brancas por toda parte que meus olhos alcançava. Cuspi a neve branca dos meus lábios, coloquei minhas mãos sobre a neve tentando me erguer e olhei para os lados a procura da voz serena que me chamara.

            Coloquei meus joelhos os enfiando na neve e me levantei com dificuldade. Passei minhas mãos na cabeça que ainda doía e percebi o sangue descendo do meu nariz já coagulado.

        Passei os dedos limpando-os e dei alguns passos para frente, onde vi uma cabana no meio das pequenas árvores cobertas de neve.

           Meus passos foram pesados e dolorosos até chegar perto da cabana. O gelo caía sobre minha pele e eu os tirava com as minhas mãos finas e gélidas.

         Ergui uma de minhas mãos para fazer um escudo e tentar sessar aquela neve, e não consegui. Me senti pesada, dolorosa e humana.. Com isso tentei me acalmar.

           Respirei fundo e continuei dando passos até a cabana. Bati meus pés do lado da porta e levei minha mão fina para bater na mesma, porém, a porta se abre sozinha e logo adentro ela sem receio do perigo que poderia trazer com sigo.

           Após a porta se fechar forte me viro enfim receosa e sinto o fogo da lareira esfumaçar o local fechado tentando achar brechas na chaminé entupida de neve.

             Ergui meus braços para frente e esquentei as pontas dos meus dedos no fogo quente me dando uma temperatura básica ao meu corpo.

— Bom, não é? — Me viro rapidamente para a voz feminina e me assusto ao ver minha avó na forma humana.

         Corro para seus braços e a sinto me apertar sobre seu corpo quente.

— Você está bem? — Sem tirar minha cabeça de dentro de seu abraço assenti.

— Aqui é muito frio.. — Digo e arranco um sorriso discreto da mulher que curiosamente não estava tão jovem como antes.

— Bem vinda ao fim do limite — Ela ergue meu rosto e a encaro confusa. — Aqui é onde se encontra todas as almas perdidas que não conseguiu encontrar a paz, nem mesmo o lugar onde todos temem, o lugar de dor e sofrimento eterno!

— Estou sonhando? — A olho confusa.

— Provavelmente sim.. — A idosa sorri tocando meu rosto. — Mesmo assim não deixa de ser real!

— Rachel ta aquí? — Pergunto. — Quer dizer, a alma dela!

— Não, minha querida. A alma de Rachel está no lugar mais sombrio de todos os contos e historias contadas ocasionalmente para assustar certos Vampiros.. — Baixa os ombros e aperto o coração. — Sua alma está queimando, não com fogo carnal, sua alma está se queimando com o fogo mais quente e mais intenso que o inferno.. — Baixa os rosto.

— Está sofrendo tanto assim? — Marejo os olhos.

— Rachel segura o equilíbrio viva.. — Ela olha a lareira. — Morta as coisas são completamente contrárias, Rachel ainda segura o equilíbrio, mas sofre com isso.. — Minha vó se senta em uma poltrona velha me tirando de seus braços quentes.

— Oque devo fazer?

— Você está sem poderes. Para atravessar todos esses portais precisamos de alguém que possa se curar das queimaduras.. — Explica.

— Consegui salvá-la?

— A que você salvou não foi Rachel, foi o corpo morto dela, outra pessoa está a conduzindo, precisa logo encontrar a alma de sua prima antes que seja tarde..

— Como faço isso?

          Sinto meus pés esquentarem. Meus joelhos falham. Toda a cor começou a desaparecer.

— Vovó!  — A olho assustada.

— Yuna fará o portal... — Tudo começa a escurecer.

— ESPERA.. — Coloco minhas mãos na cabeça.

— Acorde.

— VOVÓ!

             Abrí meus olhos e vejo Adrian me encarar assustado.
Havia lençóis sobre minha pele, travesseiro abaixo de minha cabeça e uma cama macia debaixo do meu corpo.

   
            Olhei para os lados e percebo que estava no castelo de Alex. Novamente olho os olhos claros de Adrian e sorrio de lado.

— Ela está bem? — Pergunto fraca.

— Graças a você sim.. — Os dedos grossos de Adrian passa pelos fios de meus cabelos e vejo seus ombros baixarem.

— Oque foi?

— Ela ainda não acordou.. — Diz calmo. — Está imóvel na cama desde ontem!

— Ontem?

— Sim, Lourenny se foi, Alex mandou tropas atrás de Renato e Alicia está cuidando dos gêmeos com Karl!

— Lourenny já foi? — Arregalo meus olhos tentando me levantar. — Como?

— Yuna abriu algum tipo de portal, estão esperando até agora! — Diz calmo.

— Quero ver os bebês! — Tento me levantar.

— Quis dizer as crianças né? — Toquei meus pés ao chão e levei meu rosto até os olhos de Adrian.

— Oque?

— Eles não são tão pequenos para quem nasceu ontem.. — Diz se levantando e faço o mesmo.

— Como assim?

— Você verá.. — Abre a porta do quarto nos direcionando para um corredor vazio. — Só não se assusta e não faça perguntas a eles.

— Porque eu perguntaria algo para duas crianças? — O sigo calma ainda com dor na cabeça.

— Só tenta manter a calma, e deixe que eles olham em seus olhos, assim a fará entender oque houve.

— Não estou entendendo nada.. — Viro-me em mais um corredor e seguro o braço forte de Adrian.

             Passamos por mais dois corredores até chegar em um onde as luzes eram mais intensas e o chão com uma temperatura básica ao corpo.

— Tenta não se assustar ao vê-las! — A voz de Adrian soa como brincadeira e engoli em seco até chegar de frente a uma porta branca.

             Olhei a maçaneta cinza e o brilho pela brecha da porta atingir meus olhos de relance.

— Entra.. — Adrian sussurra e empurro a porta lentamente arregalando meus olhos ao ver os filhos de Rachel.

— Oque?

Olaaaaa docinhos?
Estão bem?
Estão mal? (Curiosos né? Kkk)♡

Até o próximo capítulo...