2° Tem. 31 capítulo
BRUNNA
Meu dia estava sendo uma completa merda e a tendência era apenas piorar. Sair de casa com pensamentos a mil, não bastava, ainda precisava ser abordada por uma pilha de relatórios para serem revisado antes de possuírem um encerramento para serem despeijados em algumas gaveta por ali. Com certeza essa era a grande fonte para o meu terrível mau humor e nem mesmo poderia negar tal fato. Estava morrendo de tédio com toda aquela papelada, mas não seria possível simplesmente os largar de lado ou passar para outra pessoa fazer, afinal era algo a ser feito pelo comandante em ação ou seja, eu. E aproveitando que não teria ninguém para ficar no meu pé hoje, deixei tudo preparado de forma que não fosse necessário deixar o prédio, nem mesmo para uma pausa no almoço. Iria dedicar todo o meu tempo aos papéis à minha frente, na intenção de ter o dia seguinte mais tranqüilo. Não queria ter que dividir trabalho em duas ou mais etapa. Porém, pelo prazer de conseguir o que quero, nunca é uma opção disponível para mim e é óbvio que dessa vez não seria diferente. Sendo assim, posso dizer que nem de longe, foi uma surpresa muito grande ter meus afazeres interrompidos. Agora ver quem era o responsável por tal feito, já era uma história completamente diferente, até porque em nenhum momento, pensei que voltaria a vê-la por os pés aqui dentro, pelo menos não por vontade própria. Mas diante do rumo que a conversa ameaçava seguir, pude ver que era algo bem provável, o problema, é que não queria ver, me recusava a tal obviedade.
Com os minutos seguindo não se importando conosco me cansei de tentar chegar a um ponto inalcançável e sedi ao seu pedido. E mais uma vez ficou exposto na minha cara, que não posso Ir contra ao que já se tornou claro para o mundo. Ludmilla jamais iria me deixar em paz, se não tivéssemos a oportunidade de colocar tudo sobre a mesa uma última vez e mesmo não querendo aceitar ou até mesmo possuindo um sentimento de medo falando alto demais dentro de mim, isso era o certo a se fazer. independentemente do ponto que poderíamos alcançar, precisavamos entrar no assunto para um definição final. Dessa forma, acabei por aceitar seu pedido e decidi deixar o pedido para uma melhor qualidade de diálogo, aproveitando um ambiente mais saudável. Pensando nisso, não me preocupei em pegar o carro, apenas seguir caminho até alcançar o parque central, onde a paz reinava apesar de ser o principal parque da Cidade e por esse motivo, eu gostava tanto desse lugar, por isso o escolhi para ter a tal conversa. Talvez não fosse o justo, mas como a insistência partiu da parte dela, acabei jogando a responsabilidade da dar início ao assunto para cima da Ludmilla e como já era de se esperar, a enrolação já vai começado. Esta certo que posso ter começado de forma errada ao manter o papel se chefe de uma equipe inteira na ativa, porém com ela nada nunca seria tão simples. Não importa quantos anos ela possa vir a alcançar, nunca deixaria o espírito de adolescente prepotente de lado. Era essa a sua marca, sua principal arma para me conquistar no passado e o que ainda me domina agora, no presente.
Bru: Caso você ainda não tenha se dado conta eu preciso voltar para agência se quiser terminar meus afazeres antes do anoitecer - Depois de quase uma hora tentando chegar a um consenso, resolvi deixar claro e em resposta ela apenas deu de ombros e ergueu o braço chamando alguém para nos atender. Eu até tentei ir direto ao assunto quando percebi que se dependesse dela, nunca iríamos chegar ao ponto definitivo. Porém não foi possível, todas as vezes que joguei algo para abordar o assunto principal, ela simplesmente levava tudo na brincadeira, fazendo piadas sem a menor graça a todo momento. Mesmo a meu contragosto, a filha da mãe conseguiu me arrastar para essa lanchonete quando apareceu se entediar do momento pacífico no parque. Mas já estava começando a perder a pouca paciência que ainda habitava em mim - Pela última vez Ludmilla, podemos resolver essa questão ainda hoje ou posso voltar ao meu trabalho?
Lud: Você ainda curte aquele X-Burguer acompanhado por fritas, não é? - Questionou me ignorando por completo ao olhar as opções do cardápio.
Bru: Eu não estou de brincadeira Santoro, não tenho o tempo do mundo todo a seu favor - Falei já me colocando de pé - Se não quiser conversar, tudo bem. Mas não se atreva a voltar em meu escritório com esse fim em mente outra vez - Deixei claro lhe dando as costas ao seguir até a saída, porém, não tendo o prazer em atravessar a entrada, já que senti seu toque em meu braço antes de deixar o estabelecimento - Já disse o que precisava e não blefei em nada.
Lud: Qual é Brunna, só queria aproveitar um pouco mais a sua companhia - Disse mantendo seu toque e o olhar fixo ao meu - Sabemos que seus afazeres podem ser adiados para amanhã e sabemos também que se dependesse de você, passaria o dia todo presa naquela sala sem comer absolutamente nada - Foi firme ao dizer, demonstrando a preocupação que tem sido meu carma quando ligada a Lari ou a mamãe - Passa esse tempo comigo prometo não levar sua seriedade na brincadeira.
Bru: Sabe que não posso, tenho muit...
Lud: Não tô te pedindo nada de outro mundo, Brunna - Insistiu ao me cortar e percebendo que a razão não me pertencia, respirei fundo me dando por vencida.
Bru: Tudo bem, mas chega de enrolação, iremos direto ao ponto que me trouxe aqui - Avisei voltando junto a ela para a mesa que ocupavamos minutos atrás - Bom, você não está mais em nossa lista de procurados - Falei simples e a desgraça sorriu.
Lud: Méritos por servir o seu governo autoritário - Cassou ao ter enfim um atendente a sua disposição - Mas então, ainda possuí o mesmo gosto para lanches?
Bru: Não o mudaria por nada - Deixei claro ao receber um sorriso debochado em minha direção e em resposta, ela apenas negou, já pedindo o de sempre - Em relação a tudo o que mamãe listou, com o fica a sua gerência dentro daquele ambiente?
Lud: Como você disse, tenho ficado apenas na gerência. Não tenho como ir muito além disso, ao menos não por enquanto - Sorriu - Preciso encontrar um equilíbrio antes de tudo - Disse deixando o celular sobre a mesa ao checar algo nele - Mas o que preciso entender Brunna, são as suas ações desde o meu incidente - Adotando uma postura séria, enfim mergulhou ao assunto principal.
Bru: Não há o que entender. Você foi baleada em uma situação militar, sem nenhuma reação, apenas fiz o que era pedido no momento - Falei percebendo a chegada de nossos pedidos, o qual agradecemos esperando a saída do rapaz.
Lud: Tudo bem, é um fato, mas isso não explica você estar sempre de prontidão quando me perco de mim mesma. Olhando as coisas pela perspectiva que acabou de jogar no ar, deixa meio óbvio que seu dever e preocupação com o meu bem-estar, deveriam acabar justamente no momento em que o médico responsável disse as informações básicas após a cirurgia. Isso já tendo acontecido, não havia motivo para continuar me guardando - Explicou com calma, cada ponto necessário ao deixar de lado, o que havia pedido para comer e de fato, errada ela não está, porém depois de me dar conta de tudo o que estava tatuado em minha testa, não poderia me afastar novamente - Quando acordei depois da chamada cirurgia, não era para você estar ali, muito menos ter me ajudado daquela forma, não era uma obrigação sua, mas ali estava você - Sorriu me fitando com intensidade. A essa altura, também já havia perdido a fome e deixado tudo de lado - Dias depois, veio o meu surto em um dos vários pontos que possuo para manter o trabalho. Mesmo não estando em mim, é óbvio que a pessoa que menos esperava naquele momento, era justamente você e mais uma vez quebrando todas as minhas teorias, você apareceu.
Bru: Foram momentos oportunos, Ludmilla. Apenas isso - Falei tentando passar firmeza na voz, porém não seria tão fácil.
Lud: Não nego que pensei muito nessa hipótese, na verdade tinha certeza dela, mesmo torcendo muito para ser outra coisa - Confessou soltando um longo suspiro - Me fala a verdade Brunna. O que de fato tem feito você se manter tão próxima a minha? O seu trabalho não pode ser, até porque de certa forma trabalhos no mesmo ramo de negócios agora - Jogou a questão me deixando completamente sem fala e seu sorriso não era mais visível. Havia dado espaço para um semblante sério e esperançoso, eu diria - Me diz o que sabe que eu quero ouvir - Pediu quase em um sussurro, de forma que talvez não fosse para que ouvisse - Não existe outra explicação.
Bru: E o que quer tanto ouvir? - Joguei de volta, não esperando uma resposta, mas a aceitando de bom agrado ao tê-la.
Lud: Quero ouvir da sua boca que o sentimento que um dia nos uniu, ainda reside dentro de você, da mesma forma que reside em mim. Que essa é a única explicação para cada uma de suas ações nas últimas semanas, que apesar de tudo o que aconteceu, ainda continua me amando como antes.
Bru: Se sabe de tudo isso, não precisa que eu te diga nada - Falei mantendo A mesma seriedade presente nela e a mesma assentiu meio cabisbaixa, não esperando algo do tipo, devo imaginar, porém, ainda tinha mais - Precisa apenas de uma negação ou uma confirmação, Ludmilla. E é óbvio que confirmo cada uma de suas palavras...
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