Música: Igge Azalea - Fancy



Ária On~

             Senti minhas mãos apertarem. Estavam amarradas, não com cordas ou correntes, era magia. Eu não conseguia usar meus poderes, por mais que tentasse.

           Abri meus olhos tentando saber onde estava. Ouvia algumas vozes estranhas e, uma conhecida, Rachel.

         Abri meus olhos rápido e me deparei com uma irmã diferente da que conheci alguns anos atrás, uma que jamais havera visto na vida.

         A ví na minha frente, em pé, conversando com um homem alto e pálido. Ela percebe que acordei e me encara frustrada.

        Nunca pensei que um dia ela me olharia da forma que está me olhando agora.

— Até que enfim! — Ela sussurra.

       Eu não sabia o que estava acontecendo. Ou Rachel estava maluca, ou estava sendo obrigada a fazer isso. Essa definitivamente não é a prima-irmã que sempre conheci.

      Pensava de todas as maneiras possíveis para que aquilo tudo fosse um pesadelo e eu acordara dele e estaria na minha cama quente longe desse lugar assustador.

       Eu tenho menos de 16 anos de idade, ainda sou uma criança, não tenho que passar por tudo isso sozinha. Sozinha, isso, definitivamente só. Rachel parece nem me conhecer, meus pais estão em outro país e nem imagina a loucura que metera sua filha para visitar a pessoa que tanto ama, Rachel. Que agora esse amor deixou se ser recíproco e se tornou platônico.

— Onde estou? — Sussurro.

— Pode crer, não vai querer saber! — Ela diz com um olhar estranho.

            Eu juro que tentei imaginar em outro lugar, mas estava com temor que fosse o inferno. Sentia cheiro forte e enxofre, vozes ao longe de desespero — se não fosse tudo ao excesso de medo acumulado dentro da minha mente — e estava quente. Extremamente quente.

— Não é o inferno se é o que está pensando, até porque isso não chega aos pés de lá! — Uma voz grossa e masculina diz.

        Aparece um homem moreno claro me fitando se virando ao meu encontro.

— Esse é Lucca, já te disse dele né? Meu diretor de teatro! — Rachel diz.

       Ela já havia me falado dele por mensagem. Mas o que ele faz aqui? Ele é algum tipo de monstro também?

        Que mundo estou que todos do planeta tem uma personalidade diferente e assustadoras dentro de si?

— Isso deve servir! — Um cara diz com um tipo de bola de cristal nas mãos.

        Do nada uma mulher entra naquele local, havia pedra por todos os lados. Deve ser uma caverna. Olhei o rosto da mulher e levo um susto, Margot.

— Você? — Pergunto a encarando com desprezo.

— Eu avisei que faria qualquer coisa para me proteger, você e seus amigos me meteram nisso! — Ela diz me fitando com a bola nas mãos.

— Se conhecem? — Rachel pergunta e Margot assente.

— O que estão fazendo? — Pergunto tentando me soltar.

        Estava com algum tipo de escudo nas minhas mãos, nos meus pés e na minha mente.

— Trazendo as Âncoras de volta! — Margot diz e um desespero rápido invadiu meu ser.

— Todas as Âncoras? As 9 Âncoras? Já tem Alicia e Rachel, as outras vai formar um conflito enorme no equilíbrio! — Digo alto para Margot. — Pode até destruir tudo que conhecemos.

— Eu sei disso, e é por esse motivo que vamos trazê-as! — Ela diz.

— Isso vai destruir tudo que Deus fez, o equilibro! — Digo encarando Rachel.

— Eu sou o equilíbrio, e pode ter certeza que não vou ser destruída! — Ela diz confiante.

— Demônios estarão livres para esse mundo, uma guerra vai destruir esse mundo inteiro. Rachel? Você não é assim! — Tento convencer ela com os olhos lacrimejados.

— Não tente me fazer mudar de idéia. Será perda de tempo. — Diz me encarando profundamente. — Dane-se esse mundo! — Ela diz fria e assente para Lucca que se retira.

       Porque Rachel está assim? Não tem nada de humano nela? Nem o amor de irmã que tanto dividíamos juntas?

            Lucca reaparece junto com todas as bruxas e um indivíduo com um saco preto no rosto e as amordaçada, ou quase isso.

            Minha decepção só crescia a cada segundo que passava.

— Vocês? — Pergunto desaprovando cada uma delas.

        Alexa, Niksy e Dara. Realmente não posso confiar em mais ninguém. Nem mesmo nas pessoas que estão próximas, essas sim são as que mais machucam.

— Olá! — Alexa diz rindo.

— Onde estão as outras? — Pergunto sentindo falta de Dggo e Megson.

          Duas delas havera morreram na maldita caverna de onde Rachel foi tirada da gente, literalmente.

— Não aceitou o nosso acordo! — Alexa diz dando de ombro.

— MATARAM ELAS? — Pergunto horrorizada.

— O que acha? — Rachel revira os olhos rindo. Essa simplesmente não é minha irmã. — Começam! —  Rachel ordena.

        Quando Alexa tira a venda da mulher me assuto, Morgan?

— O QUE QUEREM COM ELA?? SOLTA ELAAA! — Grito tentando sair dalí, mas não conseguia.

        Aquela mágica apagava meus poderes. O que tá acontecendo aqui?

— Precisamos de sangue pra esse feitiço! — Rachel diz autoritária pegando alguns tubos grossos do chão e uma agulha extremamente enorme.

       Morgan arregalou os olhos, parecia fraca e com muito medo.

— O que estão fazendo? — Ela pergunta assustada.

— Por favor Rachel, não faz isso, você não é assim! — Digo já chorando.

— Rachel morreu quando a abandonaram dentro daquela caverna! — Ela diz decepcionada.

— Não te abandonamos, nunca faríamos isso é você sabe. Te procuramos mas não conseguimos achar, te levaram da gente! — Digo.

        Como ela pode dizer isso? A amamos demais para deixá-la para trás, eu a amo demais, e nunca faria isso.

— Não peça desculpas. E já passou! — Ela diz erguendo a agulha no pescoço de Morgan.

— POR FAVOR, NÃO! — Ela gritava.

— Não faz isso! — Digo alto. — Por nós. Ainda sei que resta algo bom você.

— Antes mesmo de começar, quero que saiba de uma coisa... — Segura firme o tubo grosso entre os dedos. — Minha humanidade havia voltado a mais tempo que imagina. Isso aqui... — Apontou para Morgan. — É escolha minha.

— O que? Rachel... — Sussurrei. — Esta magoada. Não faça isso, por favor.

        Ela, me ignorando por completo, enfia com força no pescoço de Morgan que a mesma perde os sentidos arregalando os olhos.

        Eu gritava de todas as formas, mas Rachel não ouvia, ou fingia que não. Ela era literalmente a definição um monstro. Minha irmã era um monstro. A pessoa que eu mais amava no mundo se tornou um monstro em menos de um ano.

— Agora! — Rachel diz.

          O sangue de Morgan havia esgotado. Morreu. Não tive forças para chorar mais, minha vida dalí para frente nunca mais seria a mesma.

          Rachel morreu, essa definitivamente não é ela.

           Morgan estava no chão, pálida, sem uma gota de sangue nas veias. Eu observava sem reação, sem me mover.

           Queria fazer de tudo para poder acordar desse pesadelo sem fim. Uma dor no meu peito me fazia lembrar de fortes lembranças com Rachel. De como éramos felizes juntas. Mas parece que isso nunca havera acontecido na verdade. Se tornaram meras lembranças que estava desaparecendo aos poucos. Perdi minha única irmã. Para sempre.

           Dara pega o tubo e põe ao meu redor.

          Lucca e as bruxas abrem os braços e começam a falar uma língua estranha. Um coral de línguas não muito conhecida por ninguém, a não ser por elas mesmas.

"Jyanun Insendiá"_ Foi a única coisa que consegui ouvir.

          Logo um fogo saiu do nada e se formou uma bola no ar.
          Minha irmã fechou os olhos e apertou firmes suas mãos. Logo depois os abriu. Toda sua afeição
mudou.

         Havera desligado sua humanidade novamente.

         Rachel ergueu a mão em minha direção me fazendo temer a qualquer coisa que viria do monstro que ela se transformou.

        Com a outra mão pegou sua espada que brilhava intensamente.

        No mesmo instante senti meu coração diminuir os batimentos cardíacos, meus poderes estavam saindo. Rachel estava sugando e movendo para o portal de fogo. Ela fechava os olhos fortes esperando algo acontecer.

       Tinha fogo ao meu redor e uma linha do mesmo até o portal, não entendi nada dalí, nem sabia o que estava acontecendo.

— O que tá fazendo?! — Grito sentindo fortes dores por todo o meu corpo.

   Ela me ignora.

   Estava quente, senti suor escorrer sobre o meu rosto.

   Estava cada vez mais fraca.

— Rachel? — A chamo.

     Ela nem se importava comigo.
     Eu poderia morrer se ela continuasse.

    Do nada vejo Rachel sair do portal, quer dizer, uma mulher idêntica à ela. O que está acontecendo?

    Rachel percebe e para de sugar meus poderes e encara a mulher. Um alívio percorreu dentro de mim e um medo começa a consumir meus olhos.

— Deu certo! — Ela sussurra.

      As bruxas ficaram pasmas ao olhar as duas, Rachel e a outra mulher idêntica à ela.

     Logo aparece mais duas. E mais duas. E mais três. E o portal de fecha.

        Todas elas se encararam com perplexidade no rosto.

      Havia oito Rachel dentro daquele lugar. Meus olhos se arregalaram-se vendo aquela cena.

      Uma tinha cabelos curtos, e usava roupas da antiga moda de Madri de uma rainha turquesa que existira à centenas de anos. Deve ser Mary, a mais recente delas.

     Uma tinha cabelos super compridos e mal penteado, roupas de pele de animais e rosto sujo. Essa eu nunca ví falar.

    As outras tinham tudo em comum, com apenas alguns panos finos sobre o corpo. Roupas onde o "século de deuses antigos" mantiveram sua cultura.
         A única que as diferenciavam entre si, era Rachel, a única que possuía a espada. A pedra, o poder de destruir Lúcifer e baní-lo para sempre desse mundo.

— Isso é impossível! — Uma delas dizem, deve ser Mary.

         Lucca assim como as bruxas ainda estavam completamente assustados com aquela cena, assim como eu.

— Meu nome é Rachel Victória, e sou a última Âncora.. — Rachel diz se erguendo na frente delas.

— Eu sou Mary! — Acertei, a mais atualzinha delas era realmente Mary.

        E as outras se apresentam: Katarina, Malia, Caroline, Sarah, Janny, Valentina e Bela. Todas iguais. As Âncoras estavam unidas.

— Era pra estar.. morta.. eu! — Janny diz atrapalhada.

— Convoquei vocês para me ajudarem com uma coisa! — Rachel diz.

— Com o que? — Mary pergunta sem entender. — Isso que você fez destruiu o equilíbrio! — Disse dando um passo a frente. — Onde ele está?

— Halfh! — Todas se entreolham.

— Refere-se a Halfh? — Rachel riu. — Pobre moça. Não chamei vocês pra dizerem o que eu fiz ou deixei de fazer, chamei vocês para me ajudar com uma coisa bem convincente! — Ela diz e logo uma corrente de terror percorre por todo o meu corpo.

        Rachel está sendo capaz de tudo. O que houve com minha irmã?

— Quer nossa ajuda pra quê? — Mary pergunta.

      Ela parecia ser a mais sensível do grupo.

      A mais sã.



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Olaaaaa docinhos?
Estão bem?
Estão mal? (Espero que não)♡

Vamos la..😀
Até o próximo capítulo...