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21°

BRUNNA

Cheguei bem cedo na agência hoje, nem sei bem o porquê, só que foi uma exigência do meu pai. Não gostei muito, mas como ele é quem manda, não tive como não aparecer.

Estava fazendo uma ronda sem motivos por todo o local, não curto muito ficar igual uma estátua até o chefe decidir a hora da reunião ou seja lá o que ele vai começar a fazer, já faz um tempo que não chego a essa hora aqui, tenho chegado sempre no horário, mas nunca antes dele, isso desde que voltei do Brasil há mais ou menos um mês. Parei de observar todos os setores desse lugar e fui rever meus equipamentos, nunca se sabe quando vai sair em combate, né? Então é sempre bom estar preparado.

Lari: Oi amor? - Ela surgiu não sei de onde me abraçando - Que milagre aconteceu contigo, para chegar aqui antes do comandante?

Bru: Oi bebê - Me soltei do abraço - Exigências do próprio comandante - Respondi enquanto checava minhas armas - Ele quase me colocou para fora de casa a chutes essa manhã.

Lari: Sério? - Começou a rir da minha cara é lhe lancei um olhar mortal, fazendo ela parar um pouco - E por que ele fez isso?

Bru Não faço ideia, ele anda meio diferente desde que conheçeu a Ludmilla - Coloquei a minha 9mm no coldre e meu distintivo preso ao lado para calça - Sei lá, é como se ele soubesse de algo e não quisesse me contar, não sei o que pensar.

Lari estava para me dizer mais alguma coisa, mais foi interrompida pelo chamado do comandante, onde os mais experientes deveriam comparecer na sala de comando em cinco minutos e foi o que fizermos. Entrando em sua sala, fui logo me jogando em uma das cadeiras e a Lari fez o mesmo ao meu lado. Meu pai estava na ponta da mesa, com seu tablet em mãos, muito focado no que fazia, tanto que nem se deu conta que já estávamos todos ali, Caio foi o último a chegar.

Bru: Todos presentes senhor - Avisei e ele direcionou seu olhar a mim e em seguida aos demais, nunca o chamei de outra coisa aqui dentro, sempre fui muito profissional em relação a isso. - Podemos saber o porquê dessa convocação?

Jorge: Claro - Disse se levantando e deixando o tablet sobre a mesa, seguindo até o telão principal onde acionou algumas imagens - O que estão vendo, são informações detalhadas da máfia San Diego, à qual estamos tentando derrubar já faz um tempo, mas eles são esperto não deixam brechas e agem sempre em locais diferentes - Selecionou uma em específico, a deixando em uma resolução que ocupasse a tela quase que por completo - Esse homem, é o chefe deles, Nosso principal alvo.

Bru: Se já estão atrás dele há algum tempo, porque decidiu nos contratar apenas agora? - Soltei a pergunta que pelo menos metade dos Presentes se faziam.

Jorge: Porque vocês são os melhores em campo e precisamos organizar algo para pegá-lo em flagrante.

Bru: Resumindo você quer um infiltrado concluir e todos engoliram em seco, quando ele Assentiu, Com exceção de duas pessoas é claro eu e a Lary jamais nos abatemos por algo do tipo na verdade sempre quisermos isso mas nunca nos foi permitido Por isso a minha surpresa quando fui escolhida no Brasil, principalmente por saber que tinha dedo do meu pai naquilo tudo.

Caio: Mas senhor, nunca fizemos algo assim, não temos idéia de como proceder em uma situação dessas - Disse e encarando a todo momento sem desviar o olhar - Tem certeza do que está sugerindo?

Jorge: Tenho total certeza, por isso vou lhe dar uma semana para que decidam quem de vocês será o meu infiltrado - Disse olhando diretamente para mim - Estão dispensado.

Bru: Não precisa de uma semana - Falei ignorando o que ele disse - Posso muito bem encarar essa missão, já tenho a experiência necessária.

Caio: Tá falando da missão fracassada no Brasil? - Ele provocou - Sabemos disso.

Bru: E deveria saber também, que eu fui impecável na missão, só não deu certo porque o otário colocaram como nosso líder não acreditou quando eu disse que tínhamos um filho da puta corrupto na equipe - Me levantei indo até ele e o colocando contra a parede - Eu fiz em menos de um mês, o que você não faria nem mesmo em um ano, então vê se toma cuidado com o que fala - Coloquei a mão sobre seu ombro e falei um pouco mais baixo - Pode ser que eu esqueça que o comandante está presente é te faça esquecer como se pronuncia o seu próprio nome - Sorri ao terminar - Não esquece tá?

Jorge: Gonçalves, já chega! - Bateu na mesa chamando a atenção para si - Uma semana! Depois voltem aqui... Estão dispensados - Repetiu e todos estavam prontos para sair - Você fica - Apontou para mim.

Todos sabem que eu não levo desaforo para casa e não é por que o comandante está presente, que vou aceitar aquele idiota falando o que quer comigo, principalmente se eu estiver certa em toda a situação. Errada eu já brigo, imagina se eu estiver certa? Mando tudo mundo ir se fuder, sem me preocupar com as consequências.

Jorge: O que pensa que está fazendo?!

Bru: Não precisa gritar, ainda escuto bem - Levei a mão a orelha - Ou ao menos escutava.

Jorge: Não brinque comigo BRUNNA e responde logo o que Perguntei! - Deu seu ultimato.

Bru: Eu estou trabalhando - Falei simples - O senhor pediu um infiltrado e eu me oferecir.

Jorge: Mas por que isso?

Bru: Porque eu tenho experiência , sei o que precisa ser feito para confiarem em mim - Comentei convicta.

Jorge: Vai se deitar com o braço direito do Dono da máfia? - Isso doeu e muito.

Bru: Não precisava disso pai - Falei dando as Costa para ele e indo até a porta.

Jorge: Como fez com o dono do morro no Brasil? - Parei de imediato ao ouvir isso.

Bru: Tá falando do quê? - Voltei ficando frente a frente com ele.

Jorge: Qual é Brunna, eu sei o que aconteceu naquele país e saber que você estava dormindo com o Sub-dono daquele lugar, não foi fácil aceitar, porém O tenente Garcia me disse que o trabalho já estava no fim - Por isso a antecipação do ataque.

Bru: Tá me dizendo que...

Jorge: Aquela garota que você coloca debaixo do meu teto quase todas as noites - Se aproximou e eu me afastei até cair sentada na cadeira atrás de mim - É quem você procurava... Sem nenhum registro criminal - Sorriu - O Sub perfeito quem a polícia sequer desconfiaria, alguém que sabe como andar fora do radar.

Bru: Porque está me dizendo isso? - Claro que ele tem um motivo, não me diria tudo sem ter algo para exigir - Não  pode prende-la porque seus crimes foram cometidos em outro país e sua cidadania pertence a esse, não pode deporta-la, então o que?

Jorge: Não quero nada - Sorriu saindo da sala - Já tenho tudo o que preciso.

....

Estava em casa jogada na cama, ainda pensando em tudo o que meu pai me disse e da forma como ele disse. Tem alguma coisa errada com ele e nada me tira isso da cabeça, acho que eu fiz algo que ele não gostou e deve ter sido algum grave para ele me tratar daquela forma, como se eu não fosse ninguém importante. Ainda estava emersa em meus pensamentos, quando fui tirada dos mesmo pelo meu celular apitando.

Mensagem on

Lud: Podemos nos encontrar? Preciso te contar uma coisa.

Eu: Não vai dar, estou presa no trabalho e não devo conseguir sair tão cedo.

Lud: Prometo ser breve, é importante.

Eu: Não posso, a gente se fala depois, tenho muito o que fazer aqui.

Lud: Qual Brunna, não vai demorar nem cinco minutos, prometo.

Eu: Outra hora Ludmilla.

Lud: Que merda eu aprontei?

Eu: disse que agora não.

Mensagem off

Bloqueei o celular jogando sobre o criado mudo. Não queria falar com ela, não agora, preciso de muito tempo para pensar. Será que ela sabia que Eu tava infiltrada e por isso se aproximou? Na intenção de querer obter informações? Acho que não, do contrário teriam me matado em pouco tempo. Mas por que ela veio embora assim do nada? Não consigo entender. E ainda mais importante do que isso, o que eu faço para me resolver? Não posso simplesmente a abandonar depois de tudo que estamos vivendo, mesmo ela sendo a idiota que é.  Agora eu entendi o porque de tanta marra, como ela fazia o que fazia com o RS, sem nenhuma preocupação. Vamos lá mente, me ajuda com essa decisão, se eu for pelo emocional, não vou nem falar com ela sobre isso.

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