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28. É pecado ou inumano?

Até os ovos mexidos custavam a engolir a olhar para ela.

Aquela postura arrogante, como se fosse dona de tudo isto. Como se pudesse sequer chegar aos calcanhares da minha avó.

A pouca vergonha era tamanha, que a maldita tinha a ousadia de aparecer aqui, simplesmente enrolada num roupão como se ninguém soubesse o que se tinha passado naquele quarto.

- Helena, que manias são essas de usar trajes masculinos?- O avô perguntou zangado.- Sabeis que mulheres andam de vestido!

Bebi vários goles de chá para que fosse mais facil engolir a minha resposta desagradável. Aquela prostituta anda aqui nua, no entanto sou eu, que visto uma camisa e uns colotes que sou uma mal-educada.

- Vou montar. Chego pela hora de almoço.- Suspirei aborrecida sem acabar a refeição.

O meu cavalo já estava pronto quando cheguei aos estábulos.

⭐👑⭐

- Oras irmão, pareceis desconcentrado.- O Manuel gabou-se quando ganhou o duelo, o que nunca acontecia.- Será pela ausência de Helena?

- Silêncio!- Ordenei.

Ela não podia abandonar-me depois de tudo. Não podia fugir depois do que passamos juntos! Era injusto e covarde da parte dela!

- Eu ia ter com ela.- Encolheu os ombros simplesmente.

- Eu já abandonei o meu trono por tempo demais e não o farei por uma mulher.

- A mulher.- Mudou safafo.

Era apenas uma... eu espero.

- Magestade.- O general bateu continência.- O infante acaba de embarcar.

- Ótimo. Certifique-se que nunca mais volta.- Ordenei.

- Com certeza, majestade.

⭐👑⭐

O vento frio recuperava-me o juízo e um pouco de sanidade. Precisava de pensar com clareza.

Onde estás quando preciso de ti, Henry? Terás chegado bem? Quanto tempo demora uma carta a atravessar o mar?

Prendi as rédeas a uma rocha e tirei as botas de montaria para sentir a água fria do mar nos meus pés. O mesmo mar que carregava Henry de volta. A areia fazia cócegas e apesar de estar prestes a chover, parecia quente, depois de tocar na água.

Por favor. Alguém. Eu preciso de ajuda. Preciso que me digam em voz alta quem eu quero de verdade.

É humano amar dois homens ao mesmo tempo? É legal perante as leis de Cristo, sequer?

Já fiz, refiz e voltei a fazer uma lista de prós e contras na minha cabeça... como se ajudasse. João não tem a mínima hipótese de fazer um relacionamento chegar a bom porto e só isso deveria bastar para me afastar.

Só que eu sou uma burra ingénua e não me afastei quando deveria; agora estou entre a espada e a parede.

Henry é tão doce e gentil e corajoso e bonito e cavalheiro e... e... e... E João é tão bronco, rude, arrogante e presunçoso quando quer. As palavras de João já me doeram mais vezes do que ajudaram, mas ainda assim eu consigo manter um inútil fio de esperança: ele é bom. Tem boas intenções, está a tentar ser mais gentil eu acho... eu quero.

É frustrante gostar de uma pessoa e ver que simplesmente não quer saber de nós, esconde-se atrás de desculpas e quando finalmente temos um pouco de privacidade, em vez de aproveitar para se mostrar verdadeiramente, mostrar que afinal não é nada daquilo que mostra frente de todos... A pessoa só pensa em si.

- Eu salvei-o.- Suspirei sentando-me na areia. Talvez a ondas trouxessem uma solução. Um pequeno desenho, um pergaminho. Qualquer coisa.

O abraço dele foi genuíno, as palavras também.

Não!

Henry é estável. Não teme dizer o que lhe vai na alma e trata-me com mais cuidado.

Não sei nada sobre a sua família, riqueza, influência ou poder. Não sei se é tão bom quanto parece. Não sei quais as suas intenções. Acho que nem sei todo o seu nome.

- Ele prometeu que escrevia.- Murmurei pegando num punhado de areia húmida, sentindo-a deslizar entre os meus dedos, deixando para trás pequenos grãos colados à pele.

Eu sinto-me estranha quando estou com ele. É como se o inglês pudesse ler a minha mente só de olhar para mim. É um "estranho" bom.

Um "estranho" que não sinto tanto com João.

- Ele podia fazer-me rir em vez de falar da maldita esposa cada vez que nos vê sozinhos.- Resmunguei sentindo as ondas frias nos dedos dos pés cá e lá.- Por questão de fidelidade a ela não é.

É por ser idiota.

Maldito sejas João! Maldito sejas por ser um calculista! Maldito sejas por ser rei! Maldito sejas por ser um bebé de coroa! Maldito sejas por ter nascido!

Por momentos lembrei-me que estes poderiam ser problemas minúsculos face a outro: estou prestes a completar 18 anos. O papá teria um pretendente para me casar?

Rezo com todas as minhas forças que não.

Espero que não seja cruel a esse ponto.

- Oh Henry, casavas comigo?- Imaginei a possibilidade com a maior curiosidade do mundo.

⭐👑⭐

- Não vais já embora, pois não?

- O meu tempo é dinheiro.- Calcei os sapatos e dei um jeito no cabelo.

- Henry, ainda agora chegaste!- Tombou para trás aborrecida.

- Tenho imensos compromissos.- Olhei-me no espelho contente com o que via.

Mal aportámos no Tamisa e praticamente corri para o palácio. Entreguei as cartas para Helena a um mensageiro e pedi urgência máxima na questão, para então poder aliviar a tensão e desgaste de meses longe da pátria. Helena não me saía da cabeça, estava a enlouquecer-me... e há pouco não foi excepção.

A imaginação levou-me a melhor.

- A Miss Birdwhistle vai leiloar-me daqui a umas noites a um cavalheiro. Vais lá estar?

Normalmente era nas sessões de ópera.

- Claro.- Sorri.

- Espero que venças Hyde!- Sorriu manhosa rebolando na cama.

- Eu não disse que ia licitar.- Deixei as moedas sobre a mesa do centro e pus o chapéu.

Eu sou de uma mulher apenas e essa mulher é Helena. A minha doce e inteligente lusitana.

- Demoraste.- Edward resmungou dentro da carruagem.

- Tu não?- Provoquei o seu temperamento explosivo com um sorriso jocoso.

- Não me provoques, sua peste. Ainda não entregaste nada à rainha.

- Calma, meu caro. O dia está agora a começar.- Suspirei e recostei-me confortável.

- Como é lá? Há mulheres bonitas?

- Nem imaginas.- Sonhei lembrando o meu anjo uma vez mais.

- Quem sabe se um dia não te faço uma visita.

- Ficarei à espera, pois não pretendo voltar.

- O quê?!- Chocou-se.- Aqui é a tua casa, o teu país!

- A minha missão é lá.- Garanti certo de mim mesmo.

Sou jovem, inteligente, astuto e não há uma única razão sequer para que não seja eu a partir de agora embaixador em Portugal. Bom... talvez haja uma: o rei não gosta muito de me ter por perto.

Oh dane-se!

- Só me quero despachar para voltar o quanto antes...

- Vossa pressa só pode ser um rabo de saias.- Desdenhou.

Sorri, apesar do termo não me agradar. Não quando se trata de Helena.

Helena está acima do comum dos mortais, não deve ser referida de modo vulgar, pois não é como essas mulheres conspurcadas cheias de más intenções e calculismos.

Helena é simplesmente perfeita.

⭐👑⭐

- Ide em paz e Deus vos abençoe.

- Amén.- Fiz o sinal da cruz e respirei fundo.

Pura novamente.

- Alteza, o conde Vilar Maior requer uma audiência.- Selina, a minha melhor amiga veio interromper a minha oração.

- Diga-lhe para esperar. O tempo com Deus não pode nem deve ser perturbado.

- Tudo bem. Não vos esqueceis que mais logo a costureira virá dar os últimos ajustes no vestido.

- Ide descansada.- Sorri para que fosse embora e olhei para o altar.

A minha vida estava nas mãos de Deus, mais que nunca. Em breve estarei casada com um homem que nunca vi, num país que só sei por mapas e por leituras, com pessoas que falam uma língua diferente. Serei posta à prova, testada, invejada, rainha de Portugal.

Forçar-me-ão a ser mãe antes de me preparar.

- Deus me ajude, me abençoe e me proteja.- Implorei com força antes de sair enquanto acabava de rezar o Pai Nosso.

- Oh Mila.- Peguei na minha cachorrinha que uma das minhas aias segurava por mim.- Vem. Vamos ver o que quer Vilar Maior.- Fiz-lhe festinhas no pelo branco e fofo.- Talvez sejam novas do teu futuro papá.- Sorri curiosa.

O seu entusiasmo foi expresso por um latido que me fez sorrir.

- Vossa alteza real.- O português curvou-se mal entrei na sala.

Carlos falava com ele. Tinha voltado à poucas semanas.

- Que quereis de mim, conde?- Sorri desconfiada.

- Eu, nada. Sou um humilde servo, porém o meu rei... decidiu enviar-vos um presente de boa fé.

Presente de boa fé?

Seria um rinoceronte? Li que Portugal tinha imensos nas colónias, parecem animais tão esquisitos nos livros.

Um leão?! Adoraria ver um leão que não fosse feito de pedra ou pintado a óleo.

Pegou uma caixa azul escura em veludo e abriu-a perante mim.

- D. João envia os seus melhores cumprimentos a vossa alteza.- Curvou-se e admirei o magnífico colar de ouro e diamantes. Era enorme, pesado e ostensivo.

Estava sem palavras.

- O rei enviou-vos este presente para que o usasseis no dia de vosso casamento.

Eu estava radiante!!

Toquei as pesadas gotas de diamente e os pequenos cristais também.

Ele queria que eu estivesse no auge no dia do nosso matrimônio. Queria que eu fosse a mais bela do mundo, a sua mulher.

Sorri ainda mais com o seu carinho e atenção. Era um pequeno ato de amor e respeito.

- Carlos tens de mo pôr.- Pedi entusiasmada por poder experimentá-lo.

Com um suspiro aborrecido, atendeu ao meu pedido.

- E então?- Voltei-me em busca da sua aprovação.

- Pareceis uma autêntica rainha, Ana.- Beijou a minha testa.

Corei com as suas palavras e fui até ao espelho mais próximo.

O colar parecia feito à medida do meu colo e reluzia como mil estrelas no meu peito branco.

- Estais magnífica, se me é permitido dizer.- O embaixador falou.

- Sim, estou sim.- Satisfiz-me com o meu reflexo por mais tempo que o necessário.

- Poderei comunicar a D. João que o presente vos agradou então?

- Não.- Respondi sem lhe dar atenção.- Eu mesma falarei com o rei.- Declarei.

...

- Como é que ele é, Carlos?- Suspirei aborrecida enquanto via a Mila brincar.

Segurava a pena e o papel, tentanto imaginar o que escrever.

- Novo. Seguro de si. Teu primo.

- Obrigada por relembrares.- Resmunguei.

Era provavelmente o que mais me repugnava neste matrimonio.

- Perguntaste.- Suspirou.

- Quero saber como ele é. O que tem de diferente. Como me tratará.

O meu irmão pegou-me na mão.

- Vais ser uma rainha incrível.

Essa resposta foi-me amarga.

- João não gosta de mim?- Preocupei-me.

Eu gostava muito dele.

- Gosta. Claro que gosta. Que outro homem te daria um colar daqueles sem te amar?

É verdade.

- Escreve-lhe. Deves fazer-lhe perguntas a ele e não a mim.- Beijou a minha testa antes de sair.

Estava sozinha no salão, com o colar a meu lado e bem guardado. Estaria nas bocas da Europa daqui a umas semanas.

- Oh Mila... que ei de dizer-lhe? Que é que gosta de ouvir?

A sinceridade fica sempre bem afinal de contas.

⭐👑⭐

Querido Henry;

Decidi escrever-vos, pois não consigo falar-vos. A distância dói e compreendo novamente a palavra saudade tão típica do meu povo.

Estou em Sintra depois de ocorrências... complicadas. Pensei que a distância de Lisboa me elucidasse; afinal só piorou a situação.

Eu amo-vos. Nunca vos direi abertamente, mas é a mais pura das verdades. Se relembro cada momento convosco sorrio, se imagino um beijo coro, se me recordo da nossa última dança a minha pele arrepia. Lembro-me de vossa voz todos os dias, de vossos lábios que nunca experimentei a toda a hora.

Chega depressa, Henry. Volta para mim antes que cometa um grande erro.

Eu quero-te. Quero-te tanto. Eu amo-te, apenas a ti. Embora João também me desperte interesse.

É como se com ele pudesse ter todas as aventuras do mundo, cometer tantos erros quanto posso e que a idade permite, como se faça o que fizer o terei sempre lá. Somos dois jovens em busca de aventuras em comum, e eu tenho receio de errar demais... se entendeis o que quero dizer.

Eu admiro-vos aos dois, amo apenas um.

Amo cada segundo convosco e sinto curiosidade por cada hora com João. Com certeza que não é aquele insensível arrogante que demonstra ser, pois não?

E vós? Sentis algo por mim?

Sei que não é digno nem correto perguntar algo assim depois do que escrevi.

Queria apenas saber que sou a única a sentir sentimentos tão fortes por alguém como vós. Não confio em ninguém para esclarecer as minhas dúvidas, resta-me apenas escrever e imaginar. Por vezes leio para não enlouquecer.

Regressai depressa, meu bem.

Com amor,
Helena.

Eu sou ridícula. Sou ridiculamente ridícula. Até a mais ridícula das criaturas é menos ridícula a meu lado. Sou covarde.

Jamais terei coragem de enviar estas palavras ou dizer frente a frente o que sinto. Não consigo admiti-lo em voz alta, muito menos frente ao espelho.

Jamais alguém entenderá a confusão em que me encontro. A minha divisão entre dois homens.

A menina dentro de mim quer um, a mulher que sou deseja outro.

Nunca li nada assim nos livros. Li sobre triângulos amorosos sim, mas eram sempre escolhas mais que óbvias. Eram sempre cavalheiros que se queriam intrometer à força no relacionamento da dama, sem respeitar a sua verdeira vontade.

Não se pode forçar ninguém, e eu não posso forçar Henry. Se ele afinal não me escreve, é porque não quer fazê-lo e não quer falar comigo.

Quando olho pela janela e vejo a criada a polir as estátuas sinto inveja por curtos segundos. Ela não se sente assim, jamais sentirá.

- Helena, o jantar será servido em breve.- Bianca veio dizer-me.

- Obrigada.

Passei por ela com um sorriso, armando coragem para encarar aquela estranha de frente. Prostitutas deveriam comer na pocilga dos porcos, não à mesa de fidalgos.

O seu trabalho é sujo, repugnante e a sua vida conspurcada.

São piores que animais pois fazem-no por dinheiro e têm consciência dos seus pecados sem se arrependerem. Animais apenas não foram dotados de livre-arbítrio ou racionalidade.

O ambiente para mim parece sempre pesado e hostil, entre aqueles dois não é assim.

O avô tenta contar piadas sem graça, perguntar pelo Brasil, por Lucas e Catarina. Quer saber se já é bisavô. Não consigo ter o seu ânimo leve e respondo com sons simples. Pela cara que aquela lambuzada faz, não parece gostar da minha indiferença.

Eu também não gosto do tamanho do seu decote ou do exagero das suas jóias, e no entanto aqui estou. Calada.

- Tem uma boa noite, Helena.- O avô suspirou com pesar quando me levantei da mesa.

- Tu também avô.- Beijei a sua testa e ajeitei a sua casaca que tinha a gola virada do avesso.

Um sorriso embaraçado tomou o seu rosto.

- Mariana.- Olhei-a com indiferença.

- Helena.- Curvou ligeiramente a cabeça.

Subi para o meu quarto e rosnei para a minha almofada, soquei-a com força, pontapeei e... mais calma, troquei-me pelos culotes.

Eu precisava de sair. Apanhar ar.

Não chamei Bianca, iria resmungar comigo e não queria que ninguém soubesse da minha curta ausência.

É apenas uma caminhada noturna.

Agasalhei-me muito bem, e enrolei um agasalho no pescoço para me proteger do frio e humidade de Sintra. Com sorte não chove.

Já ouvi as histórias mais assustadoras que a terra tinha, de fadas a fantasmas, de lobisomens a palácios assombrados.

Desta vez trouxe um livro, já que a avó já cá não está para repetir as mesmas histórias que eu adorava ouvir.

Desci as escadas com cuidado e peguei numa candeia de azeite para me iluminar o caminho. Estava vento e frio, mais do que o previsto, portanto ainda bem que me enroupei.

Quando me vi longe e segura o suficiente, sentei-me e comecei a ler. Era tudo ainda mais sinistro com o vento a uivar nas folhas das árvores altas, quando se ouvia um zumbido sem se saber donde vinha.

O meu coração estava ao rubro e do nada, o vendaval pareceu acalmar-se.

Li por horas a fio, imaginei por horas a fio, e assustei-me com criaturas idiotas e inexistentes por mais tempo ainda.

- Estamos perto.

- Fala baixo. Ainda alguém nos ouve.- Pela voz parecia uma mulher que sussurrava.

- Estamos longe do palacete, Bianca.

BIANCA?!

Apressei-me a soprar a lamparina, curiosa para ver onde levaria esta sua escapadela. Afinal Bianca não tinha uma vida tão aborrecida quanto eu pensava...

- Há quem saia à noite.- Insistiu.

- Nós.- O homem riu e levou um encontrão de brincar por parte dela.

- Onde vamos?

- É segredo.

Isso bastou para a silenciar apenas por curtos momentos.

- Não ficarei por muito mais tempo.

- O quê?

- A minha senhora terá de retornar a Lisboa.- Lamentou.

- Pede-lhe para ficar um pouco mais.- O rapaz parou e pediu segurando na sua mão.

- Eu não posso fazer isso, tem responsabilidades na corte.- Negou com dificuldade.

- Então fica.

- Não posso abandoná-la. É como uma irmã para mim!

Oh Bianca...

Sorri com ternura quando as suas palavras acalentaram o meu coração.

- Não sois uma irmã para ela.- Lamentou aquele impertinente.- Sois sua serva.

- É meu dever cuidá-la.

Neguei preocupada. Bianca deve viver por si mesma também.

- E quando ela se fartar de vós? Como ficareis? E quando o marido dela vos forçar a deitar com ele? E quando...

- Basta! Nem conheceis Helena!

- Ela é fidalga. Isso é o suficiente para saber como é.- Afastou-se.- Eu amo-vos. Ficai comigo, casaremos assim que conseguirmos algum dinheiro e...

- E o quê? Cuidais dos cavalos, eu sou uma mera criada. Não conseguiremos manter-nos, não teremos tempo ou condições para formar uma família. Não quero ver filhos a passar fome.

Engoli em seco perante a possiblidade. Parece verdadeiramente horrível.

- Amamo-nos. Isso será suficiente. Enfrentaremos a vida juntos.

- Não nos conhecemos assim tão bem.- Baixou a cabeça e mostrou a sua insegurança.

- Olhai para mim, meu amor.- Pediu baixinho e o que disse depois já não consegui ouvir.

Vi apenas que Bianca abanou a cabeça em negação e abraçou-o com força enquanto soluçava.

Eu não quero ser um impedimento para eles!

- Eu amo-te Bianca Loureiro e jamais passarei um dia sem me lembrar de vós.

Senti as lágrimas tomarem os meus olhos.

- Eu amo-te José Barros e nunca mais amarei alguém como te amo a ti. Eu... eu espero encontrar alguém que seja tão gentil para mim, como tu foste.

Chorei em silêncio vendo as suas despedidas e sentindo apenas um décimo da sua dor.

O rapaz tirou o casaco de tecido rude. Bianca parou e hesitou, porém soltou o laço da sua capa, num jogo à vez, onde cada um despia o outro lentamente.

Deviam estar com frio agora...

Não pareciam. Beijaram-se com todo o tempo do mundo, juraram um ao outro todo o amor que sentiam e depois deitaram-se sobre as suas vestes consumando o sentimento que os unia.

Sei que não devia de ver isto. É uma invasão de privacidade gigantesca, algo que me é proibido perante a minha castidade, contudo a curiosidade foi mais forte.

O que sentiam não fazia daquele um ato horrendo e animal, mas algo puro e sincero. A verdade é que também não deu para ver muito confesso (felizmente), estava escuro e existem coisas que devem permanecer apenas na imaginação como... eu estar a ver-me assim com Henry.

Não era o momento disso agora.

Bianca precisava de ajuda e eu não quero ser o impedimento da sua felicidade.


⭐👑⭐

Olá minhas rainhas!

Tudo bem?

Não, as frequências ainda não acabaram, mas agradeçam o capítulo ao tempo desperdiçado nos transportes públicos.

Espero que tenham gostado e por falar nisso, conseguiram achar a playlist de que vos falei?

Até à proxima e não se esqueçam de deixar a estrelinha!😚

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