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Nada Bom

Apenas um aviso...esse vai ser o penúltimo capítulo. O próximo já é o epílogo...😊

Boa leitura...

Graham Carter

Arrumo meu blazer pela segunda vez, nunca em um jogo fiquei tão nervoso quanto estou ao encontrar a mãe de Savannah de novo.

Não é nem por mim, é por Savannah. A mulher puxou ela pelos cabelos por que não gostou de ver ela me beijando, então o que faria se descobrisse que estávamos namorando sério de novo?

Não sabia se o pai de Savannah seria muito útil, o cara podia ser gente boa e tal, mas ele era pacífico demais para ter casaco com uma louca como Eva.

-Pare de se mexer.- ela fala ao meu lado.

-Impossível.- respiro fundo.

-Prometo que a gente nunca mais faz isso.- ela sorri acariciando meu braço.- Traumatizou você.

-Graças a Deus você criou juízo.- suspiro e ela ri baixinho.

Sorrio segurando o queixo dela, adoro fazer Savannah rir e depois beijá-la, nossos lábios se tocam e ela morde meu lábio logo se afastando.

-Não quero repetir aquela cena de novo.- ela sussurra.

-Nem eu.- passo o braço pelos ombros dela.- Cadê eles, afinal?

-Meu pai falou que tinha uma batida em uma das avenidas.- ela pega o copo de água e toma um gole.- Será que foi a melhor escolha usar o restaurante do hotel...

-Pessoal!- Dean apoia o corpo em uma cadeira.- Tudo bem?

-Tudo.- Savannah sorri.- O que você tá fazendo aqui?

-Encontro.- ele aponta para a loira com um vestido minúsculo.- E vocês?

-Pais da Savannah.- falo e ele faz careta.

-Savannah, por tudo que é mais sagrado, manda eles para a merda....

-Obrigada, Dean, vou pensar nisso.- ela fala calma.- Pode ir pro seu encontro.

-Eu estou voltando.- ele pisca.- Vou me dar bem.

-Eca.- Savannah faz careta enquanto ele vai embora.

-Qual é o problema do seu irmão com loiras?- pergunto.

-Harper falou que teve uma menina que ele gostou que era loira, a April.- ela fala calmamente.- Acho que tenta achar uma igual a ela...

-Boa noite.- meu pai aparece.

-Boa noite.- Savannah sorri educada.- Oi, mãe.

Eva senta na cadeira e não olha para Savannah, meu coração se aperta e acaricio o braço da minha namorada quando vejo que ela murcha mais.

-Desculpem o atraso.- o pai dela fala.- Houve um acidente.

-Sempre tem acidentes naquela avenida.- falo tentando agir normalmente como ela me pediu.

-Uma amiga minha disse que sempre tem batida ali.- Savannah se recupera.

-Claro, essa cidade é uma merda.- a mãe dela fala e eu sorrio tentando me conter.

-Mãe.- Savannah adverte.

-E as aulas, querida?- o pai dela ignora.- Como está indo?

-Sou a melhor da turma de acordo com o meu orientador.- Savannah fala meio baixo.

-Ser a melhor da turma.- a mãe dela debocha.- Você deveria ser a melhor patinadora, Savannah.

-Eu não quero patinar profissionalmente.- ela fala com raiva.

-Mas eu quero que você....

-Qual é o seu problema?- pergunto.

-Carter.- Savannah toca meu braço.

-Savannah é a menina mais inteligente e esforçada que eu conheço e você trata ela assim?- franzo as sobrancelhas.- Qual é o seu problema!- grito.

-Vai deixar ele falar assim comigo?- a mãe dela a olha.- Deixa ele falar assim com você?

-Mãe.- Savannah respira fundo.- Vai se foder.

A mãe dela arregala os olhos e sorrio.

-Vai se foder.- Savannah levanta.- Você é uma megera sem coração e me culpa pelos seus erros.- ela pega o casaco e a bolsa.- Espero nunca mais ver você.

-Eu te criei!- Eva levanta também e eu fico alerta.- Sua mal-agradecida...

-Você escolheu me adotar.- Savannah balança a cabeça.- Ninguém te obrigou! Você escolheu! E você?- Savannah olha para o pai.- Por que você não faz nada?- ela mexe as mãos.- Reage, pai!

-Savannah...- ela levanta a mão.

-Vai me bater aqui?- Savannah pergunta.- Me esquece.- ela olha para mim rapidamente.- Vamos, Carter.- fala com raiva.

-Sim, meu amor.- pego minhas coisas e começo a seguir Savannah.

Alcanço ela do lado de fora e percebo que está tremendo, assumo a responsabilidade e seguro sua mão enquanto a puxo para a caminhonete.

Abro a porta para Savannah e ela entra, coloco seu cinto e arrumo suas coisas lá trás, dou a volta rapidamente e entro pelo outro lado.

Savannah abaixa a cabeça e cobre o rosto, ela começa a mexer o corpo como se estivesse chorando, mas o que eu ouço é diferente. É uma risada.

-Savannah?- tento entender.

-Desculpa.- ela levanta a mão pedindo para eu esperar enquanto ri totalmente descontrolada.

-O que foi?- tento sorrir.

-Eu falei o que estava entalado a tempos.- ela toca o pescoço.- Toda vez que ela me batia.... Toda vez que meu pai não dizia nada...

-Ah, linda.- vejo quando ela começa a chorar e eu a puxo.- Estou orgulhoso de você.

-Obrigada.- ela fala contra meu peito.

Beijo o topo da sua cabeça e acaricio suas costas enquanto ela se acalma do choro, ela parece tão pequena nos meus braços que fico com raiva da mãe dela.

Como ela pode fazer isso com Savannah?

-Você quer pedir alguma coisa?- pergunto.- Ou podemos ir naquele restaurante que você gosta...

-A gente pode ir naquele restaurante.- ela se afasta limpando as lágrimas.

-Ok.- ligo o carro.

-Obrigada, Carter.- ela fala baixinho.

-Melhor namorado do mundo, lembra?- pergunto e ela ri de verdade agora.

É bom ouvir ela rir.

Savannah Willians

-Prontinha.- pulo na cama com Carter.

-Ótimo.- ele me cobre com o cobertor.- Não aguentava mais você cantarolando.

-Eu cantarolo bem.- falo enquanto ficamos de conchinha.

-Você tava cantando We Are The Champions enquanto escovava os dentes.- ele fala rindo e eu bufo.- Ok, você canta bem.

-Não, mas eu não quero você dizendo só por dizer.- acaricio o braço dele lentamente.

-Você é a melhor cantora do mundo.- ele sussurra perto do meu ouvido.

-Também não é pra mentir.- viro ficando em cima dele e meus cabelos caem em seu rosto.

-Você é confusa.- ele afasta meus cabelos e sorri.

-Eu nem acredito que falei aquilo pra minha mãe.- falo baixinho.

-Nem eu.- ele sorri.- Mas você precisava falar isso.

-Eu sei, e advinha?- franzo as sobrancelhas.- Meu pai me mandou mensagem. Os dois estão voltando para Nevada com a mágoa do mundo inteiro...

-Não é culpa sua, deixa eles pra lá.- ele explica.- Você merece mais que eles.

-Nenhum deles me atende, então eu fui completamente deserdada.- tento sorrir.- Meu pai disse que ou eu voltava para Nevada ou ficava aqui sem dinheiro para pagar a faculdade e o dormitório.

-Então...

-Pedi ajuda a Ethan.- sorrio e ele parece surpreso.- Eu falei que ia pagar tudo quando conseguisse. Ele insistiu que não, mas eu vou pagar mesmo assim.

-Já que resolveu tudo. Queria falar com você...

-Sobre o que?- levanto as sobrancelhas.

-Sabe que eu vou terminar a faculdade esse ano, não é?- pergunta.

-Sim.- acaricio a testa dele enquanto afasto seus cabelos.

-E depois vou jogar no Panthers, vou fazer sucesso.- ele sorri e eu assinto.- E você vai estar na faculdade por dois anos ainda.

-É.- começo a achar estranho.

-Eu estava pensando...- ele acaricia meu ombro e beija minha bochecha.- Eu vou juntar dinheiro e...quando você terminar a faculdade...pode morar... comigo.

Ele me encara e sorrio.

-Quer morar comigo?- pergunto.

-Quando a faculdade acabar e se você quiser.- ele relembra.

-Mesmo assim, está me chamando para morar com você?- levanto as sobrancelhas.

-É.- ele assente.

-Tá, mas eu quero ajudar quando a gente for comprar o apartamento.- explico.

-Linda, eu vou ser rico.- ele fala e eu rio.- Não tá acreditando?

-Não, é que...

Ele me vira na cama e começa a fazer cosquinhas em mim, minha risada aumenta e eu começo a me debater tentando segurar as mãos dele.

-Carter!- grito tentando parar de rir.

-Eu vou ser rico?- ele pergunta por cima da risada.- Eu vou ser rico, senhorita Savannah Willians?

-Sim!- grito rindo.- Sim!

-Ótimo.- ele para de fazer cosquinhas.

-Ai.- toco minha barriga e respiro fundo.- Seu idiota!- pulo em cima dele e Carter consegue me deitar de novo facilmente.

-Quer mesmo fazer isso?- ele ameaça fazer mais cosquinhas.

-Não!- seguro as mãos dele.- Eu te amo.- beijo a bochecha dele e Carter ri.

-Também te amo, sua doida.- ele me abraça e me puxa para baixo do cobertor.

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