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32. H&H

Parte do dia tive de ficar em casa. Queria certificar-me que tudo seria arrumado sem se notar diferença para o de antes.

O papá não podia nem sonhar com o que aconteceu, e uma conversa séria com a governanta resolveu o assunto com certeza.

Durante a tarde ainda fui cuidar da infanta, ao que entendi o casamento por procuração tinha sido ontem. João não me pareceu nervoso, contente ou infeliz contudo.

Essa atitude era normal?

De qualquer das formas a rainha de Portugal vem a caminho, daqui a uns meses estará em Lisboa, altura em que as camélias começarão a florir.

- Que fizestes com os raptores, já agora?- Bisbilhotei um livro.

- Raptores?- Levantou os olhos dos papeis e parou de assinar por curtos instantes.- Ah, um castigo à altura.

- Mataste-os?- Murmurei horroriza.

Tortura e prisão sim, morte... não sei.

- Oh não.- Sorriu e pareceu deleitar-se com o que lhe passava pela mente.- Infelizmente não prestaram provas da sua ascendência fidalga. Parece que os registos se queimaram com o infeliz incêndio das suas residências... Que pena.

Por vezes quando o rei falava, eu ficava sem a certeza se tinha 18 anos, ou 40. 

- E vós? Já... vos lembrastes de mais alguma coisa?

- Não quero falar acerca disso.- Voltei-lhe as costas para não me ver corar. Eu arrependia-me dos meus atos censuráveis.

Não era para ter acontecido com João, mas com Henry. Não era para eu ser... aprendiz de prostituta de sua majestade.

- Helena...

- Por favor.- Insisti.- Aconteceu, vamos esquecer e seguir em frente.

- Oh... não gostastes, foi isso? Posso tentar fazer melhor se...

- Cala-te!- Pedi zangada enfrentando-o.- Não fales de mim como se fosse uma mulher vulgar!

- Sois tudo menos isso, agora se vos soube bem só tendes de admitir.- Encolheu os ombros.

- João!- Insisti e o tarado riu.

O que era tão divertido? Ria-se da minha ingenuidade? Da minha vergonha? 

Fui uma idiota em confiar nele.

- Não tendes o mínimo de respeito por mim!- Saí apressada, sem conseguir suportar mais a sua atitude de tamanha indiferença comigo.

Não houve sentimento de minha parte, porém houve entrega, desejo, respeito... Odeio o facto de me tratar como uma reles concubina, onde simplesmente se aproveita e vai embora. Foi o meu primeiro momento intimo e esperava que demonstrasse mais respeito, não que se risse e andasse aí a badalar aos 7 ventos que aconteceu.

Por esta altura já toda a corte sabia... que vergonha.

Eu devia ter esperado por Henry, por muito desastrado e embaraçoso que o meu beijo fosse. Seria um momento a dois. Reservado nos nossos corações, para depois de muitos anos contar aos filhos e aos netos. Seria um momento só nosso, que só nós entenderíamos, longe de tudo e de todos, refugiados um no outro.

Tudo isso irá por água abaixo assim que Henry chegar e João lhe contar. Está mortinho para lhe contar em como foi o meu primeiro beijo.

- Deus, como sou tola.- Sequei as lágrimas, preocupada com o que me esperava a partir de agora.

⭐👑⭐

- Que é que lhe deu?- Estranhei quando saiu a correr.

Mulheres!

São seres tão estranhos, elas.

Prossegui com os meus trabalhos:

- Que foi agora?- Rosnei para Sebastião que entrou sala a dentro.

Já não se podia trabalhar em paz neste palácio?!

- Perdão majestade, porém pensei que fosse de vosso interesse saber que o embaixador inglês acabou de desembarcar do Queen Anne.

- Henry Hyde?- Congelei. Só espero que a rainha tenha trocado o seu enviado.

- Sim, majestade.

- Obrigado.- Murmurei e depois de uma vénia saiu.

Quando me vi sozinho, atirei a pena para cima da secretária e recostei-me a olhar pela janela.

Henry estava de volta e com ele, a minha perda de Helena.

Pensa, João. Pensa! Basta achar um podre dele! Uma mancha negra na sua imagem imaculada e Helena abdicaria do inglês. Se fosse bom o bastante, até mesmo Eduardo proibiria que se vissem ou falassem.

Eu não sabia nada dele, caramba!!

⭐👑⭐

A mesa estava estranha, vazia. 

Nunca jantei sozinha desde que cheguei a Portugal. Era um pouco triste e solitário jantar apenas na companhia de velas.

Bianca tinha pedido esta noite de folga, portanto também não lhe pude pedir para jantar comigo.

A minha companhia foi um livro, o que não era muito prático e pedia imenso cuidado para não sujar de molhos, ou gotas de bebida.

Fechei as páginas amareladas e olhei para a cadeira à minha frente.

Seria maravilhoso ter Henry à mesa. Sorrindo com os temas tolos das conversas masculinas, enquanto olhava para mim, em busca do momento certo para sairmos dali para uma conversa mais privada, sem olhares sobre nós.

Ou uma refeição entre os dois apenas, onde me contasse sobre a sua viagem, desse uma boa desculpa para nunca ter escrito e contasse depois como era Inglaterra, e como ia essa tal guerra para formar o Reino Unido.

Nome tolo. Reinos são unidos.

Portugal é um reino unido; unido pelo mesmo sangue e vontade, unido pela Ásia, África e Brasil.

Agrupam uma ilha e chamam-lhe Reino Unido: é apenas tolice e sol de pouca dura. Os ingleses sempre se acharam um povo acima da média, aqueles arrogantezinhos de uma figa. Cobardolas traiçoeiros que adoram iludir damas!

- Português ou inglês, espanhol ou francês... os hábitos são os mesmos.- Arreliei-me, levantando-me da mesa com ódio, quase deitando a cadeira abaixo.

Chateei-me comigo mesma por pensar naqueles dois idiotas.

Estava nas mãos de João para os jogos que estivesse disposto a fazer comigo.

- Maldição!

Não consegui dormir a noite toda imaginando o universo de possibilidades que podia tomar com os meus segredos. Chantagem era a força motriz para tudo e se eu não obedecesse teria o mesmo fim que os nossos raptores.

Pediria pelo que ainda não teve? Obrigar-me-ia a afastar de Henry por um preço tão alto?

...

- Não. Este já lemos.- Suspirei procurando livros interessantes.- E este, e este também...

Olhei pela inúmeras prateleiras recheadas com tédio.

- Eu não quero obrigar a criança a ler Shakespeare.- Bufei aborrecida revolvendo mais livros.

- Aprenderia mais do que com Gil Vicente.

Estremeci e levei as mãos à boca com o susto.

Damas e cavalheiros, direto dos meus sonhos e pesadelos mais profundos...

- Henry?- Toquei no seu ombro, pensado que seria mais uma assombração.

- Bom dia, milady.- A sua voz pareceu um murmúrio doce aos meus ouvidos. O seu cabelo apanhado estava mais ruivo e o seu sorriso mais perfeito do que eu me lembrava.- Senti vossa falta.

O meu coração estava doido, com certeza que me estava a dar uma apoplexia.

- Oh Henry! Tive tantas saudades.- Sussurrei enquanto o abraçava com força.

Os seus braços envolveram-me e entendi que não era mais um sonho ou uma piada de mau gosto.

- Não me escreveste!- Afastei-me e dei-lhe um estalo.

- Au!- Sorriu esfregando o rosto agora vermelho também.- Vosso feitio não amoleceu com a distância.

- Isso é um elogio para mim.- Cruzei os braços esperando uma explicação plausível.- Estou à espera!

Ele desfez o sorriso pareceu estranhar.

- Pensava que brincavas. Eu escrevi-vos todos os dias, mais que uma vez! Não recebestes uma única carta? 

Ele tinha-me escrito?

- Para onde as enviastes?

- Para aqui, para o rei. Como eram tão próximos, achei que vos pudesse...

- Para o rei?!- Levei as mãos à testa.- Porque não enviastes para a minha morada?

- Não tinha pedido permissão a vosso pai.- Encolheu os ombros atrapalhado.

- João não me deu uma única carta...- Murmurei incrédula. Seria mesmo capaz disso?

- Porque não me escrevestes vós?

- Oras, Sir Hyde...- Afastei a imagem das cartas escondidas no fundo da gaveta lá de casa para não me descair.- Só vos escreveria se me escrevêsseis primeiro!

- Bem... eu escrevi.- Sorriu sugestivo, aproximando-se um pouco mais e encostando-se à prateleira.

- Não me chegou nada às mãos.- Tentei ripostar as suas investidas, mas não estava a funcionar muito bem.

- Um beijo seria bom, para danos morais, sabeis...- Encolheu os ombros e sorriu.

- Danos morais?- Ri em descrença.- Danos morais é o que... Oh...- Roubou-me um beijo e foi como se me tivessem dado um calmante estranho que me silenciava e confundia.

- Falais demais, Helena.- Sorriu e veio contra mim outra vez.

O meu pedacinho de céu tinha voltado e que lábios doces e carinhosos...

As suas mãos acarinhavam as minhas bochechas e acabaram por se refugiar no meu pescoço, dando-me arrepios bons.

Eu estava arrebata de explosões de borboletas e flores e que mais coisas boas!

- Nunca mais me volto a calar.- Garanti quando afastou os seus lábios dos meus e juntou as nossas testas.

Eu não podia estar mais radiante!

- Nunca me saías da cabeça e as saudades... não quero voltar a afastar-me por tanto tempo.- Murmurou enquanto me abraçava.

- Receei que tivesses naufragado.- Admiti sentido o seu cheiro.

Era real. Henry estava aqui comigo, de volta!

- Helena, ainda aí estás? Fostes raptada outra vez?

Ouvi a infanta e congelei. Não nos podiam ver neste estado. Era uma pouca-vergonha imensa!

- Raptada outra vez?- Indagou baixinho no meu ouvido.

- Longa história...- Fiz uma careta ao lembrar aqueles dias.- Sim, sim eu só achei um... rato enorme!

Que tipo de desculpa era esta?!

- Onde?

Ouvi correr e mal deu tempo de me soltar. O que era suposto assustá-la, apenas a atraiu mais depressa.

- Helena, tem modos. Não é um rato, é lord Henry!- Repreendeu-me com um sorriso.

- Não, estava mesmo ao lado da prateleira.- Henry sorriu-me.- Vossa alteza.- Fez-lhe uma vénia.

- Não sabia de vossa chegada.- A menina sorriu.

- Cheguei ontem à tarde e ia agora mesmo reunir com o rei.

- Não!- Impedi, segurando o seu braço.

Henry pareceu confuso.

- É que... é a hora do Conselho. Sabeis como o rei fica arreliado com... Deixa lá.- Suspirei, temerosa de perde-lo.

- Tomarei isso em conta.- Despediu-se com um sorriso e suspirei quando a porta bateu.

- Posso ser a menina das alianças? Eu nunca fui a menina das alianças de ninguém.- Pediu.

- Alteza!- Choquei-me e passei-lhe os livros que escolhi.

- É pesado.

- Imaginai que são alianças.- Provoquei-a e resmungou baixinho.

⭐👑⭐

- Majestade, o embaixador deseja reservar uma reunião com vossa mercê.

O que o embaixador deseja sei eu e não passa nem de perto, nem de longe por uma reunião comigo!

- Agendai para...- Cocei o pescoço, imaginando uma agenda lotada.- Daqui a três semanas parece-me bem.

- Com certeza, vossa majestade.- As portas abriram para poder sair.

Decidi ler um pouco, queria estar sozinho. Precisava de encontrar uma solução para este... empecilho.

- As cartas?

- Helena, já tínhamos falado sobre bater ou ser anunciada. De abuso de poder apenas eu posso gozar.

- As cartas de Henry!- Apoiou-se na secretária. Juro que quase a vi espumar.

- Cartas? Hum... não. De Inglaterra não recebi nada.- Encolhi os ombros perante a indiferença e prossegui a minha maravilhosa leitura.

- João!

- Helena, moderação. Modera esse tom.- Exigi.

- O que é que fizeste com as cartas de Henry!

- Ah não!- Preocupei-me.- Acho que as confundi com as acendalhas importadas... queimavam tão bem...

- O... o quê?- Retraiu-se e vi os seus olhos inundados.

Isso partiu-me o coração.

Caminhou lentamente até à lareira e por pouco pensei que poria as mãos no fogo para ler as cinzas.

- Por quê?

Engoli em seco e lembrei as palavras que li nas dezenas de cartas que enviou. Eram palavras que Helena merecia ouvir e que eu nunca encontraria maneira de lhe dizer. Eram palavras que se Helena lesse, não voltaria a lembrar-se de mim.

- Eu tive de fazê-lo. Nunca pedistes por elas, afinal de contas.

- Eu não sabia da sua existência!- Veio até mim e deu um murro na mesa.

Fixei-me nos seus olhos. Os olhos que tanto me deixavam em chamas, consumidos de amor, paixão e por vezes ódio. Como é que ela não via que fiz isto por nós?

- Não podia permitir que escolhesses Henry ao invés de mim. Eu... eu pensei que depois da festa tudo fosse dar certo.- Admiti forçado.

- João, eu fui muito clara. Eu nunca quis magoar-vos, nunca vos iludi...

- Eu sei.- Engoli o sabor a fel.

- E mesmo que vos amasse eu não podia confiar em alguém que...- Secou as lágrimas com as mangas.- Eu sinto-me horrível. Naquela noite não senti, mas agora sinto. Se estais tão certo em afastar-nos, então ireis contar-lhe o que aconteceu.- Encolheu os ombros.- Pensei que pudesse ser algo apenas entre nós, não algo leviano, com que pudesses brincar depois.

- Eu nunca quis... não queria que vos sentisses assim.- Admiti de coração pesado.

- Aquelas cartas.- Apontou para a lareira.- Era o que sobraria dele para mim.  E se quereis saber, se me amasses de verdade, irias querer ver-me feliz com quem amo, e não apenas contigo ainda que infeliz.

Apesar que o que disse me cortar em mil pedaços, ainda tentei achar força para falar:

- Eu seria incapaz de vos chantagear. O vosso segredo está a salvo comigo.

- Eu não sei. Para ser honesta, acho que nada meu está a salvo convosco neste momento.- Saiu zangada e magoada para se ir consolar nos braços de outro.

Sequei uma maldita lágrima que queria cair à força. Eu creio que não pedi muito. Eu não pedi minas de ouro, não pedi exércitos, não pedi alguém que soubesse grego, não pedi algo exótico. Só pedi... para Helena me amar, e mesmo assim não conseguiu fazê-lo. Como se não bastasse, ainda perdeu toda a confiança em mim.

Nós estávamos a ir tão bem...

- Que foi?- O António entrou de rompante e odiei cada guarda que abria as portas sem me pedir permissão.

- Tinha as mãos sujas de tinta e cocei os olhos.- Menti secando as lágrimas a um lencinho.

- Tudo bem. Também já me aconteceu uma vez.- Veio abraçar-me e agradeci por sentir o conforto familiar.

- Se alguém falar disto, irei negar até à morte.- Sorri.

- Assim seja, majestade.- Riu.

⭐👑⭐

- Helena, chegou este bilhete.- Bianca anunciou quando soltei a capa.

Estranhei. Seria do papá?

Vem ter comigo à livraria do Gomes.
Levo a minha irmã, fica descansada. 

Ass: HH

HH?

Henry Hyde, provavelmente.

- Chegou à quanto tempo?

- Não sei.- Estranhou.

- Tenho de ir.- Voltei a vestir a capa e peguei na bolsinha. Hesitei com a gaveta aberta. Henry tinha-me escrito afinal de contas.

Se eu não pude ler as suas palavras e saber dos seus sentimentos, da rotina, do seu país, pelo menos ele pode ser o que sinto verdadeiramente e o que aconteceu enquanto esteve fora.

- Não voltes tarde. Queres que vá contigo?

- Não te incomodes.- Corri escada abaixo, esperando que a carruagem ainda não tivesse ido para as traseiras.

- Vai com Deus!

- E com Henry!- Cantarolei sozinha entusiasmada.

Pareceram séculos até chegar à livraria do Gomes. Estava impaciente. Minutos pareciam horas, ruas mais distantes que o habitual umas das outras.

- É aqui!- Saltei da carruagem e respirei fundo. Não queria parecer tão contente quanto realmente estava.

A livraria estava com mais clientela que o habitual e rapidamente os meus olhos varreram o lugar. Não havia nenhuma casaca azul esverdeada.

Talvez ainda não tivesse chegado.

Aproveitei para escolher volumes novos e encomendar outros, até que entram dois cavalheiros e uma rapariga.

Corei instantaneamente ao reconhecê-lo, enquanto tirava o seu chapéu de ponta triangular e...

- É tudo, menina Helena?

- Ah sim.- Despertei, entregando o saquinho com moedas ao Sr. Gomes.

- E acerca da ultima vez que aqui esteve, menina Helena, peço mil desculpas acerca do que insinuei, não fazia ideia de que se...

- Está tudo bem, Sr. Gomes. Não se apoquente.- Sorri com os seus modos atrapalhados.

Reparei no olhar de Henry, era como se me chamasse ao mesmo tempo que me apreciava. 

A sua maneira de amar era tão mais... emocional que João. João parecia que queria apenas... pôr as mãos em mim e pronto. Henry não, era como se não tivesse pressa. Era como se aproveitasse cada minuto.

- Boas tardes.- Falei baixo quando me aproximei e peguei num livro para ninguém desconfiar.

- Boa tarde, milady.- Sorriu olhando a prateleira com um sorriso adorável.

- Porque pedistes que viesse?- Passava as páginas lentamente apreciando a bela visão que era.

A postura irrepreensível, o sorriso espontâneo, o seu rostinho corado...

Aquela casaca ficava-lhe muito bem.

- Não me parece que o palácio seja um lugar para as nossas conversas desde hoje de manhã.

Corei ao lembrar a interrupção da infanta.

- Ouvi que vosso pai não está por Lisboa, sabeis quando regressa?

- Espero que daqui a poucos dias.- Admiti. Começava a sentir saudades do papá.

- Se era para darem tanto nas vistas, então mais valia um passeio à beira rio.- Uma rapariga ruiva pôs-se ao lado de Henry, pegou num livro e desfolhou-o.

- Henry, pareces ter perdido o jeito... nem parece teu, meu caro.- Um cavalheiro ficou a meu lado e estremeci pelo susto.

Henry bufou mas acabou por sorrir.

- Helena, esta é a minha irmã Henrietta e o meu amigo Edward.

- É um prazer conhecer-vos finalmente.- A rapariga veio ter comigo e beijou as minhas bochechas com uma elegância extrema.- Agora talvez seja hora de me explicares a razão da ausência de vossas respostas a meu irmão.

Fiquei muito vermelha e tentei articular qualquer coisa.

- Hetty, não foi culpa de Helena.- Henry afastou-a subtilmente.

- Eu lamento imenso esta situação,  sabia que não era a ocasião para se conhecerem.- Corou embaraçado.

Eles eram engraçados.

- Despachem-se os dois que o pó está a matar-me.- O outro resmungou.

- Vieste porque quiseste Edward. Será que não podem voltar para donde vieram?

- O navio só parte amanhã.- Suspirou.

- Edward!

- Ok, ok my darling. Não te zangues que não vale a pena.- Riu.

- Foi uma honra conhecer-vos, my lady. Afinal os suspiros de Henry não foram em vão afinal de contas.

- Eu não suspiro!- Rosnou vermelho, bem baixinho.

- Suspiras pois.- Henrietta foi embora divertida, de braço dado com Edward.

- Eles são divertidos.- Sorri a Henry.

- Não olhes para mim, estou embaraçado.- Tapou a cara para esconder o vermelho enquanto ria.

Dei-lhe um pequeno encontrão:

- Ficas adorável.- Segredei.

- Precisava de te ver.- Falou do nada.- Senti saudades.- Admitiu serio, porém sorrindo.- Perdoa-me por não ter preparado uma conversa interessante, eu só... precisava de te sentir ao meu lado uma vez mais.

Foi a minha vez de corar intensamente.

Lentamente aproximei a minha mão da sua e...

- Perdão, irei fechar em breve. Precisam de ajuda?

- Ham...- Congelei com a surpresa.

Será que o Gomes percebeu alguma coisa?

- Não obrigado, quero apenas pagar este.- Henry sorriu e entregou o livro ao senhor, que foi fazer a conta.

O sorriso de Henry era pura diversão quando me olhou.

- Que foi?- Caminhei para longe.

- Temos de nos encontrar escondidos mais vezes.- Murmurou quando passou por mim.

- Bem....- Suspirou quando saímos da livraria.- Gostáveis de ir a algum lugar? 

- Não. Está tarde, tenho de voltar para casa.

- Com certeza.- Sorriu e fez-me uma pequena reverência.

A minha carruagem tinha chegado e do outro lado da rua, a irmã e o amigo olhavam curiosos pela janela.

Senti-me um pouco constrangida, não gosto muito de público em momentos íntimos.

- Prometo trazer alguém mais discreto da próxima vez.- Garantiu divertido.

- Próxima vez? Não creio que seja de bom tom andar por aí assim. Quem sabe quando o marquês voltar podereis ir tomar chá ao palacete.

- Seria uma honra.- Sorriu.- Até amanhã então.- Pegou na minha mão para me ajudar a subir para o coche e corei com o seu toque. As suas mãos eram frias e imaginei quanto tempo teria de as tocar para as aquecer.

- Espera Henry.- Impedi que fosse.

- Sim?

- Eu...- Hesitei quando abri a bolsinha.- São vossas.- Entreguei-lhe o molho de cartas presas com uma fita azul.

Ficou a olhá-las sem saber que fazer.

- Milady...

- Só não deixes mais ninguém lê-las. Já bastam as vossas palavras que se perderam para o rei.- Corei.

- Ficará apenas entre nós.- Garantiu com um sorriso maravilhoso e ordenei que o cocheiro fosse andando.

⭐👑⭐

- Ela é tão linda...- Suspirei enquanto via a carruagem subir a rua cheia de pedestres.

Ainda sentia a minha mão formigar com o calor da sua, e não sei como dormiria esta noite ao lembrar o beijo de hoje mais cedo.

Senti os envelopes na minha mão e sorri imaginando que palavras me escrevera. 

Não é um golpe. Não tinha tempo de as escrever a todas desde que enviei o bilhete até chegar.

- Demoras muito?!- Gritaram do outro lado da rua e guardei as cartas no bolso da casaca, correndo até lá.

O cocheiro partiu imediatamente.

- Dou-te um desconto pelos dias em que me maçaste tanto.- Edward encolheu os ombros.- Helena é muito bonita.

Dei-lhe um encontrão. Apenas eu podia dizer essas coisas em voz alta!

- Não sei... parece um pouco... aborrecida.- Hetty falou com algum cuidado.

- Foi atacada com a vossa presença. Claro que não está à vontade com estranhos.- Atirei o óbvio.- Será que amanhã está livre?- Imaginei.

- Não senhor!- Hetty impôs.- Não permitirei que denegris assim a honra da dama. Podereis encontrar-vos com ela assim que pedires a seu pai para a cortejar, até lá contentai-vos com a vista Henry!

- Mas...- Sofri.- Nem pensar! Eu não vim de tão longe para me "contentar com a vista"!

- Henry gosta de pôr as mãos na massa, Hetty.- Edward ousou de mais e levou um soco meu.

- Ei!- Tentou socar-me de volta.

- Tende respeito quando falais de Helena!- Ordenei.

- Ou o quê?

- Comportem-se vocês dois!- Hetty ralhou.- Henry, nem parece que carregais um país às costas!

- E não carrego, sou apenas o mensageiro.

⭐👑⭐

Alô princesas!

Adivinhem quem vai passar as férias a estudar para melhoria de nota?!

É... parece que ainda não é desta que acabo as séries que tenho em espera.

De qualquer modo espero que tenham gostado do capitulo! 😊

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