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27. A fuga de Lisboa

Voltei-me e vi-o lutar contra um dos guardas.

Este tinha um uniforme de cor diferente e os outros logo trataram de defender o rei.

- Por aqui.- Um grupo deles escolto-nos até ao palácio a passo apressado.

Suspirei mal entrei as portas da sala do trono, de corredores e passagens por mais salas.

- Aqui.- Parou de repente.

- Majestade.- Curvaram-se e voltaram aos seus postos.

- Estamos livres.- Sequei as lágrimas às pressas.- Livres.- Sussurrei.

Sem jaulas, nem paredes humidas de pedra, nem carcereiros perversos.

João abriu a janela às pressas e sentimos a brisa fresca vinda do jardim.

Ouvi-o fazer uma oração qualquer e a beijar a cruz que tinha ao pescoço.

- Obrigado.- Voltou-se para mim.- Por me fazeres acreditar.

Abracei-o como pude:

- Não me abraces, isso dói.- Pedi-lhe com um sorriso.

- Desculpa, Helena.- Sorriu e senti a sua voz mais rouca.- Oh Helena, minha doce, forte e indomável Helena.

- Estás a chorar, João?

- Não.

Estava pois.

- Eu estou. Dói-me tudo, mas estou feliz.

- Tens febre Helena, estás cansada, mal alimentada e ferida.

- Podes chamar o meu pai?- Afastei-me do abraço, os meus olhos pesavam uma tonelada, enquanto secava as lágrimas.

- Claro. Chamarei todos, prenderei os culpados e deserdarei os nobres por detrás disto!

- Precisamos de nos recuperar agora.- Suspirei ao sentar-me no banquinho próximo à janela.

- Mano!!

João voltou-se mesmo a tempo de segurar Francisca nos braços.

- Eu sabia que ias voltar!- Chorou nos braços do irmão.

- E estavas certa.- Garantiu o rei.

- Não nos voltes a assustar assim.

- Helena!- Levantei-me incrédula.

- Papá!- Corri para os seus braços quentes e seguros.

- Corri para aqui mal o Gomes mandou a filha ao palacete.- Afagou as minhas lagrimas, porém os seus olhos estavam molhados também.- Eu tive tanto medo de te perder. Tanto medo...

- Estou aqui agora.- Garanti e apertou-me com mais força.

- Au...

Beijou a minha testa com um sorriso.

- Precisas de um banho.- Riu.

- E de um médico.- João declarou.- Antes que desmaie no mármore polido.

Dei-lhe um encontrão e sorrimos juntos.

- Quando recuperares tens de vir contar o que aconteceu.- O rei pediu.- Vai descansar Helena.

- Não peças duas vezes.- Suspirei acabada.

- Fico contente de saber que vos encontrais de boa saúde e de volta.

- Graças a Helena.- João sorriu para o papá.

- As melhoras majestade.- Fizemos a vênia.

- Igualmente, Helena.- Vergou-se ligeiramente perante mim, como se de uma reverência se tratasse.

Fiquei estupefacta, mas apenas sorri e virei costas.

Em casa, Bianca já tinha um banho quente e uma refeição aconchegante à minha espera. O papá entendeu a minha necessidade de descanso, contudo pediu apenas que esperasse para o médico me examinar.

João tinha razão, estava com febre.

O doutor disse que canja e repouso resolveriam a questão.

Não dei conta de quando adormeci no meu leito quente e confortável. Estive numa jaula dois dias, no entanto pareceram-me semanas.

⭐👑⭐

- Não sabes como estou contente em ver-te.- O Manuel sorria enquanto eu atacava o borrego faminto. Mandei-o encher o copo de vinho outra vez.- Come devagar, ainda apanhas uma indigestão.

Ignorei o seu conselho e comi mais legumes.

- Foi a Francisca que te salvou. Achou os livros e o xaile de Helena, presumiu que estivesses no Castelo também, embora tenhamos chegado um pouco tarde.- Lamentou António.

- O Conde de Alvor está a responder ao interrogatório há horas. Não demora muito até termos os nomes das outras Casas.- O Miguel bebeu o vinho do meu copo.

- Quem são os amigos de Francisco?- Perguntei de forma retórica.

Calaram-se os dois.

- Podem prende-los. Ah e quando matarem o soldado que me atacou deliberadamente, quero estar presente.- Ordenei.- Tal como todos aqueles que me ofenderam e magoaram, a começar pelo carcereiro.

- Agora tu tens de descansar.- O António mandou.

- Quem ficou na regência?- Indaguei.

- Que regência? Foram dois dias, não vimos necessidade de nomear algum de nós.- O Manuel estranhou.

- Que seria o Francisco.- Constatei.

- Não por escolha, mas por lei.- O António pegou na garrafa que o criado suportava na salva de prata e bebeu diretamente do gargalo de cristal.

- Os vossos modos não mudam.- Sorri.

- Agora que o clima pesado se dissipou...- Manuel brincou com o chapéu no seu colo.- Como foi estar preso com Helena?

- Não sejas indelicado, miúdo.- Mandei sério.

- Tudo bem. Descansa que repito a pergunta noutra hora.- Riu e o António deu-lhe uma pancada na cabeça.

Depois de bem alimentado, saíram, compreendendo a minha necessidade por descanso. Caí redondo no colchão a ressonar bem alto.

...

- Bom dia, meus senhores.- Sorri entrando e sentando-me no topo da mesa do Conselho, o meu lugar habitual.

- Majestade?- O ministro encarregado pelo volume de produção nacional entranhou a minha presença.

- Não deveria de estar a recuperar?- Um outro indagou.

- Estou perfeitamente bem. Perdemos tempo precioso meus senhores e há trabalho a fazer. O relatório?- Pedi e reparei que Eduardo estava entre estes homens.

Isso é bom sinal, espero. Se Helena estivesse pior não estaria aqui agora.

Tinham tratado de tudo, mesmo das negociações com a Áustria, onde ninguém ficará a saber do sucedido. Dentro de poucos meses Maria Ana casará por procuração e isso é tudo o que importa.

- Ah e chegou isto.- Eduardo estendeu-me uma carta.- Do leste.

Estava aberta, normalmente quem geria este tipo de correio era Eduardo. Por que estaria a entregar-mo?

- Pensei que fosse do embaixador ou do próprio imperador. Peço perdão por ler algo que deveria ficar apenas entre dois.

- Só podem estar a brincar!- Revirei os olhos com tédio e aborrecimento, depois li a carta às pressas.- Também ficou enjoado com tanto mel, ou sou só eu?- Perguntei-lhe.

- Constrangido com certeza. Não li até ao final, garanto.

Os outros conselheiros tinham sido dispensados faz tempo.

- Casar ainda caso, mas correspondência assim é para aquecer a sala.- Entediado estendi a carta para a lareira acesa, porém Eduardo impediu-me.

- É uma carta de vossa noiva! Tende mais respeito, perdeu algum tempo a pensá-la e escrevê-la.

- Eu tenho um império para reinar, não tenho...

- Uma resposta mostraria como estais focado em que tudo dê certo.

Olhei para a carta e para Eduardo.

- Arght, tudo bem!- Sentei-me novamente chateado.- Ajudai-me a escrever, afinal de contas tendes cara de quem já leu e escreveu centenas de cartas destas.

Apesar da minha provocação, recebi apenas um sorriso compreensivo.

- Não posso escrever por vós.

- Eu não sei nada sobre esta mulher.- Lembrei.

- Helena não vos estava a falar sobre ela?

- Não. Desentendemo-nos.- Resmunguei.- Deixou-me as suas notas algures.

- Pois estudai bem essas notas e tenho a certeza que conseguireis uma boa resposta.

- Não tenho tempo para...

- É tudo questão de prioridades, majestade.- Saiu e fiquei ali sozinho.

Só pode ser uma piada!

⭐👑⭐

- Por quê os baús?- Estranhei quando cheguei a casa.

- Helena decidiu ir até Sintra.- Bianca respondeu-me.

- Sintra? Não me posso afastar agora que...

- Vou só eu papá, ter com o avô. Preciso de uns dias longe de Lisboa.

- Eu entendo, porém não consigo deixar-te ir.- O meu coração apertou-se.

- Domingo estarei cá. Prometo.

- Hoje é quinta-feira.- Sorri.

- Domingo da semana que vem.- Sorriu com as suas covinhas travessas.

- Não, não faças isso Helena.

- Eu preciso papá.- Veio abraçar-me.- Já quase não tenho febre, e descansarei por lá. Encontrarei a paz e tranquilidade que preciso, o encontro com Deus, longe de tantas contusões.

- Se te fará sentir melhor, então tens o meu apoio.- Suspirei.- Tem cuidado, meu amor. És a jóia mais preciosa que tenho.

- Fica bem papá.- Beijou o meu rosto antes de entrar na carruagem.

Os empregados já tinham carregado tudo.

- Cuida bem dela, Bianca.

- Cuidarei, senhor.- Garantiu.

Pouco depois, o coche partiu, enquanto Helena me acenava bem quente no seu agasalho.

- Ela vai ficar bem, Eduardo. Vai estar com o teu sogro.

- A última vez em Sintra, não merece ser recordada.- Abracei Beatriz e caminhamos para dentro.

⭐👑⭐

- Por quê tanta pressa, Helena?- Bianca finalmente perguntou.

- Esta cidade põe-me doente. Esta semana irá fazer-me bem.

Muitas e longas horas depois, chegamos a Sintra, mais um pouco e estávamos no palacete do avô.

Talvez devesse ter avisado que viria.

- Menina Helena, não a esperávamos.- A governanta atrapalhou-se.

- Tinha uma visita a fazer, e o meu avô deixou-me à vontade para aparecer quando me conviesse.

- Fez muito bem.- Comandou os empregados para que descarregassem as minhas coisas.

- O meu avô?- Indaguei.

- O seu... o senhor... vou ver se o encontro. Aceita chá?

- Sim, obrigada.- Fui até à sala de estar. Hoje não chovia, mas estava nevoeiro.

Aproveitei para ler o meu livro junto à janela.

- Disseram que a minha neta favorita tinha vindo visitar-me.- Virei-me ao ouvir o avô e fui cumprimentá-lo.

- Sou a tua única neta.- Abracei-o.

- Mentira, posso vir a ter outra.

Tudo bem, mas eu sou a única que ele verá.

- Mandei fazer bolo de laranja, como tu gostas.

- Obrigada avô.

Eu adorava quando fazia estes pequenos miminhos...

- O teu pai não veio?

- Não. Não se podia ausentar agora, nem por tanto tempo.

- Então zangaram-se, foi isso?- Acendeu o cachimbo.

- Não, desta vez não.- Sentamo-nos no sofá.

- O que é que te fez vir para aqui?

- Tu. Achei que fosse uma boa altura para te visitar.

- Sim, mas uma visita não demora uma semana e tal. Não as tuas. Não as dos jovens.- Sorriu.- Tudo bem, eu era pior que tu.

- Estava cansada de Lisboa.- Admiti.

- Chegaram-me coisas aos ouvidos esta manhã.- Cruzou as mãos.- É verdade?

- O quê?- Bebi o chá que entretanto tinham chegado.

Não sei até que ponto é que estou autorizada a dizer o que aconteceu.

- Meu amor, se é verdade não pode ser ignorado.

O rancor do avô pelo rei não se tinha alterado com o tempo.

- Já passou. Está resolvido, e os culpados serão punidos severamente.

- Por ele?- Riu.

- Também. Esta semana o rei pode brincar com eles como bem lhe apetecer, quando eu voltar é a minha vez.- Garanti revendo as minhas ideias fantásticas para castigos severos.

- Deve de ter sido horrível...- Preocupou-se.- Estás bem?

- Sim, o médico já me viu e diz que tenho apenas de recuperar da febre.

- E é isso que farás.- Estendeu-me o cobertor a seu lado.- Maria, acenda a lareira por favor.

- Não é preciso.- Sorri para a senhora.- Eu estou quentinha, bem agasalhada e hoje nem está frio.

- Todo o cuidado é pouco.- Garantiu.- Esta tarde vou caçar com o Afonso, mas chego a tempo do lanche.

- Tudo bem. Eu vim, porém quero incomodar o menos possível.

- Não incomodas coisa nenhuma. Devias ter vindo há mais tempo.- Sorriu bebendo um copo de licor.

- Quem é ela?

O avô fechou os olhos e voltou a abrir como se estivesse aborrecido.

- Eu disse-te para ficares no quarto.

- Estava farta de esperar.- Uma rapariga pouco mais velha que eu sentou-se no cadeirão, com as pernas no apoio do braço direito.

Vestia apenas um robe rosa claro, em cetim. Eu via mais das pernas dela do que alguma vez vi das minhas, se entendem o que quero dizer. Tinha cabelos loiros e olhos castanhos lindos.

- Estou a ver que vim numa má altura. O papá tinha razão, deveria ter avisado que viria.- Soltei-me da manta pronta a embalar tudo e voltar para Lisboa.

- Não. Já te disse que te gosto de ter aqui.- O avô insistiu.- Só não gosto de a ter a ela.

- Mentiroso.- A loira riu bebendo da chávena de chá de uma maneira muito pouco elegante.

- Helena, esta é a Mariana a minha companhia. Mariana, a minha neta Helena.

O meu avô acabou de me apresentar à sua prostituta!

- Espero que se dêem bem.- Sorriu brincalhão. Ele sabia que se ela me chateasse iria ficar sem cabelo.

- Lá dada é ela.- Bebi o resto do meu chá.- Que aconteceu aos homens desta família para de repente todos terem amantes?!

- O teu pai tem uma amante?- Indignou-se.- Aquele maldito Lencastre atreve-se a denegrir assim a memória da minha filha?!

- O meu pai é viúvo e encontrou paz na companhia de uma outra senhora de igual condição. Não é um homem de 70 anos agarrado a uma menina de 22!

- Estás a ser chata Helena.

- Então é isso que se chama a quem tem razão agora?

- Helena, não é?- A... putinha ousou dirigir-me a palavra.- Relaxa, linda, o teu avô tem todo o direito em divertir-se um pouco.

- Eu estou no meu quarto.- Saí.

Eu não ficaria uma semana a encarar esta reles concubina!

⭐👑⭐

Bebi mais um gole de vinho e voltei a pegar na pena.

Acho que está bom. Sorri satisfeito para a resposta devida à futura rainha.

Revi as três folhas e o meu sorriso foi desaparecendo. Eu não escrevi sobre Mariana Ana, ela não tem cabelos castanhos caramelo, ou olhos castanhos com um brilho peculiar. Mas Helena tem.

Suspirei frustrado e tombei a cabeça para trás.

Não era o suposto.

- As audiências senhor.

- Sim.- Despertei com o mordomo.

Abri a gaveta e guardei as folhas debaixo do fundo falso, trancando-a em seguida.

Teria de aprender a fazer o mesmo comigo.

- João, sabes quando Helena regressa?

- Não, Francisca.- Sorri.

- Tudo bem. Boa sorte.- Afastou-se antes de as portas abrirem.

As audiências pareceram demorar uma eternidade. Depois tive de ficar a assinar as toneladas de documentos e papeladas que não assinei nos últimos dois dias.

- Sebastião, agenda para segunda feira a condecoração dos que me ajudaram.

- Sim senhor.- Apontou os meus pedidos.

- E aponte a vingança para Domingo.- Sorri sem levantar os olhos dos papeis.

- Sim, majestade.

- E já agora, manda preparar o meu banho, por favor.

Fez uma vénia e saiu.

- Sim, aqui está bom. Obrigada.

- Que é isto?- Perguntei ao meu irmão mais novo quando entrou à frente de dois empregados com carrinhos de refeição.

- O jantar, claro.- Sorriu.

- Achámos que quisesses companhia.- A Francisca apareceu com Luísa e Carolina.

- E quero.- Sorri-lhe.

Fiquei na dúvida se demitia aquelas duas de vez do seu cargo, contudo teria de o fazer em privado, e o meu confessor iria ficar insuportável.

- Majestade.- Fizeram uma vénia antes de sair.

- Mano, quando te cansares...- O Manuel piscou-me o olho e dei-lhe uma pancada na cabeça.

Safado!

Afastei os papeis e pastas da mesa do Conselho e tentei não desorganizá-los muito.

- Podem pôr a mesa.- Os empregados entraram e meteram quatro pratos.

- O António?- A Francisca estranhou.

- Estou aqui.- O desgraçado não pode ser boa rez.

- Tiveste uma tarde ocupada, pelo que vejo.- Diverti-me.

- Ser infante também exige responsabilidades sérias, majestade.- Sorriu.

- Esse tom de batom não condiz com o tom da tua pele. Tenta tons mais quentes.- A Francisca analizou.

O maldito fez-se de todas as cores, enquanto limpava a boca às pressas.

- Depois explicas.- Dei-lhe umas pancadinhas amigáveis nas costas e depois puxei-o para a mesa.

- Lagosta!- Esfreguei as mãos de satisfação ao ver a casca vermelha sobre as folhas de alface.

- Alimenta-te mano.- A Francisca autorizou depois de fazer a oração.

O jantar estendeu-se por longas horas e vários copos de vinho. Quando cheguei aos meus aposentos, reparei na banheira.

A água devia estar já fria.

- Amanhã.- Desvalorizei.

⭐👑⭐

- Oh! Sim!! Estou quase... Manuel! Oh!

- Só podem estar a brincar comigo!- Rosnei com a almofada bem apertada aos ouvidos.

Mordi o punho com raiva antes de bater na parede. O quarto nem era o que estava ao meu lado e depois não estava em casa, não podia exigir que parassem.

Ouvi mais um grito e levantei-me furiosa.

Tracei o robe com força e saí daquele quarto... até voltar atrás, porque o chão era frio e tinha-me esquecido das pantufas.

Precisava de uma caneca de chocolate ou chá.

Peguei no castiçal em cima de uma mesa de apoio que estava ao lado de um busto de um tetra tetra meu e iluminei o caminho até à cozinha. Surpreendi-me quando vi senhoras ainda a cozinhar.

- Boa noite.- Entrei e pousei o castiçal na bancada.

As gargalhadas e conversas cessaram.

- Boas noites.- Uma das senhoras enxugou as mãos num pano.- Podemos ajudar?

- Tem chá, ou cacau?

- Só um minutinho.- Foi logo preparar.

- Obrigada.

- Podia ter chamado alguém.- Uma outra sugeriu.

- Eu precisava de apanhar outros ares.- Menti.

- O Sr. Albuquerque raramente vem à cozinha.- A senhora a quem pedi o chá comentou com um sorriso compreensivo.

- Só viria atrapalhar.- Falei a verdade. Eu mesma estou a atrapalhar.

Aproveitei para provar a fatia de bolo que não consegui comer ao jantar.

- Delicioso.- Suspirei com o prazer daquela dentada.

Fui bebendo o chá e pensando numa maneira delicada de conseguir as respostas das minhas perguntas.

- Então trabalham aqui há muito tempo?

- Eu ainda conheci a condessa.- Uma delas sorriu.

- Faz apenas 6 ou 7 anos que cá estou.- Outra comentou.

- Acho que faz mais de 40 anos que trabalho para o conde.- A mais velha, a do chá, respondeu.

Esta mulher conheceu a minha mãe ainda em pequenina!

- Como é que ela era?

- Desculpe?

- A minha mãe.- Sorri, envolvendo a chávena para aquecer as mãos.

- Era uma jóia de senhora. Uma verdadeira dama. Uma boa menina.

Oh mamã... sinto tanto a tua falta.

- Muito parecida convosco, um anjo. Deus a tenha.

Engoli em seco, levando as lágrimas também. Passados tantos anos, ainda não consigo ouvir falar sobre ela sem me comover.

- Eu lembro-me quando costumava ir para as traseiras namoriscar com o Sr. Lencastre.- A outra riu de maneira traquina.

- Valéria não seja desagradável!- A mais velha repreendeu fortemente.

Ah, a mamã já era casada nessa altura...

- Sinceramente não estou a ver o meu pai a namoriscar com alguém.- Admiti.

Mesmo com Beatriz; eram tão monótonos e aborrecidos que só de os ver queria ficar solteira para sempre.

- Minha doce menina, namoricos são como a valsa: a dois.- Lembrou.

- A companheira de vosso avô sabe.- A mais nova aborreceu-se.

Esta foi realmente desnecessária.

- Sai daqui, agora!- A mais velha ordenou inquestionável.- Além disso que lugar há de melhor para o romance que Sintra?

- Verdade.- Admiti e por momentos pensei da última vez que cá estive.

Encontrei o rei. E se ele me tivesse beijado?

- Au!- Saltei queimada pelo chá que entornei.

- Cuidado!- Ajudou-me a arrefecer com um pano frio.

Eu não penso nessas coisas! Muito menos com o rei!

⭐👑⭐

Eu deveria destruir isto, antes que alguém descobrisse e usasse contra mim.

Cada vez que leio coro e penso noutro detalhe que deveria ter mensionado, mas me escapou. Três folhas são um número miserável para descrever a maravilha que Helena é.

Até detalhes de uma conversa que não deveria ser falada ou escrita aqui mencionei.

Deslizei para molhar a cabeça, talvez me trouxesse juízo.

- Meu caro, não é o momento!- Rosnei baixinho e zangado comigo mesmo, por sentir a paixão por Helena refletida no meu corpo.

Era delicada e preciosa demais para que eu me imaginasse no seu leito enquanto a beijava e despia dos seus trajes virginais, enquanto...

Voltei a deslizar desesperado. Tenho de recuperar a sanidade!

Não voltou, e restou-me apenas atirar mais água para a cara.

- Ela não!- Ordenei a mim mesmo rasgando as folhas e dissolvendo as minhas palavras na água.

- Bons dias majestade.- A sua voz entediante irrompeu pelos meus aposentos dentro.

- Não é cedo demais para já estar a pé?

- Nunca é cedo demais para vos sevir.- Senti as suas mãos quentes nas minhas costas e ombros, numa massagem gostosa.

- Deve ter sido horrível.- Lamentou.- Deixai-me compensar-vos.- Sussurrou no meu ouvido e mordeu a minha orelha.

Afastou-se e deixou cair o robe a seus pés. Eu odeio-a, a sério que odeio, mas Deus fez-me fraco perante tamanha formosura como é o corpo da mulher.

Entendi porque os gregos e romanos tanto as representavam: são simplesmente magnificas, ninfas de pele porcelana, curvilíneas e tentadoras.

- Oh majestade!- Exclamou quando se sentou no meu corpo duro e suplicante por outra.

Suspirei um pouco mais aliviado.

- Isso...- Sorriu satisfeita.

...

- Está tudo acabado entre nós.- Saí, enrolando-me no roupão que o criado estendeu para mim.

- O quê?- Estranhou no quente do banho.

- Não vos quero mais no meu leito. Fui claro?

- Mas... eu não entendo. Fiz algo que vos desagradasse?

- O desejo vai e vem. O meu foi e não voltou.- Sequei-me.- Quando precisares de um noivo vem falar comigo, como combinado.

- Mas nós ainda agora... e...

- A vida é dura, mas é a vida.- Encolhi os ombros, deixando-me vestir pelo mordomo.

- Arght!- Saiu furiosa de dentro da banheira e voltou a sair pela passagem por onde entrou.

Depois de pronto fui até ao Conselho, tratando dos habituais assuntos e assinando mais papéis.

- Helena já se encontra melhor?

- Encontra-se bem demais!- Eduardo resmungou enquanto aceitava ou negava passaportes na grande mesa. Eu estava à minha secretária.- Foi para Sintra visitar o avô. Só volta na semana que vem.

- Então e a cerimónia de condecoração?- Choquei-me.

- Nem sabe dela.- Encolheu os ombros.

- Não é justo condecorá-la sozinha.

- Um momento.- Pediu.- Ireis medalhar Helena? A minha filha?

- Claro, porque não haveria? Helena foi forte, corajosa, inteligente e insurgente. Se não fosse ela, ainda estaríamos atrás das grades.

- Isso... isso é... é uma enorme honra! Mulheres podem ser condecoradas?

- Não há leis contra isso, Helena apenas será a primeira.

- É a minha menina!- O homem abraçou-me contentíssimo e até me beijou a testa.

Mal sabia ele sobre esta manhã...

⭐👑⭐

Olá princesas do meu heart!!

Hoje começa a faculdade outra vez, portanto os capítulos vão demorar um pouco a sair.

Ah e mais: estamos inscritos para dois concursos literários, com adversários... bem difíceis.

Desejem-me sorte e bom ano!!

Aqui está a nossa playlist no Spotify: https://open.spotify.com/playlist/0Qt6SfGohT85Jmy8h0wAHh?si=HkjirikwTY2D0iBrYi4XOg

(Vai estar disponível no meu perfil também)😚

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