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Capítulo 4 - A Sala Preta

Tatiana, Felipe, Magno e Raí, respectivamente.

(desenhinho amador feito por mim, não sei desenhar bem, mas é só pra ilustrar como eu imagino os quatro)

As portas do elevador se abriram. A agente Siqueira saiu e deu espaço para os quatro passarem. Eles saíram e ela entrou de novo:

— Eu volto em vinte minutos. — disse.

O lugar estava cheio de mesas compridas, onde os agentes conversavam enquanto comiam, uns quase cochichando, outros gargalhavam em suas conversas empolgadas. Felipe, que agora usava seu sobretudo, ficou surpreso ao ver que alguns agentes eram gordos e outros baixinhos.

Sentaram-se em uma mesa sozinhos. Felipe sentou ao lado de sua nova amiga e Raí e Magno sentaram de frente para eles. Uma mulher baixinha chegou ao lado da mesa com uma bandeja, quatro pratos bem cheios e refrigerantes.

— É melhor vocês comerem tudo. — disse a mulher séria enquanto servia. Depois pegou a bandeja e saiu.

Magno olhava o prato com cara de medo. Estava ansioso demais, sua garganta parecia trancada.

— Cadê aquela menina do tanque? — perguntou Tatiana olhando para os lados.

— Eu acredito que ela não passou. — disse Raí fazendo Felipe se espantar.

— Se ela não passou então como nós conseguimos?

— Provavelmente ela se distraiu e... — disse Raí tentando imitar uma careta de dor sem conseguir.

— É muito insano tudo isso — disse o carioca —. Eles nos chamam aqui, nos jogam naquela sala com aqueles tanques, canhões...sei lá ...buracos, e aquelas esferas gigantes e serras...e tudo...

Tatiana o interrompeu.

— E como aquele guri não morreu? O diretor...Silva? Silva né? Disse que ninguém morreria, mas aquele guri foi encurralado por aquela esfera. Eu não vejo um jeito dele não ter morrido.

O clima ficou um pouco sombrio com aquela conversa. Será que eles chamariam as pessoas e não se importariam se elas morressem? E os pais dessas pessoas? Varias imagens começaram a passar rapidamente pela mente de Raí: um buraco se abrindo no chão antes do garoto ser esmagado, um buraco se abrindo na esfera bem onde passaria pelo garoto... e outras coisas. Ele se distraiu da conversa por um momento.

— Vocês reconhecem alguém daqui? — perguntou Tatiana.

— Aquele garoto ali deu um pulo de uns cinco metros lá dentro. — disse Felipe apontando para um menino de cabelo preto liso que usava uma regata preta.

''Nada a ver regata com calça comprida'', pensou o carioca ''e ainda de bota pra piorar'', mas achou melhor não falar nada para não ser desagradável.

— Mas e tu — perguntou Tatiana pegando Magno de surpresa —? Tu só te esconde bem mesmo?

— Num é só isso. — disse Magno o mais baixo possível.

— O que mais então? — perguntou Raí.

— Eu...

— Oi gente! — disse um agente sentando-se ao lado de Tatiana. Era um homem de estatura média. Tinha um cabelo muito curto, assim como o bigode e a barba sobre o queixo. Eles o cumprimentaram.

— Meu nome é Milton, mas eu deixo vocês me chamarem de agente Aquino. E aí, vocês são de onde?

— Rio Grande do Sul.

— Ceará.

— Eu sou do Rio.

— Minas.

— Eu sou do Pará — disse o agente —. Quatro. São poucas equipes assim. Quem é o líder?

— Eu! — disse Tatiana orgulhosa.

— E vocês já passaram pela Sala Preta?

— Não — respondeu Raí —. O que acontece lá?

— Ah, vocês vão ver. É horrível — Disse o agente rindo —! Dá até dó. Nós não falamos muito sobre isso, mas... por exemplo, qual a sua habilidade? — perguntou o agente Aquino para Tatiana.

— O diretor disse que eu sou muito resistente. — respondeu ela.

— Mas resistência... você não se cansa?

— Não. É mais para resistência a dor...eu acho... — disse Tatiana com seu sotaque sulista.

— Então — disse o agente —, você vai sair de lá quase invulnerável.

— Sério? — disse a gaúcha sem acreditar em uma palavra do que o homem dissera.

— Se tudo der certo sim.

— Como assim se der tudo certo?! — perguntou Felipe assustado.

O homem apenas sorriu para ele. Enquanto isso Magno tirava de dentro da manga da blusa um vidrinho triangular com um líquido preto e pingou duas gotas no refrigerante.

— Qual a sua habilidade — perguntou Tati falando rápido, tampando a boca cheia. Queria ver se o homem inventava uma boa resposta se fosse pego de surpresa —? Eu quero dizer tu tens uma, né? Vocês adultos?

— Ah claro. Nós entramos aqui como vocês. E quanto a mim, eu sou... muito rápido.

Magno comeu um pouquinho, esforçou-se para engolir. Sabia que não comeria nem a metade.

Alguns agentes mais velhos já haviam entrado no refeitório para pegar os respectivos agentes novatos. Mas eles deviam estar ali há mais tempo.

— Vocês também vão aprender autodefesa, estratégias, códigos de comunicação e mais outras coisas. Vocês estão com a Vice?

— Vice? — perguntou Felipe.

— A agente Siqueira.

— Ah sim! Ela vem buscar a gente daqui a pouco.

O agente se pois de pé imediatamente.

— Certo, foi muito bom conversar com vocês. Tchau!

— Legal ele, né? — perguntou Tatiana. Agora já tinha terminado sua refeição e Magno não estava nem na metade.

— Tu não vai comer isso aí? — perguntou a loira.

— Eu não tô bem. — respondeu o mineiro de cabeça baixa.

— Você quer que eu coma?

— Se cê quiser...eu não vou conseguir comer mais.

— Eu era assim também — disse Tatiana puxando o prato dele. ''Eu te amo'', pensou Magno sentindo um enorme alívio.

Felipe e Raí terminaram de comer e Magno terminou de beber todo seu refrigerante quando a agente Siqueira saiu do elevador e veio direto para mesa onde estavam. Quando viu que Tatiana ainda estava comendo ela fez "tsc".

— Algum problema? — perguntou Tatiana em voz alta.

A agente deu uma curta risada de deboche e sentou-se.

Depois que a loira terminou a agente tirou quatro frasquinhos do bolso contendo um líquido cor de conhaque, e disse:

— Bebam tudo de uma vez.

Eles obedeceram. O líquido tinha um gosto ácido e uma consistência desagradável.

Ela se levantou e voltou para o elevador seguida pelos quatro. Como Raí havia percebido estavam no andar menos sete e ela apertou o botão menos dez.

Eles saíram em um corredor curto e quase sem iluminação, algumas luzes fracas piscando e fazendo um contínuo barulhinho de eletricidade. O lugar era sombrio. Havia uma porta preta meio enferrujada com um banco comprido na frente.

— Você está bem? — perguntou a agente Siqueira para Magno assim que ele passou por ela.

—Tô. —mentiu ele.

— Lá no refeitório ele disse que não estava. — disse Tati apontando pro elevador.

Todo o amor que ele sentira pela menina sumiu instantaneamente.

— Não se preocupe — disse a agente —, vai ficar tudo bem. Sentem-se aí.

Ela deu duas batidas fortes na porta que se abriu revelando um homem de jaleco. Era robusto, careca e de óculos. Ele encarou os quatro, pegou pranchetas e entregou para a agente.

— Preencham isto aqui — disse ela entregando canetas.

Eles ficaram em silêncio por um tempo. Enquanto preenchia as folhas, Felipe deu uma olhada rápida para a agente Siqueira e riu internamente da falta de assunto dela com o homem.

— Tu faz caligrafia? — perguntou Tati olhando a folha do amigo. Ele negou e sorriu.

— Eu posso ir ao banheiro? — perguntou Magno.

— Agora não. — respondeu a agente.

"Calma", Magno disse a si mesmo "os outros devem estar tão nervosos quanto você". Ele respirou profundamente.

— Quantos desistentes? — cochichou a agente Siqueira para o homem.

— Sessenta e seis.

— Hum. Mais que na última vez.

— Sim — disse o homem juntando as pontas dos dedos. Parecia calcular cada movimento que fazia —. Pelo menos apagar conhecimento é muito mais rápido que criar.

Após uns cinco minutos eles entregaram as pranchetas e o homem os convidou a entrar. Apesar do nome a sala era iluminada. Até demais. De modo que quem ficava muito tempo na sala anterior entrava com os olhos cerrados como se acabasse de acordar. Havia cinco cadeiras de metal com fiozinhos saindo do topo do encosto. Na parede uma enorme tela e abaixo dela uma mesa cheia das mais estranhas ferramentas. Nessas horas Raí odiava a imaginação que tinha. Ele observou a Sala: "Seringa, monitor, sistema nervoso, pulseira de ferro. Janelas no subsolo?"

— Sentem-se — disse o homem. Ele mandou colocarem as mãos em cima dos braços de ferro das cadeiras e uma espécie de algema saiu girando os prendendo e o mesmo aconteceu nos descansos para os pés.

— Eu volto em três horas. — disse a agente Siqueira saindo da sala.

— Bem ocupada ela. — comentou Felipe.

O homem começou a colocar os fios em suas cabeças um a um, pessoa por pessoa.

— Nós vamos aprender ao estilo Matrix, é? — perguntou Raí.

— Eu também gosto de filmes antigos. Agora permaneçam em silêncio. — respondeu o homem com seriedade.

Depois de colocar luvas o médico-agente pegou uma seringa com um líquido negro e denso. Ele injetou primeiro em Raí, depois trocou a seringa e foi a vez de Tatiana, depois Felipe e Magno, que estavam nessa ordem da janela para a porta.

— Agora nós vamos estimular o sistema nervoso — quando disse isso apertou um botão na tela e eles sentiram um choque leve. —. O líquido na seringa era para estimular os neurônios.

As luzes na Sala começaram a ficar ainda mais fortes. A visão dos quatro começou a escurecer e embaçar, até a de Magno que estava de óculos escuros. Suavam. Ficaram tontos, olhando para os lados sem enxergar nada. Chegavam a babar. A voz grossa do homem parecia um eco distante. E então apagaram.

-x-

Acordaram duas horas depois, ainda tontos. Com dor e coceira na cabeça. Sentiam-se exaustos, como se estivessem há dias sem dormir. As luzes da Sala ainda os cegavam.

Quando o homem percebeu que haviam voltado a si, liberou as pulseiras. Os fios ele já havia retirado. Ficaram por alguns minutos parados. As roupas encharcadas de suor.

— Quando quiserem. — disse o médico indicando a porta. Eles se levantaram com dificuldade. Raí caiu sentado de volta na cadeira e se esforçou para levantar novamente. Foram até o banco em frente à porta e se sentaram ofegantes. Magno perguntou ao homem:

— Onde tem um banheiro?

O homem indicou o fim do corredor e Magno foi até lá enquanto o agente batia a porta com força acabando com a iluminação.

O fim do corredor era escuro, mal podia se ver a porta. O banheiro era completamente diferente do resto da Agência. Imundo, parecia abandonado, mas o menino não ligou para isso. Correu para frente da privada, agachou e vomitou o pouco que havia em seu estômago. "Eu devia ter esforçado mais pra comer...ter comido mesmo sem vontade". Ele se levantou, deu descarga usando o pé, sabe lá Deus o porquê, e foi lavar a boca na pia. Estava se sentindo seguro ali sozinho, sem ser visto. "Eu não vou ter um ataque", pensou se encarando no espelho. Permaneceu assim, debruçado na pia por um tempo. Tinha que voltar. Tirou o frasquinho triangular do bolso, pingou uma gota no dedo e enfiou na boca. Suspirou e caminhou até a porta. Ao pegar na maçaneta algo veio a sua cabeça: agora sabia falar alemão...e japonês....e francês...e lutar vários tipos de artes marciais e sentia que tinha muito mais conteúdo em sua cabeça que não percebera ainda. Então aquilo tudo era verdade. Agora acreditava. Estava mesmo em uma agência secreta mundial.

— Meu Deus! — exclamou.

—... horrível — dizia Felipe quando Magno voltou. —. E essa coceira na cabeça?

— Eu acredito que era porque nós estávamos aprendendo. — disse Raí. Mesmo com seu sotaque nordestino o menino tinha uma forma de falar que o fazia parecer um robô.

Magno ficou curioso para saber o que estavam falando antes.

Tatiana soltou um arroto.

— Ah, só eu que arroto né, vocês são perfeitos. — disse ela quando foi encarada pelos colegas. Estava esparramada no banco com as pernas abertas — Bah, eu só queria dormir agora.

— Tu não é a única. — disse Felipe.

O elevador fez o barulhinho característico e eles olharam. A agente Siqueira saiu segurando quatro latas roxas. Ela olhou-os de cima a baixo os estudando. Raí apontou para a porta a sua frente:

— Aquilo devia ser proibido!

— Já tentaram proibir várias vezes — disse a agente —. Tomem, bebam tudo.

Assim que o agente Mello deu a primeira golada, sentiu algo estranho. Era como se todo o cansaço evaporasse do seu corpo e fosse substituído por vontade de sair correndo e não parar mais. Ele quase atendeu a vontade.

— Tem gosto de Gatorade. — comentou.

— Mas não é — respondeu a agente fazendo sinal para eles entrarem no elevador —. Mas eles adorariam por as mãos na fórmula disso aí — Ela apertou o menos oito novamente —. Agora vocês vão fazer O Teste Solo.

— Meu Deus, é por escrito, né? — disse a agente Müller.

— Não. — respondeu a agente sem olhar para a menina.

— Tu não acha que a gente devia descansar antes? — insistiu a gaúcha. Novamente estava de braços dados com Felipe.

— Não. Vai ser fácil — ela deu um sorriso falso e disse com sarcasmo —. Eu acredito em vocês.

Eles riram do sarcasmo enquanto ela voltou à seriedade, parecia não gostar de estar ali com eles.

— Pra onde nós vamos agora? — perguntou Felipe para a agente.

— Pra onde nós trocamos de roupa. — respondeu Raí.

Não esqueça de deixar uma estrelinha se gostou! ^^

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