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Notícia

Graham Carter

-Você vai levar um soco se essa bola acertar algum canto importante.- Savannah fala enquanto entramos no armazém.

-Defina "importante".- franzo as sobrancelhas.

-Importante.- ela repete séria.

-Não vai atingir nada.- a gente se aproxima do balcão.- Oi, Lou.

-E aí, Carter, quando vai ser o próximo jogo?- ele pega os capacetes e bastões.

-No domingo, vai assistir?- pego as coisas.

-Claro, boa sorte aí.- ele sorri para mim e para Savannah.

Levo ela para dentro do armazém e tem as redes separando as máquinas, vamos até a 5 que está vazia e coloco as coisas em cima do banco de madeira.

-Você vai primeiro.- falo tirando o casaco.

-Eba.- ela murmura e sorrio colocando o casaco dela em cima do meu.

Hoje teve uma mudança, ela estava com uma camiseta e não com mangas, o que era algo bem melhor, os hematomas já tinham sumido.

Coloco o capacete nela e prendo a proteção, então pego o bastão e aproximo de sua mão, mas logo afasto quando ela tenta pegar.

-Um beijo.- peço.

-Você é muito abusado.- ela balança a cabeça.

-É, já me disseram isso.- faço bico.

Savannah não contém a risada e fica na ponta dos pés para me alcançar, então seis lábios tocam os meus, sem aprofundamento ou nada, só um beijo normal.

-Agora me dá isso.- ela pega.

-Vamos ver se você é um talento nato.- me aproximo da entrada ontem tem o botão.

-Vou bater em você com esse bastão se atingir minha cara.- ela fica na posição.

-Você disse que nunca tinha jogado.- falo antes de apertar.

-Eu pesquisei.- ela fala óbvia.- E vi vídeos.

-Você é incrível, sabia disso?- pergunto rindo.

-Vai!- ela fala animada.

Eu aperto o botão e a máquina começa a preparar a bola, sorrio passando os olhos por Savannah e vendo ela mexer a bunda.

Então a máquina joga a bola e ela rebate fazendo com que a bola bata contra a rede, então olha pra mim rindo e eu sorrio.

-Viu?- ela aponta com o bastão.- Talento nato!

-Continua.- pego.

Ela volta a ficar na posição e rebate outra bola com força, sorrio com a risada dela, nunca vi ela rir daquele jeito antes, era tão bom.

Ela rebate umas cinco bolas antes de eu apertar o botão pra parar, então ela vem até mim e cutuca meu ombro com o bastão.

-Eu sou demais.- ela tira o capacete.

-Você é.- a observo.

-Você viu? Eu podia fazer isso profissionalmente.- ela aponta de novo para a máquina.

-Você tá tão gostosa agora, Savannah.- murmuro e ela cora.

-Para com isso.- ela sorri.

-Só tô falando a verdade.- seguro os quadris dela.- Sabe, deveria confiar em tudo que eu falo.

-Vai você agora.- ela me dá as coisas.

-Ok.- coloco o capacete.

-Pronta para se sentir uma mera mortal?- entro no canto rodeado por redes.

-É, vai lá, bonzão.- ela aperta o botão.

Eu me preparo e minhas tacadas são perfeitas, e não aceitaria menos que isso, sempre joguei baseball desde cedo no colégio, e eu era bom.

Mas não tinha como negar que o hóquei tinha muito mais adrenalina que o baseball, por isso eu tinha escolhido, o hóquei me dava mais felicidade.

Pego uma sexta bola e faço um sinal para ela, olho para trás e Savannah está de braços cruzados e me olhando de cima a baixo.

-Linda.- a chamo.

-O que?- ela pisca.

-Desliga.- sorrio.

-Ah.- ela aperta o botão.

-Gostou do que viu?- levanto as sobrancelhas.

-É, bem normal.- ela balança os ombros e rio.

-Desafio: Quem fizer mais tacadas no nível difícil ganha.- me aproximo.

-Ganha o que?- ela parece animada.

-Um beijo.- observo os lábios dela se repuxando para cima.

-Posso beijar você a qualquer momento.- ela levanta as sobrancelhas.

-Quem ganhar compra cachorro quente pro outro.- murmuro e os olhos dela brilham.- Comida você nem pensa, né?

-Eu treino seis horas por dia, sou pequena.- ela fala e acho fofo.

-Ok.- seguro o queixo dela e a beijo rapidamente.- Melhor de trinta.

-Fechado.- ela fala animada.

Savannah Willians

-Nossa você devorou!- ele parece surpreso.

-Acabei de acertar vinte e seis bolas, usei toda minha força.- limpo a boca.

-Posso carregar você se não quiser fazer força.- ele segura meu pulso e para a gente na calçada pouco movimentada.

-Eu acho que consigo andar até o carro.- sorrio enquanto ele me puxa para perto dele.

-Você tem aula cedo amanhã?- ele começa a fazer carinho na minha bochecha.

-Não, só depois das dez.- explico passando meus braços pelos ombros dele e ficando na ponta dos pés.

-Ótimo, quer dormir lá em casa?- ele passa as mãos pelas minhas costas.

-Quero.- não me sinto pressionada ou forçada, ele me deixa a vontade.

-Will acabou de comprar um monte de chocolate.- ele sorri e eu rio beijando a bochecha dele.

-Mais pro lado.- ele pede e beijo o canto da boca dele.- Mais...

O celular dele começa a tocar e me afasto, ele me dá a chave do carro e diz que é rápido quando beija minha bochecha e se afasta.

Vou até a caminhonete e entro, ligo o aquecedor e esfrego as mãos nas coxas, mordo o lábio enquanto vejo ele ficando sério na ligação.

Esperava que não fosse nada sério com os pais dele ou alguma coisa com os amigos, fico com o coração na boca quando ele começa a vir na direção da caminhonete.

Carter então entra no carro e fica em silêncio, o observo enquanto ele parece ainda estar pensando no que deve ter acabado de ouvir.

-Carter...

-Meu pai foi contratado.- ele me encara.- Ele se formou em administração. E contrataram ele para a administração de um hotel no centro.

-Um hotel....- fico confusa.

-Sim, Copeland Plaza.- ele balança a cabeça.

Meu coração para, sei que Ethan tem algo haver com isso, e deve ser por causa de Harper, não sei se fico feliz ou com raiva por isso.

Acho que devo ficar feliz, pelo pai dele, claro.

-Isso é bom...- toco o braço dele.

-Meu pai aceitou.- ele responde.- Ele finalmente vai ter um emprego bom, Savannah.

-Eu estou vendo.- sorrio.

-Ele não vai mais precisar ficar até tarde lavando o chão de uns fábrica.- ele parece emocionado.

Sorrio quando ele me abraça do jeito que pode, passo a mão pelas costas de Carter e sinto seus lábios em minha bochecha enquanto ele dá beijos curtos.

Definitivamente eu estou feliz por ele, pelo pai dele, finalmente percebo que pode ser uma abertura para contar a Carter quem é meu pai biológico.

Mas é melhor esperar mais um pouco, saber se ele realmente não vai mais ficar com raiva dos Copeland, eu tenho algumas semanas até ver que eles perdoaram de algum jeito o pai de Ethan.

Mas é uma brecha, decido que vou contar quando vir que tudo está bem na família dele, não acho que vá ser tão longe assim, então apenas espero o momento certo.

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