11_A morte
Música: A7x - Beast and the Harlot
— Tenho que ir pra escola! — Acordo Renato, já uniformizada.
Ele dormiu no meu quarto, comigo. Num colchão.
Estranho trazer um compelto desconhecido para dormir em casa né? O problema é sintir que já o conheço e já confio tanto nele que não consigo explicar o quanto.
— Quer que eu te leve? — Seu rosto vira para mim e sorrio após ver seu par de olhos azuis brilhantes.
— Não, obrigada.
— Por que está assim? Parece um mendigo! — Ele debocha rindo para mim, a antiga Rachel outra vez.
Cabelos altos, roupas desajeitadas, sem maquiagem. Com livros nos meus braços e uma enorme mochila nas costas.
— Gosto assim. Aquela pessoa linda que você viu em mim, não era eu! — Pisco para ele.
— Sim, era você. Só poderia mostrar ela, tem que deixar de esconder o que é mais belo.
— Você é poeta? — Rio sacartica.
— Acho que passar por muita coisa ajuda com o metabolismo da pessoa! — ri.
Dei um beijo em sua bochecha, e fui em direção a porta.
— Quando eu voltar, ainda vai estar aqui? — Pergunto, com esperança de vê-lo ainda em casa.
— Se você quiser. Tudo bem pra mim!
— Ok...te vejo as 1 da tarde aqui em casa.
Na porta da escola o primeiro que vejo chegar em seu carro, foi Adrian. Do lado de Lorenny. Isso me fez parar alí, olhando fixamente neles dois.
Ambos saem do carro e se encosta nele enquanto ficam se beijando, como um lindo casal de namorados.
— Inúteis.. — Sussurro para mim mesma virando o calcanhar e andando em direção a porta da escola.
Fui rapidamente para dentro, tentando pensar em tudo ou qualquer outra coisa e esquecer a imagem de Adrian com aquela vara-pau.
— Você está bem? — Leandro pergunta me assustando e me viro para ele que estava espantado.
— Estou, tá tudo bem, porque não ficou lá em casa ontem?
— Não estava afim, e você deve saber o motivo. — Ele estava estranho, disso eu sabia..
— E aí sua louca! — Lú chega feliz.
— O que foi? E o motivo de tantos risos assim?
— Advinha? TIRAMOS 10 EM FÍSICA! — Ela diz antes que eu adivinhasse.
— Claro, desde o começo nunca tiramos nota baixa! — Reviro os olhos.
Fomos cada um para suas aulas. Fiquei com Lú na aula de Português e depois da aula de música tentei cabular a aula de física, e consegui. Já que ninguém estava na sala de música, fui tocar piano.
Fechei a porta e sentei naquele banco em frente ao mesmo e coloquei meus dedos nas primeiras teclas. Saiu um som calmo, mas travou. Tentei continuar, mas minhas lágrimas desceram.
Tentei imaginar o rumo que minha vida estava levando depois do que aconteceu comigo.
Na terceira tentativa, consegui.
Um som lento e confortável saiu daquele piano. Comecei a cantar "Evanescense, my immortal", lentamente.
Não sei porque tinha tanta vergonha de mostrar minha voz para alguém. Amava cantar sozinha, esse era meu refúgio de tudo o que estava acontecendo. Me fazia esquecer sobre o que houve.
— Princesa do Baile? — Ouço uma voz sussurrar. Meus sentidos estavam tão bons, que o escutei.
Não sei como, mas o ouvi.
Me levantei e tentei ir pelos fundos, mas ele percebe que parei de tocar e abre a porta.
Já estava do lado de trás da outra porta que levava direto para a sala de dança. Quanto tempo ele estava alí? Me ouvindo tocar e cantar?
— Princesa do Baile? É você? — Ele grita suave, esperançoso.
— Vai embora daqui. AGORA.
— Tenho que vê-la. Não consegui dormir sem pensar em você. Me diga pelo menos seu nome!! — Idiota, te vi com ela.
— Vai embora, Adrian!!
— Quero te ver, saia daí.
— Não posso. — Pensei — Vai às 8 da noite hoje no parque hall streth! — Porque você disse isso Rachel?
— Vem aqui, por favor. Princesa? Droga, não sei seu nome!! — Ele encerra com sussurros.
Corri até a sala de dança e Adrian abre a porta fortemente. Acho que estava esperando que encontrasse a "Princesa do Baile" dele ali dentro.
E estava, eu, mas ele nunca iria saber. Tinha uns vinte alunos alí dentro. Ele olha diretamente pra todos, enquanto todos o encaravam.
Entra eufórico e baixei meu rosto entre as outras alunas ali, ela olhava nos olhos de cada menina. Quando o olhar dele chega ao meu, baixo minha cabeça ainda mais. Fica alguns segundos alí me encarando, mas vira o rosto e sai da sala.
Como eu imaginei, nunca me notaria.. Como pude me apaixonar por um menino assim?
Após as outras aulas, fui andando até em casa e quando chego já entro no quarto, estranhamente estava tudo tão silencioso.
— Renato? — O chamo.
Já era quase 2 da tarde. Talvez ele não estivesse mais alí.
— Ele já foi Rachel! — Minha tia diz saindo para o trabalho. — Ele deixou algo em cima da sua cama pra você!
— Tchau tia. vai com Deus! — Subo as escadas correndo.
Entro no quarto e tinha uma carta me esperando na cama.
Joguei minha mochila no chão e sentei na mesma pegando a carta nas mãos.
"Sei o que você fez. Quando sua tia avisou de eu ter deixado algo para você, correu até seu quarto, abriu a porta num empurrão, jogou sua mochila no chão e foi direto para a carta. Bem... Isso é estranho, eu sei disso.
Odeio escrever cartas, mas tinha que avisá-la. Não poderia ficar aí. Tive que sair para comprar algo, vou te levar num lugar hoje a noite...
— Droga. Tinha que ser hoje! — Paro um pouco na leitura tentando pensar no que fazer para sair com Adrian e dizer a Renato que não posso sair com ele.
Como ele me conhecia tão bem? Sobre esse assunto da mochila?
.. E você descobrirá o que sempre quis saber. Sobre o que aconteceu com você para se transformar nisso, sobre o que pensa, sobre o porque das pessoas estarem diferente de você, etc..
— Meu Deus! Ele sabe. Não posso sair com Adrian, quero saber quem eu sou. O que eu faço? — Sussurro baixinho.
..Rachel, sabe porque ainda falo com você mesmo você ter me dado um chute no meu estômago que fez o meu nariz sangrar por causa da sua força? Sabe porque ainda não fui embora quando a ví se afogar?
Não posso respodê-la, pois nem eu sei como dizer. Mas senti algo quando a ví alí, descendo até a morte. Não conseguia vê-la partir. Sabe quantos de nós existem? 99 comigo e 100 com você. E sabe o que isso significa? Você é a última da espécie humana que se transforma sem ser mordida por um Meta. Te explico melhor hoje a noite, 8 hrs na ponte, onde a salvei.
Um beijo, de Renato."
— Como assim? — Tento refletir no que fazer. — Meta?
"Adrian ou Renato?"
Tenho que cancelar com Adrian, mas como? Ele não sabe que sou eu a Princesa do Baile. Tenho que fazer alguma coisa
^-^
As sete da noite avisei a minha tia que iria sair e peguei um táxi. Fui direto para a casa de Adrian. Peguei a carta que escrevi a ele, que dizia apenas o básico:
"Não tenho como sair com você hoje. Sinto muito. Tive problemas. Mas aqui está meu número, me liga quando tiver tempo: 80325*****
Princesa do Baile"
Saí do táxi e coloquei na porta. Ele deve ter visto, com certeza.
Mas tinha algo errado comigo, algo errado com meu corpo. Estava tremendo, a dor estava voltando outra vez. Não sabia o que fazer. Estava doendo muito.
Meu estômago estava vazio. Meus olhos já iam mudar de cor, minha unhas já estavam aparecendo, as veias do meu rosto iam sair em questão de segundos. As presas já haviam saído.
"O que eu faço agora?", fiquei pensando por alguns segundos na porta da casa de Adrian.
Coloquei minhas mãos na cabeça e tentei concentrar minha sede, tentei focar em algo que seja sangue.
— Vem logo moça, ainda tenho passageiros! — Ao ouvir essa voz do taxista, algo surgiu dentro de mim.
Deveria ter ficado em silêncio.
Meus olhos ficaram completamente vermelhos. Estava tudo tão estranho. Ouvia apenas o coração do taxista bater, seu sangue pulsando, seu suor. Não consegui controlar...
Corri, voei para ser mais específica. E o deixei sem saída ali dentro. Todo meu rosto estava transformado. Pude senti seu medo e isso me deixava ainda mais faminta..
Não consegui evitar, cravei meus dentes em seu pescoço. Estava delicioso, quentinho, cremoso.. Aquilo entrava dentro de mim tão maravilhosamente bem, que não queria parar..
Eu sentia seu coração diminuir os batimentos. Eu estava o matando.. Mas minha sede era grande. Estava incontrolável e ele nem se quer gritou.
Fechei meus olhos para saborear seu sangue e me surpreendi quando percebi que estava passando imagens estranhas dentro da minha cabeça.. espera, oque? Estou acessando sua memória? Sua vida?
Havia uma mulher, de idade, um homem e mais dois meninos mais novos. Era como se eu estivesse dentro de seu corpo, presa.. Ele tinha uma família, uma vida.. Na qual eu estava destruindo.. lentamente.
Seus olhos estavam revirando, então tirei minhas presas e meus olhos vermelhos se viraram para o seus. Sequei as veias dele, não estava sentindo pulsar, seu coração havia parado.
"Matei um homem"
"Matei uma pessoa"
"Sou uma assassina"
"Sou um monstro".
"Virei oque me assombrava"
Isso ecoava dentro da minha mente. Apenas o deixei alí, morto, sem uma gota de sangue nas veias.
Era um homem, tinha apenas vinte e sete anos.. Tinha uma vida.. Eu sinto, sinto oque ele sentia..
Não havia ninguém na rua, não havia ninguém por perto. Olhei em volta, tudo em silêncio. Olhei novamente para o taxista, tentei ouvir o coração dele bater, tentei ter esperança, mas não consegui..
— Eu sou um monstro! — Sussurrei colocando minha mão da cabeça.
Tudo aquilo que estava acontecendo comigo, aquela dor miserável, vou matar todo mundo se isso continuar..
— Oque eu faço?
Fechei a porta do táxi e corri chorando em direção a ponte deixando o corpo para trás.
Olaaa docinhos? ☆
Tudo bem?
Tudo mal? (Espero que não)♡
Ela matou um cara? Isso mesmo? Puta merdaaa
Dizem Oque acharamm...
Seja educada e clica na estrelinha...☆♡
Até o próximo capítulo..
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