Música: Nick Jonas - Jealous



Ária On~

— É sério isso? — Adrian me pergunta.

           Eu conheci um Adrian Lambert, Rachel já me disse dele no telefone. Não muita coisa, apenas que era o amor de sua vida.

           Eu disse isso a ele, e o mesmo riu. Contei sobre a Rachel ser adotada pela minha família e que somos irmãs a parte de amor. Contei que ela não estava sendo ela mesma.

          Falei muita coisa com um total desconhecido. Mas ele parecia ser legal quanto a isso.

          Eu não acredito que estou falando com o primeiro amor de Rachel, isso é incrível. Que eu saiba, todos estão procurando ele, então não vou perguntar quase nada sobre isso, apenas o porquê dele ter desaparecido.

— Então, esses livros dizem sobre o quê? — Pergunto curiosa.

           O mesmo pega um dos livros em cima da mesa e põe sobre as pernas — havia três deles.

          Era grande, grosso, marron e havia várias páginas. Tipo aqueles livros de feitiços.

          E na capa, estava um desenho, um tipo de símbolo, e no meio do desenho, estava "HD".

— Se conhece Rachel, sabe de sua história né? — Ele pergunta sem direcionar o rosto do livro.

— Conheço o bastante pra dizer que é bem agitada! — Digo rindo.

— Sabe de Halfh? O conselheiro da morte? — Ele pergunta e olha nos meus olhos curiosos.

— Renato! — Sussurro rindo. Ele assente e ri para mim; como se eu soubesse demais.

— Então, esses livros são dele! — Ele diz e eu arregalo os olhos fitando o livro gigante em suas pernas.

— Como assim? Além dele ser sobrenatural, ele gosta de ler magias? — Pergunto gargalhando. O mesmo rí de mim e continua.

— Não, esses livros foram feito por ele, é diario de sua vida inteira! Diário de Halfh Dark! — Deixei de rir após isso o encaro.

— Como assim de sua vida? Isso vai até quando? — Pergunto.

         Se é de sua vida, conta sobre Rachel?

— Para na Rachel, mas ainda há folhas vazias. Ou ele cansou de escrever, ou está esperando a história dela acabar, assim como as outras! — Ele diz abrindo o livro.

          Tinha algumas páginas escritas, e todo o resto havia folhas limpas, sem nada.

— Fala sobre ela nisso? — Pergunto pegando o livro.

         Era pesado e muito maior nas minhas mãos do que em Adrian. Abri a enorme capa grossa e fui para a primeira página.

"18 de Dezembro de 1999

         Ela é linda. Meu Deus, como ela é linda. Prometi não chorar, mas é impossível não chorar vendo essa cena tão linda.
        Ela nasceu como um anjo. Branquinha dos cabelos morenos e olhos que brilham. Seu lindo sorriso de bebê é fascinante. Alicia está tão feliz por ela. Mesmo Karl estando triste por essa pequena criança não ter o seu sangue. Infelizmente o maldito pai de Rachel está a observando de longe.
Como será a vida dessa pequena sabendo que seu pai é Lúcifer? O motivo dela ter nascido, o ser que a mesma matará daqui dezoito anos.
        Eu, eu não sei como vou conseguir impedir isso; não posso matar o amor da minha vida outra vez".

— Lúcifer? Rachel é filha de Lúcifer? O Diabo? — Pergunto incrédula.

        Eu juro que não sabia disso. Ela nunca me disse, jurei que Karl era seu pai. Alicia? Alicia durmiu com um monstro? Como assim?

— Calma, tive a mesma reação! — Ele diz passando a página. — Leia! — Ele sussurra.

          Suspirei e comecei a ler esperando por algo que poderia me surpreender novamente.

"19 de dezembro de 1999

Rachel. Rachel Victória é seu nome. Um lindo nome para uma bebê tão linda.
Passei a noite inteira acariciando o rosto de Rachel. Pena que Karl teve que levar Alicia para congelá-la novamente.
Um casal adotou Rachel, uma mulher de cabelos cacheados. Seu filho havera morrido ao nascer, e escolheu Rachel, uma suposta bebê que fora abandonada após o parto. Rachel estava a salva. A levou para casa, e cuidaram dela, como se fosse de seu sangue.
O maldito Lúcifer participou do nascimento dela, da primeira noite em sua casa nova, e de sua primeira amamentação. Mas Karl também estava lá, a protegendo das sombras que queriam levá-la."

— Tenho pena de Rachel, deve ter doído quando descobriu quem era o verdadeiro pai! — Sussurro passando a página.

  "18 de Dezembro de 2002

Hoje é aniversário da bebê mais linda de toda a história. Terá três aninhos. Estou com a mesma sensação de quando ví seu primeiro dente de leite nascer, aquela sensação de felicidade e orgulho.
E olha só, ganhou a primeira bicicleta. Queria poder ensiná-la a andar; mas não posso. Daqui de cima desse telhado posso ver quase tudo.
A mesa com o bolo de aniversário, sua vó preparando o suco de maracujá, o preferido de Rachel, sua mãe adotiva entregando os salgadinhos para as outras crianças. E ela, sentada, esperando algo legal acontecer com ela, até a bicicleta chegar.
Um sorriso enorme esbanjou no seu rostinho rosa, sua mãe abriu o bilhete e estava sem remetente, achou estranho, mas com o sorriso da filha deixou tudo para trás.
É claro que eu não ia colocar meu nome né, achei essa bicicleta linda, já que Rachel sempre pedia para Deus que lhe desce uma de natal. Quis alegrá-la, e consegui.
Ela pegou sua bicicleta nova de rodinhas e andou em direção a casa, indo para o lado do rio — elas estavam na fazenda de sua avó — . Sua mãe gritou para tomar cuidado e a mesma nem se importou.
Lá está ela, andando em voltas na bicicleta. Ela não tem medo de cair desse penhasco enorme, o vento estava forte e ela quase não conseguia ver sua frente por causa dos cabelos cacheados no rosto.
Eu arregalei os olhos quando ela passa da linha de afastamento da beira do penhasco. Tentei chamar a atenção de sua mãe jogando um galho no meio das crianças, mas ela culpou um dos meninos e nem se importou com a pequena Rachel.
Ela tentou sair, mas o vento a puxou para baixo, ouví um grito fino da pequena e sem pensar duas vezes joguei meu diário no chão, abri minhas asas e voei atrás da bebê que voava do penhasco a beira do rio. A peguei pela cintura e segurei a bicicleta com o outro braço. A pequena me abraçou forte, com medo. Em lágrimas, ela gritava, E NINGUÉM OUVIA.
A coloquei de volta e ela me encarou com os pequenos olhos brilhantes.
— Você é o meu anjo da guarda?! — Ela pergunta limpando as lágrimas com suas mãos gorduchinahs.
Eu rí com os asas ainda aberta e passei minha mão sobre os seus cabelinhos cacheados.
— Sou sim princesa!! — Digo e quando vejo alguém chegar uso meu poder de invisibilidade com as asas, e saio dalí.
Pego o meu diario e volto para o teto da casa.
— Saia daí menina, pode cair! — Sua vó diz e a pega no colo. Ela olhou em volta me procurando.
— Eu caí, só que meu anjo da guarda me ajudou, me pegô nu colo e me salvou! — A pequena diz a sua vó que ria e concordava com a cabeça.
Depois disso, toda noite ela tentava me chamar; até completar seus 12 anos de idade."

— Rachel tem sorte de ter Halfh! — Digo rindo. Adrian me encara como se o que eu disse fosse um chingamento.

— Leia! — Ele diz.

         O encarei e abrí a próxima página:

" 19 de Junho de 2012

Rachel está crescendo.
Conheceu novos amigos.
Alguns não falam com ela. Outros ainda está com ela desde a segunda série.
Infelizmente ela conheceu alguem, ouço ela sempre dizer a suas amigas novas que o ama. Adrian Lambert.
Lúcia, sua amiga, Leandro, e Lizza. Rachel cresceu diferente, não se veste como as outras garotas, é uma nerd maravilhosa. Do jeito que é, ela é linda.
Seus doze anos foi fatal, sua mãe de criação, Juana, que é sua tia, não teve como fazer seu aniversário, estava viajando.
Ela passou toda a noite chorando, eu ia falar com ela, mas não podia. Ela não pode me ver, não agora, não hoje. Rachel está frágil, tudo a machuca. Principalmente esse maldito Adrian, que nem a olha."

— Ele fala de você? — Pergunto rindo.

— Ele realmente me odeia! — Ele brinca. Abrí mais uma página e suspirei:

"18 de Dezembro de 2016

É aniversário dela. De de 17 anos. Como o tempo passa rápido. E a amo mais ainda, a cada dia que passa, desde o seu primeiro suspiro na terra. Até ano retrasado, onde de tornou mulher. Mas doía em mim quando a via chorar de dor no pé de sua barriga  — eu não á olhava o tempo todo se é o que está pensando, eu dava privacidade a ela — . Seus cabelos estão mais claros, e ondulados.
Seu corpo mudou, seu modo de ver a vida, e seus pensamentos. Deu seu primeiro beijo aos 14 anos, foi uma horrível sensação a ver beijando um cara que nem mesmo se importava com ela.
Sua avó se foi, isso a fez morrer por dentro. Rachel chora todas as noites. Por raiva da vida, por ninguém se importar com ela realmente e por medo.
O maldito Lúcifer começou a aparecer de modéstia parte, a pequena, que agora nem é tão pequena assim, pensa que é Tuyanac, Karl.
Sofre por tantas coisas e eu não posso fazer nada para mudar isso. A melhor parte disso tudo, é a observar dormindo ou a ver em sonhos. Ela estava linda, algumas partes de seu corpo evoluiu, e por dentro, continua a mesma bebê inocente que sempre fora."

— Nossa! — Suspiro.

— Veja, é a última parte! — Ele diz, se levanta saindo dalí e se sentando na cama.

         O olhei estranho.

— Não vai ler comigo? — Pergunto.

— Já decorei essa página inteira! — Ele diz baixo e deita. Eu suspiro e começo a ler.

"15 de dezembro de 2017

Hoje foi o pior dia da minha vida. Pensei que seria o melhor por ver Rachel cantar na frente de toda a escola. Mas, nesse dia, Adrian Lambert a paquerou. E como Rachel de alguma forma o amava, foi fácil. O imbecil a seduziu e tirou sua virgindade.
Eu não consegui olhar aquela cena maldita e voei para longe daquele maldito lugar.
Rachel estava passando por um momento complicado, sentia sede por sangue e não aguentava o que isso estava fazendo com ela.
E no momento de fraqueza, se entregou para o idiota de Adrian. Cheguei para conversar com Lizza, eu fiz amizade com ela para ficar mais próxima da vida de Rachel. Mas ela me enfeitiçou, me fez se afastar do amor da minha vida.
Depois do baile e da perda de sua virgindade, não a ví. Por esse motivo, ela matou um homem, matou um táxista, e uma médica,  eu não aguentei. Corri para ajudá-la e a ví se direcionar o olhar pra mim pela primeira vez, a mesma tentava tirar sua própria vida.
Não sei como, mas mentí sobre eu, disse que me chamava Renato. Aos poucos fui dizendo a verdade. Que eu era um anjo, e disse sobre ela, sobre a Âncora, disse o mínimo possível.
Ela falou de Adrian, e fingi estar surpreso com aquilo. Ela quis ficar comigo e tive a melhor noite da minha vida, eu me entreguei ao amor e a Rachel.
Mas, descobri que aquilo a fez gerar uma vida, um filho. Isso mudou todo o meu plano.
Infelizmente eu tiraria a vida do meu amor, do meu mundo para salvar o planeta inteiro. Assim como fiz com as outras.
Não fiz isso, deixei isso de lado. Condenei todo o planeta para deixá-la viver. Depois Karl a encontrou e disse a verdade.
A verdade sobre quem eu era. Sobre sua mãe. Quebrou todo o coração de Rachel. Mas consegui fazer ela entender que aconteça o que acontecer eu estaria com ela. Mataria todo o mundo para protegê-la; e assim eu fiz.
Aconteceu várias coisas, até mesmo conversei cara a cara com o maldito Adrian, e em seu coração ví que ele amava Rachel.
Eu tentei não me importar, já que Rachel era minha. Prometi a proteger, e assim farei; até nosso filho nascer. E não importa a maldita maldição, se nosso filho nascer homem, o destino de Rachel estará selado, e ela será a última Âncora. E viveremos felizes como eu sempre quis.
Para toda a eternidade com ela e com nossa pequena familia."

— Ama ela? — Pergunto e me viro para Adrian.

— Isso não importa mais, ela vai ficar com ele, esse é destino da Âncora! — Ela sussurra olhando para o teto.

— Sinto muito por isso! — Digo.

              Sério, ele estava muito mal com aquilo. Quando eu ia olhar mais as páginas limpas do livro, algo se joga fortemente a porta.

           Com o susto eu jogo o livro no chão e começo a brilhar, esperando qualquer coisa.

— Eles chegaram! — Adrian diz ficando na minha frente.

           Batia na porta com tanta força qu em qualquer momento, a porta se esbarraria no chão.

— QUEMM? — Grito com medo.

— Lobisomens! — Ele sussurra. Um calafrio percorreu dentro de mim. Vários rosnavam do lado de fora da cabana.

— Podemos detê-los! — Digo tentando me concentrar e nos treletransportar para longe dalí.

         Ele me encarava sem entender.

— NÃO SÃO SIMPLES LOBOS, SÃO ALFAS ORIGINAIS!!! — Ele grita.

        A porta quase se abre. Meu coração faltava pular pela minha boca. Adrian pega os livros e os segura firme.

— Vamos sair daqui! — Digo fechando meus olhos.

        Do nada ouço a porta cair bem na minha frente. Mas já era tarde, consegui tirar eu e Adrian daquele lugar.



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Olaaaaa docinhos?
Estão bem ?
Estão mal? (Espero que não)♡

Até o próximo capítulo...