↬ O sino badalava indicando meia noite.

Do lado de fora da igreja podia-se notar pelos enormes vitrais, uma mulher vestida de um imaculado branco, cujo tecido rastejava pelo chão, correndo em direção a porta robusta de madeira antiga.

Ao alcançar a grande maçaneta, deu seu último suspiro e sumiu misteriosamente, deixando apenas vestígios de sangue quase imperceptíveis devido a cor escarlate que cobria todo o chão da igreja, se misturando em uma única cor.

Ninguém havia presenciado aquele terrível mistério, e o mais curioso, não se deu por falta da mulher de longos cabelos pretos como ébano.

No dia seguinte, nenhuma pista do que havia acontecido em uma madrugada tempestuosa, tudo estava em seu devido lugar e nenhuma gota de sangue derramada pôde ser perceptível aos olhos dos cristãos, o vermelho se misturava perfeitamente ao tapete escarlate que, na noite anterior fora tingido.

Nada havia acontecido, era o que todos imaginavam, não sabendo da noite de horror que acontecera naquele mesmo lugar que agora, estava lotado por crentes que rezavam e pediam perdão pelos seus pecados persistentes.

— Ninguém jamais saberá! — ergueu a mão até os lábios e levantou o dedo indicador fazendo referência ao silêncio.

Mas os segredos não costumam se manter enterrados para sempre.