27 de Dezembro de 1706

Estimado pai,

Espero que esteja bem de saúde e de alma cheia deste espírito natalício, que deveria de permanecer em nós todos os dias do ano do Senhor.

Diga-se de passagem que vos escrevo de espírito alegre por poder voltar à pátria amada que me viu nascer e crescer. Meu irmão apoiou de bom grado a minha partida para Lisboa quando soube da coroação de D. João e que sua majestade, D. Pedro II descanse na paz de Deus eternamente .

Tanto Lucas como eu estamos orgulhosos de vosso novo título de marquês e temos toda a certeza que tomará as melhores decisões para ajudar à prosperidade do reino, juntamente com sua graça, o novo rei de Portugal.

Dizem que a viagem entre Brasil e Portugal pode demorar dois meses, demasiado tempo no mar para o meu frágil estômago propício a enjoos.

Tenho uma prenda para vós que creio que ireis gostar muito e levo uma também para o rei. Uma bainha de espada em ouro, cravejada de diamantes valiosíssimos e os mais belos rubis. Creio que é digno de sua majestade. Espero ver-vos muito em breve.

Com todo o carinho;
Helena Brotas Lencastre.

Dobrei o papel e coloquei-o dentro do envelope, vertendo o lacre e carimbado-a com o brasão da família.

Sinto muitas saudades de Portugal; oito anos no Brasil é tempo demais.

Não escrevi para meu pai, mas pretendo visitar a Europa antes de chegar ao meu berço.

As modas de França, a economia Holandesa e a prosperidade Inglesa atraem-me profundamente, além disso voltar à corte nacional exige conhecimento, sofisticação e inteligência e aqui por terras de Vera Cruz as notícias eram sempre as últimas a chegar.

O meu irmão, Lucas, é governador da capitania de S. Paulo e embora goste do clima por aqui já está mais que na hora de voltar pra casa.

Saudades da música, dos cheiros, dos bailes e festas... Nem tanto das damas da corte.

Eu tinha apenas 9 anos, mas pareciam-me todas muito fúteis... A seu ver estavam ali apenas para bordar, comer, beber e esperar um marido que lhes conviesse.

Eu não sei o que meu pai planeou para mim, mas se ainda não tem nada em mente, eu não pretendo casar tão depressa.

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Bom, aqui começo mais um livro e espero que venham a gostar tanto quanto eu. Claro, que tentarei ao máximo aplicar dados e aspectos da época, porem a personalidade dos personagens são mera ficção.

Deixem comentários acerca da vossa opinião e gostos, desde que sejam construtivos.

Acho que é tudo, e sejam bem-vindos ao século XVIII português!