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Meu pai é demente, só pode viu? Não tem outra explicação, ele tem graves problemas mentais e precisa se tratar. Por qual motivo ele decidiu atendê-la? Não pode ser por causa da arma, porque se ela pensasse e agisse como um ser pensante, essa merda nem estaria aqui. Então qual seria o plano B, caso o A não desse certo?
Lud: Eu vou matar o seu pai - Disse na sala de interrogatório, estava esperando alguém vir para encher o saco.
Bru: Se quiser sair daqui, fala mais baixo ou nem fala nada - Alertei olhando para porta atrás de mim. Ela estava algemada a mesa , típica ação do meu velho - O que quer que eu faça?
Lud: Fala com minha mãe, conta os motivos que me trouxe aqui - Disse sem quebrar o olhar e deu um sorriso de canto - Ela vai saber o que fazer... Como sempre.
Bru: Tudo bem - Concordei já me levantando, quanto mais rápido eu for, mais rápido ainda ela sai daqui - Volto assim que passar as informações - Ela assentiu e eu lhe dei um beijo sem me importar se teria alguém vendo ou não e sai.
Não atravessei a porta e tinham vários olhares sobre mim, como pensei. Entre eles estavam o reprovador de papai, o confuso da Lari e o debochado de Caio. Tentei passar reto por todos eles, mas não foi possível, papai me pegou pelo braço e praticamente me arrastou até sua sala. Me deu vontade de mandar um foda-se e meter bala em cima dele.
Jorge: Que merda você acha que está fazendo?! - Perguntou tão alto que por um momento achei que ele não sabia o que é privacidade e me trouxe aqui por mera burocracia.
Bru: Vou tirar ela daqui, lugar o qual a mesma não deveria estar - Respondi firme.
Jorge: Lugar de criminosos Brunna, é na prisão - Disse baixando o tom de voz - E é para onde vou mandar aquela pirralha insolente.
Bru: Não, não vai - Sorrir - Você armou para ela, plantou a arma e usou seu cargo para persoadir os demais funcionários - Falei e ele arqueou as sobrancelhas em confusão - O que seus superiores vão pensar disso pai?
Jorge: Do que está falando?
Bru: No momento certo o senhor irá descobrir - Abrir a porta - Agora se me der licença, tenho um assunto importante para resolver.
Sai da sala dele indo até o estacionamento, entrei no meu carro e dei a partida, ela não podia ficar aqui, não depois de tudo e isso seria resolvido o mais breve possível. Fiz o percurso o mais rápido que pude, ignorando várias chamadas durante todo ele, não estava em um momento muito bom, para entrar em qualquer assunto que fosse. Estacionei o carro em frente à casa dos Santoro, vinte minutos depois de deixar a agência, passei pelo portão e toquei a campanhia, torcendo para não ter que olhar na cara do Diego. Meu dia já não estar dos melhores e com certeza, não preciso que ele piore ainda mais. Entrei assim que fui atendida pela empregada da casa, a qual eu acho que é a primeira vez que estou vendo, fui direcionada ao sofá, onde esperei por pouco minutos, pela presença da Silvana.
Sil: Brunna, pensei que fossem aparecer apenas a noite? - Perguntou me cumprimentando. - Onde está a desmiolada da minha filha?
Bru: Essa é a questão - Falei me mantendo de pé, mesmo ela insistindo para que eu voltasse a sentar - Ela está presa - Soltei de uma vez e pude ver a mulher na minha frente ficar pálida e voltar a dor em segundos - Meu pai armou um flagrante para ela... Porte ilegal de arma - Suspirei - Ela pediu para eu te falar tudo e que você saberia como proceder com a situação.
Sil: Claro - Disse se levantando, subindo escada a cima e voltando pouco tempo depois, com sua bolsa em mãos e o celular na orelha - Vamos, meu advogado irá nos encontrar na agência.
Sem dizer mais nada, deixamos a casa já entrando no carro e tratei logo de dar a partida, estava curiosa para ver a cara do meu pai, quando tiver que liberar a saída dela. Com toda a certeza do mundo, ele vai querer me matar. Deixei o carro na minha vaga de sempre no estacionamento e já fui adentrando o prédio com Silvana logo atrás de mim, encontramos com o advogado e em segundos estávamos na sala de interrogatório onde Ludmilla ainda se encontrava e aparentemente entediada pra caralho.
Bru: Oi - Falei lhe dando um selinho, não dando a mínima para as pessoas presentes - Fiz o que pediu.
Lud: Valeu por isso - Olhou para mãe e em seguida para o advogado - E como estamos?
Advogado: Você irá ser liberada ainda hoje - Disse ele com a voz forme e confiante e não estava errado.
Bru: E sem nenhuma acusação - Completei por ele e todos me olharam - Que foi? Foi flagrante armado, sabemos disso.
Jorge: Vejo que foi rápida, senhorita santoro - Entrou acompanhado de mais dois agentes e entre eles estava o Caio, o filho da puta não tirava a porra do sorriso do rosto, já estava quase quebrando a cara dele.
Lud: Não pensou que eu fosse aceitar passar uma noite que seja nesse seu hotel de luxo, pensou? - Sorriu e papai devolveu o sorriso a altura - Não pode me manter aqui.
Advogado: Minha cliente será liberada e não a nada que o senhor, Coronel Gonçalves, possa fazer para impedir - Disse - Uma vez que a inflação da qual ela está acusada de cometer, é possível a fiança imediata.
Bru: Não é preciso pagar uma fiança se não há uma acusação formal - Disse chamando a atenção para mim - Principalmente a de papai - Foi tudo uma armação, eu estava presente, e posso testemunhar quanto a isso e não tem como provar que a Arma realmente pertence a acusada em questão.
Jorge: Se não for encher o seu saco, seria ótimo se me chamasse pelo nome - Pediu e me segurei para não sorrir. - E como está certa disso? A arma estava na posse dessa indelinguente dentro da minha casa - Argumentou.
Bru: Sabemos que foi tudo planejado senhor, a arma estava sob sua posse, nunca chegou as mãos dela, portanto não há digitais que comprovem esse fato - Dei um leve sorriso de canto - A não ser às suas, é claro.
Advogado: Já que nos entendemos e vimos que não será feita uma possível uma acusação, muito menos uma prisão - Se pronunciou mais uma vez - Senhora? Senhorita Santoro? Estão liberadas para deixarem esse ambiente quando desejarem.
Sil: Obrigada Yuri - Agradeceu e se retirou - Vem Ludmilla, vamos para casa.
Contra gosto e muito irritado, papai deu a ordem para que Caio a soltasse e o mesmo com o humor igual ou até mesmo pior que o do meu Velho, soltou de imediato. Sem as algemas, Ludmilla veio até a mim, me deu um beijo caloroso e sussurrou um " Me explica depois" antes de sair com a mãe. Eu apenas me virei para os homens a minha frente e me sentei sobre a mesa, só falaria algo quando estivéssemos sem a presença daquele escroto e de preferência com as escutas desligadas, algo que eu mesma tratei de fazer. Não iria correr o risco de ter livrado ela, só para ficar em seu lugar.
Jorge: O que você acha que acabou de fazer?! - Quase fiquei surda com esse grito, papai precisa aprender a se controlar um pouco mais.
Bru: Resolver uma pequena discussão, que o senhor causou por causa de um mal entendido? - Tentei soar o menos irônica que o momento me permitiu.
Jorge: Não se faça de idiota Brunna, nós dois sabemos que aquela arma pertence a ela.
Bru: Eu só sei o que eu vi - Me pus de pé pronta para sair dali - E eu vi o senhor fingir tirar uma arma da cintura dela na intenção de crimina-la e confesso Que ainda não tenho certeza do motivo real disso tudo - Sorri abrindo a porta - Pelo menos agora eu sei porque vocês dois se conhecem - Disse me referindo ao Diego e sai da sala o deixando plantado com seus pensamentos a mil, com certeza tentando descobrir como ou porque da minha ação em si. Como se eu me importasse o suficiente com isso.
Já do lado de fora da agência, mandei uma mensagem para a Lud, perguntando onde ela estava. Sei que mesmo deixando o prédio junto com a mãe, duvido que tenha seguido o mesmo caminho. E como eu suspeitava, elas não estavam juntas, então marcamos de nos encontrarmos no restaurante italiano de sempre até por que eu estava quase morrendo de fome. Poucos minutos depois, estacionei o carro já entrando no estabelecimento a encontrando na mesa de todas as outras vezes e com o olhar fixo no celular.
Bru: O que tanto olha aí? - Me sentei a sua frente, já pegando o cardápio exposto a minha frente.
Lud: Estou pensando no que fazer - Disse guardando o aparelho e me olhando. Bru: Sobre?
Lud: Meu pai - Suspirou - Ele quer conversar, disse que tem algo para me contar - Levou as mãos até os cabelos e repousou a cabeça para trás - Algo que deveria ter falado a muito tempo.
Bru: Entendi, mas você não tem nem uma idéia do que pode ser? - Negou, mas não acreditei muito, ela com certeza sabe do que pode ser, o assunto, só não quer me falar - E o que pretende fazer? - Vai aceitar ter essa conversa?
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