Parte X - Intuição
— O que vocês vão...— Ar tocou Belinda e a garota simplesmente apagou, seu corpo começou a levitar e imagens começaram a ser projetadas dele.
— Muito bem, onde vamos colocá-la?- Fogo perguntou como quem se diverte com a situação.
— Você é incrivelmente sem coração.— Água disse movendo suas mãos e mudando o cenário de imagens.
— Essa!— Terra disse quando viu um deserto.
— Terra adora dar uma de gentil mas é a primeira a colocar as pessoas em enrascadas.
— Não é isso, só acho que os seres demonstram quem de verdade são quando as situações são complicadas.
— Pois muito bem, vejamos se ela saberá usar seus novos poderes como deveria.- Mãe Natureza disse e Ar sorriu em sua direção.
Como em um passe de mágica Belinda se viu em meio a um deserto escaldante, a garota olhou ao redor sentindo o calor que emanava tanto do sol quanto da areia pesada, ela procurou por algum rastro de vida, qualquer coisa que servisse de sombra ou abrigo, mas não havia nada.
— Mas que porra! — Belinda disse quando viu que não tinha jeito de pedir ajuda, ela então decidiu andar, talvez escolhendo para onde ir ela achasse algum tipo de ajuda.
— É sério que ela vai andar por aí? — Fogo disse ironicamente.— Humanos...
— Calma, ela acabou de chegar, ainda acha que pode conseguir ajuda.— Água falou.
Três horas depois Belinda sentia suas pernas pesarem e já não obedeciam direito aos seus comandos.
— Eu vou morrer aqui!— a garota disse caindo de joelho na areia ainda quente, o sol já começava a baixar e Belinda sabia que o frio que viria seria ainda pior, ela lembrou de um documentário que assistiu em uma de suas aulas, o deserto funcionava como uma grande ....
— Então, o que será que ela fará agora? — Terra falou enquanto trançava uma espécie de fio marron.
— Morrer...— Ar disse se sentando ao lado de Fogo que sorria cinicamente para Água.
— Vamos lá Belinda!— Água falou.
Belinda fechou seus olhos tentando avaliar sua situação, ela apertava suas mãos com nervosismo, foi então que sua mão tocou na pulseira que Terra avia lhe dado.
— Terra!— Ela disse abrindo seus olhos rapidamente.- O que... o que ela disse mesmo? — Belinda dizia andando de um lado para o outro.— Portal, funciona como um portal... Mas como eu faço isso?
— É, parece que ela enfim resolveu usar a cabeça!- Fogo falou.
— Use sua intuição! — Água falou baixinho, ela torcia para Belinda desde o começo.
Belinda parou de andar e estendeu suas duas mãos para a frente.
— PORTAL! — Ela gritou, mas nada aconteceu.- Vai por favor, funciona. PORTAL!— ela gritou novamente.
— Fala sério... É pra isso que eu dei meus poderes? — Fogo perguntou.
— Cala a boca Fogo!— Água disse.
- A merda! - Belinda falou.- o que eu faço? - Belinda olhou para sua pulseira e pela primeira vez notou uma pequena pedra redonda, nela haviam rabiscos que a garota não conseguiu imaginar o que seria, ela tocou com seus dedos, a pedra se iluminou e começou a girar rapidamente, em sua mente uma voz soou alta e em bom som.
"Para onde você quer ir?"
Belinda tentou dizer que queria ir para algum lugar que tivesse água e sombra, mas seu cérebro pareceu ganhar vida própria e ela se viu falando a palavra "casa".
- O que ela fez?- Terra perguntou quando viu as imagens rodarem rapidamente.
- Ela pediu pra ir para casa.- Ar disse sorrindo em direção a Mãe Natureza.
- Vamos dar a ela o que ela quer! - Mãe Natureza disse e moveu suas mãos.
Belinda agora estava no meio de uma floresta, ela olhou ao redor com medo do que vinha.
- Essa garota é tão previsível.- Ar falou virando de costas e movendo suas mãos.- Vou dar um pouco de emoção pra essa história.
Belinda ainda estava parada ali no meio de várias árvores quando viu uma espécie de caverna, ela até pensou em andar até ali e dormir um pouco, estava cansada e seu corpo todo doía demais.
O som de um rugido cortou o silêncio, Belinda sentiu seu coração acelerar, ela permaneceu parada, estava congelada no lugar olhando para o meio das árvores, dali surgiu uma criatura enorme, sua cabeça de Leão olhava de maneira ameaçadora para Belinda que virou de costas e começou a correr, enquanto isso ela tocava a bolinha de sua pulseira que simplesmente não funcionava, o coração da garota estava acelerado, ela olhou para trás a tempo de ver a criatura se debater e começar a correr em sua direção.
- Droga! SOCORRO!- ela gritou mesmo sabendo que ninguém viria ao seu socorro.
A criatura era muito mais rápida que Belinda, e a garota sabia que logo ela seria alcançada, alguma coisa pareceu se ativar em Belinda, ela estava cansada disso, desde quando foi para esse mundo ela era jogada como uma boneca de trapo de um lado para outro, sugada por portais, machucada, queimada, suas opiniões não eram se quer ouvidas nesse lugar, a raiva começou a crescer em seu peito e ela parou de correr virando de frente para a criatura.
- Isso garota, use essa raiva.- Fogo falou sorrindo e Água olhou para ele balançando negativamente a cabeça.
Belinda olhou para a criatura que estava a menos de dez metros dela, a garota estendeu suas duas mãos e se lembrou do que fez quando colocou fogo em duas Medusas ao mesmo tempo, ela gritou com as mãos esticadas e sentiu seus braços esquentarem, dali o fogo saiu quase que imediatamente queimando tudo.
- Mas... O que ela tá fazendo? - Ar perguntou surpreso.
- Ela tá evitando matar seu bichinho de estimação!- Água falou sorrindo.
Belinda havia queimado toda a vegetação que separava ela daquele leão estranho, o bixo parou de correr e ficou do outro lado Belinda então tocou novamente em sua pulseira que se iluminou, ela imaginou que viria a mesma perguntou e tratou de pensar logo para onde queria ir, ela não sabia o nome do lugar em que estava antes de chegar ali, então pensou em algo que a conectava a tudo.
"Qual o seu destino?"
- Mãe Natureza!- ela falou rapidamente e em alto e bom som.
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