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A alma no retrato

(Em homenagem a Edgar Allan Poe, baseado no conto "O Retrato Oval")

Minha respiração estava acelerada, como esperado após ter subido uma escada enfadonha após uma montanha, contudo o cenário que encontrei fez valer todo esse esforço: um castelo gótico e antigo coberto de videiras que anunciavam sua senilidade; a torre que havia contrastava com o resto por ser a única existente; apenas o sol e montanhas compunham o horizonte por detrás.

O motivo que me trouxe até aqui surgiu há três meses, quando recebi uma ligação de um senhor que ouviu falar sobre mim de um companheiro, enaltecera grandemente meu trabalho como engenheiro civil, tanto que, inicialmente, me levou a criar suspeitas – dado que eu ainda não tinha muito tempo de atividade, tendo me licenciado somente há três anos. – Depois de alguns minutos conversando, fui capaz de decifrar sua pretensão, não era nada incomum, na verdade: ele herdou um edifício imprestável pelo seu estado deteriorado, localizado na Itália. O homem, que se apresentara como Sr. Coffin, queria demolir tudo e construir algo mais moderno no lugar, não algo elaborado e inovador, apenas tirar aquela coisa inútil dali já era bom o suficiente, foi o que ele disse. O valor que estava disposto a pagar era, no mínimo, encorajador; ele também havia tratado do resto da equipe que trabalharia comigo, e por fim, solicitou que eu desse uma vista no local. Uma decisão sensata, pensei eu quando ouvi a proposta, mas agora repenso se realmente é. A construção exalava algo de magnífico e sombrio que me despertou uma curiosidade simultaneamente aterradora e arrebatadora; tomei um gole de água da garrafa que trouxe por indicação do Sr. Coffin e caminhei até a entrada do ponto mais atraente: a torre.

O terror que acompanhava o castelo era provocado por sua história, que dita que o primeiro a residir aqui foi um pintor prodigioso que morreu misteriosamente. Nenhum dos residentes posteriores permaneceu por muito tempo, sempre abandonando o lugar, deixando-o para os descendentes. A propagação de rumores sobre o lugar estar assombrado foi inevitável, apesar de serem descartados por causa do absurdo que carregavam.

Já dentro da torre, alcancei um quarto, relativamente pequeno e menos ostensivo, imerso num breu decorrente das portas e janelas pesadas estarem emperradas, o que tornava inútil os raios de sol das três da tarde. Liguei a lanterna que também trouxe por indicação do Sr. Coffin, e observei os numerosos adornos, pinturas e insígnias contidos nas paredes. De fato, aqui residiu um pintor, conclui enquanto passeava pelo quarto admirando as relíquias com a parca luz que a lanterna fornecia. Derrotado pela profusão de poeira que dificultava a respiração, me preparava para sair quando encontrei um livreto no chão, descrevia as pinturas tão maravilhosamente que as tornavam duplamente magníficas, entretive-me de tal forma que segundos viraram minutos, e os minutos, horas. Chegava já nas últimas páginas do livreto, a luz da lanterna pousava de quadro em quadro até captar de repente um vislumbre de uma pessoa. Não recebi informação de que teria mais alguém aqui.

«Com licença?», indaguei me aproximando lentamente, e quando perto o suficiente para enxergar a figura, disparei uma série de risos nervosos. Como pude confundir um retrato com uma pessoa? Pisquei algumas vezes os olhos a fim de me recompor e logo me dispus a ler a descrição do retrato, estava na última página, marcado como o trigésimo primeiro: relatava o amor de uma bela jovem por um pintor – o primeiro habitante, suponho – ela morreu miseravelmente enquanto pousava para essa pintura. Não obstante o fim trágico da jovem, sua beleza é deveras extraordinária; sua figura clara contrastava com a vinheta escura que a rodeava, incorporando a profundidade intrínseca; foi pintada até o busto, até a moldura em formato oval – decorada num estilo arabesco como a maioria dos outros quadros –, revelava a maestria do artista. Indiscretamente, percorri as pontas dos dedos pela parte de baixo da moldura, elevei até os braços... até o pescoço... percebi que estava à procura daquilo que tornava essa obra tão especial, tanto para mim quanto para o artista.

Um toque desajeitado me despertou do transe balançando levemente o quadro apenas o suficiente para deixar cair um papel amarelado dobrado ao meio que estava disposto por trás. Era a última página do livreto que fora rasgada, continha o seguinte texto apressadamente escrito à mão:

"Para quem ler isso, me apresento como aquele que acompanhou o fim da vida desse pintor: o mesmo tempo que ele levou para pintar esse retrato, ele levou admirando-o; após semanas sem sair de seus aposentos, morreu da mesma maneira que a jovem, que não amou tanto quanto o retrato. O mesmo se aplica a mim, foi eu quem encontrou seu corpo, já em decomposição, sentado de frente para essa pintura. Não a olhes nos olhos, eles consomem a vida, da mesma forma que o pintor consumiu a dela enquanto contemplava-a. Queime o retrato, liberte-"

Como um rebelde equivocado, fiz exatamente o que foi indicado a não fazer. Os olhos eram tão profundos e escuros quanto a vinheta, tudo escureceu. A lanterna... a lanterna apagou! Pressionei inutilmente o botão do aparelho, várias vezes tentei. Estaria estragado? Não, eu estava preso num abismo.

Não era apenas os meus arredores que haviam escurecido, era a minha visão. Eu estava dentro do próprio breu. Malditos olhos! Caminhei como se estivesse vendado num deserto, e após o que me pareceu uma eternidade, encontrei um oásis. Avistei um homem a pintar um retrato, na verdade, não chamaria homem esse ser disforme e estrambólico. Não possuía na cabeça as feições anatômicas convenientes, tinha apenas um par de olhos cujo globos oculares pareciam ser berlindes opacos, sua pele era lisa e branca como mármore e vestia um manto preto que cobria todo o corpo.

Ao me aproximar, enxerguei a legenda abaixo da pintura em que o ser dedicava toda sua atenção: "Retrato de um artista pintando sua esposa."

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