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47°

Lari: Confesso que eu nunca fui com a cara dele, mas se por algum motivo chegar até ele, que eu estou envolvenda nisso tudo - Sorriu nervosa - Eu vou está mais do que fudida... Não sei se posso te ajudar com isso.

Lud: Você não precisa fazer muito, só me passar as credenciais de alguém, não precisa ser a sua - Expliquei checando mais uma vez o meu celular - Já até tenho alguém em mente.

Lari: E quem seria?

Lud: Que tal aquele otário que não sai do pé de vocês? Aquele puxa saco do caralho - Sugeri e ela sorriu em negação.

Lari: Sério que tá falando do Caio? - Assenti e ela suspirou - Não vai ser fácil tentar roubar ele, mas tudo bem, me encontra aqui amanhã bem cedo? - Perguntou já se levantando.

A gente estava em uma lanchonete a três quadras da agência, um local bem público, perfeito para falar sobre qualquer coisa.

Lud: Pode ser - Também me levantei, já deixando o dinheiro do que consumimos - Só toma cuidado, não quero ser a culpada pela sua prisão.

Lari: É sério, não sei como a Brunna consegue te aturar, você é muito insuportável - Para mim, isso é um elogio, então apenas sorrir - O que tanto você olha nesse celular?

Lud: Estou com alguns assuntos pendentes para serem resolvidos - Falei simples digitando uma mensagem - Não é nada que precise se preocupar - Sorrir - É tudo dentro da lei.

Lari: É o que espero - Me deu um leve tapa na cabeça e sorriu - Agora eu preciso voltar para minha posição, te vejo amanhã - Concordei e ela se foi.

Estava quase tudo pronto, amanhã mesmo aquele juiz filho da puta iria cair. Sai do estabelecimento já chamando um táxi, o qual não demorou para chegar e a meu pedido, seguiu para casa dos meus pais. Iria esclareceralgo muito importante com meu velho, mas esse assunto precisa ser tratado não somente comigo, então durante o percurso liguei para ela.

Ligação on

Bru: Alô? - Atendeu no terceiro toque, como em todas as outras vezes, até parece que é programado.

Eu: Oi, tá muito ocupada?

Bru: Depende do que você define como ocupação, já que estou em horário de trabalho - Claro ela é profissional demais para isso.

Eu: Estou precisando da sua presença para resolver um assunto - Falei percebendo que já estava na rua de casa - É muito importante.

Bru: O que merda você tá aprontando dessa vez Ludmilla? - Do jeito que ela fala, até parece que sou criança e daquelas bem bandeiras só para piorar.

Eu: Só me diz se vai vir ou se eu posso resolver por conta própria - Falei já entregando o dinheiro da corrida ao motorista assim que desci do carro.

Bru: Tudo bem, onde você está?

Eu: Tô te esperando em frente ao portão da casa dos meus pais.

Bru: E o que tá fazendo aí?! - Quase fiquei surda.

Eu: Aí cacete! Não grita - Pedi levando a mão a orelha e passando o celular para o outro lado.

Bru: Então fala logo o que tá fazendo aí.

Eu: Só vem, vou te esperar aqui.

Bru: Ludmilla...

Ligação off


Encerrei a ligação antes que ela pudesse me dizer mais alguma coisa, o que vai causar uma boa discussão assim que nos encontramos, mas acho que vai valer a pena. Durante todo o tempo de espera, que não passou de meia hora, eu fiquei repassando mais uma vez todas as informações que estão comigo e a que está me intrigando e eu ainda não consegui entender, é quem são as pessoas relacionadas a tudo. Apesar de sentir algo estranho quando estou olhando aquelas imagens, como se eu os conhecesse de algum lugar, mas não consigo me lembrar de nada e também não posso ficar forçando muito, as consequências nunca são as melhores, então é melhor deixar isso de lado por um tempo.

Bru: Quem você pensa que é, para desligar a merda do celular na minha cara?! - Gritou tão alto, que acho que os vizinhos ouviram tudo e eu apenas sorrir.

Lud: Não grita - Pedi ainda sorrindo e tampando os ouvidos com ambas as mãos.

Bru: Da próxima vez que eu te fizer uma pergunta e como resposta receber uma ligação encerrada - Apontou o dedo no meu rosto - Vou fazer questão de te torturar pessoalmente - Ameaçou e eu sorrindo feito uma idiota, por saber que isso nunca vai se realizar a segurei pela mão e seguindo para dentro de casa - Que merda a gente tá fazendo aqui?

Lud: Vamos bater um papo com o meu velho - Falei abrindo a porta e encontrando mamãe descendo as escadas - Eu iria ter essa conversa a sós, mas você faz parte disso, então senti que devia te chamar.

Bru: Então eu devo te agradecer? - Ironizou e abriu um largo sorriso ao ver mamãe vindo em nossa direção. É um prazer Rever a senhora, Dona Silvana.

Sil: Sem o dona, já pedi antes... Me chame só de Sil ou tia Sil, como preferir - Sorriu deixando um beijo na bochecha dela - É muito bom ver você por aqui novamente - Olhou para mim com aquele olhar reprovador, que só ela tem, O que será que eu fiz dessa vez? - Vão passar a noite aqui?

Lud: Na verdade não, mãe - Acho que ela já sabia qual seria a resposta  é talvez por isso o olhar assassino - Viemos conversar com o papai, ele tá em casa?

Sil: Acabou de se prender no escritório - Disse suspirando - Ele tem ficado muito tempo preso ali, está tentando resolver um assunto muito importante - Disse já nos dando as costas - Ao terminar com ele, venha falar comigo, preciso que me esclareça uma coisa - Assenti e segui até o escritório de papai.

Bru: O que ela quis dizer com isso?

Lud: Não sei, mas depois eu resolvo - Bati na porta isso aqui é mais importante no momento.

Diego: Entra! Ouvir ele dizer, então abrir a porta já indo até a cadeira de frente para mesa do mesmo e apontei a do lado para que a Brunna também se sentasse - Ao que devo a honra de ter vocês duas aqui? Duvido que seja algo bom - Disse revezando seu olhar entre uma e outra.

Lud: Vamos direto ao ponto? - Perguntei e ambos assentaram - Ok então. Nos fale sobre sua relação com o Jorge.

Diego: E por que eu iria falar algo sobre isso? - Sorriu se recostando em sua cadeira e cruzando os braços.

Lud: Por que eu já sei uma boa parte, quero ouvir de você todo o resto e como as coisas chegaram onde estão - Me olhou surpreso, mas não mais surpreso do quê a Brunna - Me fale o que te levou a deixar sua função como um dos melhores agentes da CIA, só para se tornar o chefe do crime, dono da maior máfia em todo o país?

Diego: Poder, talvez a glória, a sensação de prazer em saber que seria intocável - Sorriu - Não foi algo que aconteceu de um momento para o outro... Foi tudo muito bem planejado, começamos com um pequeno grupo, mas não era o suficiente... Então depois de um mês no ramo, decidimos que estava na hora de nós tornamos maiores, mais poderosos e para isso, não fizemos feio, destruímos a maior e mais famosa máfia do momento, ocupando assim seu lugar.

Bru: A máfia D'Latorres - Comentou - Esse caso é bem famoso, papai já comentou sobre ele, mas nunca disse que foi você.

Diego: Existe muita coisa que seu pai não disse - Falou se mantendo no assunto.

Lud: Eu sei como o Jorge descobriu pai, mas não consegui entender uma coisa - Me olhou curioso - Por que esperar tanto, se já tinha tudo o que queria sob seu poder?

Diego: Diversão - Disse sem quebrar o sorriso estampado em seu rosto - Era mais do que satisfatório presenciar de perto a frustração dele, a cada uma das missão fracassadas. Não suportava aquele ego de quem se acha mais do que os outros - Disse firme - Ver como ele reagiu ao me ver na linha de frente e como o líder daquela corporação, foi algo impecável.

Lud: Mas o último encontro de vocês? - Perguntei e pela primeira o sorriso em seu rosto se desfez - Ele estava de folga, mas mesmo assim fez questão de colocar tudo em relatório, o que aconteceu?

Diego: Ocorreu um acidente, algo que eu não esperava - Respondeu olhando diretamente para Brunna - Ele estava acompanhado, então saímos para fora do bar, onde nos encontramos e como era de meu costume, pedi aos meus seguranças para que não deixassem ninguém vir até a gente, mas não especifiquei nada sobre qual ação deveria seguir - Olhou para mim - Depois de uma discussão, se é que posso chamar assim, eu estava disposto a por um fim naquela maldita perseguição, porém assim que ergui minha arma, ouvimos um único disparo... Ao ver do que se tratava, desistir do que estava preste a fazer e mandei ele ir embora... Depois de jurar me matar, ele me deu as costas e saiu.

Lud: Quem recebeu o tiro? - Perguntei curiosa.

Bru: A minha mãe - Disse com a presente voz de choro e no reflexo me virei para ela - Não é?

Diego: Sim - Confirmoupre sendo seu olhar sobre nós, enquanto eu me preocupei em limpar as lágrimas que desceram sem permissão dos olhos dela - O incompetente do meu segurança não soube agir como foi treinado e contratado, para fazer e disparou quando ela tentou passar por ele... Aquela não foi a melhor cena da minha vida, eu gostava muito da sua mãe. Então sem pensar duas vezes, descarreguei metade do pente contra o peito dele e com a ajuda do outro, a trouxe para minha ala médica... Não poderia deixar ela morrer assim, não por minha causa.

Bru: Mas não adiantou, ela acabou morrendo assim mesmo - Constatou e se pôs de pé - Pelo menos você tentou salvar ela, apesar de ter uma grande porcentagem da culpa, você tentou... Mas porque nunca contou isso para o meu pai?

Diego: Depois desse dia, eu e Jorge não nos encontramos mais - Olhou algo em seu celular que estava indicando nova mensagem ao meu ver - Aquela emboscada que vocês amaram para mim, foi o primeiro encontro desde esse pequeno, mas infeliz acidente - Voltou a olhar o celular - Se me derem licença, tenho algo muito importante para ser resolvido... Acho que terei todas as dúvidas, mas se surgirem mais, podem me procurar - Disse já tomando rumo a saída - Se cuida Ludmilla e mais cuidado com suas escolhas e esses seus amigos.

Bru: O que ele quis dizer com isso?

Lud: Não faço idéia, mas com certeza não é nada bom...

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