5_ >Lúcia< Parte 3
Música: AC DC - Back In Black
Lá estava ela, jogada no chão, desacordada, suja de sangue. Não sei de quem, mas estava toda coberta de sangue.
Em cima da minha amiga estava ele. Tuyanac ao vivo em minha frente. Acho que era ele, o ví claramente. Tinha que ser.
A luz do abajú ligava bem em seu rosto. E quando apagava dava a impressão de que ele virava o rosto em minha direção, acho que era apenas impressão do meu medo me dominando.
Era alto, negro. No lugar de seus olhos haviam ocos. O sorriso que chegava de orelha a orelha. O rosto todo mutilado. Os braços enormes, chegavam abaixo do joelho se não me engano. Os dedos longos e finos. Unhas compridas e afiadas. Não usava roupas, tinha algo sobre a pele dele, não sei explicar, porém, era nojento. Tinha o formato de um humano. Mas, era duas vezes maior que um. As pernas longas e a cintura fina. Peitoral longos, enormes pra ser mais específica. Ombros que parecia dá um metro de tamanho, sem tirar os espinhos que estranhamente lá estavam.
Era simplesmente uma aberração.
Do lado de Tuyanac estava uma mulher, a que estava sentada no chão na porta.
Suja, olhar de espanto, unhas cumpridas e roupas rasgadas. Deveria ter sido uma médica antes de se transformar naquilo, devido as roupas uniformizadas como tal.
Eu não sabia o que fazer. Pensei bastante em menos de um minuto e me levantei lentamente gritando.
— Deixem ela em paz!!! — Foram as únicas palavras que saíram de mim.
"Shhhhhh silêncio"
Uma das vozes que ouvi antes, diz. Não sei se foi Tuyanac ou se foi a médica maluca. As bocas de ambos permaneciam fechadas como já estavam, sem um movimento qualquer.
"Silêncio"
Ouço o sussurro outra vez, e grito ao mesmo tempo. Foi do meu lado, no meu ouvido direito. Arrepiando-me saio dalí num pulo. Não ví nada e isso fez com que meu coração acelerasse os batimentos.
— Deixem ela em paz!!! — Repeti tentando tirar Lú daquela situação que eu mesma a meti. — Não é ela que vocês querem. Estou aqui. — Baixo minha cabeça. — A que você sempre desejou..Tuyanac!! — Após eu dizer seu nome, o mesmo virou-se para mim, lento.
Não sei se ele deu um riso macabro, pois não vi nada acontecer com seus lábios enormes que era eternamente sorridente.
— Acha que eu fiz isso?
— Deixe-a! — Levantei a voz mais uma vez tentando minimizar aquilo. Ou até mesmo fazê-lo parar de andar até a mim, que era o que eu mais temia.
As pernas cumpridas levantavam de uma forma horrível para dar os passos que estranhamente eram curtos.
Ele chegou bem perto e com isso não consegui me mover, minhas pernas estavam paralisadas.
O mal cheiro do nada ecoou na proximidade que ele se aproximava, como se alguém estivesse do seu lado, mas não havia nada.
Vinha balançando a cabeça lento de um lado para o outro. Quando chegou bem na minha frente, menos de três sentímentros de distancia, sua mão se levanta indo diretamente em meu rosto cheios de lágrimas.
Fechei-os para não ver aquele rosto destruído dele quase me tocando.
Ele tocou dois dedos lentos no meu rosto. Meu coração batia como um relógio, dois segundos entre cada frequência, "Tic...Tac...Tic...Tac", cada vez mais lento e mais alto. Parecia que iria pular de dentro de mim.
Quando a mão dele descia, seu rosto se aproximou do meu, cheirou meu pescoço enquanto eu tremia de medo. Parecia querer canalizar algo que com certeza eu não tinha.
Ele fedia carne podre, não o mesmo do meu quarto, deveria ser por sua pele certamente não possuir uma pele normal.
A mão dura e gelada dele tocou na alça direita da minha blusa puxando-a te tal maneira que rasgou deixando exporto um de meus seios branquelos.
Na minha mente ele queria mesmo era me estuprar alí naquele canto.
Minha respiração estava forte demais para parecer normal e tentar imaginar algo. Mas, o que ele queria mesmo, que foi o que deu pra entender, era a marca estranha que eu tinha em cima do meu seio direito, estava alí desde que nasci.
Ele pareceu entusiasmado ao vê-la. "Será se pra ele tem algum significado?", pensei assustada. Mas claro que não, era apenas uma marca.
— Sente-se diferente? — Ele soprou afogantemente em meu ouvido direito, fazendo com que meus sentidos mudassem de alguma forma.
Como se ele mudasse algo em mim, algo que eu não estava conseguindo detectar.
Senti a respiração dele se mover e criar vida dentro do meu corpo causando arrepios por toda parte da minha espinha.
Olhou diretamente no fundo dos meus olhos e fez uma aproximação nem um pouco confortável. Nem mesmo amigável.
— Não será a última vez que iremos nos ver!
E sumiu. Simplesmente desapareceu com aquela médica ou seja lá o que ela era.
Não entendi o porquê dele não ter me matado, ou me sugado pra outro mundo, sei lá. Apenas desapareceram dalí do quarto.
Fiquei segundos sem entender nada do que havia acontecido nos últimos minutos antes. Tentando controlar meus pensamentos e todo meu corpo que tremia.
Minha mente vagava pelo quarto. Tudo se apagou da minha cabeça, estava atordoada com tudo. Meu corpo tremia tanto que parecia estar dançando Dança de Rua, sinceramente.
Era emprecionante como minhas atrofias das pernas estavam tão elétricas após a luz se ascenderem. Batendo o brilho sobre as paredes.
O quarto estava vazio, exceto eu e Lú que permanecia alí, estirada no chão.
Fiquei parada no canto da parede da mesma forma por longos minutos terríveis. Nem piscar conseguia. Estava tentando entender tudo aquilo de alguma forma que me deixasse ainda mais confusa.
Foi a pior cena que tinha visto na vida.
Alguns minutos depois, minha alma ressurgiu.
Rapidamente me joguei no chão e me levantei correndo até o celular ligando para emergência. Quase não conseguia digitar os míseros números.
— Você ligou para a emergência. Como posso ajudá-lo?
— Minha.. Minha amiga tá aqui em casa, desacordada, ela não acorda moça.. — Eu dizia desesperada para a mulher que atendeu calmamente a ligação.
— Calma moça, diz o endereço e já estamos indo! — Diz e assim fiz pegando a tábua miserável e guardando ela.
Logo depois joguei o celular no chão e corri para cima de Lú, vestindo um casaco para tampar um dos meus seios expostos.
Ainda me pergunto o porquê de ter feito isso. Lú não pode morrer, não pode morrer por minha culpa.
— Lú? — Gritei chorando.
Logo ouço alguém correndo sobre as escadas e puxo chorando Lúcia para o meu colo temendo ser o monstro.
Minha tia abre a porta do quarto assustada e leva a mão na boca vendo a cena inusitada que estava ali.
— Ela não acorda tia, não acorda.. — Digo chorando e a mesma vem em minha direção para me abraçar.
— Ah Deus! Filha, Já ligou para a ambulância? — Sua voz pergunta preocupada.
—Sim... — Choro se deitando em seu ombro. — Lú? — Tentei chamá-la.
Mas, nada.
— Me desculpe! — Essa foi a única coisa que consegui dizer antes da ambulância vim buscá-la.
Continua...
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