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13. A honra é vossa, não minha!

- Helena?- Senti o papá abanar-me levemente.

- Hum?- Acordei desorientada no cadeirão junto à lareira.

- Vai deitar-te amor, já é tarde.

- Papá?! Onde é que estiveste? Jantei sozinha. Recebi o rei sozinha!- Foi a primeira coisa que resmunguei.

- Helena, apenas eu posso fazer essa pergunta.- Riu-se.

- Não.- Bati o pé.- Eu estava raladíssima convosco e nem uma mensagem enviastes!

- Tendes razão, perdão.

Abracei-o, contudo larguei-o rapidamente: perfume feminino.

- Papá?- Comecei a imaginar o que esteve a fazer em vez de vir para casa.- Com quem estivestes?

- Sozinho, porquê?

- Não menti, esse não é o meu perfume.

- Helena, não vos devo qualquer tipo de satisfações. Ide deitar-vos. Falaremos amanhã.

- Estivestes com uma mulher?- Formulei o que estava em mente e não fui respondida.- É vossa conhecida e amiga, ou...

E se o papá... não!

- Estivestes com uma... mulher da vida?

- Por amor de Deus! Claro que não Helena!- Foi rápido a dizer.

Pelo menos isso. Espera!

E se o papá... tivesse uma amante? E se gostasse verdadeiramente dela? 

- Sentis-vos sozinho?- A verdade é que tinham passado oito anos, desde que a mamã se foi.- Eu... eu entendo, eu só...

- Helena, meu amor, eu devo ter estado próximo demais de uma dama lá na corte. Não é nada demais. É simplesmente perfume, não massacrai essa pobre cabecinha.

- Pois então boas noites!- Resmunguei, batendo os pés subindo para o meu quarto.

Bem tentei, contudo não preguei olho a noite inteira. E se o papá tivesse mesmo outra mulher? Teria acontecido algo enquanto estava no Brasil? Esqueceu a mamã?

Para ser sincera, nem sei se quero mesmo ter resposta para todas estas perguntas. Além do mais há o baile amanhã à noite e ainda não acabei a máscara. Teria de ter tudo planeado: jóias, vestido, maquilhagem... Entusiasmante!

- Bom dia, Helena!- Bianca abriu as cortinas.

Afinal devo de ter adormecido... 

- Vamos, não queremos ter uma infanta rabugenta logo pela manhã.- Brincou.

- Quero dormir mais.

- Não é possível.- Lembrou e a contra vontade levantei-me.

 Depois de pronta pedi para me servirem o pequeno-almoço no quarto. Encarar o papá a esta hora não era opção.

- Helena, bons dias, podemos...

- Já estou atrasada, papá. Até logo.- Atravessei o hall de entrada, sem desviar o olhar da porta.

- Helena, não sei o que aconteceu, mas não esquecei que é vosso pai e que vos ama acima de qualquer outra coisa neste mundo.

- Obrigada pelo conselho, Bianca.- Ordenei ao cocheiro que partisse.

Bianca tinha razão, contudo ainda estou magoada com o papá.

Já no palácio, contornei a corte e entrei diretamente nos aposentos da infanta.

- Bons dias.- Falei-lhe.

- Bons dias.- Continuou o que fazia. Todas as damas pareciam preocupadas ou entristecidas ao olhá-la. O quarto era completo silêncio.

- Posso perguntar-vos o que fazeis?

- Podeis, porém não significa que vos responda.- Devolveu sem muita secura.

Sorri, bem como algumas das outras.

- Tendes razão. Não sois obrigada a contar-me tudo. Se precisares de algo, lembrai-vos de que aqui estamos.

- É impossível esquecer, Helena.- Suspirou voltando outra vez à folha de papel.

- Hoje faz um ano que o rei faleceu.- Sussurrou Maria quando parei perto dela.

- Oh... eu não queria... Esqueci-me completamente!- Lamentei baixinho.

Como pude ser assim? De certeza que Francisca está a sentir uma grande mágoa e a minha indiferença não ajuda.

🌟👑🌟

- Bons dias!

- Olá.

- Tanta indiferença...

- Faz um ano que me tornei rei, Manuel.- Suspirei provando o vinho, enquanto o criado me ajeitava a renda do punho.

- Verdade. Faz um ano que o Francisco parece um cão raivoso.- Brincou.

- Realmente, o dia de hoje é diferente pelo feitio do meu irmão!- Resmunguei.

- Amanhã haverá um baile para nos alegrar.- Lembrou.

- Sim,  o luto acabou. É altura de nos alegrarmos e festejarmos.- Encolhi os ombros.

- Creio que nem todos pensam assim...

🌟👑🌟

- Saí.

- Perdão?- Dionísia hesitou.

- Estão dispensadas. Têm o dia livre.

Lentamente e perplexas fomos saindo.

- Até amanhã.- Despedi-me antes de fechar a porta.

- Estou preocupada.- Maria admitiu.

Não sabia que dizer-lhe.

- É recente. O tempo vai sarar a dor que sente. Ficarão as boas memórias, os momentos felizes em família...

- Espero que tenhas razão.- Lamentou.

Tenho pois.

- Sempre aprendestes a jogar algo?- Indagou quando chegamos ao salão de jogos.

- Sim, aceitais disputar uma partida amigável?- Sorri.

- Porque não?

Sentamo-nos as duas enquanto nos eram distribuídas as cartas.

- Posso perguntar-vos acerca... do vosso casamento?- Tentei ao pegar no meu jogo.

- Que desejeis saber?- Estranhou jogando.

- Não sei.- Admiti.- É fácil para vós, as circunstâncias? Aceitastes de ânimo leve?

- Nem por isso.- Admitiu baixinho.- O duque é muito mais velho que eu. Eu estaria sob seu poder, sabia lá o que queria fazer comigo!

Que horror!

- Contudo, é bastante compreensivo. Nunca me obrigou a nada que excedesse os meus limites, é educado e gentil. Pede-me apenas um herdeiro, isso ainda não lhe concedi.

Embora queira saber como foi a noite de núpcias para ela, isso já seria exceder o limite da intimidade.

- Não me pede toda a atenção. O meu marido entende que sendo mais nova tenho interesses diferentes dos seus, e eu entendo o mesmo em relação a ele. É algo quase circunscrito ao papel.

- Se algo assim me acontecer, espero que o meu esposo tenha a mesma gentileza e compreensão que o vosso.

- Encontrareis melhor Helena, sei que sim.

- Obrigada.

No final, acabou por ganhar a partida.

- Foi agradável.

- Talvez possamos repetir noutra altura.- Sorrimos.

- Sua majestade, o rei!- O mordomo anunciou no salão e todos fizemos a venia à sua entrada.

- Prossegui.- Autorizou.

Olhou o salão de forma superior e acabou por se sentar numa mesa de jogo onde grão-duques e marqueses jogavam.

- Quero ver como acaba.- Maria aproximou-se entusiasmada para ver o jogo, bem como outras muitas pessoas.

Confesso que tinha alguma curiosidade em ver como acabava, porém sabia que viria a saber em breve. Agora há outra pessoa a precisar de mim.

- Posso entrar?- Bati à porta.

- Ide embora, não quero ver ninguém!- Ordenou.

- É a Helena.- Tentei. Talvez abrisse uma excepção ao saber que era eu.

- Ide-vos, por favor.- A sua voz era um som frágil. A coitadinha estava a chorar.

- Como sabeis, também perdi a minha mãe bastante cedo.- Como não ouvi resmungar, prossegui.- Foi muito difícil, tal como está a ser para vós.- Suspirei.- A dor vai amenizando com o tempo, vai ficar melhor, prometo.

- Obrigada, Helena.

Sorri e afastei-me de novo. Talvez estivesse um pouco melhor. Ninguém pode amenizar aquela mágoa que sente.

- Helena.

- Majestade.- Fiz uma reverência quando passou por mim acompanhado do irmão.- A sorte esteve de vosso lado?

- Desta vez sim.- Riu.- Vinde.

Segui ao seu lado, perseguida por toda aquela comitiva.

- Vi-vos a vós e a todas as outras damas longe de minha irmã. Está tudo bem?

- Sim, não vos preocupais.- Tranquilizei-o.- Nem sempre estamos com humor para encarar toda a gente. É bom termos um dia para nós mesmos.

- Entendo.- Pareceu-me que percebeu que a situação se devia ao falecido rei. - E vós, como estais?

- Hã... - Surpreendi-me, mas logo abri um sorriso.- Muito bem e vós?

- Igualmente bem.- Dirigiamo-nos para o jardim.- Vosso pai chegou muito tarde? Espero não estar a sobrecarregar o marquês.- Pareceu apreensivo.

- Oh não!- Respondi depressa.- O papá é empenhado nas suas tarefas, contudo também aprecia tempos de lazer com os amigos e tudo isso, como deveis entender. Ontem perdeu as horas, uma situação que não se voltará a repetir, com toda a certeza.

Espero não ter parecido tão bem insegura quanto acho que transpareci.

- Ainda me estais a dever um passeio a cavalo.- Mudou de assunto.

- Pensei que fosses vós a dever-me um, afinal de contas fostes vós a trazer a confusão da última vez!- Brinquei.

- Meros pormenores.- Riu comigo.

- Acompanha-lo-ia de bom grado e com toda a honra, porém...- Olhei um pouco para trás.- A minha reputação anda um pouco fragilizada.

- Hum...- Pensou ao encarar a comitiva.- Compreendo perfeitamente, Helena...- O seu sorriso mostrava-se matreiro.

Que estaria a magicar?

- Continuaremos sozinhos.- Anunciou ao avançar e ver que todos pretendiam seguir-nos.

- Em que penseis?

- No que farei.- Voltou a sorrir daquele modo.- Sexta-feira à noite, tende os baús preparados. Ireis comigo para Mafra.

- Perdão?!

Estávamos longe o suficiente para não sermos ouvidos, mas ainda assim perto para todos nos verem e não criarem mais conversas.

- Farei o convite a vosso pai. Irão os dois e levarei também os meus irmãos. Faz algum tempo que não vamos a Mafra caçar... adorava ir lá.

- O que vos faz pensar que aceitarei esse convite?!- Cruzei os braços zangada. Que convite mais indecente!

Levar todos os nossos familiares para encobrir a nossa fuga? Ninguém iria tão longe para cobrar um maldito passeio a cavalo!

- Oras, é um convite do rei, D. Helena, é uma honra que ninguém recusa.

- Que quereis de mim?- Fui bastante direta.

- Perdão?- Estranhou.

- Ninguém iria tão longe para cavalgar.

- É... porém pretendo caçar também. Mafra tem bons viados e javalis.

Ainda não estou certa disto, mas o que é que pode correr mal?

- Muito bem. Se fazeis tanta questão de ter a minha companhia, aceito. Lembrei-vos apenas de fazer o convite oficial ao marquês, meu pai e podeis ocultar o facto de me teres falado a mim primeiro.

- Certamente. Um momento! Vós tereis a honra de ter a minha companhia, não o contrário!- Exaltou-se, porém ri apenas, pois já ia longe.

- Até mais, majestade!

- Maldita sejas, Helena Brotas Lencastre!

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