52°
BRUNNA
Deixei a agência uma hora mais cedo que o de costume, não sei o porquê, mas não estava me sentindo bem, mesmo sem saber o que era, estava estampado na minha cara que tinha algo de muito errado. Cheguei em casa cerca de meia hora depois que sair do prédio Federal. Subir para o apê, já seguindo até o banheiro. Eu estava quase morta e precisando com urgência de um banho, no qual demorei mais do que o necessário. Sair do banheiro já vestida e com uma toalha e mãos, para a secagem básica dos cabelos. Como ainda não passava das oito horas da noite, não me preocupei muito com a Lud, até porquê ela é péssima em cumprir as promessas que faz e só tem chegado depois das dez. Mas mesmo sabendo de todas as merdas, eu não consigo tirar essa sensação ruim de perto de mim, é como se eu tivesse a capacidade de prever que algo muito ruim vai acontecer e para o meu azar, é justo com ela. Esse encontro com o Erick não está passando a confiança que deveria , mas não é para menos, o cara é muito falso, traíra do caralho, para virar as costas para ela, não precisa de muito.
Como parecia que o tempo tinha estacionado, decidi escolher alguma série para poder maratonar até aquela filha da mãe chegar. Acho que eu já tinha assistido uns cinco ou seis episódios e nada dela dar um sinal de vida, chequei meu celular para ver se tinha alguma mensagem e olhar as horas que já passavam das onze da noite. Acho bom que ela tenha uma explicação bem convincente para ter me deixado com toda essa preocupação. Nunca agi assim, o que significa que de fato eu estou amando aquela desgraçada filha da mãe. Ainda esperando por ela, acabei apagando no sofá mesmo, o cansaço trabalho durante o dia não me ajudou muito. Acordei horas depois com uma puta dor de cabeça e indo até o quarto esperando encontra-la ali e não me surpreendi em não a ver, até porque eu nunca teria acordado naquele sofá se ela tivesse voltado para casa. Depois de tentar ligar para ela algumas vezes, ser direcionado a caixa de recados em todas elas, fui tomar um banho rápido, iria fazer uma visita aos meus futuros sogros, talvez ela estivesse lá. Sai do banheiro já pegando a primeira roupa que encontrei no closet, prendi o cabelo em um rabo de cabelo, calcei meus tênis baixo, vesti uma jaqueta e peguei as chaves do carro já deixando o apê indo em direção ao elevador. Ao deixar o prédio, não demorei muito para estacionar em frente à casa dos pais dela, fiz todo o percurso pensando como vou agir ao bater de frente com ela. Tá pensando que eu sou o quê? Onde já se viu assim sem dar notícias?
Sil: Brunna? Que surpresa te ver por aqui - Disse ao abrir a porta para mim.
Bru: Com certeza é uma surpresa até mesmo para mim, Sra Oliveira - Respeito com quem merece, nunca é demais - Pensei que nunca mais viria aqui, a não ser que Ludmilla me arrastasse como da última vez - Sorri me sentando ao sofá de frente para ela.
Sil: Devo dizer que apesar de tudo, eu te entendo e compreendo - Sorriu ao me olhar - Mas o que te trás aqui? Duvido que seja para saber como tem ido os negócios do Diego - Brincou e sorrindo eu neguei.
Bru: Com certeza não é isso... Na verdade eu queria saber se a Ludmilla esteve aqui? - Perguntei e ela rapidamente demonstrou preocupação em seu olhar.
Sil: Por que? O que aconteceu? - Isso já responde a minha questão e levanta uma que eu também já tenho a resposta, não queria, mas é algo inevitável.
Bru: Eu não faço idéia, mas levando em conta o modo em que a Senhora respondeu o meu comentário , ela não lhe disse nada de forma alguma... - Estava para acrescentar mais alguma coisa a minha conclusão, quando Diego se intrometeu.
Diego: Imagino que essa conversa seja sobre algo que eu deva participar - Disse se sentando ao lado da esposa - O que ouve com a minha filha?
Bru: É o que eu quero descobrir - Falei o encarando sem medo algum - Ela saiu para resolver uma questão ontem no mesmo horário que eu, porém até o momento não retornou ou deu sinal de vida.
Diego: Que questão seria essa? - Questionou vidrado em mim.
Bru: Não sei se devo dizer algo a respeito - Falei o olhando seriamente, mas que se foda, eu só quero saber onde ela está e se está bem - Mas como preciso de ajuda... Ela tinha um encontro com Erick - Falei e ele se atentou mais as minhas palavras, assim como eu, estava escrito nos olhos dele que o mesmo também não gosta muito desse filho da puta - Segundo a mesma me disse, ele tinha sob seu poder uns documentos que explicavam tudo o que rolou entre você e o pai dele, desde quando trabalharam juntos até o momento em que se tornaram rivais e o porque de tudo isso.
Diego: Isso não pode ser bom - Falei já se levantando e indo até seu escritório fazendo sinal para que eu o seguisse, dei um até logo para Silvana que estava quase surtando de preocupação e fui atrás dele - Você sabe onde fica o local?
Bru: Não, mas posso pedir para uma amiga rastrear o celular dela - Sei que já podia ter feito isso logo de cara, mas de verdade, eu estava esperando que não fosse necessário chegar a isso - Me dê cinco minutos - Pedi me afastando.
Ligação on
Patty: Fala - Atendeu logo no segundo toque, gostei dela.
Eu: E aí Patty? Sei que não temos intimidade o suficiente, mas tô precisando de um grande favor seu - Pedi na expectativa.
Patty: Tudo para tirar mais gente boa que eu conheço - Disse e eu soube que ela estava sorrindo, a garota é toda alegre.
Eu: Então, eu preciso que você rastrei o celular da Ludmilla e me passe a localização.
Patty: Que caralho tá acontecendo para você está me pedindo isso?
Eu: Prometo dizer depois, mas agora eu preciso saber se pode fazer isso - Falei tentando ser o mais rápida possível com essa chamada.
Patty: Tudo bem, me dê de cinco a dez minutos que estarei te mandando o local por mensagem.
Eu: Valeu Patty - Agradeci - Você é uma dos poucas amigos dela, que consegue me conquistar assim.
Patty: Espero que isso seja bom.
Bru: Com certeza é... Boa sorte aí... Estou a espera.
Patty: Cinco minutos - Afirmou e encerrando a chamada por si mesmo.
Ligação off
Diego: Então, o que conseguiu? - Perguntou com o olhar fixo em algo em seu computador.
Bru: Cinco minutos e saberemos onde ela está - Falei me sentando na cadeira a frente dele - O que tanto olha aí?
Diego: Algo que eu pensei já ter resolvido e ainda não sei como, pode de alguma forma estar de volta para concluir o que não conseguiu antes - Disse focado na tela do eletrônico, ao que parece, seja qual for a merda que ele está se referindo, além de o deixar surpreso, não o agradou em nada.
Bru: Vai me dizer o que é? - Me referi ao vídeo que estava em reprodução.
Diego: Um resgate - Disse desligando o computador - O pior que já tive que fazer.
Bru: O da Ludmilla - Falei e ele apenas assentiu - Ela me contou de forma resumida o que aconteceu nesse dia - Sorrir ironicamente - O motivo para ela ter o que tem na cabeça... Tem certeza de que não há nada que possa a ajudar?
Diego: Estou a procura de algo desde que confirmei o que era - Disse sustentando meu olhar - Sinto que estou perto, mas ainda não encontrei.
Bru: E o que você viu aí, que te deixou tão surpreso? - Perguntei deixando o celular em cima da mesa entre a gente, a qualquer instante a localização poderia cair.
Diego: Eu nunca olhei as imagens da câmera desse lugar... Quando eliminei cada um deles para chegar até minha filha, eu não estava pensando em muita coisa - Disse com uma calma que chega a ser itediante - Após efetuar os disparos e pegar a Lud desacordada nos meus braços, não fiz mais nada, a não ser mandar que meus funcionários resgatassem todas as filmagens e destruísse tudo o que poderia servir de provas... Mas olhando toda essa merda com calma, vejo que muito do que foi pedido não foi executado e o palhaço ainda nem se deu ao trabalho de excluir as filmagens que o entrega - Sorriu e eu não entendi nada - Se eu tivesse visto tudo isso no dia seguinte ou até mesmo uma semana depois, ele não teria disparadoaquela arma contra a sua mãe... O mundo é mesmo feito de causas e efeitos - Assenti e olhei o meu celular que apitou.
Bru: Bom temos a localização - Falei abrindo a mensagem e mostrando a ele.
Diego: Mas que merda, isso só pode ser sacanagem comigo...
Só digo uma coisa: O drama e a emoção vem...
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