23°
BRUNNA
Lari: Você acha que eles vão topar te colocar como nosso infiltrada? - Perguntou acho que pela milésima vez, já estava quase explodindo com ela.
Bru: Pela última vez Lari - Suspirei enquanto terminava meus relatórios, estava quase batendo o meu horário e eu queria muito ir para casa - Qual escolha eles tem? Nenhum deles tem coragem para isso e o Caio vai aceitar só por achar que eu posso morrer nessa missão - Rir e ela revirou os olhos - O cara realmente não gosta nem um pouco de mim.
Lari: Otária - Me deu um tapa na cabeça e saiu me acompanhando até a garagem - Não vai levar os relatórios para o seu pai?
Bru: Faço isso em um outro dia - Falei destravando meu carro - A única coisa que eu quero a partir de agora é a minha cama e talvez um bom filme acompanhado de uma boa pizza.
Lari: Eu sei que você e o Chefe vivem em pé de guerra, mas tá na cara que aconteceu alguma coisa séria entre vocês - Soltou assim que entrei no veículo e o liguei - Tem certeza de que não quer me contar o que é?
Bru: Eu estou bem Lari, qualquer coisa anormal eu te ligo ok? - Assentiu piscando para mim e voltando para o prédio, Talvez para encerrar seus trabalhos e não ter que aparecer aqui tão cedo amanhã.
Negando com a cabeça Seja lá o que for, dei a partida e seguir para casa. Em todo momento pensando no que meu velho falou para mim, da forma como ele falou. Não acredito até agora que ele teve tamanha Audácia para me dizer aquilo e ainda me jogar uma grande pulga atrás da orelha, mas que ele se foda com todos os seus planos, não me importo com nada disso. Chegando em casa, Estacionei meu carro na garagem e entrei subindo direto para o meu quarto. Estava tão desligada que quase cair para trás ao abrir a porta e ver aquela criatura dos infernos deitada na minha cama. Como ela entrou aqui e aqueles segurança de merda Não fizeram nada?
Depois de ter certeza que ela estava dormindo, deixei os documentos que deveria ter sido entregue a meu velho, dentro de uma gaveta fechada a chaves e fui tomar um banho. Já no banheiro, me despi e liguei o chuveiro deixando que a água quente se chocasse contra minha pele me fazendo alívio de imediato, retirando toda atenção e cansaço que tive durante todo o dia. Passei mais de meia hora debaixo da água pensando no que fazer quando sair do banheiro, já que estou evitando ela desde ontem, por não saber o que fazer com as informações que recebir. Aí do nada chego e encontro ela dormindo na minha cama, como se isso fosse algo do nosso dia a dia, algo comum entre a gente. Saí do banheiro vestida com um short jeans claro, acompanhado de um topper também claro, descalça e com a toalha enrolada no cabelo, tirando o excesso de água do mesmo.
Como ela ainda não havia acordado, eu me sentei na poltrona do lado da porta logo depois de trancar a mesma, não iria correr o risco do Senhor Jorge entrar sem avisar e me encher o raio da paciência mais do que o do costume, por ela está aqui. Não nego, eu estava Exausta, mas não iria conseguir dormir com ela bem ali na minha frente, sem antes tirar toda essa história de subir a tempo. E dependendo do que for esclarecido, é bem capaz de eu a jogar pela janela do meu quarto, sem sentir remorso algum depois, isso se ela tiver me usado como bode expiatório, se ela souber que eu sou policial, mas acho que não, as regras da facção daquele morro são bem claras, se ela soubesse, provavelmente nunca tivesse se envolvido comigo e sim já teria me executado em praça pública, como um de seus exemplos.
Depois de quase duas horas sentada no mesmo lugar sem tirar por um minuto se fosse os olhos dela, finalmente ela estava acordando. Se sentou na cama em posição de índio e esfregou os olhos com as costas da mão esquerda, tentando afastar o resquício de sono que ainda estava sobre si, então me lançou o seu melhor sorriso, como se não tivesse nada demais acontecendo nos últimos dias.
Lud: Oi - Disse com a voz rouca por causa do sono ainda evidente - Vejo que finalmente chegou - Sorriu - A quanto tempo tú tá aí?
Bru: O suficiente - Me limitei a responder sem sair do lugar - O que faz aqui? Melhor ainda, como conseguiu entrar aqui?
Lud: Devo dizer que não foi fácil escalar aquilo ali - Apontou para sacada do quarto - Mas me livrar daqueles ovários lá embaixo foi bem fácil - Alargou ainda mais o sorriso - E eu tô aqui porque não entendi o porque de tú ficar me ignorando assim do nada, além de não ter acreditado que tú tava no trampo como disse - Levou a mão a nuca em sinal de desconforto, eu acho, vai saber né? É a Ludmilla - E acabei quebrando a cara bonito , então aproveitei para cair aqui e esperar tú chegar.
Bru: Pensei que confiasse em mim - Disse ao acaso, deixando um duplo sentido no ar.
Lud: Qual é Brunna, tú me deixou feito otária ontem, não quis me ver e nem sei o porque - Jogou o fato.
Bru: Como falei, estava no trabalho.
Lud: Isso não era motivo na última semana - Fixou seu olhar no meu - O que tá rolando? E não adianta negar, porque sei que tem algo.
Bru: Não é nada tá legal? -Decidi não falar nada, deixa essa merda de fora, se ela não fez nada até agora, é porque não faz idéia de nada ou se faz, não se importa - Era realmente só trabalho - Sorrir à olhando com mais calma, analisando cada detalhe do seu rosto - Mas e você? Vai me dizer como conseguiu esse estrago aí? - Me referir aos vários machucados em seu rosto - Pensei que a toda poderosa Ludmilla Santoro, não levasse surra de ninguém - Cai na risada e ela apenas revirou os olhos.
Lud: Não começa, isso aqui é resultado de uma briga clandestina - Suspirou, acho que se lembrando do tal embate.
Bru: Clandestina? - Arqueei as sobrancelhas - Sabia que isso é crime Senhora Santoro?
Lud: Fazer o quer senhora Gonçalves? Mandar me prenderem? - Disse e eu me levantei caminhando até ela - Não será possível,já que a senhorita não possuí provas - Sorriu largo e eu me sentei de frente para ela sobre a cama.
Bru: Não provoque Ludmilla, eu sei como agir em certas situações - Falei a empurrando para trás fazendo com quê a mesma caísse deitada.
Lud: Desde que você não seja uma tira - Falou em um tom de brincadeira, mas serviu para me deixar sobre alerta - Fico de boa com qualquer coisa.
Bru: E o que você tem contra os caras da lei? - Devolvir no mesmo tom e ela pareceu perceber o que disse - Anda devendo alguma coisa, para eles e eu não tô sabendo?
Lud: Acho que não - Disse sorrindo e me puxou para si, me beijando logo em seguida. Mas tinha algo de errado, estava certa disso, podia sentir o leve desconforto vindo da parte dela.
Bru: O que você tem? - Perguntei me afastando e a mesma se sentou de frente para mim - Tem algo diferente, está por algum motivo resistindo aos meus toques.
Lud: Não é nada, eu tô bem - Forçou um sorriso e eu comecei a analisa-la com mais atenção, percebendo que a mesma estava evitando qualquer esforço contra o braço direito.
Bru: O que aconteceu aí? - Perguntei fazendo menção ao braço dela.
Lud: Não é nada demais - Disse firme - Besteira - Não acreditando no que ela disse, me aproximei com cautela e sem dizer nada, apenas agarrei o seu braço em um leve aperto - Quê isso porra!!! - Quase me deixou surda, se afastando no puro reflexo - Por que tú tem que ser tão teimosa assim?!
Bru: Você deveria estar em um hospital olhando isso aí - Falei ignorando a pergunta sem pé nem cabeça, que ela me fez - O que você tem na cabeça garota ? - Minha paciência já tinha ido para a puta que pariu a muito tempo.
Lud: Eu tô bem Brunna, isso aqui não é nada demais - Sorriu feito uma retardada - Daqui a pouco tô pronta para outra.
Bru: Seu braço tá quebrado sua otário!!! - Acabei me excedendo um pouco - Não consegue enxergar isso?!
Lud: Eu não vou para porra de hospital nenhum - Bateu o pé. E sem ter muito o que fazer, decidi fazer o curativo por conta própria, ao menos algo que deixasse o braço daquela idiota o mais imóvel possível. Terminei o curativo poucos minutos depois, então me deitei ao lado dela, com a cabeça sobre seu peito, com o sono quase me vencendo.
Bru: Você pelo menos venceu? - Me referir a luta, já que tudo esse estrago se deve a essa proeza.
Lud: Infelizmente não - Suspirou frustrada e eu permitir cair na risada.
Bru: Eu queria ter visto isso - Comentei ainda rindo dela.
Lud: Deixa de ser idiota.
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